sexta-feira, 29 de setembro de 2017

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

O Ranking semanal dos textos mais lidos ficou assim ordenado:
1º _ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado em 24/02/2015
2º _ A CURVA DE CRESCIMENTO DAS DIVERSAS LINHAS DO PASTOR ALEMÃO, editado em 29/08/2013 
3º _ A MAGGIE FOI À PRAIA, editado em 27/09/2017
4º _ VANTAGENS DAS RAÇAS HÍBRIDAS DE LOBO NA DISCIPLINA DE GUARDA, editado em 26/09/2017
5º _ NOVO BINÓMIO, editado em 28/09/2017 
6º _ O PESO DOS 4 MESES NO CÃO DO AMANHÃ, editado em 28/10/2010
7º _ O MUNDO À NOSSA VOLTA: AS ELEIÇÕES NA ALEMANHA, editado em 25/09/2017
8º _ PASTOR ALEMÃO X MALINOIS: VANTAGENS E DESVANTAGENS, editado em 15/06/2011
9º _ O CÃO LOBEIRO: UM SILVESTRE ENTRE NÓS, editado em 26/10/2009
10º _ CHAMA-SE FRIDA E JÁ AJUDOU A SALVAR 52 PESSOAS, editado em 24/09/2017

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

O TOP 10 semanal de leitores por país obedeceu à seguinte ordem:
1º Portugal, 2º Brasil, 3º Espanha, 4º Estados Unidos, 5º Angola, 6º Reino Unido, 7º Indonésia, 8º Ucrânia, 9º Moçambique e 10º França. 

PIADA DA SEMANA: UMA VACA ABENÇOADA

A Madre Superiora de uma congregação de freiras irlandesas, provavelmente idêntica aquela que ainda hoje existe na Rua Bartolomeu Dias em Belém, do alto dos seus 98 anos, estava prestes a dar as últimas. As restantes freiras, suas subordinadas, sentindo o chegar da hora e querendo confortá-la no momento da partida, deram-lhe um copo de leite quente. Ela bebeu um golo e não quis mais. Uma das freiras descontente com a pouca sede da Superiora, decidiu levar aquele copo de leite à cozinha e misturar-lhe uma boa dose de whisky, whisky que aquela congregação havia recebido como prenda no Natal. Depois aproximou o copo da boca da moribunda, que golo após golo e sem ninguém dar por isso, acabou por beber tudo. As restantes freiras suplicavam-lhe encarecidamente uma última palavra de sabedoria antes da sua partida para a eternidade. Num derradeiro esforço levantou-se um pouco e em tom de lamúria disse-lhes: “Não vendam essa vaca!”.

QUEM ME MANDOU METER O NARIZ ONDE NÃO ERA CHAMADO?

Agora que se fala sobre a violência doméstica e das agressões das mulheres sobre os homens, nem de propósito, ouvi esta semana a seguinte frase da boca de uma garota a rondar os 13 anos de idade junto a um estabelecimento de ensino secundário, que em tom sentencioso e entre as grades daquele edifício, dizia para um rapazola sensivelmente da mesma idade, cabisbaixo e a puxar para o inibido dentro do pátio daquela escola: “Eu vou começar a namorar contigo outra vez mas é para te trair”. Surpreendido pela sentença, voltei atrás e pedi à jovem que a repetisse, pois julgava ter ouvido mal. Sem demoras mandou-me para o… que era expectável e disse-o bem alto e para quem quisesse ouvir. Não sei se a menina em questão virá a causar vítimas ou não, mas que vai no bom caminho, vai!

O QUE ACONTECEU AOS CÃES ABANDONADOS EM CHERNOBIL?

Trinta e um anos depois da catastrófica explosão ocorrida na central nuclear ucraniana de Chernobil, ao tempo debaixo da alçada e supervisão da extinta URSS, que é feito dos cães que foram abandonados pelos seus donos e ficaram para trás, daqueles que conseguiram escapar às balas dos soldados mandados para os abater? Sobreviveram e deixaram descendência, descendência que até hoje perdura apesar da sua esperança de vida ter sido bastante reduzida pela radioactividade que a afecta. 
A existência destes cães foi comprovada e saltou para a ribalta através de um pequeno documentário intitulado “Puppies of Chernobyl”, lançado no YouTube pelo cineasta Drew Scanlon, onde se podem ver várias matilhas de cães na área de exclusão daquela central nuclear abandonada, numa extensão que abrange uma área total de mil milhas quadradas e cujo acesso é estritamente limitado.
O governo, mediante apertado controlo, apenas permite que ali entrem trabalhadores da fábrica, uns poucos turistas e um número restrito de pessoas credenciadas, o que não tem impedido que antigos moradores, principalmente idosos, ao desrespeitarem essas ordens, continuem a retornar às suas aldeias. Apesar dos possíveis riscos para a sua saúde, tanto trabalhadores como aldeões, têm-se aproximado daqueles cães movidos pela sua desprotecção, nem sempre resistindo a acariciá-los, apesar de tal acção ser proibida por lei e aqueles animais carregarem no seu manto partículas radioactivas.
A “Clean Futures Fund”, uma organização não governativa norte-americana criada para aumentar a consciencialização e fornecer apoio às comunidades afectadas por acidentes industriais de longo prazo, está a liderar no terreno um plano de cinco anos para valer aos animais domésticos que sobreviveram ao fim daquela central nuclear, visando a neutralização e a esterilização de cães e gatos, assim como proceder à sua vacinação anti-rábica, já que estão em permanente contacto com os animais silvestres da região.
Em paralelo e dando cumprimento ao mesmo plano, estão a ser levantadas estações de água descontaminadas e uma clínica veterinária para valer a estes desafortunados animais a quem o auxílio chegou tão tarde. O plano de fundo iniciado este Verão, conta com a participação de veterinários ucranianos e outros voluntários, bem como de várias organizações da Ucrânia, Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha.
Esta acção e este plano meus amigos, não é um mero gostar de cães, é a humanidade no seu melhor. Quisera eu, porque todos estamos necessitados disso, que houvesse muita gente assim para valer não só aos cães mas ao seu semelhante! 

