terça-feira, 30 de janeiro de 2018

HOWL ON WHEELS: OBJECTIVO SUL

A “Howl on Wheels” (Uivo sobre Rodas) é uma ONG composta por voluntários que se dedica à recolha e transporte de cães abandonados ou em vias de serem eutanasiados nos Estados Unidos, trazendo-os dos Estados rurais do Sul para os do Norte, onde depois de devidamente tratados e castrados virão a ser convenientemente adoptados. Três vezes por semana, Kelly Ivory e Jane Hurst empreendem viagens por vários Estados daquela imensa nação, carregando algumas dezenas de cães e conduzindo durante 13 horas (enquanto uma conduz a outra descansa), tudo para que os seus resgatados tenham uma segunda chance feliz no Connecticut, onde mais pessoas procuram adoptar cães.
O resgate dos cães é operado por voluntários em todas as suas fases. Numa primeira fase os animais abandonados ou desprezados são detectados por uma rede de informadores que contactam por telefone os “salvadores de cães” da Howl on Wheels, depois outro grupo de voluntários trata da sua recuperação e prepara-os para a sua viagem ao Norte, onde virão a ser acolhidos pela Connecticut Humane Society. No período antecedente ao transporte, durante o período de espera, os cães recebem ainda cuidados veterinários. Que mais haverá a dizer? Only this: well done!

NUNCA SE ESQUEÇA

Nunca se esqueça que a sociabilização do seu cão, inter pares e interespécies, torna-se mais fácil pela convivência desde tenra idade com outros animais de idêntico nível etário, particularmente quando em regime de coabitação, mesmo com animais que à partida possam vir a ser suas presas, concorrentes ou rivais, conforme se pode ver no “gif” acima que foi extraído de um vídeo, onde é possível vislumbrar a cumplicidade existente entre um Labrador e um Leão Branco. Lembre-se também que a esmagadora maioria dos ataques caninos entre iguais e contra outros animais acontece por desconfiança, medo e despreparo.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

MUITO CUIDADO COM AS PINTURAS!

Há muito tempo que dizemos que para ser cão é preciso ter sorte e por cada dia que passa, os cães precisam de mais ainda! Umas das últimas maluqueiras a que alguns cães não se escaparão é à moda da pintura, acabando com o seu manto pintado de acordo com o gosto, sonhos e aspirações dos seus donos, que tanto poderão querer fazer deles animais selvagens, sinistros e fantasmagóricos, como decorá-los como pequenos palhaços ou colori-los simplesmente de acordo com o carro ou cabelo dos seus proprietários.
Alguém lá para os lados da Flórida/US, em hora de má inspiração, lembrou-se de pintar de púrpura um híbrido de Bichon Maltês com tinta própria para o cabelo humano. O “trabalho” não correu nada bem e a pobre cadelinha, de nome “Violet”, acabou num abrigo para animais do “Pinelas County Animal Services”, com a maior parte da sua pele tingida, apresentando queimaduras e outras lesões. E como se isto só por si não bastasse, ainda trazia os olhos inchados, evidenciada magreza e alguma apatia.
A grave condição que a cadelinha apresentava, levou os funcionários do PCAS a tratá-la inicialmente com fluidos e medicação para a dor, extraindo-lhe tanta tinta da pele quanto puderam. No dia seguinte optaram por anestesiá-la para poderem tosquiá-la sem maiores problemas. A equipa que a tosquiava descobriu ainda que a pele da Violet estava a encolher, o que se revestiu numa preocupação acrescida.
Esta patetice, cujo autor se desconhece e que poderia ter sido fatal para a cadelinha, é um sério alerta para todos os que têm cães, que não deverão usar tintas próprias para o cabelo humano nos seus fiéis amigos ou consentir que outros as usem para o mesmo fim, porquanto estão carregadas de substâncias químicas tóxicas, de peróxido de hidrogénio e de branqueadores, nefasto cocktail capaz de causar uma série de lesões externas nos animais de estimação, queimaduras inclusive, para além de cegueira se entrarem em contacto com os olhos dos animais. Essas tintas podem ainda causar queimaduras internas e envenenamento, caso sejam lambidas pelos cães.
Adianta-se que já existem no mercado tintas específicas para os animais de estimação, muito embora não vejamos imediatamente qual a sua utilidade e benefícios. Perante tamanha insanidade, podemos dizer que os cães dos pobres sempre serão mais felizes do que os dos ricos, porque podem encharcar-se nas poças e rebolar-se na terra à vontade sem correram o risco de estragarem a “pintura”. 

