Ontem,
quarta-feira, dia 27 de setembro, por volta das 17h30, no município alemão de
Lauf, pertencente ao distrito de Ortenaukreis, na região administrativa de
Freiburg, estado de Baden-Württemberg, uma menina foi atacada e ferida por um
cão desconhecido na Laufer Lochfeldstrasse. De acordo com o que foi dito pela
polícia, a menina estava a andar de bicicleta e viu-se obrigada a parar para
apertar um sapato. Quando a garota se agachou para amarrá-lo, um cão correu na
sua direcção e mordeu-lhe o rosto. Apesar dos repetidos esforços do dono, o cão
não largava a menina, largando-a finalmente quando o dono conseguiu segurá-lo
pela coleira. Inacreditavelmente, os dois donos do cão agressor nada fizeram
para valer à menina, seguindo o seu caminho como se de nada se tratasse. Foi um
residente local que acabou por levar a garota ferida até aos seus pais, que a
levaram a um hospital próximo. Acredita-se que o cão agressivo tenha sido um
Boxer e os polícias da esquadra de Achern/Oberkirch esperam receber mais
informações sobre a identidade dos donos do referido cão através de uma linha
telefónica que disponibilizaram para o efeito.
Mais
uma vez estamos perante donos irresponsáveis e penso que nunca nos livraremos
deles, pelo que aguardamos dias melhores (dizem que a esperança é a última
coisa a morrer). Lamentavelmente, esta não foi a primeira criança ciclista a
ser mordida e não será certamente a última, não tendo os ciclistas adultos
melhor sorte (que o digam os ciclistas de estrada que treinam diariamente).
Porque o problema está cá e importa resolvê-lo, as bicicletas e os ciclistas,
assim como os motares e as motos, deverão fazer parte do currículo da
sociabilização a ministrar aos cães, para que se familiarizem com estes
veículos e os seus condutores, evitando-se assim as desconfianças e picardias
que sustentam as indesejáveis e por vezes fatais perseguições. A Acendura Brava
há muito que sustenta um plano em três frentes para a resolução deste problema
e sempre se tem dado bem quando sugere aos seus condutores caninos tarefas
domiciliares, escolares, e no exterior, para tornar mais célere a
familiarização que sustenta a sociabilização pretendida.
Como
cães que são criados com bicicletas e ciclistas raramente lhes ganham aversão,
a menos que sejam magoados involuntariamente pelos veículos, aconselha-se a quem
tem um cão que compre logo que possível uma bicicleta para acostumar quanto
antes o animal ao velocípede. Quando a habituação do cão for plena, e esta deve
ser gradual, poderá mais tarde trazê-lo dentro de um atrelado, atrelá-lo ou
transportá-lo num cesto adequado, dependendo isso do tamanho e peso do animal.
Estas tarefas domésticas que se desejam felizes e sem atropelos, irão ser
complementadas na Pista Táctica com obstáculos constituídos por bicicletas
sobre os quais os cães irão saltar, exactamente como fazem perante qualquer
obstáculo do seu quotidiano. Este trabalho, quando bem efectuado, irá alterar a
percepção dos cães em relação às bicicletas, que transitarão de presas para
objectos de trabalho. Com as bicicletas assimiladas aos olhos do cão como parte
dos acessórios do seu lar e do seu trabalho, é chegada a terceira e derradeira
fase: o trabalho no exterior.
Uma vez no exterior e debaixo da orientação do Adestrador, os cães serão convidados para percursos onde serão ladeados por ciclistas, primeiro individualmente e depois por um grupo. Disso se evoluirá para a passagem das bicicletas pela retaguarda dos cães e para os cruzamentos laterais e frontais, primeiro com os ciclistas em silêncio e depois em algazarra; primeiro com os cães atrelados e depois em liberdade. Costumamos selar este trabalho com um ou mais saltos sobre um ciclista sentado na sua bicicleta, pedindo aos animais saltos de ida e volta. Até hoje nunca tivemos um cão por nós ensinado que corresse atrás de bicicletas ou motos, muito embora recapitulemos estes trabalhos várias vezes durante o ano – as bicicletas são um problema com solução! E sabem que mais? A SOCIABILIZAÇÃO que é pedida aos cães é o RESULTADO DA COMUNHÃO DE VIDA QUE TÊM ou deveriam ter!
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