domingo, 31 de maio de 2020

YULIN: SOLSTÍCIO DE VERÃO COM CARNE DE CÃO OU NÃO?

Com o aproximar do Solstício de Verão e depois do parecer negativo do governo chinês, o mundo aguarda com expectativa o que irá suceder em Yulin, se haverá ali o tradicional festival gastronómico de carne de cão ou não? Como as tradições não são fáceis de quebrar, quer elas sejam boas ou más, ninguém sabe o que esperar. Eu gostava que todos os cães fossem poupados, mas eu gosto de cães e não sou chinês!

ANDAM LOBOS NO TIROL?

Alguns tiroleses têm-se mostrado preocupados com a presença de lobos na sua região, porque não faltam nas redes sociais inúmeras fotos e vídeos destinados a provar a sua presença. Os funcionários austríacos responsáveis pela Secção Veterinária e Agrícola do país recebem muitas chamadas e emails de cidadãos preocupados com o assunto, assim como de caçadores que relatam avistamentos suspeitos. Para tranquilizar a população, Klaus Wallnöfer, Chefe do Departamento de Direito Agrícola, disse a respeito “Levamos as necessidades de segurança da população e as preocupações dos donos de animais muito a sério e acompanhamos todas as informações o mais rápido possível."
Seguir as pistas adiantadas pela população pode degenerar num trabalho de detective, o que acontece por vezes, porque nem sempre é claro qual a proveniência das imagens e dos vídeos, se foram ou não tirados no Tirol, ainda mais porque muitas fontes são anónimas. Muitas vezes a questão passa por saber-se se o animal observado é um lobo, um híbrido ou um cão. Os especialistas analisam o físico, a cor da pele e a inclinação da cauda, mas as últimas dúvidas só podem ser esclarecidas com uma análise de ADN. Wallnöfer esclarece: “Existem raças de cães especificamente adaptadas à aparência de um lobo".
Por sua vez, mensagens de Itália a relatar o acasalamento entre lobos e cães, causam ainda maior incerteza. “Até hoje não se encontraram todos os responsáveis pela morte de ovelhas e caça” – afirma Wallnöfer, que é também responsável por coordenar e processar os danos. Ainda que funcionários especialmente treinados para detectar o ADN do lobo acorram aos locais de possível avistamento, raramente os animais são encontrados de imediato, porque a chuva e o sol dificultam a localização da sua saliva. “Muitas vezes é um milagre poder atribuir-se com clareza a quem pertence o material colhido”.
As análises são realizadas uniformemente em toda a Áustria no mesmo laboratório e se houver um diagnóstico claro, o chamado “animal saqueador" já poderá estar sobre as montanhas e para além das fronteiras austríacas, porque os animais jovens percorrem distâncias até aos 50 quilómetros diários. Para colherem melhores informações e procurarem solucionar o problema, os especialistas tiroleses mantêm-se em contacto com os seus colegas da Suíça, Baviera, Salzburgo, Tirol do Sul e Trentino. É bem possível que os lobos andem pelo Tirol, porque a espécie foi protegida e o seu número aumentou drasticamente por toda a Europa, como é possível tratar-se cães-lobo, miscigenação que já acontece com alguma frequência há décadas. Meticulosos como são os austríacos, breve saberemos que predadores cercam as montanhas ao redor de Innsbruck.  