SABIA QUE…

Sabia que um grupo de voluntários portugueses combateu ao lado exército nazi durante a II Guerra Mundial nos países bálticos e na Rússia, apesar da neutralidade proclamada por Salazar? A história começa com os “Viriatos”, nome genericamente dado aos voluntários portugueses que combateram na Guerra Civil Espanhola (1936-1939) ao lado dos nacionalistas (franquistas) na “Legião Estrangeira”, cujo maior número de efectivos era português, apesar dos lusos também haverem engrossado as fileiras das milícias da “Falange”, dos “Requetés”, da aviação e de unidades regulares do exército. Calcula-se que o seu número rondasse os 6.000 homens.
Apesar da neutralidade espanhola, Franco, que estava em dívida com Hitler, porque sem ele dificilmente teria vencido os republicanos e a Guerra Civil, permitiu que um grupo de voluntários espanhol se incorporasse no exército alemão, entre 1941 e 1943, tropas que vieram a constituir a Blaue Division de Infantaria da Wehrmacht com o nome de 250. Einheit Spanischer Freiwilliger. Salazar seguiu o exemplo do Generalíssimo (governante vizinho e seu parceiro ideológico) e permitiu a entrada de uma cota de voluntários portugueses naquela Divisão, estimada num total de 1.000 homens e identificados por “Legião Portuguesa”.
Esta Divisão acabaria por fazer parte da “Operação Barbarossa”, que visava a invasão e domínio da Rússia comunista, sendo enviada para a frente russa em 20 de Agosto de 1941, depois de cinco semanas de instrução. Dos seus 47.000 homens, entre 4.500 e 5.000 foram mortos, mais de 8.000 ficaram feridos e 321 foram feitos prisioneiros pelo exército soviético. Grande parte destes homens foi destacado pelo seu valor em combate, tanto pelo exército espanhol como pelo alemão, sendo atribuídas à Divisão Azul (Blaue Division) as seguintes condecorações teutónicas: 2 Cruzes de Cavaleiro (uma com Folhas de Carvalho); 2 Cruzes de Ouro; 138 Cruzes de Ferro de Primeira Classe e 2.359 Cruzes de Ferro de 2ª Classe.
Os voluntários espanhóis do 250. Einheit Spanischer Freiwilliger foram ainda incorporados noutras unidades do exército alemão e noutros ramos das suas forças armadas, combatendo ainda na Letónia, na Jugoslávia, nos Pirinéus, na Pomerânia e na derradeira Batalha de Berlim. Na foto abaixo podemos o funeral com honras militares de um legionário português, o do Soldado Gabriel da Costa, membro da Divisão Azul e morto durante a Batalha de Estalinegrado.
Não foi a primeira vez que tropas portuguesas foram combater para e contra a longínqua Rússia, já que Napoleão teve também uma “Legião Portuguesa”, um Corpo de Tropas também referido como “Legião Lusitana” que incorporou no seu “Grande Armée” e que participou activamente nas campanhas da Alemanha, Áustria e Rússia. Também neste conflito os militares portugueses se destacaram, sendo os seus efeitos ofuscados pela derrota de Napoleão e pela Revolução Liberal em Portugal.
Para concluir, porque são os vencedores que escrevem a História, resta dizer que os soldados portugueses que fizeram parte do exército anglo-luso e que expulsaram os franceses da Península Ibérica entre 1911 e 1914, vencendo um a um os Marechais de França em batalhas renhidas como Talavera, Albuera, Fuentes de Oñoro, Badajoz, Ciudad Rodrigo, Salamanca, Vitória, Burgos, Pirinéus, Nive, Nivelle, Orthez, e Toulouse, foram designados por Wellington como “The fighting cocks of Army”, gente que lamentou não ter ao seu ledo em Waterloo.
Voltando aos portugueses que serviram a Wehrmacht e as Waffen-SS de Hitler, importa dizer que levaram para a cova os seus feitos e que o seu valor militar foi ignorado pelo grosso da nossa população, porque apesar de terem sido vencedores e alguns haverem voltado a casa, foram derrotados ao lutarem no lado errado da barricada que sempre induz ao esquecimento. 

