quarta-feira, 30 de setembro de 2020

BÁVAROS CONTRA O COCÓ DOS CÃES NOS PRADOS

 

A Associação de Agricultores da Baviera (BBV), a sua secção do Distrito de Weilheim-Schongau e a Associação Canina Funny Dogs Maxkron, empenhados em reduzir o ódio pelos cães e apaziguar os ânimos dos agricultores e criadores gado, elaboraram um folheto e empreenderam uma campanha contra o cocó de cão e os seus sacos abandonados nos prados, que invariavelmente causam problemas aos agricultores, como diz Christine Sulzenbacher, agricultora regional da BBV: “Na pior das hipóteses, isso pode ser fatal para os animais se comerem as fezes de cão com ele (saco de plástico)." Graças a esta falta de higiene, que não atenta só contra o bem-estar das vacas, mas contra os ecossistemas e a saúde pública, os cães não são bem-vindos às zonas rurais da Baviera, havendo por causa disso gente que simplesmente os odeie.

Na foto abaixo (da esquerda para a direita), podemos ver a Administradora Distrital Andrea Jochner-Weiß, Nicole Spichtinger do Clube Canino “Funny Dogs Maxkron”, a agricultora local Regina Andrä de Weilheim com o cão Ares e a vaca Lady Gaga, a Vice-Agricultora distrital Maria Lidl, a Agricultora Distrital Christine Sulzenbacher e a Diretora Administrativa do BBV. Toda esta gente carrega vários folhetos contra o cocó de cão abandonado nos prados. A vaca Lady Gaga (que deve ser uma vedeta) e o cão Ares completam o quadro campestre.

Foram elaborados para o efeito 5.000 folhetos e encontram-se disponíveis na câmaras municipais, nas escolas de cães, na Associação de Agricultores da Baviera e na sua secretaria distrital, podendo ainda chegar às associações de turismo para posterior distribuição aos veraneantes. Também os municípios aderiram à campanha e estão na disposição de aumentar o número de caixotes do lixo para recolha dos dejectos caninos. Em síntese, estamos perante uma campanha solidária numa sociedade organizada. Alguma vez pensou que ao abandonar um saco com cocó de cão numa zona rural poderá causar sérios problemas ao gado que ali pasta? Já viu ou ouviu falar de uma campanha destas em Portugal? Certamente teria ouvido caso as vacas votassem e os apelos dos agricultores fossem ouvidos por essa urbe que simultaneamente os representa e ignora.

HÍBRIDOS E MESTIÇOS: A ILUSÃO DO MEIO POR MEIO

 

Há por aí quem pense e em vão espere, que ao cruzar dois cães “puros” de raças diferentes, venha a obter cachorros com 50% de uma raça e 50% da outra no que concerne às suas características cognitivas, físicas, psicológicas e funcionais, incluindo-se nas últimas a máquina sensorial, a biomecânica, a interacção, a parceria e a complementaridade. Quem é experiente na canicultura sabe que tal é difícil de acontecer mesmo em indivíduos da mesma raça quando se intenta realizar um verdadeiro beneficiamento. Por outro lado, a probabilidade de se obterem cachorros na simbiose desejada é maior no cruzamento das raças de raiz comum, como acontece com o Pastor Alemão, Belga e Holandês, muito embora esses cruzamentos, agora considerados como beneficiamentos atendendo à procura incessante de maior operacionalidade, possam produzir exemplares mais ou menos desprezíveis consoante o acerto dos critérios que presidiram à  selecção dos seus progenitores.

Dependendo do número de cães usados para a formação das distintas raças e do seu distanciamento em relação ao estalão actual, assim alcançaremos mais ou menos cachorros com as características desejadas, muito embora haja raças que sejam maioritárias na construção de híbridos e mestiços, como é caso do Cão de Pastor Alemão. Se tomarmos como exemplo o Doberman, que foi formado a partir de várias raças e que não é dominante na construção, os seus híbridos tenderão a obedecer a outras dominâncias, a apresentar características e comportamentos só presentes na protoconstrução da raça e comuns ao indivíduo escolhido para cruzar com o Doberman. E, quando assim sucede estamos perante uma roleta russa e as mais-valias procuradas podem tardar a chegar ou a nunca aparecer. Por tudo isto, apesar de ampla e repetidamente ter sido tentado, o cão perfeito, o portador só de virtudes, ainda está por chegar.

