O KILIAN
deste relato da vida real é um cão farejador que procura sobreviventes após o
Terramoto de Marrocos, um Golden Retriever que faz parte de uma equipa sueca de
resgate junto às Montanhas do Atlas. Ele é um veterano de missões de resgate em
desastres anteriores e os seus mestres dizem que ajudou a encontrar 18 pessoas
vivas sob escombros no início deste ano na Turquia. TNIRTE,
Marrocos, os homens da aldeia fazem uma pausa, apoiam-se nas pás, suando - e
rezam pelo doce som do ladrar de um cão. O silêncio cai pesado sobre a multidão
de sobreviventes que cercam um monte de tijolos de barro vermelho e escombros
de dois andares – tudo o que resta das suas casas – enquanto os cães farejadores
correm, usando botas especiais para proteger as suas patas. Eles estão à
procura da última pessoa desaparecida nesta aldeia - uma menina de 9 anos
chamada Shaima.
O
pai dela, Mohammed Abarada, escava há dias com as próprias mãos. “Ele está em
estado de choque”, diz a cunhada do homem, Latifa Abarada. "Ele perdeu a
primeira esposa há alguns anos e a segunda no terremoto." Mais de 50
pessoas morreram nesta aldeia de apenas algumas centenas. Durante as primeiras
48 horas após o terramoto de 8 de Setembro em Marrocos, Abarada e os seus
vizinhos não tiveram ajuda externa. Eles próprios retiraram sobreviventes e corpos
dos escombros, incluindo o de sua esposa. As equipas de cães farejadores da
Europa chegaram agora. Os cães estão treinados para detectar sinais de vida sob
os escombros.
Um
deles, um golden retriever chamado Kilian, veio da Suécia e viaja pelo mundo.
No início deste ano, ele participou numa missão de socorro ao terremoto na
Turquia, onde seus acompanhantes dizem que ele ajudou a encontrar 18 pessoas
vivas sob os escombros. Ele só ladrará se sentir alguém vivo. Todas as
escavações são interrompidas enquanto Kilian sobe numa pilha de destroços.
Sobreviventes, equipas de resgate e jornalistas estrangeiros reúnem-se ao redor. O cão circula pelos
destroços e concentra-se no que antes foi uma casa de banho no segundo andar –
onde Abarada pensa ter visto sua filha pela última vez. Todos prendem a
respiração, à espera de ouvirem o menor ruído de ladrar do cão. Um galo canta
ao longe. Alguém tosse nervosamente. Kilian funga – mas permanece em silêncio.
Depois de algumas rodadas, os parceiros de Kilian dão-lhe água e seguem para a
próxima aldeia. Existem muitas outras aldeias como esta, onde a ajuda ainda nem
sequer chegou. Depois do anoitecer, a equipa de resgate espanhola descobre o
corpo da pequena Shaima – e seu pai finalmente pára de cavar.
Se houver sobreviventes, Kilian e os
outros cães encontrá-los-ão e oxalá haja. Apesar do meritório trabalho dos cães,
os verdadeiros heróis são aqueles ignorados marroquinos, que muitas vezes sem
comer e sem beber, andrajosos e agora praticamente sem nada, não desistem de
desenterrar os seus, vivos ou mortos, nem que para isso tenham que cavar com as
próprias mãos, gente que voltará a erguer-se ainda mais pobre, por momentos abatida,
mas jamais vencida – que exemplo de vida! Vai Kilian, vai cão e nunca te
canses, porque pode ainda haver alguém a precisar da tua ajuda!
PS: Aconselham-se os alunos mais novos que ainda não compraram as botas para os seus cães que o façam quanto antes, porque elas são importantes para a salvaguarda das patas dos animais na maioria dos pisos lesivos (químicos, pedregosos, ásperos, espinhosos, gelados, quentes, etc.), pois mais vale estar preparado do que ser surpreendido por qualquer desastre natural. A habituação às botas deverá acontecer durante as aulas.
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