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

CUIDADO COM O QUE SE ESCREVE NO PERÍODO ELEITORAL

Sem grande dificuldade serviriam as fotos que ilustram este artigo à rubrica “Piada da Semana”. A foto acima deixa dúvidas quanto ao que têm de maior os cavalheiros retratados e a de baixo parece indicar que o cemitério irá ser o caminho de quem votar nos candidatos expostos naquele placar.
Não é de estranhar, são as macacadas do período eleitoral!

NOVO BINÓMIO

Deu entrada nas nossas fileiras um novo binómio, o constituído pelo Tomás Araújo e pelo cachorro Rottweiler Slinky com 5 meses de idade. O Tomás é um apaixonado pela raça e o cachorro apresenta neste momento algumas menos valias estruturais, oscilando no trabalho entre a resistência e o encanto. Desejamos que ambos progridam e continuem alegres entre nós, abraçando o trabalho que terão pela frente e abraçando os objectivos que os tornarão mais próximos um do outro. Sejam bem-vindos! 

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

A MAGGIE FOI À PRAIA

Valha-nos o Zéfiro, brisa fresca de Oeste e alguma frente polar que eventualmente por aqui passe, neste Outono ensoleirado, quente, seco e sem chuva. Tirando partido do tempo e do final da época balnear, hoje decidimos levar a Maggie à praia, a Bull Terrier branca, com 10 meses de idade, que dia após dia mais nos conquista o coração. E como para além da ambientação àquele ecossistema importava que a nossa amiga fizesse exercício específico (aeróbico e anaeróbico), acabámos por servimo-nos das estruturas e dos equipamentos encontrados à beira-mar, não sem antes termos reavivado os comandos de obediência linear à trela.
E como “à mão de semear” encontrámos um parque infantil deserto, decidimos aproveitar o seu bloco central para melhorar a subida de escadas pela cadela, que acabou por subir e descê-las em liberdade e em segurança, no que foi amplamente felicitada pela dona que também serviu de fotógrafa para esta reportagem.
Depois desse trabalho, optámos por um momento de descanso e supercompensação, porque não há carinho que baste quando os molossos acusam a sobrecarga. Assim, dirigimo-nos a um café ali perto, que por sinal abre bem tarde e cujos empregados são inimigos da pressa, sentámo-nos numa mesa da esplanada e solicitámos à Maggie que fizesse o mesmo, desejo que vimos cumprido adornado por um comportamento exemplar (parecia uma distinta senhora ou uma turista a necessitar de creme protector).
Na procura de outros obstáculos, deparámo-nos com uma grade semicircular para parqueamento de bicicletas e lembrámo-nos imediatamente que podia servir-nos de túnel para a Bull Terrier. Sem hesitar e certos da capacidade de resolução da cachorra, convidámo-la para se internar naquela estrutura metálica, primeiro com a ajuda da trela e depois com ela em liberdade. A transição da trela para a liberdade aconteceu num ápice, facto a que não alheia a presença e o convite da dona no final daquele improvisado túnel.
E como o trabalho corria de feição e havia nas redondezas vários conjuntos de bancos separados entre si, não mais que 45 cm, decidimos servir-nos deles como “pódio”, exercício que muito agradou à Maggie apesar de ser uma novidade para ela. Escusado será dizer que bem depressa o ultrapassou confiante e em liberdade, não se intimidando com o espaço existente entre as tábuas dos tampos.
No final da sessão de treino, já a caminho de casa e com a cachorra atrelada, tirámos partido do comando de “atenção”, que funcionou na perfeição diante de gente especada na sua frente ou que de alguma forma parecia querer constituir-se em ameaça ou agredi-la, ocasiões em que a Maggie ladrou e nunca recuou. E porque é também importante que a sua sociabilização aconteça e não venha a ”varrer tudo a direito”, alternámos estas acções com outras em que deixámos algumas pessoas acariciá-la, manobra a que não se fez rogada. Para a história fica uma aula profícua dada no meio da rua, associada a uma agradável ida da Maggie à praia. E sabem que mais? Qualquer cão tem a ganhar com a variação dos ecossistemas no seu trabalho, quer seja de companhia, serviço, guarda ou destinado ao mundo do espectáculo e da ficção!