VOLI: QUANDO IMPORTA ENCONTRAR ADOLESCENTES

Ontem em Birmensdorf, Município suíço no Cantão de Zürich, por volta das 14h30, uma adolescente de 14 anos saiu de casa sem dar explicações e esteve desaparecida durante várias horas. Perante o desaparecimento da jovem e depois de contactada, a Kantonspolizei (Polícia Cantonal), empreendeu a sua busca. Quarenta e cinco minutos depois, após ter cheirado uma das suas peças de roupa, o Cão de Pastor Alemão Voli von der Wolfsgrube, ao percorrer estradas de alcatrão, naturais, florestas e prados, veio a encontrá-la escondida à entrada de uma floresta em Stierliberg.
Apesar de gostar de saber quais as razões que levaram à fuga desta teenager, vou passar por cima dos seus dramas e focar-me no bom trabalho do cão policial, a todos os títulos louvável pela rapidez do seu sucesso. Apesar de ninguém me pagar a publicidade, mas farto de ver CPA’s ditos de trabalho e imprestáveis, que não terão lugar em qualquer polícia do mundo civilizado, faço questão de dizer que o Voli não é um caso isolado e que o canil Von der Wolfsgrube produz excelentes Pastores Alemães de trabalho, sendo por isso e para isso um afixo a ter em conta para quem desejar produzir e perpetuar notáveis exemplares laborais.

UM CHAPÉU OUSADO NO REGRESSO DO DOC

O Fila DOC, irmão do VLADimir, depois de uma semana ausente, voltou aos nossos trabalhos pela mão do seu dono e proprietário, o muito estimado José António. O Doc continua lindo e o dono a queixar-se da sua irreverência. Os cães que vivem na cidade, como é caso, têm menos hipóteses de se ginasticar do que aqueles que vivem no campo ou no interior. Conhecedores disto, aconselhámos o Zé António a vir mais um dia por semana com o Doc às aulas. Quanto ao chapéu ousado, próprio para a época estival, coube à Svetlana trazê-lo e arrasar pela elegância, conforme se pode ver na foto seguinte, ao conduzir um dos seus muitos Dobermans bebés.
Quem também voltou depois de uma breve ausência foi a Jessy, que vemos na foto abaixo a fazer as barreiras de 10cm com o cachorro cinzento CPA Jason. O entendimento entre ambos está a melhorar e é mais cúmplice do que o havido entre o José Maria e o cachorro.
E em dia de regressos há que assinalar também a presença do Henrique, filho do José Maria, que se apresentou nas aulas a conduzir um cachorro castanho Doberman, criação do João Mendonça e que devido ao seu tratamento causou muito boa impressão.
O José Maria, naquele seu jeito de “meia bola e força”, improviso que lhe impede a absorção dos benefícios da técnica e que atrasa o condicionamento da CPA Mel, dispôs-se a fazer com ela a vertical cruzada, obstáculo com uma área de transposição elevada sensivelmente a 1 m do solo que não exige tanto esforço de ambos, conforme se vê estampado nesta acção conjunta.
Quanto ao Afonso, uma carta fora do baralho e da maralha, continua a derramar classe em tudo o que faz com a Fila Nasha, servindo ao fim-de-semana de exemplo e incentivo para os restantes binómios. E para quem tiver dúvidas acerca do que acabámos de dizer, basta comparar a execução acima com a seguinte – o obstáculo é o mesmo, os binómios é que são diferentes.
Participaram nos trabalhos seguintes binómios: Afonso/Nasha; Henrique/Unknown; José Maria/Mel; Jessy/Jason; Paulo/Bohr; Patrícia/Keila; Pedro/Nala e Svetlana/Vlad. O Jorge não compareceu e não avisou que não vinha, o que é fruto de uma e educação esmerada. O Paulo Jorge foi o fotógrafo de serviço e mais uma vez suprimiu da sua reportagem fotográfica, pela segunda vez consecutiva, os binómios: Patrícia/Keila e Pedro/Nala (julgar-se-á o rapaz censor ou andará “a dormir na forma”?). Os trabalhos correram de acordo com o esperado e serão retomados amanhã, Segunda-feira.

