quarta-feira, 31 de agosto de 2016

MAIS UM MÊS E O RADAR TERÁ COMPANHIA

Finalmente recebemos um email da Família Carreiras. A dupla João/Radar recomenda-se e a Joana tem passado bem. Estiveram aqui em Julho e no Natal retornarão para passar alguns dias de férias com as respectivas famílias. Dentro de sensivelmente um mês, a Família aumentará e o Radar já terá companhia. Oxalá tudo corra bem, o parto seja rápido e a menina nasça saudável, forte e escorreita. Logo que possível daremos notícia do feliz evento. Felicidades para os quatro! 

ANDICS COMPROVOU O QUE SABÍAMOS HÁ MUITO TEMPO

O Dr. Attila Andics, etólogo e investigador da Universidade de Eötvös Loránd/Budapeste/Hungria, comprovou mediante observações feitas num scanner de ressonância magnética, que os cães entendem o que dizemos e como o dizemos - as diferentes entoações que damos às mesmas palavras; que eles usam o hemisfério esquerdo de seu cérebro para processar o significado das palavras e seu lado direito para trabalhar a entoação, exactamente da mesma forma que os humanos processam a linguagem. Tais conclusões reforçam o papel das entoações que damos às palavras que lhes dirigimos. Quando elogiamos um cão e o tom usado é de louvor, o centro de recompensa do seu cérebro é activado e dispara, mas se dissermos o mesmo num tom apático, o cão vai perceber que não está a ser verdadeiramente elogiado. Do mesmo modo, um cão não deixará de nos lamber se o repreendermos debaixo de riso.
Há muito que havíamos constatado isto no adestramento, experiência que transmitimos através dos nossos manuais escolares nos textos “IMPACTO VISUAL, RESPIRAÇÃO E ENTOAÇÃO DE COMANDOS” e “CARÁCTER DA ENTOAÇÃO DOS COMANDOS”, normalmente distribuídos aos nossos candidatos a monitores. Conhecedores da importância dos comandos verbais e da sua entoação, sempre solicitámos aos nossos alunos que os proferissem através de uma voz clara e modelada, porque adestrar é também equipar os donos. Em simultâneo, sempre instámos com os nossos instruendos para que usassem a entoação adequada nos comandos solicitados, já que dissonância entre o tom e a ordem tende à desobediência dos animais. Conhecedores da importância da voz humana no adestramento, requisito técnico que muito contribui para o condicionamento procurado, quando usado a preceito, bem depressa reconhecemos ser ela válida por si mesma como recompensa, quando reforçada pela mímica que a acompanha, o que teve como resultado a fixação exclusiva na pessoa dos donos e a formação de cães impolutos e incorruptíveis. O “Reforço Positivo” não se limita à distribuição de guloseimas ou ao uso de brinquedos, vai ainda para além disso, estruturando-se também na linguagem e entoação utilizadas, que ao serem perceptíveis, tornam os cães solícitos pela gratidão que nutrem pelos donos. 

PIADA DA SEMANA: O ENCONTRO

Duas senhoras muito produzidas, hoje entendidas como “tias”, encontram-se à mesa dum café e uma relata para a outra o encontro que teve na noite anterior: Ai rica foi horrível! Começou por beijar-me com tanta força que me mordeu os lábios, de tal maneira que receei que me saltasse o implante de colagénio. Depois acariciou-me os cabelos ao ponto de me saltarem algumas extensões. Agarrou-se à minha cara com tal ímpeto que temi que o botox se espalhasse por ela abaixo e até as minhas pestanas postiças ficaram coladas ao seu nariz. Tive que o mandar parar. Depois avançou para as minhas pernas e começou a acariciá-las. Lembrei-me que não tinha feito a depilação e ao pará-lo saltaram-me duas unhas postiças. Dominado pela luxúria, abraçou-me com tanta força que quase alterou a forma dos meus implantes de silicone. Seguidamente pôs-se a beber champanhe do meu sapato e quase que morria sufocado por ter engolido o corrector de joanetes! E depois o que aconteceu? - perguntou-lhe a amiga. Acreditas que se foi embora?! – respondeu-lhe. A amiga chocada com aquele desfecho, exclamou: Cá para mim era maricas!

FLAGRANTES DA VIDA REAL: O SACRO E O PROFANO DAS NOSSAS ROMARIAS

Uma inequívoca manifestação de “Ex opere operato”: Eu vou, mas vou contrariado! O piedoso mocetão não estudou latim e como tal desconhece a célebre frase do poeta Catulo: “irrumabo vos et pedicabo vos". E depois, o Padre não é obrigado a saber inglês! Adoramos a sacralidade das nossas populares festas religiosas, porque a seguir às procissões costumam saltar para o adro da igreja três ou quatro moçoilas esculturais, tal qual “Afrodites”, que dançando com pouca roupa, acabam por mostrar o fio dental. Não há nada como a fé do povo, isto é cultura meus senhores, genuína e bem preservada cultura greco-romana!