NO MÉXICO HÁ CÃES QUE SALVAM PESSOAS E VICE-VERSA

Há imagens de ternura e esperança que emergem das calamidades que nos assolam, como é o caso da imagem acima, onde podemos ver uma equipa de resgate japonesa, a trabalhar entre escombros no México, seis dias após o violento terramoto que flagelou aquele país, tirando daquele amontoado e com todo o cuidado um sobrevivente canino, um Schnauzer miniatura branco, que milagrosamente saiu ileso daquela derrocada. Esta raça canina é originária da Alemanha e a sua origem remonta ao Séc.XIX, foi criada para cão de quinta e para dar combate às pragas de ratos. O Schnauzer miniatura só foi apresentado como raça separada e com standard próprio no ano de 1899 e curiosamente é o único terrier que não tem origem britânica. Por outro lado, ao repararmos na equipa de resgate japonesa, a trabalhar tão longe de casa, percebemos de imediato uma coisa: só a paz e não a guerra, é capaz de unir todos os homens! Desta vez foi um cão que foi resgatado, amanhã será uma pessoa resgatada com o auxílio de um cão.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

VANTAGENS DAS RAÇAS HÍBRIDAS DE LOBO NA DISCIPLINA DE GUARDA

PREÂMBULO - A pensar na salvaguarda de donos e cães, também na reciprocidade de sentimentos existentes entre uns e outros, somos obrigados a três alertas ao abraçar esta matéria: nenhum cão de guarda, híbrido ou não de lobo, garante só por si a segurança absoluta de pessoas e bens; no desempenho das suas funções poderá ser eliminado (os cães policiais e militares encontram-se sujeitos à mesma sorte) e a maioria das pessoas que reclama por cães de guarda jamais tem necessidade objectiva de um cão assim, porquanto vivemos num “Estado de Direito”. Dito isto, a formação dos donos torna-se indispensável diante da sua participação como reforço das acções dos cães e em prol da sua salvaguarda; os conteúdos de ensino dos animais destinados a este serviço deverão sempre ser alvo de reciclagem, aprimoramento e actualização; o treino de um cão para guarda jamais deverá prestar-se para subsidiar actividades criminosas, justiceiras, subversivas ou terroristas e muito menos para agravar as patologias presentes no seu dono ou donos, considerando o dolo ou a eliminação de vítimas inocentes, como infelizmente não é raro suceder pelos quatro cantos do mundo.
As expectativas que levaram à procura de híbridos de lobo não são de hoje e obedeceram a duas razões: à formação de novas raças caninas e à procura de melhores cães para os seus distintos serviços (ver o caso do CÃO LOBO ITALIANO), incluindo-se neles o de cão de guarda, tanto pelo fascínio como pelas pretensas vantagens que regresso ao atavismo traria. Houve casos em que a hibridação com o lobo surgiu como uma das soluções mais viáveis para diminuir a consanguinidade e a endogamia presentes em determinadas raças num determinado espaço geopolítico. No que ao cão de guarda diz respeito, procurava-se deste modo um guardião atento, infatigável e feroz, um sentinela noctívago, nunca detectado e sobredotado de máquina sensorial, de abordagem dissimulada e de ataques tirados a partir do factor surpresa, um guarda raramente visto cuja crueldade ninguém gostaria de experimentar, uma presença quase fantasmagórica e indissociável da “fábula do lobo mau” que infelizmente ainda se faz presente nas culturas populares portuguesa e europeia.
É importante realçar que a procura das vantagens presentes nos cães selvagens não se remeteu exclusivamente ao lobo, que ao longo do Séc.XX outros canídeos de igual condição foram usados para “melhorar” as distintas raças de canis familiaris já existentes, tanto na procura do super-cão soldado como para a obtenção de cães com melhor máquina sensorial, como foi o caso dos “Cães de Sulimov”, tirados a partir da contribuição do Chacal para detectarem componentes explosivos nos aeroportos russos, melhoria já ocorrida neste milénio (para informações mais detalhadas ver o artigo “O CHACAL E OS CÃES DE SULIMOV”, editado neste blogue em 18/10/2010). Como complemento adiantamos que não são só os híbridos de lobo com cão que são fecundos, outros híbridos de cães selvagens são-no também.
Para se alcançar a maioria das vantagens procuradas, há que considerar a subespécie lupina e os indivíduos nela a utilizar, que deverão prestar-se a esse propósito e não provocar atritos de autonomia, para que os seus descendentes mais facilmente atinjam a condicionada sem contudo perderem na totalidade aquela que o se progenitor lobo transporta (ver diferenças entre o Lobo Checo e o Volkosoby, realçadas nos textos “A FÁBULA DO LOBO CHECO” e “VOLKOSOBY, A ÚLTIMA INOVAÇÃO CANINA RUSSA”, editados respectivamente a 15/03/2014 e 01/04/2016. Porque quando assim sucede reinventa-se a domesticação canina, a infusão de sangue lobo não é notória e as suas vantagens perdem-se em híbridos desconfiados, pouco seguros e de préstimo duvidoso. Se por outro lado o lobo a utilizar for demasiado autónomo, muito dominante e anti-social, dificilmente gerará mestiços dispostos a aceitarem a mais ténue das lideranças e um trabalho de equipa minimamente satisfatório. Sem dúvida que o alcance das vantagens da raças híbridas assenta em primeiro lugar na escolha do lobo certo, apesar de não ser permitido para este efeito que os seus parceiros de cópula caninos sejam anti-sociais, pouco confiantes, medrosos ou inibidos. Pelo que vimos e experimentámos, quando as cópulas entre ambos acontecem naturalmente e sem a intervenção humana, o indesejável conflito das autonomias costuma ser ultrapassado.