sábado, 30 de maio de 2020

POTENCIAÇÃO, GUARDA DE OBJECTOS E CAMARADAGEM

Ontem não pudemos contar com a presença do Jorge e da Patrícia no treino, o primeiro por motivos que só ele sabe e a segunda devido a fazeres profissionais. A alteração forçada do Plano de Aula levou-nos à potenciação da CPA Nala nos saltos verticais, que já consegue ultrapassar 3 barreiras consecutivas elevadas a 60cm de altura.
Depois disto, evoluímos para a guarda de objectos, porque a cachorra demonstra uma particular aptidão para as acções defensivas. O “larápio” de serviço foi o Afonso, papel que já está acostumado a fazer e que desempenha na perfeição. A Nala, conforme se esperava, agradou-se do trabalho e assimilou o comando.
No final da sessão de treino, para fortalecer os laços afectivos dos condutores escolares, procedemos à formação de algumas figuras de equilíbrio como a que se pode ver a seguir, com o Afonso a ser levado em ombros à boa moda catalã.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Afonso/Nasha; Paulo/Bohr e Pedro/Nala. As fotos estiveram a cargo do Paulo Jorge. Hoje retomaremos os trabalhos desenvolvidos ontem e deles daremos logo que possível notícia.

ACONTECEU UM MILAGRE EM HORB AM NECKAR

Lamentavelmente a maior parte dos cães que são atropelados tem dono, fenómeno que se compreende pelo descuido e mau exemplo dado pelos seus proprietários, agindo os animais por imitação. Dono que aleatoriamente atravessa as ruas desconsiderando as passagens para peões, sem dar por isso, está a condicionar o seu cão a fazer o mesmo e a comprometer a sobrevivência do animal. Todo o cão verdadeiramente condicionado a procurar as passagens para peões e a observar antes de atravessar fá-lo-á sempre, mesmo que seja conduzido por outra pessoa que não o dono. Os cães passam a sua curta existência a observar-nos, a copiar alguns dos nossos comportamentos sociais, o que nos obriga a dar-lhes bons exemplos, coisa que uma jovem de 17 anos não fez anteontem em Horb am Neckar, cidade alemã, no Distrito de Freudenstadt, na região administrativa de Karlsruhe, estado de Baden-Württemberg, quando pelas 22h08 decidiu atravessar a linha do comboio com o seu cão num lugar impróprio e não autorizado.
Surpreendida por um comboio intercidades e vendo que não conseguia chegar ao cais da estação a tempo, aninhou-se com a sua cadela entre o cais e a linha, escapando ilesas miraculosamente. Tanto a jovem como o maquinista da composição ficaram chocados com o acidente. Perante o ocorrido, que poderia ter um final trágico, a polícia federal, que foi chamada ao local, alertou para os perigos de andar pelas linhas dos comboios, dizendo: “Apenas cruze as linhas nos locais oficialmente destinados para isso”. Se esta jovem não mudar de procedimento na travessia das linhas ferroviárias e a sua cadela um dia se soltar indevidamente, o animal irá fazer o mesmo e isso poderá ser-lhe fatal. Quer queiramos ou não, os donos será sempre agentes pedagógicos dos seus cães.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

ELE DÁ A CARA, OS OUTROS FACTURAM E ELE RECEBE A SUA “COMISSÃOZITA”

