terça-feira, 30 de abril de 2019

POR PRECAUÇÃO: DEBAIXO DE ORDEM E EM LOCAIS CONHECIDOS

Ontem tivemos notícia que em Munique um Leão da Rodésia saltou o muro de uma represa (Stauwehr English Garden em Oberföhring) e estatelou-se numa calçada 15 metros mais abaixo, encontrando-se neste momento entregue aos cuidados dos veterinários e em estado que inspira cuidados. Infelizmente não é o primeiro cão que salta o muro daquela represa e se não forem tomadas medidas, outros saltarão e quiçá até crianças (queira Deus que não!).
Ao tomar conhecimento desta notícia senti-me na obrigação de alertar os proprietários caninos para a questão dos saltos na via pública e como evitá-los, porque também já nos sucedeu um disparate idêntico com um cão da escola - o Rio, um Labrador saltitão que distante do seu dono, lembrou-se de saltar um muro de pedra aparentemente inofensivo (nem o dono suspeitou), vindo a cair num parque de estacionamento subterrâneo de uma altura de 3 metros. Como consequência do salto acabou por partir alguns ossos da bacia.
O adestramento não tem só vantagens e pode trazer muitas desgraças se os donos ou condutores dos cães forem naturalmente distraídos, descuidados, inconscientes ou irresponsáveis, particularmente quando à revelia da lei circulam com os animais soltos, dispensados de ordem e por locais amplos e nem sempre conhecidos. Todo o cão que é vedeta nos saltos escolares, nomeadamente aquele que treina numa pista táctica, tende a vir para a rua fazer o mesmo e nem ele nem o dono esperam que um dia salte indevidamente o que não deve e venha a pôr em risco a sua integridade. Do mesmo modo é uma tremenda sandice e insanidade soltar um cão treinado para guarda e deixá-lo avançar por sua auto-recriação, liberto de ordens e por onde lhe der na gana (entende-se porquê).
Por pouco cómodo que nos pareça, e aqui fala a experiência, nenhum cão treinado deverá ser solto a não ser debaixo de ordem e em locais conhecidos dos binómios, para que não se lembre de “inventar serviço” e venha a sofrer ou a causar acidentes. O código, que congrega a totalidade dos comandos instalados, foi feito para ser usado, mormente na via pública, onde não faltam perigos e gente capaz de despoletar, voluntária ou involuntariamente, os mecanismos de agressividade dos nossos cães. Os comandos são formas eficazes de entendimento e como tal não deverão ser desprezados.

NEM TUDO O QUE RELUZ É OURO

Por mero acaso foi-me dado a ver a foto duma pretensa cachorra colossal, daquelas “para ninguém botar defeito”, isto na boca de quem a propagandeava, que de cães pouco sabia. E para quem não é um expert na matéria, nada melhor para enganar do que uma fotografia. Qualquer um pode tirar fotografias a um cão, mas nem todos devem fazê-lo, sob o risco de mostrarem o pior e não o melhor do animal em questão, o que em termos de publicidade é um verdadeiro desastre. Não são os incautos fotógrafos esporádicos que nos preocupam porque eles, ao invés de enganar, desmascaram os seus animais, mas outros artistas que, valendo-se de trafulhices várias, apresentam fotografias de animais irrepreensíveis que nunca o foram, acabando por vender gato por lebre. Um cão pequeno quando fotografado isolado pode dar a impressão de ser grande, por ausência de escala ou comparação, com o auxílio do Photoshop é possível transformar um cão deplorável num bastante razoável e os planos escolhidos dos animais podem encobrir defeitos e só evidenciar virtudes. Tudo isto serve para o avisar a não comprar cães por catálogo. Quando à cachorra colossal, nela era visível o peito invertido, uns eixos crânio-faciais superiores pouco característicos, uma garupa demasiado alta, pouca angulação traseira e jarrete de vaca, tudo isto à luz do estalão da raça.

segunda-feira, 29 de abril de 2019

NÃO FAÇA COMO OS TONTOS

Não faça como os tontos que, sem o conhecimento necessário e presumindo de si próprios, acabam por adquirir maus cães, directamente ou por catálogo. Para tudo é preciso saber e se você não sabe, procure quem tenha o know-how para ajudá-lo.