E como a experiência que temos reporta-se em exclusivo à produção de híbridos entre Lobos e Cães de Pastor Alemão, tarefa ocorrida nos anos 80, descobrimos pelo empirismo aquilo que a ciência viria a confirmar mais tarde: que a presença da cor negra nos lobos ficou a dever-se à mestiçagem com cães no passado, uma vez que quando cruzávamos um CPA negro com um lobo sempre tínhamos um ou dois filhotes totalmente negros, animais que mais tarde se revelavam excelentes para os objectivos procurados. Também pela experiência percebemos que os híbridos de lobo com a variedade lobeira do cão alemão eram os de menor préstimo para aquilo que procurávamos, já que a sua curva de crescimento ao ser maior obrigava-nos a cuidados especiais mas não sufocantes nos seus primeiros ciclos etários. Ao cruzarmos CPA’s negros e preto-afogueados com lobos, os seus filhotes permaneciam com os olhos verdes ou azuis até à muda dos dentes (entre os 4 e os 6 meses de idade), evoluindo depois disso para âmbar esverdeado.
Uma vez escolhida a subvariedade de lobo certa e o indivíduo indicado, também o cão ou cadela a beneficiar (o mais comum é ser uma cadela, a menos que a loba a usar já se encontre parcialmente domesticada ou tenha sido criada em cativeiro), o que podemos esperar dos seus híbridos? Basicamente tudo ou quase tudo do que adiantámos como expectativas no 1º parágrafo deste texto, cuja infusão de sangue lobo dota-os duma maior inferência causal e por conseguinte de uma maior compreensão causa e efeito, mais-valia cognitiva que os cães parecem ter perdido junto com a persistência ao serem domesticados, terem perdido autonomia, esperarem a nossa ajuda e necessitarem dos homens para sobreviver. Esta diferença cognitiva entre lobos e cães, que já havíamos descortinado ao trabalharmos com ambos, foi recentemente comprovada por um grupo de investigadores internacionais no “Wolf Science Center da Vetmeduni Vienna” adstrito à Universidade de Medicina Veterinária de Viena de Áustria.
Considerando a maior autonomia, rusticidade e raciocínio causal presentes nos híbridos, podemos afirmar que quando comparados com os cães, mantêm-se alerta por mais tempo, não engordam nem se empanturram, são mais difíceis de subornar, são mais resistentes à fome e em caso de necessidade são capazes de comer aquilo que dificilmente um cão comeria, para além de serem menos permissivos no que à invasão do seu território diz respeito e de não fazerem facilmente amizade com estranhos. Um cão comum com a maioria destas características dificilmente seria um bom guarda, porque se sentiria desprotegido, resistiria ao trabalho de equipa, seria esquivo, de pouco proveito e até incapaz de olhar por si.
Um híbrido com menos de 40% de sangue lobo na sua construção, dificilmente manterá incólumes estas características, apesar de ser mais moldável e menos perigoso (não é por acaso que nos Estados Unidos existe legislação que regula o percentual de sangue lobo nos cães). A perpetuação de híbridos de lobo, também descritos na canicultura e na cinotecnia como “cães-lobo”, no que diz respeito a sua qualidade enquanto cães militares e de guarda, sempre dependerá do acerto dos cruzamentos mistos, cujo produto dificilmente será uniforme por razões que se prendem com a maior ou menor sensibilidade à oxitocina dos indivíduos, quer eles sejam lobos ou cães. Se para a obtenção de cães de trabalho a selecção por ele é indispensável, muito mais o será para o alcance de bons cães-lobos, exigindo a sua criação saber e experiência.
No que ao policiamento de propriedades diz respeito, os cães-lobos bem depressa procuram áreas de ocultação, onde tudo vêem e não são vistos, tirando partido do vento a seu favor e da camuflagem que os locais lhes oferecem, porque vivem em constante observação, não correm à toa, trabalham em economia de esforço, raramente ladram e só avançam pela certa e de surpresa, ensaiando em simultâneo percursos de fuga perante o insucesso das suas arremetidas. Os seus ataques são dissimulados, rápidos, a vários golpes e profundos, produzidos mais para neutralizar do que para capturar. Contrariamente ao que se julga, a parceria entre um cão-lobo e um comum nesta matéria (guarda) é desejável, desde que o comum não tenha como submeter o híbrido e funcione como seu subordinado, entregando-lhe de “mão beijada” e para o golpe de misericórdia os possíveis invasores ou intrusos. O recurso ao cão na formação de híbridos só deve prestar-se ao aproveitamento das mais-valias do lobo, porque sem o seu contributo alcançaríamos apenas animais silvestres e incapazes de enfrentar os homens - o cão é uma ponte!
Apesar das dúvidas levantadas por este texto serem muitas, voltaremos ao tema quando nos for solicitado, adiantando ainda que a instalação de um híbrido obedece a regras próprias, que o seu treino não pode ser inteiramente idêntico ao dos cães comuns, nem tampouco a sua alimentação, apresentação e horários de distribuição, que a troca de alvos necessária aos híbridos de lobo tem que acontecer de modo continuado e natural, já que as presas que terão pela frente serão outras e as recompensas a dar-lhes deverão satisfazer mais o lobo dentro de cada cão. 