Estar associado à realeza britânica é sinónimo de honrarias e dinheiro, porque os seus membros tudo recebem a troco de pequenos favores, graças ao que representam para os britânicos e até para o mundo. E quando algum deles abraça uma campanha publicitária, o sucesso é mais do que garantido, ainda que aparentemente o façam por filantropia ou gesto humanitário, jamais com fins lucrativos ou para proveito próprio. À sombra da coroa britânica qualquer um faz fortuna nem que seja vender pentes prós carecas! Chegou a vez de James Middleton entrar em cena, irmão mais novo de Kate Middleton, Duquesa de Cambridge, que se diz um apaixonado por cães e um devedor dos seus bons ofícios enquanto terapeutas (fala-se que o rapaz sofria de depressão).
Querendo valer aos cães pelo bem que lhe fizeram e fazem, decidiu juntamente com nutricionistas e veterinários criar um alimento cru liofilizado para cães, cuja marca é “Ella & Co” e que ele descreve como uma “revolução na comida dos cães” (julgo que as revoluções não serão muito bem quistas entre a realeza). O conceito da comida parece-nos formidável, oxalá seja boa e tenha um preço acessível, porque o facto do James se ter metido no negócio não a torna melhor do que outras já existentes, ainda que inicialmente possa vir a ser a mais vendida. Alguém disse e todos vemos, que a monarquia no seu todo já não é o que era, que anda demasiado abastardada e repleta de escândalos. Será que alguém relacionado com a coroa britânica ainda irá vender chuchas para a porta de uma grande maternidade? O James não criou comida nenhuma, não tem competência para isso, somente apadrinhou uma ideia tentadora que lhe garante dinheiro fácil!

UM DIA QUE VALEU A PENA!

Ontem trabalhámos afincadamente várias disciplinas cinotécnicas e alcançámos os resultados esperados. Exercícios de Técnica de Condução, agility, recusa de engodos, endurance e guarda preencheram o nosso tempo útil, esforçando-nos em todos para que nenhuma meta ficasse por cumprir. Na foto acima e para a história, vemos o Afonso a conduzir a Nasha sobre cinco verticais consecutivas (2 m de comprimento elevados a 60 cm de altura), o que é uma boa marca inicial. Na foto seguinte vemos o Jorge num percurso de Técnica de Condução com o Labrador Soneca. 
Na foto abaixo e em plano de pormenor, vemos uma das armadilhas que usámos na recusa de engodos, primeiro dos trabalhos para alcançar a incorruptibilidade canina e decorrente das prévias medidas de prevenção para esse fim.
Estas armadilhas clássicas, muitas vezes designadas por “ratoeiras americanas”, foram distribuídas pelo perímetro escolar e camufladas entre a vegetação rasteira. Algumas, dependendo da sua pintura camuflada, chegaram a ser colocadas em zonas abertas e caminhos livres de qualquer vegetação. As ratoeiras estavam abonadas de chouriço e os cães depressa aprenderam a evitá-las. Na foto abaixo vemos a Keila a farejar uma.
Conforme esperávamos, a Keila teve ontem “um dia sim”, ultrapassando as suas duas primeiras verticais conjuntas. O desempenho da pequena cadela ficou a dever-se também ao empenho da sua condutora, que finalmente decidiu correr, “chegar-se à frente”, conforme atesta a foto seguinte.
Não tão rápido como um caracol, mas com a rapidez possível, o Pedro lá vai aprendendo a fazer a marcação dos saltos à Nala, CPA que o adora e que merece dele todo o carinho e admiração, porque a Pastora segue-o para todo o lado como uma sombra e não deixa que ninguém se aproxime repentinamente do seu dono. Ontem os trabalhos correram bem aos dois.
Decididamente, há que tirar o chapéu ao Labrador Soneca, porque apesar das suas limitações genéticas e entraves morfológicos, nunca quer ficar para trás de ninguém e todos os dias se excede. Como está a chegar ao seu limite atlético, daqui para a frente irá ser encaminhado para uma disciplina cinotécnica específica e da sua eleição.
Na perseguição, a Nala obrigou o Afonso a correr que nem um desalmado, a uns quantos saltos de recurso e a meia-dúzia de quedas na máscara (decúbito ventral). Esta cachorra CPA, no que ao seu carácter diz respeito e atendendo à sua idade, está num excelente nível, carecendo no entanto de um desempenho atlético capaz de fazer prevalecer a sua vontade.
O Soneca, o nome é enganador e o cão não é dado a “siestas”, nunca está parado: ou vai a caminho ou está de regresso! Nas perseguições arranca que nem um toiro bravo e nunca desiste, só parando depois de obrigar a presa à imobilização.
Não, a Nasha não está a caçar o dono, mas sim a acompanhá-lo num percurso de ginástica que endereçámos ao Afonso. Acostumada a pular vezes sem conta para muscular, ao ver o seu dono naquele trabalho e obrigada pela cumplicidade, decidiu fazer o mesmo percurso – é bom ter uma cadela assim!
É natural que um Malinois, um Pastor Alemão ou um Fila adoram a ginástica, o que não é natural e é de louvar é ver um Labrador decidido, saltador e infatigável. Era inevitável e todos sabíamos disso: o Soneca também iria acompanhar o Jorge no seu percurso. Ao olhar para o desempenho atlético do homem, uma dúvida paira na minha cabeça: será que estaremos perante mais um caso de transferência física e anímica do dono para o cão? Eu ia jurar que sim!
No final dos trabalhos convidámos o CPA Bohr a saltar por cima de um Moto4 e do seu condutor. O Bohr está agora gordo e enferrujado, mas não tanto como o seu condutor, precisando de exercitar-se para além das “mijinhas” contra as árvores.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Afonso/Nasha; Jorge/Soneca; Patrícia/Keila, Paulo/Bohr e Pedro/Nala. As fotografias estiveram a cargo do Zé e do Paulo Jorge. O trabalho correu para além do esperado e hoje iremos dar-lhe continuidade, pelo que mais tarde daremos notícia do que andámos a fazer.