Quanto aos cruzamentos entre cães com pedigree e cães sem raça definida (rafeiros), duas situações podem acontecer de acordo com os particulares do cão “puro” e da construção do rafeiro: se o cão “puro” utilizado for dominante na construção, os cachorros sair-lhe-ão maioritariamente; se não for, os cachorros obedecerão a outras dominâncias. Os lupinos, inclusive o Husky, tendem a fazer prevalecer as suas características e comportamento sobre os vulpinos, verdade que talvez se explique pela presença ancestral do lobo em todos os cães. Por norma, ainda que não absolutamente, os cães com pedigree tendem a marcar mais a sua descendência do que os sem raça definida. O actual retorno à raíz comum de Pastores Alemães, Belgas e Holandeses, tendo em conta o que se espera destes cães, é a tentativa de doar a cada um deles aquilo que as distintas selecções lhes roubaram, por enquanto uma opção mais barata diante dos preços actuais da clonagem, processo de reprodução assexuada que virá a dominar a canicultura.

MUNIQUE JÁ TEM UMA!

 

Em Munique, mais propriamente em Oberföhring, no Distrito 13 Bogenhausen, já existe uma lavandaria self-service para animais quase imperceptível num centro comercial e que é o primeiro salão alemão de lavagem automática para cães. Perante esta novidade e avanço, bastante prática, os muniquenses já não precisam de se molhar para dar banho aos seus companheiros de 4 patas na banheira ou no quintal (já vimos gente a fazê-lo no porta-bagagens do carro).

As máquinas fazem tudo após se encerrar o animal lá dentro, o ciclo de lavagem começa e engloba a lavagem, o enxaguar e a secagem, tudo através de um simples toque num botão. é evidente que antes de se accionar o ciclo de lavagem há que escolhê-lo em função do animal a ser lavado. Há programas para animais de pêlo curto e comprido e também um programa hidratante. Teoricamente os donos só têm de estar atentos e pagar 15€, importância que é menos pesada para os alemães do que para os portugueses considerando as diferenças dos respectivos salários mínimos.

Se porventura algo incomodar os cães durante o ciclo de lavagem, os donos podem a qualquer momento mudar para o “modo manual”, porque os panos utilizados funcionam facilmente à mão, assim como o chuveiro e o secador de cabelo. O proprietário deste inovador estabelecimento comercial garante que as máquinas são desinfectadas automaticamente, que o conceito da lavandaria self-service para animais já se encontra muito difundido noutros países e que neste momento já tem algumas dezenas de clientes regulares (provavelmente aqueles que desconhecem as contra-indicações de dar regularmente banho aos cães). De qualquer modo, é bom ter por perto uma lavandaria destas, porque há situações em que o banho pode ser indispensável. Munique sai na frente, Munique já tem uma!

terça-feira, 29 de setembro de 2020

O DINGO FEZ ONTEM SEIS MESES

 

O Dingo, escolarmente conhecido como “Dogue Alemão”, é fruto de um cruzamento pouco provável, de Doberman com Fila de São Miguel. O cachorro é grande e tigrado, mede mais de 60cm e já ultrapassou os 30 kg de peso, fez ontem 6 meses, é alegre e simpático, um pouco “escangalhado” no andar, mas com muito juízo. Produto de cães antagónicos no que diz respeito à linha do dorso (o Doberman é mais alto de cernelha e o Fila traz a garupa à às costas), não sabemos a quem sairá quando chegar a adulto. Independentemente disso, o que mais nos importa é que cresça saudável. Com a maturidade sexual à porta, convidámo-lo para diversas verticais de altura igual ou superior a 1 metro, obstáculos que venceu com uma facilidade tremenda. O binómio Tomás/Dingo foi o único que compareceu aos trabalhos de hoje. As fotografias foram da responsabilidade do Treinador e amanhã espera-se maior afluência de alunos.

A BRINCAR COM A VIDA E A DESAFIAR A MORTE

 

Parece não haver dúvidas quanto ao animal que mata mais pessoas nas cidades – o cão. Nos países subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento ele mata de duas maneiras: abatendo simplesmente as pessoas e transmitindo-lhes a raiva. Nos países desenvolvidos tornou-se um especialista a ferir e eliminar os mais fracos e os incautos, particularmente bebés e idosos, para além de “intrusos” e viandantes. De acordo com uma notícia que nos chegou de Leobersdorf, no Distrito de Baden, na Baixa Áustria, há cinco semanas atrás, quando se encontrava a caminhar numa floresta em Verditz, na Caríntia, Margit Berndt foi surpreendida por um Leão da Rodésia solto que avançou na sua direcção e que acabou por morder-lhe gravemente uma das mãos, conforme se pode ver na foto abaixo, não se sabendo ainda se poderá voltar a mexer os dedos ou não.