domingo, 28 de abril de 2019

O DESPERTAR DO SONECA

Ver um homem a passear pelo campo com um cachorro ao lado não é motivo de espanto, será porventura motivo de alegria, um quadro que suscita carinho. Mas quando o cachorro marcha em liberdade alinhado pelo dono praticamente colado ao seu joelho esquerdo, já não é muito comum. E muito mais incomum é vê-lo acompanhar o dono nas diferentes mudanças de direcção e inversões de marcha como se de duas linhas paralelas se tratassem. E se eu vos disser que o cachorro tem apenas 5 meses de idade e um de treino? Parece mentira mas é verdade e as fotos estão aqui a testemunhá-lo, a lembrar-nos que existe um Labrador chamado Soneca, um cão excepcional que nos caiu em mãos.
Ontem, durante o treino matinal, mandámos o seu dono soltá-lo e conduzi-lo em liberdade, esperançados que tudo iria correr bem e, correu! É evidente que por detrás de um bom cão esconde-se a figura do seu dono, que tirando partido do potencial do animal, aproveita-o e potencia-o, ao ponto de se tornarem “unha com carne”. Como quem nos conhece sabe, raramente tecemos elogios, mas o Jorge merece-os pela dedicação, humildade para aprender e trabalho desenvolvido. Extraordinariamente cúmplice do seu cão, sempre disposto a recompensá-lo e incentivá-lo, o Jorge tem sido um mestre e um exemplo para o Soneca, o primeiro responsável pelo precoce despertar laboral do cachorro.
Com o “junto” assimilado, quisemos conferir se já havia feito o mesmo com os comandos de “quieto” e “aqui”. Como não confiamos na sorte e não somos dados a deslumbramentos, pedimos que esses comandos fossem executados a 50 m do condutor, sabendo que o cachorro aguenta o “quieto” por tempo indeterminado e sem a recorrência a qualquer comando inibitório.
Quando chegou a vez do “aqui”, o pequeno cachorro explodiu de alegria e correu célere para o seu dono, demonstrando-lhe o carinho que nutre por ele. Tudo isto aconteceu com cães à volta, debaixo de sol escaldante, chão irregular, erva alta e depois de exigentes exercícios de ginástica cinotécnica.
Depois de assistirmos a este desempenho e despertar, sentimo-nos mais fortes para suportar aqueles que levam mais tempo a lá chegar. Parabéns Jorge, Felicidades Soneca.
PS: Não nos foi possível mostrar a distância total entre o dono e o cachorro por dificuldades técnicas (máquina e diagramação do blogue), pelo que só pudemos mostrar os momentos da partida do dono e da chegada do cão. 