PIADA PARA O FIM-DE-SEMANA: A LOIRA, O PASTOR E O CÃO

Uma loira farta de ser gozada e considerada estúpida por causa da cor do seu cabelo decide pintá-lo de preto. Como já ninguém sabia qual a côr original do seu cabelo, decidiu verificar se alguém era capaz de a descobrir. Foi direito ao Alentejo e deparou-se com um pastor a guardar ovelhas. Aproximou-se do homem e perguntou-lhe se ele lhe dava uma ovelha caso fosse capaz de adivinhar quantas ovelhas tinha. Certo de que ela não seria capaz de adivinhar, o pastor concordou. Cento e trinta e quatro – disse ela e não é que adivinhou! Perante tal acerto, o alentejano disse-lhe para escolher a ovelha. Pode ser essa que está ao seu lado – respondeu a loira. Quando já ia de abalada toda contente com o seu prémio, o alentejano pergunta-lhe: "Se eu adivinhar a côr natural do seu cabelo, vossemecê devolve-me o cão?”

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

O Ranking semanal dos textos mais lidos obedeceu à seguinte preferência:
1º _ JULGAVA-O UM ANJINHO E TROUXE-LHE A MORTE!, editado em 14/05/2020
2º _ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado em 24/02/2015
3º _ HÍBRIDO DE CHOW-CHOW/PASTOR ALEMÃO: MÁQUINA OU DESASTRE?, editado em 11/05/2016
4º _ O QUE NOS RESERVA O PITSKY, editado em 03/04/2017
5º _ PASTOR ALEMÃO X MALINOIS: VANTAGENS E DESVANTAGENS, editado em 15/06/2011
6º _ O GUARDA DAS GALINHAS, editado em 05/04/2014
7º _ O ENIGMA DO VASO SEM TERRA, editado em 23/05/2020
8º _ DOBERMAN: O CÃO QUE É MENOS DO QUE SE SUPÕE E MAIS DO QUE SE IMAGINA, editado em 04/03/2016
9º _  AS GIESTAS DA AGONIA E DA ALEGRIA, editado em 24/05/2020
10º _ PARA ESCAPAR, DEFENDER, SALVAR E CONTRA-ATACAR, editado em 23/05/2020

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

O TOP 10 semanal de leitores por país ficou assim ordenado:
1º Portugal, 2º Brasil, 3º Reino Unido, 4º Estados Unidos, 5º Alemanha, 6º Irlanda, 7º Região Desconhecida, 8º Moçambique, 9º Angola e 10º França.