terça-feira, 30 de agosto de 2016

ACABAR COM A VIOLÊNCIA ANTES QUE ELA ACABE CONNOSCO

Apesar das sociedades ocidentais estarem cada vez mais violentas, a venda e a incitação à violência não param de aumentar, particularmente entre os adolescentes que mais cedo começam a matar, sucedendo o mesmo nas reinventadas sociedades teocrático-repressivas que há mil e quatrocentos anos apelam ao martírio, justificam o assassinato e que fazem do castigo justiça. A escalada global da violência atinge também Portugal, cuja sociedade se encontra fragilizada pela novidade de conceitos e pela ausência de parâmetros, inundada por modelos sociais e familiares alheios, para os quais não se encontrava e não se encontra preparada. Diante desde espectro a solução é simples: ou acabamos com a violência ou ela acabará connosco!
A proliferação da pseudonovidade e a má qualidade da informação têm sido responsáveis pelo agravamento do fenómeno, bombardeio que tem vindo a fragilizar as famílias e a dotar crianças e jovens dum estatuto de “geração espontânea”, como se não devessem obediência a ninguém, os seus educadores pertencessem a um modelo há muito ultrapassado e tudo lhes fosse permitido. Tardiamente arranjámos leis e estatutos para os proteger mas ainda não encontrámos meios para nos defendermos das suas arremetidas e abusos, antídotos seguros para o seu desnorte, desadaptação, pouca aplicação, desinteresse, revolta, suicídio e outros crimes (os professores e outros pedagogos que o digam!).
Algo vai ter que mudar na família, na educação, na escola, na sociedade e na política dos homens e mulheres do amanhã, porque a presente utopia tende a ultrapassar a mais arrojada das anarquias, a exacerbar o culto individual em detrimento do bem-estar e esforços colectivos. Não temos como pretensão mudar o mundo mas podemos valer a muitos e contribuir para o decréscimo da violência. E quando dizemos nós, estamos a referir-nos aos adestradores, nomeadamente os civis ou aqueles que trabalham para eles, a quem cabe nesta matéria um importante papel, porque são duplamente pedagogos (de homens e cães), exercem profunda influência nos mais jovens e tendem a constituir-se em exemplo para pequenos e graúdos, não se escapando alguns e por causa disso a romances mais ou menos escaldantes. Depois do que dissemos, perguntamos-lhes: o que é um bom cão? Um que morde em quem queremos, um que não faz mal a ninguém ou outro que pode valer a muitos? A resposta parece óbvia.
Na impossibilidade de conserto dos desacertos familiares (as famílias monoparentais são cada vez menos excepcionais e apenas apresentam como vantagem a menor carga fiscal) e da ausência de modelos válidos para a educação dos mais novos, cuja plasticidade é física, psicológica e cognitiva, cabe à escola um papel deveras importante na sua formação, que deverá alterar, adaptar e actualizar os seus conteúdos de ensino, contribuindo assim para o interesse e bem-estar dos seus alunos, facilitando a sua futura integração na sociedade. Ainda hoje não compreendemos porque se ensinam tão tarde e tão pouco ciências como a Física e a Filosofia, porque não há no efectivo de cada estabelecimento de ensino um psicólogo. Teremos falta deles ou só serão válidos nos casos patológicos?
Indubitavelmente subsiste uma má relação entre a escola e as famílias, responsável muitas vezes pelo subaproveitamento ou mau rendimento escolar dos alunos. E se as famílias causam entraves à escola, então terá que ser ela a aproximar-se dos lares, colmatando as insuficiências neles presentes, mormente de carácter afectivo e por conseguinte de cariz social. Consegui-lo-á através de actividades divididas, mercê de tarefas que englobem pais e alunos. Nisto poderá haver também uma correlação entre o adestramento e a escola, considerando a paixão generalizada das crianças pelos cães e a dificuldade que a maioria delas tem em ter o seu próprio cão. É evidente que estamos a tratar da terapia canina, do despoletar ou do aumento da serotonina que o simples afagar dos cães oferece e que poderá pôr em sintonia pais e filhos, por norma com pouco tempo de convívio mútuo. À parte disto e considerando o bem-estar dos cães, que melhor acção e campanha poderíamos desenvolver contra os maus tratos e abandono que continuam vitimá-los?
Decididamente o adestramento não é uma panaceia mas também não deverá prestar-se ao eclodir ou potenciação de comportamentos marginais, coisa fácil de acontecer quando treinamos cães como armas e ensinamos os seus donos a usá-las, já que grande parte deles não possui a maturidade, o equilíbrio e a responsabilidade para tal empresa, o que mais agravará os seus desvios. Sim, o combate à violência passa também pelos Centros Caninos, que ao invés de se dedicaram à experimentação bélica, deverão usar os cães como uma ocasião para a paz e para a fraternidade, desenvolvendo actividades binomiais, que sendo do agrado dos animais, serão de grande préstimo para os seus donos e para a sociedade. O combate à violência começa dentro de cada um de nós e se lhe dermos combate, menor será o número daqueles que a abraçarão. O que mais valerá: o cão que guarda o seu quintal ou aquele que sai dele para socorrer e resgatar quem se encontra em aflição? Os cães já participaram em demasiadas guerras, há que sossegá-los para que nos tragam a paz! 