CANDEIA QUE VAI À FRENTE ALUMIA DUAS VEZES

Ontem rumámos para o campo e assentámos arraiais numa zona de paisagem protegida, sedentos de um despertar campestre e apostados no contacto com a mãe natureza, na procura de um ecossistema favorável ao bem-estar dos cães e que em simultâneo facilitasse a nossa acção pedagógica.
Procurávamos o controlo dos cães e o condicionamento da condução em liberdade, valendo-nos para isso das memórias mecânica e afectiva dos animais, através de repetidas e breves sessões de treino e do recurso à recompensa. Para além da condução em liberdade, interessava-nos treinar o “quieto” e o “aqui” no exterior, a grande distância e sem qualquer risco para a integridade de algum cão fugitivo ou menos obediente. Todos os binómios alcançaram os objectivos propostos.
Com o “quieto” alcançado e reforçado foi mais fácil tirar fotografias ao grupo escolar, algumas até com o seu quê de artístico ou publicitário como a seguinte, onde vemos os CPA Blaze e Max acompanhados pelos irmãos Mendonça, Pedro e Afonso.
Na imagem que se segue podemos ver as irmãs Doberman, Lupa e Russa, acompanhadas pelo Labrador Soneca e pelo CPA Bohr, aconchegadas sobre um mirante a coberto de um grande eucalipto. Como o nosso amigo Soneca não engana ninguém, pelas suas expressões mímicas percebe-se que está deserto para ir brincar.
Como as metas e objectivos ligados à obediência foram alcançados, a classe em excursão foi convidada para ultrapassar passagens estreitas aproveitando o muro de uma casa em ruínas. Exactamente como acontece com os homens, que temem as alturas e que são apoquentados por vertigens, também há cães assim, estando esse medo ligado a outros que podem impossibilitar o seu uso para determinados fins. Contudo, sempre será mais fácil levar de vencida um medo canino pela experiência feliz do que um humano. Na foto abaixo vemos o CPA Max “ a tremer que nem varas verdes” sobre o muro, que distava 170 cm do solo de um dos lados.
Vale a pena reparar com atenção na progressão do Labrador Soneca sobre o muro, porque perante a novidade de um exercício tende a usar o olfacto na abordagem no lugar da visão, característica que acompanha a maioria dos cães de caça e que obriga a diferentes ajudas à trela ou à sua dispensa, graças ao contributo das guloseimas dispostas ao longo da progressão.
Curiosamente, também a Doberman Russa baixou o nariz, não tanto como forma de abordagem ou reconhecimento, mas porque temeu a altura do muro e queria sair dele pelo lado mais baixo, conclusão que se tira facilmente pela ajuda de mão da Svetlana.
Certos do retorno a este exercício e apostados na alegria canina que não dispensa a cumplicidade com os donos, procedemos à construção de um exel com troncos de árvore secos, tendo como balizas dois postos de electricidade, convidando depois todos os binómios a ultrapassá-lo, donos e cães, porque somos uma escola de condutores, temos como meta a formação de líderes e sabemos que os cães serão tanto ou mais ousados quanto ousados forem os seus donos. Como diz povo: “ candeia que vai à frente alumia duas vezes”.
A foto que se segue mostra o salto binomial da Svetlana com a Doberman Russa, transposição que decorreu sem novidade e em segurança, projectando-se a cachorra confiante e de forma irreparável atrás da sua condutora, condutora onde é perceptível a preocupação com o impacto ao solo.
Com a determinação do Jorge não temos dúvidas que o Soneca irá muito longe, bem mais para diante do que costumam ir os labradores. Sobre a foto abaixo não vale a pena dizer mais nada, ela fala por si.
O CPA Max transpôs o exel com o dono sem nenhuma dificuldade, quiçá por não ter ido só e ainda não dispensar o constante apoio e incentivo do seu dono, condutor e amigo. Este cão está a melhorar de dia para dia, tanto no aspecto morfológico quanto no pedagógico.
O Afonso, devido à sua idade, peso, disponibilidade, elasticidade e velocidade cria imagens de rara beleza atlética. Não será por ele que a Lupa não virá ser uma grande atleta, porque exemplo e incentivo não faltam! Na foto que introduz este texto vale a pena reparar que o moço não se esqueceu da indicação do salto com a mão, apesar de “entrar a voar”.
O CPA Blaze acompanhou mais uma vez os nossos trabalhos, não acusou o calor, bebeu pouca água e constituiu binómio com o Adestrador, andando a maior parte do tempo à solta pelo campo porque nunca se afastava e não é propenso a asneiras. O Jorge ficou apaixonado por ele (não é o único e não será o último).
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Adestrador/Blaze; Afonso/Lupa; Aníbal/Max; Jorge/Soneca; Paulo/Bohr e Svetlana/Zeus. O CPA Bohr não aparece nos exercícios de ginástica em virtude do seu dono se encontrar coxo. As fotografias estiveram a cargo do Adestrador e do Paulo Jorge.
Para a semana voltaremos. Desejamos a todos um resto de fim-de-semana feliz.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

A PENSILVÂNIA NÃO MERECIA, NINGUÉM MERECE!