sábado, 27 de janeiro de 2018

E ENCONTRÁMOS UM AMIGO CHAMADO ZEUS

Alguns fins-de-semana lembram certos dias que parecem isentos de interesse, sem novidade e intermináveis, uma ocasião no calendário que soa a fardo, como se fossemos obrigados a fazer um penoso reset. Mas como o tempo de cada um de nós é curto, não há tempo a perder e só o ânimo consegue levar de vencida a nostalgia e a melancolia que o Inverno não dispensa. Mais uma vez descemos à gélida cidade adornada por um sol tímido e enganador, apostados em continuar o trabalho de sociabilização com os nossos cães.
Hoje começámos os nossos trabalhos mais tarde, porque ficámos à espera do Binómio Sónia/Shane que tardava em chegar, atolados num café-esplanada a precisar de obras e de outra clientela, já que a actual, a troco de um mísero café, permanece ali o dia inteiro a mandar vir copos de água e a urinar, prática de quem espera a morte e não encontra outra coisa que fazer, companhia que em surdina transmite séria depressão por mau-hábito. De quando em vez, um destes clientes deixa a cadeira vazia e vai engrossar as inevitáveis colunas dum obituário, condição que automaticamente o transforma numa “santa pessoa” (R.I.P.).
Finalmente a Sónia chegou, trazendo consigo um casal desconhecido que se fazia acompanhar de um cachorro Cane Corso negro com 4 meses de idade, um exemplar vivo, alegre e lustroso que imediatamente nos cativou. Chama-se Zeus e encontrámos um amigo. É bem possível que venha a engrossar as nossas fileiras, o que seria bom para ele e para nós, porque precisa de ser ajudado e educado na sua fase de crescimento, trabalhos que adoramos fazer para gáudio de donos e cães.
O Bor aproveitou o dia para se portar bem em termos de obediência e o Paulo parece ter seguido o seu exemplo. Na foto abaixo podemos ver o CPA em “quieto” no meio de um canteiro com tufos de relva que lhe serviu de tapete.
À falta doutros companheiros para além do frio que se fazia sentir, valemo-nos duma boca-de-incêndio para constituir uma “frente por três”, companhia que não foi do agrado do Bor e que pouco importou à SRD Hope. Ao olharmos para os dois cães e para a mímica das suas faces, percebemos automaticamente quem se sente mais à vontade no buliço da cidade - o mais sereno e menos alvoraçado.
Apostados em tornar confortáveis os percursos citadinos do Bor, sempre o trazemos para o meio de multidões e de crianças, insistindo em simultâneo para que fique quieto durante algum tempo numa praça ou jardim, tendo o cuidado de o proteger pelas costas para não lhe aumentar a insegurança. Desta vez servimo-nos de um placard publicitário relativo a um histórico poeta português.
“Dona da avenida” e “madrinha do desfile”, devido à obediência que tem, a Hope parece trazer o mundo rendido a seus pés (patas) ao empoleirar-se sobre uma diminuta bola de pedra, fixada no dono, compenetrada e indiferente a quem passava.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios João Graça/Hope, Paulo/Bor e Sónia/Shane. O Nuno Falé não compareceu porque se viu obrigado a cuidar de uma prole de cachorros CPA’s negros e cinzentos que lhe nasceram recentemente em casa. Para a semana voltaremos com novas experiências e com outras histórias para contar. Até lá, bom fim-de-semana!

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

O Ranking semanal dos textos mais lidos ficou assim ordenado:
1º _ OS LEITORES DO BENIM E O FORTE DE SÃO JOÃO BAPTISTA DE AJUDÁ, editado em 18/05/2017
2º _ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado em 24/02/2015
3º _ QUEM DÁ E TIRA, AO INFERNO VAI PARAR, editado em 28/11/2014  
4º _ PASTOR ALEMÃO X MALINOIS: VANTAGENS E DESVANTAGENS, editado em 15/06/2011
5º _ O CÃO: THE GREAT PRETENDER, editado em 28/11/2014  
6º _ CÃO A MAIS!, editado em 24/01/2018
7º _ FRACO NEGÓCIO E CARNAVAL À PORTA, editado em 21/01/2018
8º _ ACENDURA BRAVA: APRESENTAÇÃO E PRINCÍPIOS GERAIS DE COMPORTAMENTO E TREINO, editado em 16/04/2009
9º _ NÓS POR CÁ: AS CABRAS SAPADORAS, editado em 23/01/2018
10º _  O PESO DOS 4 MESES NO CÃO DO AMANHÃ, editado em 28/10/2010 

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

O TOP 10 semanal de leitores por país obedeceu à seguinte ordem:
1º Portugal, 2º Brasil, 3º Rep. Checa 4º Estados Unidos, 5º Reino Unido, 6º Rússia, 7º Quénia, 8º França, 9º Ucrânia e 10º Espanha. 