quinta-feira, 28 de maio de 2020

DONDE HITLER VEIO AO MUNDO HÁ UM CÃO A PRECISAR DE AJUDA

Do Município austríaco de Braunau am Inn, local de nascimento de Adolf Hitler, sessenta quilómetros a norte de Salzburgo, surge um pedido para valer a um cão chamado Akko, animal que por razões desconhecidas levou um tiro no focinho na Bósnia. Uma senhora austríaca descobriu o animal nas ruas daquele país e levou-o para a Áustria para lhe valer. Há um mês atrás, o cão, que se calcula ter 5 anos, foi levado à organização sem fins lucrativos de protecção animal “PFOTENHILFE Lochen" em consequência dos seus graves ferimento. “Numa primeira operação, partes da munição ainda se encontravam entranhadas na carne foram removidas e todos os cuidados básicos foram prestados para que o cão não morresse de septicemia”, relata Johanna Stadler, Directora Administrativa da organização atrás citada.
No facebook, para além de publicar fotos chocantes do cão baleado, de dizer que o animal tem o focinho meio furado, que gane constantemente de dor e que mal consegue comer, a “PFOTENHILFE Lochen" pergunta: quem pode fazer uma coisa destas? Diante deste cenário, o Akko precisa de uma segunda operação para lhe aliviar as dores. Como a "PFOTENHILFE" depende de doações, vinculou uma página de doação no Facebook. Mal o cão se recupere completamente, a organização de bem-estar animal espera encontrar-lhe um novo lar. Johanna Stadler disse ainda ac por 21erca do Akko: “Ele é um cão de sonho, está acostumado a estar em casa, é obediente e incrivelmente bem-comportado – bastante atípico para um cão que foi encontrado na rua.”
Sempre que o nome de Braunau paira no ar, mesmo sem o sufixo relativo ao rio que a banha, a maioria das pessoas lembra-se logo de Hitler, até porque ainda há quem participe em verdadeiras romarias à casa onde nasceu. E quando se associa ao ditador-eleito a Bósnia, os estudiosos do “Nationalsozialismus” (Nazismo), inevitavelmente lembram-se da  "13ª Divisão de Montanha da Waffen SS Handschar" (1ª Croata), uma das trinta e oito divisões do exercito alemão e parte das temíveis e terríveis Waffen-SS durante a Segunda Guerra Mundial. Esta Divisão foi a maior das Divisões SS, constituída por 21 065 homens, na sua esmagadora maioria muçulmanos recrutados na Bósnia. O Símbolo desta Divisão era o “Handschar” (em bósnio-croata “Handžar”), que decorava o seu estandarte e brasão de armas – um símbolo histórico da Bósnia e do Islão (foto abaixo).
É evidente que o pobre do Akko nada tem a ver com isto, precisa de ser ajudado e vai sê-lo, porque os homens, nem que seja no intervalo das guerras, precisam de amar e ser amados, de estender o seu carinho aos animais tantas vezes seus confidentes e talvez os únicos que sempre se mantiveram ao seu lado.