Foi no Estado Norte-americano da Pennsylvania, terra de imigrante alemão, ali entendido erroneamente como “dutch” (holandês), que a Declaração de Independência e a Constituição Americana foram redigidas pelos pais da nação. A Pensilvânia tornou-se no segundo estado americano após ter ratificado a Constituição Americana no dia 12 de Dezembro de 1787 e durante a Guerra Civil Americana tornou-se palco da batalha mais sangrenta do conflito - a Batalha de Gettysburg. Dos pontos de vista histórico, cultural, militar, urbano, tecnológico, industrial e mineral, a Pensilvânia é de uma riqueza pouco comum.
No que aos cães diz respeito, uma famosa cadela está associada à Pensilvânia, a American Staffordshire Terrier Sallie Ann Jarrett, mascote do 11º Regimento de Infantaria da Pensilvânia, força militar que acompanhou nas seguintes batalhas: Cedar Mountain, Segundo Bull Run, Antietam, Fredericksburg, Chancellorsville, Gettysburg, Deserto e Petersburg. Em 6 de fevereiro de 1865, durante o avanço do Exército da União na Corrida de Hatcher, na Virgínia, ela foi atingida mortalmente por uma bala. Apesar de estarem sob fogo pesado, vários soldados colocaram as suas armas de lado e foram enterrá-la. Depois da Guerra, quando os veteranos do 11º ergueram o seu monumento no Campo de Batalha de Gettysburg, em 1890, uma estátua de bronze em tamanho natural da cadela foi incluída num pedestal de granito na frente do monumento, estátua que se encontra abaixo da figura imponente de um combatente, para lembrar aos soldados que lutaram ao seu lado que ela os guardou nos campos de Gettysburg.
Infelizmente, a Pensilvânia não aparece hoje nas colunas dedicadas aos animais online por nada de belo, heróico ou digno de mérito, mas à conta de 3 cidadãos (na foto abaixo) que depressa descartaria pelo repúdio e bestialidade dos seus actos, identificados como Matthew Brubaker, de 31 anos de idade; Terry Wallace, de 41 e Marc Measnikoff de 34, indivíduos que nos últimos cinco anos abusaram sexualmente de 9 cavalos, 1 vaca, 1 cabra e vários cães na sua propriedade, obrigando um jovem de 16 anos a segurar os animais para alcançarem os seus intentos, jovem que viria a denunciá-los, o que os levou à prisão em Agosto de 2018. Durante o julgamento, os acusados declaram-se culpados de 730 contravenções de sexo com animais, recebendo cada um deles penas dos 20 aos 41 anos de prisão em cada Estado (não seria melhor capá-los? A coisa tem resultado com os porcos!).
A Pensilvânia não merecia semelhante gente, nem ela nem ninguém! Desafortunadamente não é só lá que existem depravados sexuais, bestas que causam vítimas e que nos envergonham a todos enquanto espécie dita racional e inteligente.

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

O Ranking semanal dos textos mais lidos obedeceu à seguinte preferência:
1º _ SALVE MARIA!, editado em 19/04/2019
2º _ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado em 24/02/2015
3º _ NÃO FAÇAS COMO OS COWBOYS E BANDOLEROS…, editado em 21/04/2019
4º _ CHERNOBYL É A SUA CASA E AINDA ESTÃO POR LÁ!, editado a 06/02/2018
5º _ ZAZÁ: A VONTADE DOS 70, editado em 22/04/2019  
6º _ O CÃO AZUL: O SANTO GRAAL DO CPA, editado em 30/05/2016
7º _ FELIZMENTE QUE HÁ UM MAX EM CADA ESQUINA, editado em 24/04/2019
8º _ O ESTRANHO ANÚNCIO DOS PASTORES ALEMÃES CASTANHOS, editado em 26/04/2013  
9º _ HÍBRIDO DE CHOW-CHOW/PASTOR ALEMÃO: MÁQUINA OU DESASTRE?, editado em 11/05/2016
10º _ PRAXES UNIVERSITÁRIAS: A RECRUTA DA PORNOCHACHADA?, editado em 07/02/2014

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

O TOP 10 semanal de leitores por país ficou assim ordenado:
1º Portugal, 2º Brasil, 3º Estados Unidos, 4º Reino Unido, 5º Alemanha, 6º Rússia, 7º Irlanda, 8º Bélgica, 9º Região Desconhecida e 10º Cabo Verde.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

GOVERNO D’ITALIA: MEZZO GIRO INDIETRO!