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

O MUNDO À NOSSA VOLTA: AS ELEIÇÕES NA ALEMANHA

A grande sensação nestas últimas eleições na Alemanha, apesar de esperada, foi o resultado alcançado pelo partido “Alternative für Germany”, (AfD), tido por uns como de extrema-direita e por outros como nazi ou neonazi, que se tornou a 3ª maior força política teutónica, com 13,3% dos votos e 94 lugares no Bundestag. Esta ascensão da “extrema-direita” ficou a dever-se em primeira instância à entrada de refugiados na Alemanha autorizada por Angela Merkel, que acabou por gerar grande contestação na sociedade alemã. Esta acção da Chanceler acabou por fragilizar o seu próprio partido (CDU) e também o SPD com quem se encontrava coligado, porque as alas mais conservadoras destes partidos acabaram por ficar isoladas e não lhes restou outro remédio a não ser votar no “AfD”.
Setenta e dois anos depois da queda de Hitler e do nazismo, não acreditamos no regresso desta ideologia política, porque todos aprendemos com os erros e gerações diferentes abraçam novos ideais, também porque o próprio AfD é em matéria política uma verdadeira manta de retalhos. Assim, o que estará a aumentar na Alemanha não é nazismo mas sim o nacionalismo, que é coisa bem diversa e não se prende obrigatoriamente com o expansionismo. Esta tendência nacionalista que não é produto exclusivo dos alemães ou da sociedade alemã, não pode ser dissociada das actuais sociedades multiculturais europeias, notoriamente frágeis na protecção aos cidadãos e fartas em atentados de todos os tipos. Diante desta dura realidade, não é a xenofobia que está de volta mas o medo que a alimenta. Vencer o terrorismo e os terroristas parece ser a única solução viável, muito embora os seus ataques sirvam de sobremaneira aos objectivos doutros criminosos e fratricidas. O Mundo tem os olhos postos mais uma vez na Alemanha e nisto sim, a história repete-se!

domingo, 24 de setembro de 2017

CHAMA-SE FRIDA E JÁ AJUDOU A SALVAR 52 PESSOAS

Há quem ponha nomes ao acaso a pessoas e animais, nós conhecemos uma senhora que tinha como nome próprio “Libertina”, nome com o qual não se identificava e que evitava dar a conhecer, preferindo que a tratassem ordinariamente por “Betty”. Contrariamente ao sucedido com esta desafortunada senhora, vamos dar a conhecer aos nossos leitores o nome duma cadela, por sinal muito bem-posto: Frida, uma Retriever do Labrador dourada, pertencente à Marinha Mexicana, agora com seis anos de idade, habilitada para busca e salvamento, chamada a procurar sobreviventes do último terramoto ocorrido na Cidade do México, que como é sabido alcançou uma magnitude de 7,1. Vinda da Cidade mexicana de Oaxaca, onde há duas semanas atrás detectou e ajudou a salvar 12 pessoas, a Frida logrou salvar 52 pessoas em desastres naturais ocorridos no seu país de origem e no estrangeiro, nomeadamente em operações de resgate nas Honduras, Equador e Haiti.
A entrada em acção da Frida na Capital do México foi muito saudada ali e até o Presidente do País, Enrique Pena Nieto, a homenageou e louvou no Twitter. No desempenho das suas missões, esta heroína de quatro patas vai munida de óculos para a proteger dos fumos e de sapatos especiais que lhe permitem andar e escavar em terrenos acidentados, não fosse ela uma especialista, uma bem equipada e uniformizada militar da Marinha.
Por que razão adiantámos que o nome de Frida foi-lhe muito bem-posto? Porque este nome germânico significa a pacífica, aquela que traz a paz a ou princesa da paz, que é exactamente aquilo que ela faz, quando leva socorro a quem está em aflição e dá esperança àqueles a quem a morte não quer poupar. Daqui desejamos vida longa vida para esta labradora, que continue a salvar gente como até aqui e leve sempre a paz a quem se encontrar em aflição. Aqui, ali, lá e cá, precisamos de mais "Fridas" e nunca serão demais! 