EFICIÊNCIA POLICIAL

Os 8 Bulldogs (4 americanos e 4 franceses) roubados na segunda-feira de canis em Burton-upon-Trent, no Condado inglês de Staffordshire, já foram recuperados pela polícia e entregues aos seus legítimos proprietários. Segundo a BBC, a operação de resgate dos animais demorou apenas 45 minutos, graças à colaboração das polícias de Derbyshire e Staffordshire. Como consequência desta rápida intervenção policial, um homem sem endereço fixo foi detido por suspeita de roubo, assim como três outros de South Yorkshire, de 31, 32, e 40 anos, para além de uma mulher, todos suspeitos do mesmo crime (gente boa que cheira a crime organizado).
O veículo dos suspeitos, um Citroen prata, foi mandado parar na A38 antes de entrar na M1 em direcção ao norte. Curiosamente a M1 é a maior auto-estrada inglesa no sentido sul-norte, que liga Londres a Leeds, numa extensão total de 311,4 km. Esta auto-estrada é considerada a primeira auto-estrada a ser completada no Reino Unido. A sua construção iniciou-se a 02 de Novembro de 1959, foi aberta no mesmo ano à circulação e completada 40 anos mais tarde, em 1999. Se os ladrões de cães tivessem alcançado esta auto-estrada obrigariam a polícia ao uso de outros meios e estratégias. Para todos os efeitos, devido à sua excepcional procura, ter hoje um Bulldog Francês é morar paredes-meias com a cobiça e com gatunos. Por isso, quem adquire um Bulldog Francês, não se pode dar ao luxo de o perder de vista, já que o molosso-leitão vale muito bom dinheiro!

NÃO HÁ MEIO-TERMO: SOCIABILIZAÇÃO OU TERRORISMO!

Eu sei porquê, mas não entendo por que razão saem certos cães das “escolas” a morder a torto e a direito, inclusive a cegos, deficientes físicos, idosos incapacitados, a crianças a brincar e a minorias raciais, animais para quem uma simples bengala é uma séria ameaça, comportamentos diferentes são confundidos com provocação e odores específicos como indício de presa. Que eu saiba, os cães vão para a escola para “afinar agulhas”, para não causarem acidentes, para poupar inocentes e aprenderem a coabitar harmoniosamente em sociedade, acerto que é mais do que obrigatório para os cães de guarda, que para todos os efeitos são armas e podem ser letais. Diante desta necessidade de acerto, a sociabilização canina é indispensável e sê-lo-á ainda mais junto dos grupos de risco atrás mencionados, que por razões de apresentação ou comportamento, sempre acabam por surpreender os cães e suscitar deles uma reacção instintiva que importa contrariar.
Vamos a um caso acontecido ontem na cidade alemã de Glauchau, na Saxónia, por volta das 16h30, quando uma senhora de 84 anos, ao sair de um supermercado na Schönburgstrasse, foi subitamente atacada por um mestiço de Boxer com Stafford que a mordeu várias vezes. O cão encontrava-se preso num suporte para bicicletas, mas ao esticar a trela conseguiu alcançar a octogenária e saltar para ela. A idosa ficou gravemente ferida e teve que receber tratamento hospitalar. É possível que este cão nunca tenha sido adestrado convenientemente e muito menos sociabilizado como é exigível e, para agravar a sua situação, também não teve muita sorte com o dono, que o deveria ter deixado em casa ou açaimá-lo onde o deixou a pensar no bem-estar dos outros. Com donos assim, dificilmente os seus cães chegarão a velhos! Para mim, gentalha com procedimentos destes, outra coisa não é do que um bando de terroristas urbanos. Era só o que faltava - que os idosos poupados pelo Covid-19 viessem a morrer na boca dos cães!