Para o executivo de Giuseppe Conte enterrar animais de estimação com os donos é inconstitucional, pelo que decidiu desafiar a Reforma Lombard perante o Tribunal Constitucional, reforma aprovada há apenas dois meses, relativa aos serviços de autópsia, funerário e cemitérios, que introduz novas e numerosas regras relativas à polícia funerária e às actividades funerárias, incluindo a possibilidade dos animais de estimação poderem ser sepultados com os donos ou num túmulo da família.
 
Governo d’Italia: meia volta volver! Dar-lhe-á o Tribunal Constitucional razão? Se a Reforma Lombard permanecer como letra de lei, breve estender-se-á a toda a margem norte do Mediterrâneo, pelo que o assunto diz-nos respeito a todos.

TROPHÉES DES CHIENS HÉROS 2019

No passado dia 19, em Paris, com o patrocínio da SOCIÉTÉ CENTRALE CANINE, realizou-se mais um TROFÉS DES CHIENS HÉROS que visa premiar os cães que mais se destacaram ao serviço do homem e da comunidade humana, comparecendo para o efeito destacados binómios militares, policiais, pertencentes aos bombeiros e civis. A maioria dos cães premiados foram, como não podia deixar de ser, Pastores Belgas Malinois.
O Presidente da Sociedade Central Canina, MICHEL MOTTET, como lhe competia, ao ser o promotor deste reconhecimento, explicou o valor do compromisso dos cães com as pessoas e a sociedade, quando procuram armas e explosivos, drogas, pessoas desaparecidas ou detectam várias doenças e tumores. A França fez mais uma vez justiça aos seus cães!

UM COELHO DA PÁSCOA DIFERENTE

Desde que me lembro, nunca acreditei no Pai Natal e bem cedo, entre os 5 e os 6 anos de idade, deixei também de crer que era o Menino Jesus quem punha prendas no sapatinho. Quanto ao coelhinho ou lebre da Páscoa que punha ovos, essa até me dava vontade de rir, porque de ovos gostava eu e sabia muito bem quem os punha. Duvido que estas fábulas pagãs façam falta ao carácter sagrado da Páscoa, julgo até que elas acabam por subverter aquilo que se comemora e conspurcam uma das festas maiores do cristianismo, exactamente como sucede no Natal – a maior festa do consumismo. Com a emigração alemã do Séc. XVII em diante para as Américas, nenhuma espécie fictícia pôs e continua a pôr tanto ovo como o “Osterhase” (“Osterhoos” no dialecto Riograndenser Hunsrückisch), mesmo dentro das históricas e austeras igrejas luteranas, tradição que se mantém até aos dias de hoje, independentemente das comunidades serem ou não de origem alemã.
Na passada Segunda-feira de Páscoa, na Alemanha, um estranho “Osterhase” circulava solto ao longo da auto-estrada A1 (Autobahn 1) em direcção a Bremen pelas 12H30. Ao tomar conhecimento disto, a Polícia Rodoviária de Hagen encerrou o tráfego naquela estrada de três pistas, merecendo a compreensão e anuência dos condutores que nela circulavam. Obviamente que não se tratava de nenhum Coelho da Páscoa, mas sim de uma pequena cadelinha em vias de ser atropelada. Fazendo uso da persuasão indicada, a cadelinha foi facilmente apanhada pelos agentes e livre de sérias complicações, vindo inicialmente a ser alojada no Posto Policial daquela rodovia. Todos os intervenientes no incidente saíram sãos e salvos e a polícia foi louvada pela atitude tomada, porque mostrou séria preocupação com o bem-estar daquele pequeno animal, o mesmo que se encontra na foto introdutória desta notícia ao colo de uma agente policial radiante. Nada mais há que valha a pena acrescentar, está tudo dito.

quarta-feira, 24 de abril de 2019

NÓS POR CÁ: 25 DE ABRIL

A exemplo do que está a acontecer um pouco por toda a parte, a par com os movimentos populistas e como reacção aos políticos corruptos do Velho Continente, também por aqui surgem novas ideias, outros partidos e sindicatos sem tutela, como é o caso do Sindicato dos Motoristas de Materiais Perigosos, cuja greve quase parou a totalidade do País e pregou um susto de morte ao Governo. Amanhã celebramos a liberdade de expressão, quisera eu que se assinalasse o fim da corrupção!