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

HIDRATAÇÃO E TRABALHO

Um grupo de investigadores da Universidade da Pensilvânia, não obtendo consenso entre os condutores de cães de trabalho, quanto ao método mais eficaz para manter hidratados os seus auxiliares de quatro patas, decidiu investigar os três métodos mais comuns em uso, a saber: o acesso gratuito à água potável, a hidratação subcutânea (injecção de água e electrólitos debaixo da pele) e as bebidas que contêm electrólitos como sódio e potássio.
Estas bebidas têm sido bastante válidas para os humanos, porque perdemos electrólitos quando suamos. Já os cães suam menos que nós, pormenor que leva os seus críticos a temer por um acúmulo insalubre de electrólitos nos animais. Apostada em resolver o imbróglio, a citada equipa de investigadores avaliou os três métodos (estratégias) de hidratação mais comuns num grupo de cães de rastreamento de veículos automóveis que trabalham na fronteira do Texas durante os meses quentes de Verão.
Segundo Cynthia M. Otto, porta-voz da equipa de investigação, afortunadamente as três estratégias de hidratação mostraram-se eficazes, evidenciando os cães comportamentos semelhantes, a mesma temperatura corporal e idêntico desempenho laboral, independentemente da forma como foram hidratados. Não obstante, os cães que beberam uma bebida electrolítica com sabor a frango, beberam significativamente mais líquidos e tiveram maiores níveis de hidratação.
Contrariamente ao que alguns pensavam, estes cães não sofreram qualquer acúmulo do sódio (sal), um componente das bebidas electrolíticas que em grande quantidade poderá ter efeitos negativos no corpo. Os cães que beberam electrólitos excretaram o sódio pela urina, mantendo assim normais os seus níveis sanguíneos, o que sugere ser este método de hidratação seguro e eficaz. Estes resultados surpreenderam também os investigadores, porque num estudo prévio, os cães que receberam uma bebida electrolítica sem sabor beberam pouco dela.
Este estudo foi publicado no jornal de livre acesso “Frontiers of Veterinary Science” e é importante para quem tem cães de trabalho, de busca, salvamento e resgate, bem como para quem lidera cães policiais e militares, sujeitos a trabalhar em pós-catástrofes, a fiscalizar fronteiras, a patrulhas extenuantes e a buscas prolongadas debaixo temperaturas elevadas, já que o risco de golpe de calor aumenta com a desidratação. 

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

CÃO A MAIS!

Há uma expressão muito em uso na Acendura Brava que certamente sobreviverá ao seu desaparecimento: “cão a mais!”. Ela é vulgarmente usada nas seguintes circunstâncias: quando a qualidade do cão é superior à do seu condutor, quando o cão acerta perante o erro do dono; quando o dono não tem condições para acompanhar o progresso do animal; quando o cão leva ao acerto do dono (ensina-o); quando a capacidade atlética do animal não é acompanhada pela disponibilidade física do seu condutor; quando o líder não consegue operar a cessação pronta das acções do seu companheiro e quando o cão tudo faz para ser compreendido e o dono não o entende, precariedade que poderá ser fatal para ambos ou para terceiros, dependendo do serviço a executar pelo binómio.
Perante jovens mais duros e obstinados, que tudo contestam e pouco fazem, dados ao desafio e carenciados de disciplina, visando a melhoria do seu rendimento e progresso, nunca para os desprestigiar, caso conduzam um cão de raça, a frase “cão a mais” é completada nalguns casos por outra: não admira, você é filho de uma emoção e o cão de selecção”, sacudidela que geralmente produz o efeito esperado, levando tais condutores à reflexão que abrevia o alcance da humildade e o gosto por aprender, que normalmente andam interligados e geram a curiosidade que leva ao entendimento. É evidente que tais sentenças não deverão ser aplicadas à generalidade dos alunos humanos e muito menos àqueles que apesar do seu esforço pouco têm para dar (evoluir).
Passemos a um exemplo prático do acerto cão perante o erro do dono. Na década de 90 tivemos um aluno alemão chamado Egon Binger, um ex-bancário sexagenário, divertido a seu modo, que veio para Portugal com uma companheira e vários cães Pastores Alemães. Procurou-nos para ensinar os cães e alcançou a nossa “Classe A”. Num fim-de-semana estival foi seleccionado, junto com outros binómios, para uma prova de Agility como representante da nossa escola. Ao entrar na pista decidiu apagar e guardar calmamente o seu cachimbo, momento que o cão aproveitou para fazer o percurso sozinho (infelizmente executou um salto no sentido errado e foi eliminado). Sem saber porquê, o bom do alemão é confrontado com uma chuva de aplausos vinda da bancada, ovação que muito agradeceu e que era dirigida ao cão (Ike).
Por maior que seja a qualidade dos cães e o manifesto o seu desaproveitamento, convém relembrar que o adestramento está cá para adequar os cães aos seus donos, pormenor que momentaneamente podemos olvidar por sermos primeiro cinófilos e só depois cinotécnicos. Há de facto muitos cães a mais por aí e como tal, mesmo que ingloriamente, sempre instaremos com os donos para que melhor os saibam compreender e aproveitar. Ao fazê-lo, livramo-nos de responsabilidades mas não da tristeza que resulta de não nos fazermos ouvir. Adestrador sofre e não é pouco!