BEM-VINDOS À TÉCNICA DE CONDUÇÃO

Antes de adiantar os conteúdos de ensino dos trabalhos realizados ontem e de comentar a prestação individual dos binómios em classe, queria adiantar duas notas: uma sobre a história da Técnica de Condução na Acendura e outra sobre o particular estético da execução da execução do Afonso. Sobre a história da Técnica de Condução da Acendura, sobre a qual haveria muito a dizer acerca da excelente qualidade de muitos dos seus executantes, relembro com saudade um grupo de enfermeiras do Hospital de Cascais que se tornaram exímias nesta disciplina, nomeadamente da mais baixa de todas, senhora de altura desusada (1.5m), que conseguiu ultrapassar os seus entraves físicos e valer a muitos como mestra. A todas mando daqui o meu muito obrigado, valeu a pena trabalhar convosco! Quanto ao Afonso, o miúdo provoca inveja por causa da idade e empresta a tudo o que faz uma radiosa expressão corporal, no que lembra uma nossa ex-aluna, a Mónica, uma sueca na altura esposa de um futebolista, portadora de uma graciosidade de movimentos pouco vista.
A Técnica de Condução visa a minimização do esforço humano e o máximo aproveitamento do esforço canino sobre obstáculos, sendo por isso uma “condução nuclear”, uma vez que é o cão que sempre circula por fora mediante a autonomia condicionada. Esta técnica envolve um conjunto de protocolos que os condutores são obrigados a assimilar para que consigam conduzir os seus cães com maior rapidez. Na foto seguinte, porque o percurso assim o exigia, vemos o Afonso a mandar saltar a Nasha e a passar-lhe pela retaguarda, para indicar-lhe atempadamente qual o obstáculo seguinte a transpor.
Na foto abaixo vemos um erro muito comum em quem se inicia nestas lides – o dar as costas aos cães, lançando-os na confusão e sem saber qual das mãos do condutor seguir. Nesta circunstância o Afonso encontra-se adiantado e a Nasha atrasada, porque o menino, ao invés de se virar para a cadela, deu-lhe as costas, obrigando-o a rodar apertada e lentamente por falta de incentivo ou motivação. Nestas circunstâncias, onde estiver a cabeça do animal, aí estarão aos mãos do seu condutor.
Conduzir o Soneca é um prazer pela alegria que transpira e irradia, pela velocidade estonteante com que arranca e pelo que faz para agradar. Na foto seguinte vemos o Jorge a aprender a passar-lhe por detrás depois de ter mandado saltar. Pela direcção tomada pelo condutor percebe-se que o percurso segue para o lado direito da imagem e que o cão já está a curvar para o lado contrário, o que o obrigará a uma mudança de direcção e a uma inevitável perca de tempo, pelo que o seu condutor já deveria ter-se adiantado mais para o lado direito (esta cá para aprender!)
Seguidamente vemos o binómio Jorge/Soneca na execução do “Moinho Direccional”, percurso circular que visa preparar os cães para as duas mãos de condução, modo de equilíbrio locomotor que possibilita a transposição de obstáculos colocados tanto à sua esquerda quanto à sua direita. Pelo que a foto ilustra é perceptível que a condução circular está a ser feita pela esquerda (mão natural). Pena é que o Jorge tenha “a mão no bolso”, quando já deveria ter a mão levantada em direcção ao obstáculo seguinte.
A Keila está a despertar gradualmente do sono consentido que lhe outorgaram ao longo dos anos, melhoria que não a impede de gozar deliberadamente com a sua condutora, a quem por vezes mostra os dentes como manobra de intimidação ou como manifestação de indisponibilidade. As dificuldades que este binómio encontra são passageiras e brevemente deixarão de existir. Na foto é notória a ambiguidade de gestos entre a condutora e a cadela, a Patrícia “a dar tudo” e a Keila na maior das calmas.
Pela cara do Adestrador percebe-se perfeitamente o que está a dizer para o condutor da Nala: “Pedrinho, porque é que continuas a puxar a cadela para cima, quando ela já vai a descer, quererás porventura que ela se esborrache no chão?” Depois da cadela ter transposto o obstáculo, o Pedro deveria imediatamente dar-lhe trela para que o animal mais rapidamente distribuísse o seu peso corporal pelos dois pares de membros, possibilitando-lhe assim uma segura recepção ao solo (está difícil!).
Os trabalhos de ontem resumiram-se a duas tarefas: Técnica de Condução para os binómios mais adiantados e transposições de maior suspensão para os binómios iniciados. Participaram nos trabalhos os binómios: Afonso/Nasha; Jorge/Soneca; Patrícia/Keila; Paulo/Bohr e Pedro Nala. O Zé não veio e as fotos ficaram a cargo do Paulo Jorge. Hoje retomaremos os trabalhos e logo daremos novidades.