Esta senhora fez questão de publicar no Facebook a foto da sua mão desfigurada e acabada de coser, adiantando-lhe o seguinte comentário: “Não estou postando estas fotos horríveis para despertar a vossa pena… Este é um apelo a todos os donos de cães para que mantenham os seus cães à trela nas áreas públicas… Este cão (o que a mordeu) nunca tinha mordido ninguém antes e de acordo com o seu dono, ele é muito bem-disposto. Infelizmente há situações excepcionais.” Como se compreende, o susto e o sofrimento não toldaram o raciocínio de Margit Berndt, porquanto conseguiu encontrar com clareza a causa do incidente que a vitimou – o cão solto!

Gostava de adiantar aqui alguns pormenores sobre o Leão da Rodésia, o seu perfil psicológico e a natureza dos seus ataques, porque se trata de um cão único cujas intenções nem sempre são fáceis de adivinhar, não fora ele um cão caçador, mais dissimulado do que ostensivo, como convém aos cães que enfrentam presas bem acima do seu tamanho, envergadura e peso. Quero desde já adiantar um pormenor da raça que tem a ver com os seus dentes, verdadeiras lancetas que se entranham na carne das vítimas dispensando por isso grande força de mandíbula para provocar grandes estragos. 

Ao contrário dos cães mais territoriais, que mordem junto dos donos ou quando o seu território é invadido, o Leão da Rodésia, enquanto caçador e excursionista, quando solto, pode empreender perseguições e ataques dissimulados no exterior, porque ladra pouco, não morre de amores por estranhos e é extraordinariamente inteligente. Com estas qualidades, se fosse um pouco mais territorial do que é, certamente seria mais procurado. Por tudo o que disse, ser atacado de surpresa por um cão destes, inevitavelmente irá deixar marcas, mesmo nos mais experimentados nestas andanças. Há cães destes simpáticos e amigáveis? Sem dúvida! Em abono do Leão da Rodésia, há que dizê-lo, ele é extraordinariamente afectuoso com as crianças e nunca tive notícia de que um deles tenha atacado alguma.

Margit Berndt tem carradas de razão, a única solução capaz de travar os ataques caninos na via pública e em todos os lugares, é trazer os cães à trela e nos casos mais graves trazê-los também açaimados. Enquanto isso não acontecer globalmente, andamos por cá a brincar com a vida e a desafiar a morte, a constituir-nos em algozes uns dos outros. Não será o Covid-19 já mal que baste?

TREINO NO FEMININO

 

O adestramento, ao contrário do que sucede com outras actividades lúdicas e desportivas, é cada vez mais uma actividade familiar, pelo que não é de estranhar ver pais e filhos entregues lado-a-lado à arte de ensinar cães. Assim aconteceu ontem com a Clarinda e a Patrícia, que aproveitaram o final da tarde para ginasticar a SRD Keila e convidá-la para os obstáculos ao seu alcance. A pequena CPA Luna, a “arma secreta” da casa, também se fez presente, muito embora não apareça nas fotos. Por razões ligadas à salvaguarda dos cães, os obstáculos “tipo alvo” tornam-se imprescindíveis e ontem foi dia da Keila aprender a fazer o seu primeiro arco pela mão da Clarinda, conforme se pode ver na foto acima. Também a Patrícia foi chamada para conduzir a Keila, nomeadamente para a transposição de uma vertical aberta de 85 cm.

A cachorra CPA Luna está a evoluir conforme o esperado, tanto do ponto de vista cognitivo como do atlético, evidenciando disponibilidade, facilidade em apreender e uma vontade inabalável de vencer tudo o que encontra pela frente. Não rejeita desafios, é extremamente activa, territorial e amiga dos seus. Neste momento já venceu todos os obstáculos próprios para a sua idade, mas carece de melhorar gradualmente o “junto” e de ganhar mais 2 ou 3 Kg. Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Clarinda/Keila e Patrícia/Luna. As fotos estiveram a cargo do Adestrador e a sessão de treino foi muito produtiva. Hoje retomaremos os nossos trabalhos no mesmo horário e com a mesma vontade.

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

SURPRESA, IGNORÂNCIA, INEXPERIÊNCIA OU DISTRACÇÃO?