MERCÚRIO? POR ENQUANTO NÃO!

Num daqueles estudos que ninguém encomendou, inócuos, parcos de análise e de conclusões óbvias, mas que servem para se dizer que está vivo nas revistas da especialidade, o que é óptimo para se arranjar bolsas para a investigação, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Davis, investigaram recentemente os níveis de metilmercúrio numa pequena amostra de alimentos comerciais para cães e encontraram boas notícias para os seus donos: das 24 dietas testadas, apenas três acusaram baixas concentrações de mercúrio total e apenas uma delas continha metilmercúrio detectável. O estudo foi publicado na Topics in Companion Animal Medicine.
Por enquanto podemos descansar, as rações caninas mais conhecidas e produto de multinacionais não se encontram ainda contaminadas com metilmercúrio (já o mesmo não podemos dizer de alguns peixinhos que comemos e damos a comer aos nossos filhos), um catião organometálico e um poluente bioacumulativo cuja fórmula é [CH₃Hg]. Será uma questão de tempo? Com a poluição que aí vai, tudo leva a crer que sim, até porque as rações à base de peixe ainda são pouco significativas e tendem a aumentar.

MONTPELLIER PELA 3ª VEZ EM 4 ANOS

Pela 3ª vez em 4 anos, Montpellier foi considerada a cidade mais “Dog Friendly” de França, título que lhe foi atribuído pela revista “30 Millions d’Amis”. Os restantes lugares do pódio são ocupados pelas cidades de Toulouse e Toulon, sendo seguidas por Saint-Denis e Argenteuil. A atribuição deste destaque considerou os seguintes critérios: acessibilidade (espaços verdes, áreas de compras e transporte); limpeza (trens de limpeza, sacos e caixotes para dejectos, também locais onde os cães podem fazer as suas necessidades livremente); consciencialização e compromisso (treino canino, prevenção contra o ataque infantil, convívio de cães, campanhas de esterilização, cemitério de animais) e finalmente a mediação (a eleição de um delegado para os animais da cidade, a quem caberá ajudar na solução dos conflitos de bairro relacionados com cães, a consciencialização dos sem-abrigo e a prevenção de factores). A somar a isto, a cidade de Montpellier ainda paga a um adestrador para valer aos seus cidadãos que são proprietários caninos. Com justiça se pode dizer que a cidade merece o destaque - a de ser a melhor para quem tem cão.
A esmagadora maioria das nossas cidades ainda não oferece condições idênticas aos donos caninos, o que não impede que breve as tenham, porque a pressão sobre as autarquias é enorme, a necessidade existe, reclama-se por higiene, suplica-se por regulação, sobram conflitos e os portugueses têm hoje mais cães do que filhos. E depois, sempre será mais fácil atingir o estatuto de cidade amiga de cães do que das gentes. Sempre gostava de saber qual a origem da inimizade entre os homens, pois deve obedecer a uma razão muito forte, porque andamos por cá há milhares de anos e ainda não a conseguimos ultrapassar. Uma coisa é certa: os cães não são os culpados e têm direito ao seu bem-estar.

FELIZMENTE QUE HÁ UM MAX EM CADA ESQUINA

Felizmente que há um Max em cada esquina, porque doutro modo haveria ainda mais desgraça por toda a parte e alguns morreriam sem socorro. Assim sendo, não compreendo porque é que nem todos os países dão a necessária relevância as actos caninos, divulgando os seus feitos e atribuindo-lhes um prémio, algo como a “DICKIN MEDAL” no Reino Unido, que já existe desde 1943. Através do “20 minutes.fr” ficámos a saber que existe um MAX em França, mais propriamente em Mélisey, na Haute-Saône, um cruzado de Border Collie com Bouvier Bernese de 3 anos de idade.
Num daqueles descuidos que ninguém sabe explicar mas que infelizmente acontecem, na passada Quinta-feira, quando se encontravam a passear nas margens do Rio Ognon, na localidade atrás citada, os pais de um bebé de 3 anos deixaram-no cair na água. Ao ver o menino em aflição, Max, o cão daquela família, jogou-se de imediato ao rio, conseguiu que a criança se agarrasse à sua coleira e resgatou-a. Cão e criança saíram ilesos do incidente e foram felicitados pela Gendarmerie pelo seu comportamento. Alguém me saberá explicar como se paga a um cão por um serviço destes?
PS: O cão da foto que introduz este relato não é o seu protagonista, mas um híbrido de igual formação.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