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

GUCCI: À BOLEIA DOS CÃES!

Segundo fez saber e a propósito do Ano Novo Chinês (Ano do cão), a Gucci, empresa italiana ligada à moda e a roupas de luxo, que é a 3ª mais valiosa do mundo, lançou uma colecção totalmente inspirada em cães.
Antes de ter os cães como adorno nas suas roupas, esta marca adornou as suas criações com cobras, tigres e vários predadores da selva, segundo o estilista Alessandro Michele, o mesmo que agora usa os seus dois Boston Terriers (Bosco e Orso) como centro da presente colecção.
A colecção, que é limitada e tende a desaparecer rapidamente das prateleiras, totaliza 63 itens, abrangendo casacos, blusas, saias, calças, ténis, mochilas, carteiras, bonés, blusões, relógios e todos os acessórios para equipar qualquer um da cabeça até aos pés.
A novidade foi transmitida hoje para os leitores de língua inglesa pelo tablóide britânico online Evening Standard. Se a Gucci apanhou boleia nos cães, não nos custa acreditar que outras marcas ligadas à moda sigam o seu exemplo, porque os cães, hoje como nunca, são um produto que se vende cada vez melhor.
Os cães estão na moda e ela não pode desprezá-los, precisa de vender para continuar a sê-lo.

NA IDA AO ABRIGO, QUE CÃO ESCOLHER?

Nenhum centro canino e nenhum adestrador podem negar o crescente número de cães de abrigo que engrossa as suas fileiras, sendo nalguns casos o seu grupo maioritário, novidade em sintonia com o fraco poder de compra dos portugueses e com a sensibilidade que sempre demonstraram em relação aos animais, porque apesar de não sermos todos ricos, todos temos sentimentos, um quarto reservado às afeições onde quase sempre cabem um cão ou um gato.
Infelizmente, as campanhas de sensibilização levadas a cabo pelas organizações de protecção aos animais, não têm sido acompanhadas de maiores esclarecimentos e transmissão de maior conhecimento relativos às adopções que sugerem, pelo que os interessados raramente sabem que cão levar para casa, acabando por levar o que mais os sensibiliza, ao invés daquele que mais lhes convém, considerando o perfil psicológico do animal e aquilo que têm para lhe oferecer. Há ainda quem os leve pela idade, tamanho, cor, tipo de pêlo e pela proximidade a uma raça em particular.
Como resultado disso, sobra por aí gente com dificuldades de locomoção a reboque de fogosos bracóides, briguentos terriers nas mãos de gente sem pulso, cães de propensão atlética entregues a idosos que raramente saem à rua, cães manhosos que vêem aumentado o seu despropósito ambiental e outros, mormente cadelas, que ao terem medo da sua própria sombra, acabam por resistir desalmadamente em sair à rua. Como se compreende, os desaguisados entre homens e cães não se esgotam aqui.
Como em tantas outras coisas, quando não sabemos escolher aquilo que mais nos convém, é imprescindível valer-nos de alguém que nos saiba aconselhar correctamente, que com o seu Know-how nos leve ao encontro do cão que preenche todas ou quase todas as nossas expectativas, para que a sua adopção resulte num “casamento” feliz e duradouro, já que procurar um cão que nos convenha, não implica em encontrá-lo na primeira feira de animais que visitemos ou no primeiro que avistemos.
Será a minha penta-disponibilidade (temporal, anímica, física, económica e familiar) que determinará qual o cão que mais me convém ao ir ao encontro das suas necessidades individuais, visíveis nos impulsos herdados que carrega (alimento, movimento, à defesa, à luta, ao poder e ao conhecimento), já que ninguém deseja que a adopção de um cão resulte num casamento de carta fechada. Quando temos clareza do que temos para oferecer, tudo se torna mais fácil, mas se não temos como avaliar correctamente o animal, o problema persiste e somos obrigados a recorrer a alguém para nos aconselhar, que geralmente não é quem propõe o cão para adopção pelas razões atrás citadas (esse alguém poderá saber algo sobre o cão, mas pouco ou nada saberá de nós).
Não faltam por aí “casamentos infelizes” entre donos e cães, que normalmente afectam quem nisso não foi ouvido nem achado, pelos embaraços e incómodos a que se vê sujeito. Uma adopção bem conseguida é aquela que traz idêntica felicidade a donos e cães, transformando-se por isso em proveitosa e duradoura. Vale a pena escolher o cão certo. Fica o conselho. 