 

O incidente aconteceu ontem na cidade alemã de Gelsenkirchen, no Estado de Nordrhein-Westfalen, e a polícia local divulgou-o hoje. Quando um morador da cidade de 17 anos passeava o seu Pastor Belga à trela, um menino de 9 anos que se encontrava a brincar nas redondezas, passou a correr junto do cão e acabou por apanhar uma valente dentada na coxa. A criança acabou por cair no chão e o animal mordeu-lhe ainda o casaco. Uma ambulância transportou o menino a uma clínica onde ficou internado. Enquanto isto, foi instaurado um processo penal contra o jovem de 17 anos.

Calculo que os paizinhos da criança não o avisaram para não correr ao lado dos cães, principalmente quando se encontram atrelados aos seus donos, uma vez que os animais, caso sejam bravos, têm motivos mais do que suficientes para identificarem quem passa por eles a correr como uma presa. Também não me espanta que já a tivessem avisado e que ela no calor da brincadeira não se tenha apercebido da presença do cão. Seja lá como for, correr ao lado dos cães sem pré-aviso pode ser entendido pelos animais como um convite à perseguição e à captura, particularmente quando atrelados aos donos, porque ao sentir-se protegidos por eles, podem partir para cima de qualquer substancialmente mais motivados.

Quanto ao jovem de 17 anos, agora à perna com a justiça, só uma coisa poderá isentá-lo de maiores culpas – o facto da criança ter aparecido de surpresa – porque doutro modo a sua ignorância, inexperiência ou distracção, ao contribuírem para o dolo, em nada abonarão a seu favor. Um Pastor Belga não faz amizade com estranhos facilmente e quem o adquire sabe disso, pois não é por acaso que actualmente é o cão preferido de polícias e militares, por ser decidido, bélico, rústico, rápido e leve, não sendo por isso um cão para toda a gente e muito menos para um jovem de 17 anos que não soube segurá-lo e impedir o seu ataque.

A Alemanha, face aos disparates que têm vindo a acontecer com cães no seu território, há muito que deveria ter em vigor uma lei igual àquela que os austríacos vão fazer respeitar a partir do próximo 1º dia de Outubro, aquela que obriga todos os proprietários caninos do Tirol a apresentar um certificado obrigatório de competência e de conhecimentos básicos sobre os direitos e deveres inerentes à propriedade canina. Oxalá a criança sinistrada não fique traumatizada nem com marcas para toda a vida. Em simultâneo, esperamos que o tribunal de Gelsenkirchen seja benevolente com o jovem de 17 anos, mesmo que de alguma forma tenha contribuído para aquele triste desfecho, já que a sua idade tende a fazê-lo esquecer os conselhos que lhe são dados (todos já tivemos 17 anos). 

MAGAWA: THE REAL MIGHTY MOUSE

 

Magawa, um rato gigante africano treinado para detectar minas, que conseguiu localizar 70 artefactos explosivos que permitiram proteger 141.000 m2, foi premiado com uma medalha por salvar vidas, recebendo a medalha de ouro da instituição de caridade veterinária britânica People’s Dispensary for Sick Animals (PDSA), segundo noticia o canal de televisão CNN. Perito em detectar minas antipessoal, este simpático e útil roedor foi primeiro treinado na Tanzânia pela organização não-governamental belga APOPO, que treina ratos para detectar minas antipessoal e tuberculose. Esta ONG ensinou o rato Magawa a detectar o odor dos produtos químicos explosivos usados nas minas terrestres e a relatá-los ao seu handler.

Maior que os restantes ratos, mas leve o suficiente para nunca detonar uma mina terrestre ao pisá-la, Magawa bem cedo mostrou excelentes aptidões para o trabalho. De acordo com a CNN “ele consegue fazer buscas numa área do tamanho de um campo de ténis em 30 minutos, quando um homem munido de um detector de metais demoraria até quatro dias.” Este rato foi enviado para o Camboja com apenas nove meses de treino, destino onde tem comprovado plenamente as suas capacidades laborais. Apesar da Comunidade Internacional ter alegadamente adoptado a Convenção de Proibição de Minas Antipessoal em 1997, há mais e 20 anos que se eliminam no Camboja as armas que restaram dos conflitos anteriores, que neste país são mais do que muitas.