ZAZÁ: A VONTADE DOS 70

A Zazá, nome porque é tratada pelos seus familiares, amigos e clientes (vende flores num mercado), adora cães e não tem poucos, sendo normalmente obsequiada com alguns vindos dos abrigos e outros de quem não os consegue sustentar. Terá no total uma dezena de cães dentro da sua pequena quinta, entre eles dois dóceis e robustos mestiços de Pitbull, um casal e irmãos de ninhada, que de um momento para o outro já mataram um cão à dona e deixaram outro às portas da morte. Alarmada com o sucedido e impotente para resolver o problema, a Zazá decidiu contactar-nos. Hoje fomos visitá-la e inteirar-nos dos problemas que a atormentam, apostados em arranjar-lhes solução. Os cães em questão dormem em casa com a dona (a cadela é a mais arredia e resistente), não respondem a nenhuma liderança, não foram objecto de qualquer tipo de ensino, não estão acostumados a andar à trela, afastam violentamente os restantes cães do seu território e são extraordinariamente afáveis com as pessoas, quer elas sejam conhecidas ou desconhecidas.
Empenhados em devolver a liderança daqueles cães à dona, atrelámos os dois em momentos diferentes, primeiro a cadela e depois o cão, muito embora os acessórios disponíveis não fossem os mais indicados. Começámos pela cadela porque suspeitámos que iria ser um pouco mais difícil que o cão. Depois de experimentada e conduzida pelo Adestrador, não fosse o diabo tecê-las, a Lua foi depois para as mãos da dona e com ela executou irrepreensivelmente os primeiros comandos direccionais, debaixo da supervisão do Adestrador e dentro da quinta que bem conhece.
Depois chegou a vez do cão, que é substancialmente maior que a sua irmã. Também ele executou tudo o que lhe foi pedido e fê-lo alegremente. Na foto seguinte podemos ver a evolução deste binómio recém-formado entre roseiras e laranjeiras, também a descontracção e alegria da Zazá.
Contente e motivada com os resultados alcançados, a Zazá decidiu treinar os seus cães, contando com o auxílio do Adestrador nessa necessidade e aventura. Não é fácil tomar uma decisão destas aos 70 com cães pesados e em bruto, quando se tem menor disponibilidade, força e equilíbrio. No entanto, quando tal acontece, há que respeitar e felicitar quem a toma, pelo que esta septuagenária está de parabéns. Se permanecer nesta vontade e confiar no nosso auxílio, estamos certos que será bem-sucedida. 