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

AMOR PARA A VIDA E PRÁ ALÉM DA MORTE

A dedicação dos cães pelos seus donos não é de hoje e como se repete amiúde por milénios, nem sempre merece o devido destaque. Todavia, na semana que findou, 3 cães foram destacados pela imprensa internacional: o Cocker vermelho que permaneceu ao lado do caixão do seu dono, morto pelo sismo em Itália; o Akita Americano Keola, que em Doncaster/South Yorkshire/Inglaterra alertou a sua dona grávida para uma grave infecção que a atormentava, acabando por salvá-la e ao bebé; e um Poodle chamado Polo que em Baltimore/Estados Unidos, no meio dum incêndio, salvou a bebé da sua dona ao deitar-se por cima dela, vindo depois a morrer. Perante tais exemplos só nos resta dizer que o amor dos cães é para a vida e vai para além da morte. Não deveria haver nas grandes metrópoles um monumento "ao heróico cão desconhecido"? Nós achamos que sim!  

domingo, 28 de agosto de 2016

SWEETY UND KAI BECKER

Apostados em usufruir dos prazeres desta noite de Verão, sentámo-nos numa esplanada rodeada por um jardim, onde fomos surpreendidos pela passagem de uma Pastora Suíça (Pastora Alemã Branca). Mais tarde viemos a reencontrá-la junto do seu dono, o Sr. Kai Becker, um cidadão alemão casado com uma portuguesa muito simpática, senhora que nos adiantou alguns pormenores sobre a natureza, treino e utilidade daquela Pastora. Ficámos a saber que se chama Sweety, foi treinada na Alemanha e é uma cadela de assistência, preparada para avisar o dono quando os seus níveis de insulina se encontram demasiado baixos, já que o Sr. Kai é diabético e foi-lhe extraído o baço. A Família Becker, que parece adorar Portugal, quando intentava visitar esta tarde um museu com a cadela, viu barrada a sua entrada por se fazer acompanhar pelo animal, sob o pretexto da Sweety sujar aquele recinto. A justificativa do funcionário não satisfez aquela família, autorizada e acostumada a circular por todo o lado com a Pastora, que de imediato protestou. Pondo de parte o contratempo e a ignorância daquele funcionário, exalta-se a utilidade e prestação da Pastora dos Becker, que obviamente estão muito satisfeitos com ela. Parabéns a todos, felicidades, boas férias e bom regresso a casa.