Cerca de 3 milhões de minas ainda se encontram enterrados no Camboja, dos 4 a 6 milhões que foram enterradas ali desde os anos 70 do século passado. Estes dispositivos já causaram cerca de 64.000 vítimas e 25.000 amputados, de acordo com a Autoridade Cambojana de Acção contra Minas e Assistência à Vítima. A trabalhar há sete anos, o Magawa descobriu nada menos que 39 minas antipessoal e 28 munições não detonadas. Infatigável e graças ao seu talento infalível ajudou a limpar mais de 141.000 m², o equivalente a cerca de vinte campos de futebol, o que é uma grande proeza mesmo para um Super Rato.

CARA DE POUCOS AMIGOS PARA QUÊ?

 

Sempre ouvi dizer que “todos os caminhos vão dar a Roma”, apesar de alguns serem mais tortuosos e morosos, o que também abrange os métodos usados no adestramento. Uma pesquisa recente, originária da Universidade de Estocolmo, na Suécia e publicada na revista Biology Letters, decidiu encontrar respostas para perguntas como estas: Que razões levam os cães a brincar? Se a sua ludicidade foi procurada no início do processo de domesticação? Em que isso os beneficia? Os cães brincalhões são mais fáceis de treinar? Existe alguma relação entre cães brincalhões e alta capacidade de aprendizagem?

Confirmou-se que a ludicidade foi favorecida no início da criação e domesticação dos cães; que os cães que mais interagem e ajudam os humanos – aqueles que mais trabalham, são os que apresentam maior propensão para a brincadeira e que esta característica poderá ser importante para uma maior capacidade de aprendizagem. Niclas Kolm, principal autor do estudo, disse a respeito: “Altos níveis de comportamento lúdico dirigido por humanos são particularmente importantes nos cães que trabalham em estreita colaboração com os seus donos e treinadores; por exemplo, para recuperar um objecto ou para ajudar a pastorear o gado.”

Contrariamente aos seus ancestrais lobos, os cães domésticos adoram brincar, mesmo quando adultos (com seus amigos caninos, outras espécies animais, humanos ou até com objetos). Existem muitas teorias sobre a razão que os leva a agir assim. A equipa de Kolm estava interessada em saber como a evolução comportamental pode ser moldada pela selecção artificial, particularmente o comportamento lúdico endereçado pelos humanos aos cães. Para obterem uma resposta fiável, os pesquisadores compararam o nível de brincadeira com os humanos de diferentes raças caninas, num total de 132 e de quase 90.000 cães, usando dados recolhidos pelo Swedish Kennel Club, combinado com a classificação de raças do American Kennel Association. 

Estes foram agrupados em cães de pastoreio, de caça, desportivos, não-desportivos, terriers, de brinquedo e de trabalho, sendo as análises foram voltadas para ancestralidade comum e para o fluxo génico entre eles (origem). Os resultados mostraram que os ancestrais dos cães já exibiam comportamentos lúdicos encontrados em várias raças modernas e que se alinhavam bem com os agrupamentos arbitrários. Notavelmente, as raças pastoris e desportivas mostraram mais ludicidade do que as raças não-desportivas e de brinquedo.

“A reconstrução ancestral, ao mostrar níveis intermediários de brincadeira com humanos nas primeiras raças, sugere que os cães brincalhões foram escolhidos cedo porque eram mais fáceis de trabalhar - ou apenas mais divertidos de se ter por perto. Então, a análise mostrou que o traço evoluiu para cima e para baixo durante a reprodução das diferentes funções e actualmente é mais marcante nas funções das raças que exigem uma relação de trabalho mais próxima entre os cães e seu treinador ou proprietário. Estas raças incluem retrievers, pointers e collies que trabalham de perto e mantêm contacto visual com os humanos”, disse Kolm (na foto seguinte). Os autores sugerem que a brincadeira pode ajudar a construir um forte vínculo entre o cão e o condutor.

Depois do que acabámos de difundir, torna-se claro que não brincar com um cão de trabalho pode obstar ao seu total aproveitamento; que a brincadeira induz ao trabalho e que este pode e deve iniciar-se a partir de uma brincadeira (experiência feliz); que a adopção do “reforço positivo” não obedeceu a uma reposição de justiça em relação aos cães, mas surgiu como resposta ao fracasso dos métodos anteriores que apenas conseguiam valorizar um punhado de animais - através da brincadeira eu ganho um companheiro, pela repreensão sistemática semeio o medo. A brincar, eu consigo transformar um cordeiro num leão, dar a um cão aquilo que à partida parecia impossível, porque o amor tudo torna possível e nunca retorna de mãos vazias. Há cães com os quais pouco se pode brincar? Há e carecem doutro método, exigem donos determinados e felizmente são uma escassa minoria, provavelmente a mesma que no passado era aprovada e exaltada. O tempo da cara “de poucos amigos” já lá vai, chegou a hora de brincarmos com os cães!