domingo, 21 de abril de 2019

NÃO FAÇAS COMO OS COWBOYS E BANDOLEROS…

Apostado em aproveitar o potencial da Maria, o Adestrador “desencantou-lhe” um Pastor Alemão negro (Blaze) para trabalhar na aula de ontém. Como primeira advertência disse-lhe que ao segurar na trela não fizesse como os cowboys e bandoleros, que tradicionalmente conduzem os seus cavalos com as rédeas quase à altura das suas bochechas, que um cão é regularmente conduzido com a trela curta e a mão que a segura deve cair naturalmente sobre a coxa do condutor, que de maneira nenhuma deverá evoluir de “asa aberta” (com os braços afastados do tronco) como fazem os galos ou a fazer manguitos constantemente (com os braços dobrados). É esta explicação que o Adestrador está a dar à menina na foto acima, lição que ela aproveitou quando convidada a conduzir a Bull Terrier Maggie, como confirma a foto seguinte.
A ênfase do treino recaiu sobre o comando de “quieto” num jardim público medianamente frequentado. Na foto que se segue vemos um desses momentos e o José Maria parece estar a dizer para a CPA Mel que se ela se mexer vai levar um tiro. O que pretenderia este condutor com o indicador apontado?
Com o comando totalmente instalado e sem que contasse, a Maggie acabou com um boné na cabeça, obra de um malandro que muito a estima e que sabe a quanto se presta. A pose da cadela e a admiração do João desnudam o carácter descontraído que acompanhou os trabalhos.
Num dos momentos do quieto à distância, o à vontade demonstrado pelos cães surpreendidos (Lupa, Russa e Maggie) lembrou de imediato “os três da vida airada”, uma vez que cada um deles permaneceu na figura como lhe deu na gana, não tanto por culpa sua mas de quem os liderou.
Com a pequena Maria a Fila-guia, a coluna escolar “andou sobre rodas”, acabando o treino por ser duro para os condutores, que invariavelmente se viram obrigados a maior empenho físico conforme podemos ver estampado no binómio Afonso/Lupa.
Depois das ausências que já não estranhamos, a Carla participou nos trabalhos escolares deste Sábado trazendo consigo a Maggie, que apesar de se encontrar no pico do cio, não causou problemas adicionais aos machos presentes em classe. Esta vinda da Bull Terrier, atendendo à condição que momentaneamente atravessa, é uma ocasião óptima para melhorar a liderança da dona e aumentar a sua submissão.
Em poucos dias o CPA Max está a alterar o seu comportamento, mostrando avanços consideráveis no seu processo de ensino. Para além disso, quando convidado a saltar, fá-lo naturalmente e com rara beleza. E, para quem duvida, basta apreciar a foto seguinte.
A alegre CPA Mel, propriedade do José Maria, foi surpreendida pela nossa camera num dos momentos em que lhe foi solicitado o “quieto”, onde infelizmente não esteve tão bem quanto o esperado, menos vaia cuja culpa não lhe pode ser imputada.
Atendendo à frescura matinal e à obediência incondicional que esperamos dos nossos cães, a transição da obediência linear para a dinâmica obrigou a desempenhos em “passo de corrida” e solicitou o galope aos cães.
Blaze, o “bom gigante”, um fenómeno de concentração e disponibilidade, acompanhou com denodo a Maria em todos os desafios propostos, ajudando-a a crescer em saber e experiência no mundo da cinotecnia.
A Svetlana continua em boa forma física, sendo melhor a acelerar do que a travar. Na foto seguinte vemo-la a conduzir a Doberman Russa, que sem dificuldade transpôs o banco colocado à sua frente.
Porque importava melhorar a capacidade instantânea de salto dos cães, no período dedicado à ginástica cinotécnica, houve lugar a transposições consecutivas (nem sempre sem atropelos), onde a classe de alguns binómios contrastou com o atabalhoamento de outros.
A foto que se segue tornar-se-á histórica e recordará para sempre a comunhão de actividades entre pai e filha, ainda que a mais nova, inebriada pelos cães, tenha provocado precocemente o “estoiro” do pai.
Num momento técnico incorrigível podemos ver a sincronia entre o gesto e a acção, com a Maria a mandar deitar o Blaze. O facto da menina indicar com o gesto o 3º tempo e marcar com a trela o 1º ficou a dever-se à “esperteza” do cão, que sentindo a insegurança da menina, resistia a deitar-se, dando para isso um passo em frente.
Também o CPA Bohr foi parar às mãos da Maria, que com ele treinou e exercitou o tri-comando básico, mostrando-se o cão algo incomodado com a novidade da experiência por se ver privado do seu dono (como sempre).
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Afonso/Lupa; Aníbal/Max; Carla/Maggie; José Maria/Mel; Maria/Blaze; Paula (F)/Bruno; Paulo/Bohr e Svetlana/Zeus. O Soneca e os donos não compareceram, porque a Liliana e o Jorge tiveram que trabalhar este Sábado; a Família Carvalho ficou em casa a celebrar a Páscoa com os seus, incluindo com o Bjorn e a reportagem fotográfica esteve a cargo do Adestrador e do Paulo Jorge.
Para a semana retomaremos os trabalhos no ecossistema a combinar. Bom fim-de-semana para todos.
PS: Atenção à validade das coleiras anti-parasitas.