NÃO HÁ FOME QUE NÃO DÊ EM FARTURA

Portugal ocupa o 10º lugar entre as nações europeias que têm mais animais de companhia, indicador dissonante com a sua riqueza, PIB e índice de desenvolvimento, que não pode ser dissociado do facto de ter mais pensionistas que população activa. Os portugueses têm mais pets que filhos, graças a um processo eugénico imposto por razões económico-sociais. 45% das famílias portuguesas têm um ou mais animais de estimação, ocupando os cães o primeiro lugar da sua preferência, seguidos pelos gatos, aves e peixes. Mais de 75% dos cães escolhidos são de raça indefinida ou híbridos (rafeiros), sendo ¾ deles de tamanho médio-pequeno e provenientes de adopção, das associações que abrigam os que foram abandonados, cedidos na sua maioria já castrados. Entretanto, o número de criadores de cães standardizados encontra-se estagnado, a procura de cães de raça sofre um decréscimo acentuado, a ocorrência das suas ninhadas é menos frequente e até esporádica, resultados que se compreendem pelo empobrecimento geral do País, que se encontra em “Stand by” tal como a canicultura – a marcar passo e à espera de melhores dias.
Com a austeridade e os gastos a que os cães obrigam, a continuação das campanhas de castração e com a criminação dos maus-tratos e abandono, poucos rafeiros sobreviverão e deambularão pelas ruas daqui a poucos anos, o que os colocará quase à beira da extinção, o que é simultaneamente uma boa e má notícia para os cães em geral, boa porque serão melhor respeitados e má porque perderão a biodiversidade que os robustece e que lhes oferece saúde e longevidade (os rafeiros são mais saudáveis e vivem em média mais quatro anos que os seus pares padronizados). O seu desaparecimento progressivo irá levar à maior procura dos cães padronizados, que não renderão os lucros de outrora, obrigarão a maiores cuidados na sua selecção e virão a aumentar o caderno de encargos daqueles que os adquirirem, de acordo com a aura antropomórfica que hoje carregam. Passarão os cães de moda? Verão o seu número reduzido? A hibridação e a clonagem dominarão a canicultura? Assistir-se-á à formação de novas Raças? Quem cá estiver logo saberá!
Importa aos canicultores de hoje preparar-se para o futuro imediato, produzir raças e cães saudáveis segundo as tendências em voga e expectativas de quem os procura, o que equivale a dizer que terão que apostar na qualidade e pensar nos destinatários do seu produto, que não necessitam de cães de guerra e que maioritariamente desejam companheiros pacíficos, interactivos e cúmplices, que não lhes causem problemas e que possibilitem uma coabitação feliz e harmoniosa – cães simpáticos e do agrado geral, aptos para entenderem todos como amigos (pessoas e animais). A criação de raças caninas altamente territoriais, guardiãs e agressivas, hoje penalizadas, encontra-se agora desajustada com os nossos princípios e valores sociais, particularmente quando confiadas a mãos impróprias, pois só assim se compreende o que o SEPNA da GNR tornou público em 2015: que raças com o Rottweiler, o Dobermann, o Pit Bull e o Pit Bull Terrier foram as que mais atacaram pessoas, tendo como alvo principal os seus donos e restantes membros do seu agregado familiar, não poupando também outros animais.
A existência deste desajustamento, a necessitar de ser banido e superado, concorrerá para a maior procura das escolas caninas e terá como consequência a alteração dos seus métodos e currículos de ensino, que assentarão basicamente no reforço positivo, sobre a disciplina de obediência e na habilitação dos animais para as distintas modalidades desportivas ao seu alcance. O convencional Cão de Guerra entrou em decadência logo a partir da década de 50 do século passado e as suas atribuições militares têm sido objecto de alteração, sendo agora mais usado para a detecção de suspeitos e explosivos do que para o varrimento. A sua participação nos conflitos armados está presa por um fio, mercê da Declaração Universal dos direitos do Animal (lavrada em 1978), de uma maior sensibilidade da opinião pública, do seu elevado número de baixas e… do seu abate pós-conflitos! A alteração do modo de fazer a guerra, a Declaração Universal dos Direitos do Homem (adoptada pela ONU em 1948) e até a globalização, irão também torná-lo obsoleto, despachando-o para a companhia do ilustre Cavalo de Guerra. E nisto subsiste um “efeito dominó”, considerando a sequência existente ente Cão de Guerra, Cão Policial e Cão de Guarda.
O grosso dos cães que temos hoje são reflexo de expectativas passadas e como tal, importa catapultá-los para o futuro, não descorando o seu bem-estar e qualidade, tendo presente que foi a perca das suas qualidades originais que os transformou em imprestáveis, efémeros e doentes animais de exposição. Os cães de trabalho não têm os dias contados, porque são curiosos, versáteis, multifacetados e próprios para o auxílio, características que os capacitam cabalmente para a novidade de serviços, porque todo aquele que persegue pode resgatar e aquele que mata pode salvar, bastando para isso alterar as prioridades na sua selecção - virar a face da moeda. E se assim se fizer, o actual desprezo dará lugar ao aumento da sua procura e a depuração à exaltação. Serão os homens tão adaptáveis quanto os cães? Cada geração tem os seus desafios, o mundo não pára e o futuro é logo adiante. Cabe à actual geração de criadores adaptar os cães que recebeu para o dia de amanhã, amanhã que começa hoje, que não se compadece de atrasos e que não despreza as lições do passado. Podemos não saber muito bem o que é o tempo, certo é que estamos cá e se aqui estamos, viemos para servir, já que a nossa inutilidade bem depressa nos transformará em entulho e legará aos cães a mesma sorte. É hora de acordar!

sábado, 27 de agosto de 2016

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

O Ranking semanal dos textos mais lidos ficou assim escalonado:
1º _ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado em 24/02/2015
2º _ ABANDONO DE ANIMAIS: HERANÇA CULTURAL E MISÉRIA HISTÓRICA, editado 21/08/2016
3º _ PODENGO: DESPREZAR O QUE NOS FAZ FALTA!, editado em 20/01/2010
4º _ NÓS POR CÁ: O QUE FAZER COM O SR. SAAD MOHAMMED RIDHA E OS SEUS “MENINOS”?, editado em 20/08/2016
5º _ O ESTRANHO ANÚNCIO DOS PASTORES ALEMÃES CASTANHOS, editado em 26/04/2013
6º _ PASTOR ALEMÃO X MALINOIS: VANTAGENS E DESVANTAGENS, editado em 15/06/2011
7º _ CÃO DO BARROCAL ALGARVIO: UM TODO-O-TERRENO CANINO, editado 26/02/2016
8º _ MAIS PRAIAS PARA CÃES, MAIS TURISMO, MAIOR RIQUEZA, editado em 24/08/2016
9º _ LÁ VAI MAIS UM!, editado em 22/08/2016
10º _ CONVERSAS SOBRE PASTORES ALEMÃES À MESA DO CAFÉ, editado em 09/08/2014

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

O TOP 10 semanal de leitores por país ficou assim ordenado:
1º Portugal, 2º Brasil, 3º Estados Unidos, 4º Reino Unido, 5º Alemanha, 6º França, 7º Ucrânia, 8º Quénia, 9º Holanda e 10º Moçambique.

EMAIL SOBRE ARTIGO NO TOPO

Nunca imaginámos que o texto “OS FALSOS PASTORES ALEMÃES”, editado em 24/02/2015, viesse a ser tão visitado e se conservasse como o mais lido ao longo de várias semanas, apesar destes híbridos serem muito populares no Ocidente e continuarem a proliferar por todo o lado. Acerca do texto acima citado recebemos o seguinte email: “Eu tenho um mestiço com 5 meses, ele tem o porte de pastor e o pelo de Rottweiler,m quer ver ele, link do meu face…”. Acabámos por ver a fotografia do cachorro, um híbrido de CPA com Rottweiler, que por sinal é muito bonito e está bem para a idade (bem tratado). Não adiantamos o link que nos foi facultado por razões de segurança. Agradecemos a generosidade deste leitor e desejamos que seja feliz na companhia do seu cachorro. 