sábado, 23 de setembro de 2017

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

O Ranking semanal dos textos mais lidos ficou assim ordenado:
1º _ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado em 24/02/2015
2º _ PASTOR ALEMÃO X MALINOIS: VANTAGENS E DESVANTAGENS,
3º _ A CURVA DE CRESCIMENTO DAS DIVERSAS LINHAS DO PASTOR ALEMÃO, editado em 29/08/2013  
4º _ THEO: UMA DÁDIVA DIVINA PARA COMBATER O CRIME NA TERRA, editado em 16/09/2017
5º _ OS MARATONISTAS!, editado em 18/09/2017
6º _ A OXITOCINA DEU E CONTINUA A DAR UMA AJUDA, editado em 19/09/2017
7º _ SERÁ O BOERBOEL UMA BESTA APOCALÍPTICA?, editado em 02/05/2015
8º _ A CALIFÓRNIA NÃO É SÓ FICÇÃO E SAN JOAQUIN VALLEY, editado em 21/09/2017
9º _ DOBERMANN: O CÃO QUE É MENOS DO QUE SE SUPÕE E MAIS DO QUE SE IMAGINA, editado em 06/03/2016
10º _ O PESO DOS 4 MESES NO CÃO DO AMANHÃ, editado em 28/10/2010 

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

O TOP 10 semanal de leitores por país obedeceu à seguinte ordem:
1º Portugal, 2º Brasil, 3º Rússia, 4º Estados Unidos, 5º Espanha, 6º Reino Unido, 7º Indonésia, 8º França, 9º Moçambique e 10º Ucrânia. 

PIADA DA SEMANA: UMA QUESTÃO DE EXPERIÊNCIA

Considerando as muitas “licenciaturas” que por aí há, nomeadamente no Comando da Protecção Civil, alcançadas maioritariamente pela experiência, os alcoólicos anónimos reivindicam agora e diga-se com toda a justiça, a equivalência aos enólogos, porque apesar de não terem curso, experiência não lhes falta!

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

OS CÃES SÃO DONO E TERRITÓRIO

Coube a infelicidade a uma aluna nossa e à sua família: o seu adorado Pastor Alemão negro, JACK, ensinado no Jardim Vasco da Gama em Belém (2014/2015), apanhou leishmaniose e foi internado num hospital veterinário, onde está a ser alimentado e tratado por via intravenosa, o seu prognóstico mantem-se reservado e a esperança em salvar-se começa a desvanecer-se no seio da família que o adquiriu. A dona que o criou e educou gostava de ir visitá-lo ao hospital mas não sabia se tal seria bom para o pobre animal. Indecisa, resolveu telefonar-me e explicou-me a situação, obtendo o seguinte esclarecimento: “ Minha querida, os cães são “dono e território”. Por causa disso, sempre que possível, deverão ser tratados em casa e junto dos seus, para não se verem privados dos seus líderes, grupo, pertences e espaços. A separação forçada do seu território já é mal que baste e a ausência do dono ainda agrava mais a situação. Vá visitar o seu cão quanto antes e sempre que lhe seja permitido pelos veterinários, porque importa dar-lhe ânimo para se agarrar à vida, arranjar forças para convalescer e recuperar”. Força Jack!

A BELA E A RAPOSA

Deu entrada este mês nas nossas fileiras o binómio constituído pela Bela e pelo Fox. A condutora canina ambientou-se sem maiores dificuldades às aulas e às sessões de treino, mostrando que ainda tem a jovialidade necessária para a função a que se propôs. Quanto ao Fox, estamos a falar de um mestiço de CPA red sable, com aproximadamente 6 meses de idade, activo, atleta e voluntarioso, um cachorro cheio de graça que empresta alegria e vigor ao trabalho que realizamos. Desejamos para ambos sucesso no trabalho e as maiores felicidades, certos de que irão ser amigos para toda a vida.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