TRÊS VIVAS PARA O ESTADO DO TIROL!

 

Há muito que preconizamos em Portugal uma lei idêntica há que vai ser aplicada no Estado do Tirol, na Áustria, a partir do 1º dia de outubro, onde os proprietários caninos, pela primeira vez, deverão apresentar um certificado obrigatório de competência e de conhecimentos básicos sobre a propriedade de cães, ao registá-los pela primeira vez no seu município, certificado que é obrigatório para todos os donos, quer sejam proprietários de cães perigosos ou não. A aquisição deste documento obriga à frequência e à aprovação num curso ministrado por especialistas qualificados em bem-estar animal reconhecidos pelas entidades oficiais. Até ao momento já foram oferecidos 28 cursos, aos quais acorreram 6.161 homens e mulheres. Em simultâneo, o Estado do Tirol publicou um folheto onde responde a questões importantes ligadas à aquisição de um cão.

Patrizia Zoller-Frischauf, vereadora regional responsável pela legislação policial estadual, diz: “Quem quiser comprar um cão deverá estar ciente das suas responsabilidades e deveres com o animal e com a sociedade. Como em todas as áreas da convivência, existem regras do jogo e coisas que devem ser observadas particularmente.” Este folheto foi posto à disposição de todas as autoridades distritais, municípios e consultórios veterinários para distribuição. Por tudo isto, está de parabéns o Estado do Tirol e com justiça merece ser saudado com três eufóricos vivas! Para quando uma lei destas em Portugal? Agora que a austríaca vai entrar em vigor, a nossa não irá demorar muito. É que nisto também há “uma Europa a duas velocidades”.

domingo, 27 de setembro de 2020

NOVO RECORDE DIÁRIO DE LEITORES E NÚMERO DA BESTA

 

Ontem batemos, pela 4ª vez este mês, o recorde de leitores diários deste ano. O anterior, que aconteceu no passado dia 21, foi de 659 e a partir de ontem está nos 666 leitores diários, número normalmente entendido pela tradição cristã como “o número da besta” e marca do diabo conforme sugere a Bíblia. Há quem o entenda como símbolo da trindade satânica e de tantas outras coisas. Contudo, como Jesus venceu o diabo e não somos supersticiosos, o número, ao invés de nos apoquentar, é sinal de boas novas, um indicativo que os nossos trabalhos são cada vez mais procurados e vistos por mais gente. Somos gratos a todos e esperamos manter o seu interesse – obrigado!

sábado, 26 de setembro de 2020

DEPOIS DA SEPARAÇÃO, A QUEM PERTENCERÁ O CÃO?

 

É cada vez mais comum quando um casal se separa, os ex-parceiros lutarem pela posse dos animais de estimação e, quando não chegam a acordo, rementem a solução para uma decisão judicial. Assim aconteceu em Stuttgart, quando uma mulher decidiu recorrer ao tribunal para requerer a propriedade de uma cadela e o direito de contacto regular. De acordo com o Grupo de Trabalho e Direito de Família da Associação de Advogados Alemães (DAV), se apenas um dos cônjuges adquiriu comprovadamente um animal, ele permanecerá com quem o comprou, mesmo após a separação e assim também o entendeu o acórdão AZ.: 18 UF 57/19 do Tribunal Regional Superior de Stuttgart.

No caso específico do casal em questão, ele comprou uma cachorrinha por 450€ antes do casamento. De acordo com os impostos relativos à posse dos animais, o homem assumiu a propriedade do animal com todos os direitos e obrigações. Quando o casal se separou, a cadela ficou com o marido. Nove meses depois a mulher reclamou os seus direitos, mas o tribunal não lhe deu razão, porque ela não conseguiu provar que era dona ou co-proprietária da cadela. Além disso, numa conta do veterinário que ela pagou, ficou escrito que ela tratava o animal de “cão adoptivo”. Segundo o Tribunal, o facto da mulher ter esperado nove meses após a separação para reclamar o animal, atenta claramente contra as suas pretensões de ser considerada co-proprietária da cadela em disputa. Esta decisão do tribunal de Stuttgart é em tudo semelhante à justiça salomónica constante na Bíblia em 1 Reis 3:16-28. Assim como há casais separados que metem os filhos ao barulho, também há quem se servia dos cães para dar cabo da cabeça aos outros, literalmente só para chatear, como parece ser o que aconteceu aqui.