UMA LIÇÃO A TIRAR DE WATFORD

Vamos ao factos. Um Pastor Alemão chamado “Nero” (na foto acima), propriedade da Polícia de Watford/ Hertfordshire/UK, partiu o pescoço em dois lados na perseguição de dois suspeitos de agressão e roubo, ao cair de uma altura de 3.5m. Os sujeitos fugiram a pé, o cão encontra-se estável e a polícia aconselhou a população a não circular com valores à vista. Felizmente roubos deste género são incomuns em Watford. O incidente ocorreu às 02H30 da madrugada de anteontem. Ignora-se se o tratador policial do CPA foi objecto de algum reparo, muito embora acreditemos que o ocorrido conste dos relatórios de patrulha. Como tomámos conhecimento do incidente pelo jornal “Independent” online, que pouco faz saber acerca das circunstâncias da queda, não sabemos se o animal saltou deliberadamente ou foi surpreendido pela diferença de nível, o que de imediato comprometeria ou isentaria de responsabilidades o seu condutor, ainda que ambos os casos possam prestar-se à sua inocência, se o primeiro for entendido como uma reacção instintiva e o segundo como um infeliz acidente.
Como dificilmente alguém persegue suspeitos com o cão atrelado, por lhe faltar pernas e desaproveitar os bons serviços do animal, importa ensinar os cães a descer dos muros, para que não saltem do seu topo e aprendam a encurtar a distância que os separa do solo, trabalho aturado que poderá salvar-lhes a vida. Na foto seguinte podemos ver o CPA “Radar” a fazê-lo, encurtando a distância de impacto ao solto de 2 metros para 1.
Esta preparação é indispensável a todos os cães quer eles sejam civis, militares ou policiais, particularmente quando soltos para brincar ou actuar, porque o perigo espreita onde menos se espera e só o condicionamento poderá valer-lhes. Na foto seguinte, que já tem alguns aninhos, podemos ver um CPA militar a sair impropriamente dum muro, saltando directamente do seu topo para o chão, duma altura a rondar os 2.5 metros, como se o obstáculo se tratasse de uma vulgar barreira vertical de 80 cm.
Todos sabemos que as pistas tácticas há décadas que entraram em desuso e que só agora voltaram a ser usadas pelas companhias cinotécnicas de alguns exércitos nacionais, apesar de outros nunca as terem desleixado. O muro sobrevivente e mais comum de ser ver é o de 1 metro de altura, executado pela curvatura natural de salto de um cão médio e que não exige cuidados especiais na sua saída, já que é feito no prolongamento da passada (foto abaixo). Se o ensino dos muros se remeter exclusivamente a este, os cães virão a saltar, em caso de necessidade e pela experiência havida, outros maiores do mesmo modo, o que poderá  lesioná-los e ser-lhes até fatal, como sucedeu ao CPA de serviço em Watford.
Considerando esta necessidade qualquer pista táctica deverá ter à disposição dos seus binómios muros de 1m, 1.5m, 1.8m, 2m e 2.5 metros, podendo ter ainda outro de 3m, caso a sua necessidade se justifique (quem não tiver espaço ou disponibilidade económica para isso, poderá valer-se da maior ou menor abertura duma paliçada). Para que estas transposições não atentem contra o seu propósito e venham a perigar a integridade dos animais, importa conhecer a seguinte fórmula: SM = 2xDMEX + SV, que logo nos dirá qual a altura do muro ao alcance dum cão (SM) que é igual ao dobro da distância média entre os seus eixos/membros (DMEX) mais altura que salta limpo na vertical (SV). O convite para a transposição dos muros só deverá acontecer depois dos cães se encontrarem aquecidos e terem vencido todos os obstáculos que lhes são anteriores na pista. A evolução nos muros é gradual e os tempos de recuperação dos cães deverão ser respeitados, o que obrigará à verificação da frequência dos seus ritmos vitais. Os melhores atletas caninos, depois de experimentados nestes obstáculos, poderão vir a ultrapassar muros 25% mais altos que o valor indicado pela fórmula atrás (um CPA saudável virá a transpor muros de 2.4m e os excepcionais atingirão muros de 3 e 3.6 metros de altura).
Como se antevê, a saída dos muros não dispensa, na sua fase preparatória e nos mais altos (acima dos 2 metros) uma rampa de impacto, acoplada ao corpo do obstáculo, com uma inclinação de 30 e 45º e elevada do solo a 1/3 da altura do muro. Se ao invés de uma rampa usarmos uma mesa, com maior dificuldade conseguiremos ensinar os cães a sair dos muros correctamente, porque ao invés de agarrarem a eles, saltarão de imediato para a superfície nivelada, que é exactamente aquilo que se pretende evitar (na foto abaixo a rampa encontra-se por demais elevada, quiçá porque o cão teima em saltar desamparado e importa contrariar a sua tendência).
Depois do que foi explicado, o que importa gravar é que os cães carecem de ser ensinados nas saídas dos muros, para que na diferença de planos não comprometam a sua saúde e salvaguarda, ao saltarem desamparados e para a frente, desaproveitando o atrito possível que encurta tanto a altura como o seu impacto ao solo – eles devem agarrar-se às paredes até onde lhes for possível.

