Se
Camões pudesse ouvir alguns daqueles que agora o evocam como mestre, voltaria a
morrer ainda mais desconsolado. Imagine-se a história verídica de um comum
cidadão que se dirige a uma “escola” canina para melhorar o comportamento do
seu cão, na esperança de melhor o controlar. O cão, por sinal de uma raça
bastante amistosa e muito estimado no seu lar, sem necessidade objectiva disso
e sem antes estar garantido o seu absoluto controlo, foi desafiado para se
lançar sobre um fato de ataque. Sensivelmente um ano depois de ter iniciado o
treino, ninguém pode cumprimentar descontraidamente o seu dono sem se arriscar
a ser mordido, incorrendo na mesma ameaça se voluntariamente se cruzar na
frente deste binómio! Pagar para este autêntico disparate é algo que ultrapassa
em muito a barreira do razoável e que coloca o dono imediatamente em oposição à
lei atendendo à possibilidade de dolo e de crime.
Mas afinal o que é que este cão andou a fazer na escola? A aprender a ser um justiceiro para engrossar as fileiras do terrorismo urbano? Se entretanto não for controlado, é mais do que certo que acabará por morder em alguém! E se isso vier a acontecer de quem será a culpa? De quem instigou o cão a morder, de quem consentiu que isso acontecesse ou de ambos? E como ficará a situação do cão? Costuma dizer-se que este País é farto em santos, soldados e poetas, mas não o é menos em idiotas e quando falo deles, lembro-me imediatamente daquele jovem que sem razão aparente, intentou mandar a Faculdade de Ciências de Lisboa pelos ares! Infelizmente não é único, uns já foram encarcerados junto com uns tantos pirómanos e outros estão em vias de se verem privados da liberdade por limitarem abusivamente a dos seus concidadãos. Brincar aos cães é como brincar com o fogo – pode ser muito perigoso!
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