TRABALHO MATINAL

 

Hoje iniciámos os trabalhos no horário de Outono/Inverno – à 10 da manhã. Depois dos “10 minutos de relaxe” e do aquecimento, os binómios mais adiantados foram convidados a vencer percursos de endurance. Os binómios da Classe B foram convidados para os arcos, conforme se pode ver na foto acima, onde vemos a Svetlana a introduzir a Doberman Russa neste tipo de obstáculos. Enquanto isso, 3 binómios executaram o “cruza em simultâneo (no vídeo abaixo).

Atendendo ao vento de oeste que se fazia sentir, brisa matinal por demais agradável e revigorante, pudemos trabalhar a disciplina de obediência por mais tempo sem saturar os cães. Na obediência linear recorreu-se à evolução de esquadras para reagrupar os binómios mais lentos ou distraídos, dando com isso uniformidade à classe escolar.

Com a obediência em alta e os cães fixados na pessoa dos seus donos, convidámos 6 deles para uma figura clássica da obediência estática, comportando-se os animais de acordo com o esperado, para alegria dos seus donos e satisfação do Adestrador.

Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Afonso/Nasha; Clarinda/Keila; Fabião/Mel; Jorge/Soneca; José António/Doc; Jessica/Jay; Paulo/Bohr;  Pedro/Luna; Svetlana/Russa; Svetlana/Vlad e Tiago/Alfa. A cachorra CPA Luna continua decidida e valente; o Tomás não pôde comparecer com o Dingo; o Afonso retornou e convenceu; o José Maria reapareceu e a CPA Mel indicia estar grávida, sentimos saudades da Patrícia e do Zé; tivemos notícias da dona da Tuka e nada sabemos da Carla Costa. Amanhã é dia de descanso e na segunda-feira voltaremos ao trabalho. Bom fim-de-semana.

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

“C” DE CLARINDA

 

Dedicámos os nossos trabalhos de hoje à obediência e à endurance. O Pedro regressou com a cachorra CPA Luna e todos deram por isso, porque a cadelinha não se intimida com ninguém, ladrando sobre tudo o que mexe. O CPA Bohr está a melhorar progressivamente as suas prestações, facto a que não é estranho o maior empenho do dono. A novidade dos trabalhos de hoje escreve-se com “C” de Clarinda, a mãe do Pedro que conduziu a Keila e que conseguiu aguentar a sessão de treino (4ª pessoa a contar da esquerda). Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Jorge/Soneca; José António/Doc; Clarinda/Keila; Paulo/Bohr; Pedro/Luna; Tiago/Alfa; Tomás/Dingo e Sveta/Russa. Desta vez o Tiago treinou calçado e o Adestrador ficou com a fotografia. Amanhã realizaremos mais uma sessão de treino animados dos mesmos propósitos que nos servem de motivação.

SETEMBRO E TOSSE DO CANIL

Anualmente em Setembro vacinamos e reforçamos os nossos cães contra a Tosse do Canil. Nos anos em que o surto da doença é maior, costumamos repetir o mesmo procedimento no início da Primavera, não através de uma vacina combinada, mas com uma específica, que normalmente os veterinários têm que encomendar. Como resultado do nosso cuidado e apesar da maioria das nossas aulas serem colectiva, já não nos lembramos há quantos anos a doença infectou um único cão ao nosso encargo – Setembro é altura da Tosse do Canil – consulte o seu veterinário. 

NEVER DO THIS

 

Hoje em Sidney, na Austrália, por volta do meio-dia, no Centro Comercial Cronulla Mall, uma senhora com cerca de 60 anos foi mordida numa mão quando intentava separar três cães envolvidos numa luta. Várias ambulâncias chegaram ao local, a senhora foi levada para o hospital e os 3 cães foram apreendidos. Diz quem assistiu a tudo, que a bem-intencionada senhora gritou de dor intensamente.

Separar cães engalfinhados sem os meios necessários não é para todos, porque exige sangue-frio, técnica e experiência, e como nem sempre as coisas correm bem, é preciso estar preparado para ser mordido, adivinhar as intenções dos animais e conhecer a natureza dos seus ataques para minimizar os danos provocados pelas suas investidas. Separar cães que nos pertencem sempre será mais fácil do que fazê-lo com os alheios, que são-nos desconhecidos e não recolhessem a nossa autoridade, confundindo-nos com facilidade como outro cão agressor. Cada grupo somático canino tem zonas corporais díspares sobre as quais se podem produzir imobilizações capazes e seguras, mesmo naquelas raças de difícil separação.