WILD RANGERS

Os maiores inimigos da vida animal e dos parques naturais em África são os caçadores furtivos, que procuram abater um grande leque de espécies animais, particularmente elefantes e rinocerontes, na procura do marfim e dos cornos daqueles paquidermes, troféus bastante cobiçados nos mercados árabes e asiáticos, que sustentam esta actividade ilegal e que têm contribuído de forma decisiva para a escassez e até para a extinção de determinadas espécies.
A conservação destes parques e a sua fiscalização é maioritariamente sustentada por ONG'S internacionais com o aval dos governos locais. Devido à escassez, valor e procura do marfim e dos cornos dos rinocerontes, grupos terroristas têm vindo a treinar indivíduos para esta caça ilegal, no intuito de subsidiar as suas actividades subversivas e criminosas, pelo que os métodos de caçar têm vindo a sofrer alteração, transitando dos ancestrais métodos de caça para a caça armada, de acções isoladas para organizadas, o que tem aumentado a chacina e o colocado em sério risco a vida dos guardas que protegem as espécies selvagens.
Insatisfeitos com esta triste realidade, apostados em fazer-lhe frente e vencê-la, as direcções dos distintos parques naturais têm optado pelo recrutamento de cães do Ocidente (América e Europa), tanto para detectar os acampamentos daqueles caçadores como para lhes fazer frente e proceder à sua captura. Assim acontece já há alguns anos na África do Sul, nomeadamente no Parque Kruger, onde vários cães auxiliam os guardas na detenção e perseguição de caçadores furtivos.
O treino destes cães é árduo e muito exigente, considerando a sua salvaguarda, o particular climático, os meios de transporte utilizados, os ecossistemas a enfrentar e a natureza dos seus inimigos (armados, organizados e razoavelmente preparados). Os cães têm que se adaptar ao transporte de helicóptero, à descida em rapel, à perseguição e captura dentro de água, à dissimulação e aos ataques lançados de surpresa, a recusar engodos, a suportar a lama, o maior peso do seu corpo molhado e enlameado, o mato espinhoso e os contra-ataques que virão a suportar.
Apesar de muito desgastante, este trabalho é do agrado dos cães, uns verdadeiros “Wild Rangers”, que decidida e prontamente abraçam as suas missões, tanto em terra como dentro de água, sendo por isso céleres e competentes guardas anfíbios, predadores de todo-o-terreno e companheiros de préstimo inestimável.
Não obstante, a sua formação jamais aconteceria sem o sacrifício dos homens que os capacitam, que vestindo a pele de outros, expõem a sua a toda a sorte de desventuras.
A existência de caçadores furtivos, quando não organizados e preparados para esse fim, deve-se à miséria vivida pelas populações africanas, que à falta de melhor e correndo sérios riscos (cães assim preparados podem ser letais) deita a mão a qualquer esmola que lhe seja estendida, combatendo os cães o efeito e não a causa, numa luta sem tréguas entre predadores, legitimando existência de uns a presença dos outros, ambos obrigados à peleja pela sobrevivência.
Combater a fome e estender a educação resolverão a maioria dos problemas vividos pelos africanos e por toda a humanidade em idênticas circunstâncias, muito embora seja também preciso combater a maldade, que sempre se fará presente nas disputas humanas na procura da vantagem e contra a desejável paridade. 

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

CORREIO DOS LEITORES

Recebemos dum leitor um comentário ao artigo: “O CÃO LOBEIRO: UM SILVESTRE ENTRE NÓS”, editado em 26/10/2009, que publicamos na íntegra:
“Tenho um lobeiro com 6 anos, e tudo o que escrevem no artigo é exacto. São maravilhosos e além de nos darem companhia, complementam-nos. Assim, compreendi muitas das acções dele. Parabéns pelo artigo”. Resta-nos agradecer o comentário e continuar a merecer o interesse deste leitor.

OMITEM O QUE INTERESSA E FAZEM ECO DO QUE NÃO DEVEM

Quem governa o Mundo? Evidentemente quem controla a informação, quem diz o que deve e não deve ser dito, alguém desconhecido, não votado, todo-poderoso e acima das instituições, que faz eleger os governos, força as nossas escolhas, que constrói os nossos ídolos, heróis e vilões, despoleta conflitos e cria tréguas, segundo interesses que não abrangemos imediatamente. Desconhecemos quem seja e apenas vemos os seus tentáculos por toda a parte, o peso da sua censura pela adopção do politicamente correcto – não há liberdade de informação, apenas pequenos relatos que não comprometem o seu domínio e que servem os seus propósitos, o que torna os jornalistas em desastradas marionetas, que acabam por omitir o que interessa e fazer eco do que não devem, criando inúmeras vezes obstáculos à pouca justiça que vamos tendo e comprometendo as investigações policiais. Assim sucedeu mais uma vez hoje, quando um matutino português adiantou ser a peritagem do automóvel dos “meninos” iraquianos de grande importância para as investigações, indivíduos suspeitos do crime de homicídio na sua forma tentada. Não estará a notícia a alertá-los para a eliminação de indícios?