NÓS POR CÁ: AS CABRAS SAPADORAS

Primeiro importa dizer que o termo “sapadoras” atribuído às cabras mereceu o profundo descontentamento dos bombeiros (ANBP), que o consideram um desrespeito à sua profissão. As ditas “cabras sapadoras” fazem parte de um projecto-piloto do governo para combater o combustível primário existente nas matas, evitando assim que ele cresça e dificulte o controlo dos incêndios, já que as cabras comem praticamente de tudo.
Esta opção silvo-pastoral, considerada essencial pelo governo para a gestão de combustível florestal na rede primária, será ainda acompanhada pela componente mecânica que possibilitará o controlo dos incêndios. Pela primeira vez, segundo fontes governamentais, Portugal terá uma directiva preventiva operacional no que diz respeito aos fogos, uma vez que a única directiva operacional existente reportava-se exclusivamente ao combate dos incêndios (casa roubada, trancas à porta!).
Quanto às cabras, espera-se que não passem de “sapadoras” a “tentadoras” e acabem numa rede de distribuição a restaurantes ou venham a subsidiar churrascos em quintais particulares. Nestas coisas de animais, devido ao dinheiro envolvido, porque as cabras para se terem de pé não podem comer só mato e há alturas do ano em que nem ele abunda, ainda vai haver alguém que vai enriquecer à conta do seu bucho, mormente com o Estado envolvido, parceiro que tradicionalmente muito poucos hesitarão em não defraudar, depauperar e roubar (as autarquias não costumam ter melhor sorte).
O uso das cabras no contexto da prevenção dos incêndios é perfeitamente justificado, o que não se justificará é que venham a aumentar as ainda hoje megalómanas despesas do Estado, coisa fácil de acontecer se forem maioritariamente “estéreis” e tiverem “altas taxas de mortalidade” que obriguem à aquisição constante de novos animais. Também se virem o preço da sua comida desnecessariamente inflacionado e forem por natureza destruidoras, ao ponto de obrigarem à permanente reparação ou aquisição de cercas. Assim, deseja-se que as “cabras sapadoras” não venham a engordar a corrupção que teima em nos largar, até porque a ideia é boa e a comprová-lo estão milhares de anos.

domingo, 21 de janeiro de 2018

CHECOS E MALTESES

O número de leitores checos deste blogue tem vindo a aumentar substancialmente, ocupando o 3º e 4º lugares nos últimos rankings semanais de leitores. Consideramos este aumento esperado e promissor, esperado devido a alguns contornos da cinecultura checa e promissor pela qualidade e experiência dos seus profissionais, nomeadamente acerca de temas ligados a lupinos e a híbridos de lobo que sempre mereceram o nosso interesse.
Hoje recebemos os primeiros quatro leitores de Malta, novidade que nos enche de alegria e que nos leva a desejar mais leitores daquelas paradisíacas Ilhas mediterrânicas. Este pequeno e insular país europeu foi o último membro da União Europeia a dar-nos visitantes, o que não impede que nos sintamos honrados pelo interesse de alguns dos seus cidadãos pelas nossas publicações.
E quanto a leitores nada mais há a acrescentar, somente que o número dos africanos e sul-americanos continua a aumentar.