A CALIFÓRNIA NÃO É SÓ FICÇÃO E SAN JOAQUIN VALLEY

Quando ouvimos o nome Califórnia lembramo-nos imediatamente dos Cowboys, de Hollywood e do fértil Vale de San Joaquin, terra fértil como poucas, tantas vezes imortalizada no cinema, onde vivem e trabalham mais açorianos que em todas as ilhas do Arquipélago dos Açores juntas. Hoje não vamos falar de ficção ou de emigração, mas sim de uma lei que poderá ser aprovada pelo Governador daquele Estado norte-americano acerca da proibição da venda em Pet Shops de cães, gatos e coelhos não resgatados, lei que mereceu a aprovação do Senado californiano com 30 votos a favor e nenhum contra, assim como da Assembleia Estadual com 55 votos a favor e 11 contra. Jerry Brown (na foto seguinte), assim se chama o Governador da Califórnia, terá que se pronunciar sobre a dita lei até ao próximo dia 15 de Outubro, podendo vetá-la ou assiná-la.
Segundo o “Fresno Bee”, jornal diário da Cidade Fresno, mais de 30 cidades na Califórnia já têm leis semelhantes e de acordo com os dados revelados pela “ASPCA” (The American Society for the Prevention of Cruelty to Animals), sociedade fundada em 1866, mais de 230 cidades e municípios norte-americanos já têm leis similares em vigor. Os mentores da lei pretendem assim acabar com a venda de animais nas pet shops provenientes de criações em série e pouco escrupulosas, que desrespeitam os direitos, a saúde e o bem-estar de cães, gatos e coelhos. A referida proibição não abrange a venda particular de cães com pedigree pelos seus criadores.
Por outro lado, o número de ali animais abandonados e carenciados de adopção é avassalador. Para se ter uma ideia mais clara do problema, basta dizer que no ano passado foi abatido um milhão e meio de animais de companhia nos Estados Unidos e que os contribuintes da Califórnia gastam mais de um quarto de bilião de dólares por ano para abrigar animais sem-tecto. Caso a referida lei venha a ser ratificada pelo Governador, a produção industrial e a venda desregrada de animais de companhia irá levar um profundo corte e a procura de animais para adopção sofrerá um forte incremento.
 Argumentam os donos das pet shops que a lei a aprovar vai privar o público das raças mais populares que raramente aparecem nos abrigos e que nem sempre a história genética e clínica dos animais resgatados é conhecida, que as pet shops conseguem oferecer aos seus clientes os cães que procuram e que que não existem nas redondezas. Uma lei mais radical do que esta foi aprovada em Agosto na Cidade de Cambridge, Massachusetts, lei que só permite às lojas dos animais a venda de peixes e de animais resgatados. Mais depressa do que se espera teremos aqui leis como estas e os animais merecem, trata-se de uma questão de justiça!

terça-feira, 19 de setembro de 2017

DA ZÂMBIA DO IDÍLICO MAPA COR-DE-ROSA

Agrada-nos registar que tivemos hoje os nossos primeiros leitores da Zâmbia, país sem costa marítima na África Austral, onde ficam as famosas “Victoria Falls” (Cataratas de Victoria), situadas no Rio Zambeze, com uma altura máxima de 128 metros e 1.500 metros de largura. Os territórios da actual República da Zâmbia, da outrora Rodésia e hoje Zimbabué e do Malawi, foram reclamados na Conferência de Berlim para a Coroa Portuguesa, que decorreu entre 15 de Novembro de 1884 e 26 de Fevereiro de 1885 na Capital Alemã, já que tínhamos sido os primeiros a lá chegar (direito histórico) e se situarem entre as Territórios Portugueses de Angola e Moçambique, segundo o mapa das nossas pretensões e que ficou conhecido desde então como o “Mapa Cor-de-Rosa” (abaixo).
Apesar de ser a nossa mais velha aliada, a Inglaterra contrapôs contra o direito histórico o direito imposto pelas armas e caso a Coroa Portuguesa não concordasse, a Royal Navy (marinha Inglesa) bombardearia Lisboa, segundo um ultimato em forma de memorando entregue a 11 de Janeiro de 1890. Governava então El-rei D. Carlos que entendeu poupar Lisboa e a sua população. Os republicanos aproveitaram-se da situação e inflamaram os ânimos patrióticos, não que tivessem melhor solução mas porque lhes importava derrubar a monarquia.
Deixemos à história os factos e alegremo-nos com os zambianos que visitam este blogue, que há muito se livraram do colonialismo e que lutam diária e arduamente para edificarem o país que os viu nascer.