HOJE É DIA MUNDIAL DO CÃO

Hoje, dia 26 de Agosto, celebra-se o Dia Mundial do Cão, data em que se pretende despertar a opinião pública para os cuidados a haver com este animal que nos acompanha há milénios, o que não impedirá que continue a ser desrespeitado, maltratado, explorado, abandonado, transformado em cobaia, abatido sem agravo e morto em combate, o que faz deste dia um “ dog memorial day”. Como sucede com todas as efemérides, que são por norma aproveitadas para outros fins, os fabricantes de comida e de acessórios para cães associar-se-ão à celebração, os canicultores divulgarão as suas ninhadas, alguns veterinários subirão à ribalta, uns quantos proprietários caninos dirão de sua justiça e os alguns centros de acolhimento para cães virão a ser objecto de reportagem. Nada disto irá impedir a má nutrição a que os cães se encontram sujeitos, a privação do seu exercício e excursão diárias, o isolamento a que são votados, os atentados ao seu bem-estar, a sua castração e a sua morte nos canis terminais municipais.
Quantos teriam sido abatidos hoje? Diante disto, hoje é um dia de vaidade e vergonha, vaidade para quem se serve do dia e vergonha para quem o ignora. Feliz é o meu Pastor Alemão “Black”, que coabita comigo, raramente está só, é meu cúmplice, come ração apropriada, merece toda a atenção, é alvo do meu carinho, é escovado todos os dias, está desparasitado e tem as vacinas em dia, sai diariamente três vezes à rua e é a minha sombra. Ele não sabe que dia é hoje nem aquilo que se comemora, mas sabe que sempre poderá contar comigo.
Parabéns a todos os “Blacks” deste mundo, aos afortunados e aos desafortunados, aos amados e aos desleixados, aos que dão a vida por nós e que pouco ou nada exigem em troca. Eles não precisam de orações, evocações ou medalhas, exigem apenas amor e respeito sendo por vezes mais tolerantes connosco do que somos com eles. Obrigado companheiros!  

ÓDIO E MORTE EM JACKSONVILLE

Jacksonville é a cidade mais populosa do Estado da Florida/USA, uma metrópole que congrega brancos e negros, ricos e pobres. Quando nos lembramos dela vêm-nos à memória os lamentáveis acontecimentos de 27 de Agosto de 1960, quando um grupo de homens brancos, alguns do Klu Klux Klan, munidos de bastões de baseball e cabos de machados decidiram “pôr na ordem” alguns negros que se manifestavam contra a segregação racial de que eram alvo. Do incidente resultaram 50 feridos e 62 presos. Jacksonville retorna mais uma vez aos jornais internacionais por um mau motivo: pela morte de um idoso com 83 anos de idade, que foi comido vivo pelos cães de um vizinho, quando saiu à rua para despejar o lixo. Os cães furaram a cerca, apanharam-no fora e rebocaram-no para dentro do seu reduto, vindo a ser encontrado irreconhecível e com os seus restos mutilados. O dono dos cães (na foto acima) disse que a vítima devia tê-los provocado e que os animais (na foto abaixo) haviam sido preparados para defender a propriedade (matilha funcional).
Pela natureza do bairro onde tudo se passou e considerando a singeleza da propriedade a defender, vale a pena perguntar: o que teria aquele cidadão de tão precioso para guardar, ao ponto de se ataviar de dois Rottweilers, um Pitbull e um molosso gigante? Seria a própria vida? Temeria a polícia ou as acções de meliantes, toxicodependentes e/ou de narcotraficantes? Não sabemos, tudo é possível! De qualquer modo é preciso muito ódio ou muita insegurança para manter uma matilha destas - altamente volátil e letal. E como há por cá gente que manifesta igual instabilidade e despropósito, o que é aqui uma insanidade, para que não sucedam crimes ou acidentes destes, convém atentar para o constante no Art.º 12 da Lei Nº 46/2013. 

AS CASAS VÃO ABAIXO MAS ELES NÃO ABANDONAM OS ESCOMBROS!

