Será
que um ébrio e toxicodependente precisa de matar primeiro um cão para deixar de
poder tê-los? O tribunal de Valenciennes, no Departamento francês do Nord, julgou
um caso de graves abusos e actos de crueldade contra animais em meados deste
mês. A ré, uma mulher na casa dos trinta anos, era acusada de ter atirado os
seus dois cães pela janela do 3ºandar durante uma disputa doméstica. Os factos
remontam à noite de 26 para 27 de junho de 2023. Enquanto o casal discutia, a
jovem de 30 anos atirou pela janela os seus dois Jack Russell Terriers, um atrás
do outro. O primeiro morreu instantaneamente e o segundo teve que ser
sacrificado por um veterinário. “A culpa é dele, ele mandou-me calar a boca ”,
declarou a mulher na audiência, acusando o companheiro. A arguida tinha
consumido álcool e cannabis naquela noite, além dos medicamentos pesados que a
tomar. A sua ficha criminal já contava com três menções, incluindo violência
com armas ocorrida em março de 2023. Ela foi julgada no início de setembro por
abusos graves e actos de crueldade, violência reiterada e uso de cannabis. A
perícia psiquiátrica concluiu que esta jovem de 30 anos era “imatura, narcisista
e cronicamente deprimida”, sendo condenada no dia 12 deste mês a 12 meses de
prisão, incluindo seis meses de suspensão, e continuação da detenção. Ela está
agora sujeita a diversas proibições, incluindo a de não possuir animais durante
5 anos, e terá de indemnizar as duas associações de bem-estar que se tornaram
partes civis no processo.
Sem garantias de haver deixado de beber e de consumir drogas, porque não a proibiram definitivamente de ter animais? Não seria mais justo devolver-lhe a posse de animais somente depois de estar livre de intoxicações? Com o histórico que tem e com a idade que já leva, a recuperação desta mulher não será fácil e não acontecerá certamente sem a melhoria das suas condições familiares e sociais, porque sem maiores explicações se percebe que está contra o mundo que a rodeia e cuja depressão crónica nem os seus próprios cães poupou. Demos-lhe o benefício da dúvida - oxalá recupere!
Sem comentários:
Enviar um comentário