IMAGINEM PARA ONDE FOI PARAR O DINHEIRO DOS CONTRIBUINTES

Agora que o Sr. Trump anda a acusar as Nações Unidas de má gestão e de burocracia e exige cortes orçamentais nas despesas daquela Organização de interesse mundial e planetário, somos alertados pela Associated Press para o caso de uma funcionária administrativa do Tribunal do Condado de Garland no Arkansas, a Sr.ª Kristi Lyn Goss de 44 primaveras, que indevidamente usou os dinheiros daquele Condado em benefício próprio, acabando por ser despedida e acusada de seis acusações de uso fraudulento do cartão de crédito que usou e não lhe pertencia. Numa audiência preliminar ocorrida na última Segunda-feira, Goss confessou-se culpada e será sentenciada a 22 de Novembro próximo.
Esta descontraída senhora, cuja face pode ser vista acima, decidiu usar o cartão de crédito daquele condado e efectuar despesas no valor de 200.000 US dólares (166,96 €), optando por comprar uma pulseira de diamantes, bilhetes de ingresso para jogos de futebol americano da equipa universitária local, a Arkansas Razorbacks (cujos jogadores são conhecidos pelo nome de “Hogs”), almofadas de lantejoilas, um seguro para animais de estimação e … um elegantíssimo smoking para o seu Pug, cujo nome lamentavelmente não nos foi revelado. Atendendo às compras ilícitas que fez, estamos em crer que a dita senhora pretendia sair com o seu cão para alguma noite de gala onde importava ir a rigor. Infelizmente tontas destas não faltam por cá, como não faltam tribunais na penúria ou à beira disso (há quem diga que Deus escreve direito por linhas tortas!).

A OXITOCINA DEU E CONTINUA A DAR UMA AJUDA

Ninguém crê que a transformação do lobo em cão aconteceu num “click”, num abrir e fechar de olhos, como também ninguém duvida que esse processo foi mais ou menos moroso. Contudo, ignorava-se até aqui o que mais contribui para essa transformação. 
Um estudo recente da Universidade sueca de Linköping, publicado na revista científica “Hormone and Behavior”, feito sobre 60 Golden Retrievers, parece ter desvendado esse segredo ao concluir que a tendência dos cães procurarem o contacto com os donos está associada a variações genéticas na sensibilidade à oxitocina/ocitocina, que como é sabido é uma hormona produzida pelo hipotálamo, que liga o sistema nervoso ao endócrino sintetizando a secreção de neuro-hormonas. Assim e segundo os pesquisadores do presente estudo, o que torna uns cães mais amigáveis que outros é a oxitocina hormonal presente nos seus genes.
É a amizade doada pela oxitocina que leva os cães a pedir ajuda aos seus donos na solução de problemas e que possibilita o trabalho de equipa com os humanos. 
Nos 15.000 anos que leva a domesticação, os cães desenvolveram uma habilidade única para poderem complementar os esforços humanos, prestando-se a diferentes usos de acordo com o seu particular biológico. A mesma variação genética foi também encontrada nos lobos, facto que sugere a sua presença logo na génese do processo selectivo canino.
Os pesquisadores daquela Universidade sueca concluíram também que existem grandes diferenças na disposição de pedir ajuda entre raças e entre indivíduos da mesma raça, que este pedido de ajuda, ao resultar de uma maior sensibilidade à oxitocina, torna possível as relações sociais entre indivíduos.
Suspeitávamos há muito da esterilidade do adestramento sem amor, nunca duvidámos da necessidade de reciprocidade amorosa nos binómios e calculávamos que no início da selecção do lobo familiar ter-se-ia optado pelos mais dóceis e cúmplices, por aqueles que se mostrassem mais sociáveis. É interessante reparar como tudo começou e ver ao que chegámos: no princípio procurámos os mais dóceis e no final os mais bravos, na génese os que podíamos ensinar e agora os que dispensam qualquer tipo de ensino, estranho dualismo este que tanto procura o amigo e como a besta irascível.
Quando atrás transcrevemos o que estes pesquisadores disseram acerca dos lobos, nomeadamente sobre a presença de oxitocina hormonal nos seus genes, lembrámo-nos imediatamente de uma subespécie do Lobo Cinzento, exactamente do Lobo Ibérico (Canis lupus signatus), uma subespécie do lobo-cinzento que é um verdadeiro amigo e companheiro, capaz de produzir híbridos de maior valia que outros, como tantas vezes já dissemos e relembrámos no texto “O SONHO DO LUPINO PORTUGUÊS E O PERRO LOBO MALLORCAN”, datado de 18 de Agosto de 2015.
Se foi uma maior sensibilidade/receptividade à oxitocina que tornou possível o uso dos cães para fim julgado útil, então podemos depreender que foi a dependência canina que tornou possível o seu adestramento e não os poucos instintos que ainda possuem, o que torna os cães mais instintivos próximos dos primitivos, mais autónomos, menos manobráveis e sobejamente menos curiosos – mais brutos, de menor préstimo e pior adaptados, características não raramente identificadas nos cães entendidos como muito-dominantes.
Contrariamente a estes, os cães que procuram ajuda alcançam mais facilmente a autonomia condicionada, melhoram substancialmente o seu desempenho com o tempo e o treino, por fazerem parte de uma equipa que simultaneamente presta especial atenção à sua adaptação e aposta na melhoria da sua prestação individual.