Ninguém pode ficar insensível à tragédia vivida pelas gentes do Centro de Itália, fustigadas por um violento terramoto que já teve 900 réplicas e que deixou em escombros as regiões e localidades de Amatrice, Accumoli, Pescara del Tronto e Arquata del Tronto, que já fez 267 vítimas confirmadas e 400 feridos (os números não param de aumentar). Há por lá muita gente que perdeu quase tudo: família, amigos, animais, casas e bens, o que levou o Governo Italiano a decretar o Estado de Emergência naquela área.
No meio daqueles escombros, onde trabalham sem cessar milhares de socorristas, apostados em salvar os vivos soterrados, valer aos feridos e proceder à extracção dos cadáveres, labutam 30 binómios de resgate e salvamento, oriundos de diferentes países mas com idêntico propósito, elevando-se as silhuetas caninas sobre os amontoados de ruínas. Afortunadamente muitos deles têm sido bem-sucedidos e detectado vários sobreviventes, tornando-se assim indispensáveis à busca e salvamento daquelas gentes.
Atendendo à urgência e necessidade de tal serviço canino, nenhuma escola canina poderá dispensar a pistagem do seu currículo, como não deverá dispensá-la pelos vínculos afectivos que adiantam a cumplicidade entre donos e cães. Sabemos que a prática da pistagem não poderá limitar-se exclusivamente à extensão do perímetro escolar, que obriga à saída para outros ecossistemas na procura de diferentes simulacros, ainda mais por cá, onde as pistas só oferecem trabalho ao nível do solo, desprezando o aéreo e o subterrâneo, sendo por isso precárias e mal-amanhadas!
No meio da calamidade que se abateu sobre o Centro de Itália, dos imensos dramas que tem evidenciado e dos actos heróicos de muitos, a história do “Bravo”, um molosso branco que ficou só no meio do seu lar em escombros e que acabou também resgatado, sensibiliza qualquer um pela sua lealdade, porque na ausência dos seus donos hospitalizados, resistiu à invasão pelos socorristas do território que foi confiado, mesmo com a casa deitada abaixo, aturdido e ferido, não abandonou os seus escombros e serviço, segundo faz saber o jornal italiano “La Stampa” (viria a ser resgatado por um militar que o socorreu).
Como temos seguido com atenção as reportagens televisivas que nos chegam, pudemos reparar na presença de um Pastor Alemão Azul de pêlo comprido entre os cães de resgate e salvamento, pormenor que interessa salientar para os criadores desta raça germânica. O beneficiamento lobeiro-negro é aquele que mais cães de pistagem dá, porque a excelente máquina sensorial e disponibilidade do primeiro optimizam-se pelo sagacidade do segundo, desde que os exemplares em questão sejam portadores dessas características. Uma linha pura de lobeiros é menos cúmplice e mais autónoma, sucedendo exactamente o contrário numa linha pura de negros (há que saber beneficiar para se alcançar o resultado esperado). O beneficiamento entre lobeiros e preto-afogueados tende a produzir indivíduos próximos da protodominância, de comportamento mais lobeiro do que preto-afogueado. Daqui enviamos a nossa solidariedade para os italianos em geral e em particular para os que são nossos leitores, acompanhada do desejo de que tudo volte à normalidade e que os trabalhos de reconstrução aconteçam o mais cedo possível. Viva l'Italia, l'Italia per sempre!

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

OLHA OS PASSARÕES!

Vimos a entrevista dada à SIC pelos “meninos” do Embaixador do Iraque e não esperávamos outra coisa, sabíamos que levariam a lição estudada e expuseram-na muito bem, quiçá por terem sido bem aconselhados e terem tido o tempo necessário para a apresentarem convenientemente, uma encenação perfeita, de dedos cruzados em oração e aquela de vestir o casaquinho foi de morte! Não vamos aqui denunciar todas as contradições do que fizeram saber, porque não queremos dar-lhes vantagem e dificultar o trabalho dos investigadores judiciais.
Ficámos espantados que aqueles “meninos”, de um país muçulmano, andassem pelas tascas a emborrachar-se, particularmente em bares que sabiam ser mal frequentados. Não conseguimos compreender porque deixaram a sua vítima inanimada no meio da rua e muito menos acreditamos na sinceridade das suas orações. Se não fugiram é porque não têm razões para isso, apesar de dizerem que muita gente lhes quer mal e que foram vítimas de islamofobia. Provavelmente o papá já contratou um daqueles advogados caros da nossa praça, acostumados a defender com sucesso os casos perdidos. Temos alguma curiosidade, caso assim suceda, em saber qual será, pois temos em mente o nome de meia-dúzia deles. Como nada do que disseram nos convenceu (será que convenceu alguém?), esperamos que eles e o seu paizinho sejam declarados personas non gratas, saiam daqui para fora quanto antes e nunca mais cá voltem e, que uma vez chegados ao Iraque, mandem saudades que é coisa que aqui não deixam! A coisa pode não ser fácil caso os dinheiros da Fundação Gulbenkian estejam em jogo.
É por causa de meninos rabinos como estes, a quem tudo é consentido, que os “Trumps” se agigantam e trazem à tona velhas e desnecessárias trampas, ao serem embaixadores do demo e credenciados pelo raio que os parta. Caso os “meninos” venham a ser declarados inocentes, pagaremos com a tolerância o mal que nos fazem, política de triste e má memória da qual se queixam os franceses hoje em dia. O que se passou foi um acto isolado, mas se os "meninos" tivessem uma bomba à sua disposição não a rebentariam em Ponte de Sor, aconselhados pelo álcool e pelas picardias próprias da adolescência? Melhor é combater desde logo o terrorismo que endereçar as condolências aos familiares das vítimas.