Como se calcula este trabalho deve ser feito por quem sabe e está disposto a correr riscos. Na nossa escola este é um dos deveres do adestrador, pelo que os alunos estão proibidos de fazê-lo dentro do espaço escolar, independentemente daquilo que estiverem a fazer. Esta decisão, que já é histórica atendendo ao tempo em que vigora, visa proteger pessoas e cães, impedir que se aleijem gratuita e irremediavelmente, evitar os juízes em causa própria e salvaguardar o carácter dos cães envolvidos, para que todos saiam da contenta sem experimentarem a derrota. Ninguém melhor do que o adestrador deverá conhecer os animais que treina, ele aposta no bem-estar de todos e sabe como dosear a repreensão de acordo com o particular de cada cão. Assim, quando um “adestrador” é o primeiro “a pôr-se ao fresco” e a abandonar os animais à sua sorte, para além de estarmos na presença de um cobarde, de uma criançola irreflectida, estamos perante um inabilitado para o trabalho a que se propôs. 

QUANDO O AÇAIME CAI, MAIOR PERIGO SE LEVANTA

 

Em Linz, na Alta Áustria, terceira maior cidade deste país, ontem pelas 16 horas, uma jovem de 24 anos, dirigiu-se à esquadra de policia de Neue Heimat para apresentar uma queixa contra desconhecidos. Segundo disse, por volta das 11 horas do mesmo dia, quando se encontrava a passear à trela o seu cão num lugar denominado Angerholzerweg, apareceu de repente um cachorro estranho, solto, mas com açaime. Os dois cães envolveram-se numa luta e quando a jovem quis separá-los, o açaime do cão desconhecido caiu, saindo dona e cão feridos da contenda, acabando a jovem por receber tratamento no Hospital de Acidentes de Linz, encaminhando depois o seu cão para o veterinário. Depois da briga, a dona do cão desconhecido apareceu e ambos desapareceram. Segundo informações recolhidas pela polícia, a dona desconhecida, que tratou o cão por “Maddox” e que é um Pitbull, tem cerca de 25 anos, 1,65 cm de altura e cabelos castanhos pelos ombros. A esquadra de polícia de Lenaupark disponibilizou uma linha de telefónica para receber informações sobre o ocorrido e a pessoa em questão.

Numa situação destas, a primeira coisa que não se deve fazer, é tentar segurar os cães para separá-los, porque acidentalmente, podemos agarrar o outro cão pelo açaime e ajudá-lo a livrar-se dele, que foi o que provavelmente aconteceu (cães nisto experientes, só precisam de uma pequena ajuda para se livrarem do açaime). Depois do açaime caído, a defesa do dono e do cão complicam-se, porque se o dono defender o seu cão, será ele a sofrer os ataques e se não o fizer, o seu companheiro de 4 patas poderá ser duramente golpeado e/ou até morrer. A defesa de um ataque destes só poderá provir de um contra-ataque binomial condicionado, onde o líder e o cão se protegem mutuamente, trabalhando ambos para imobilizar o cão agressor ou obrigá-lo a pôr-se em fuga, manobra que necessita de treino, porque é mais fácil explicá-la do que pô-la em prática, já que nem todos os donos têm perfil para isso ou possuem cães com as características necessárias. Assim, o melhor que há a fazer é  clamar por socorro, barricar-se com o seu cão num lugar seguro ou sair daquele local enquanto o cão agressor tem ainda o açaime posto – nada disto é fácil de fazer! 

PIADA PARA O FIM-DE-SEMANA: HÁ SEMPRE UM MAIS ESPERTO DO QUE O OUTRO!

 

Dois ingleses estão num clube e um sem levantar os olhos do jornal, diz para o outro em surdina que o seu cão é tão esperto que lê os jornais todos os dias. Ao ouvir tal, depois de se deliciar com um porto, o outro cavalheiro responde-lhe no mesmo tom: “ Já sei, meu caro, o meu cão já mo disse ontem!”

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

 

O Ranking semanal dos textos mais lidos obedeceu à seguinte preferência:

1º _ ROTTWEILER E SERRA DA ESTRELA (AQUILO QUE OS UNE E SEPARA), editado em 07/01/2010

2º _ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado em 24/02/2015

3º _ DOR NA NOITE, editado em 03/09/2020

4º _ PARA PENSAR, editado em 05/09/2020

5º _ BERLINENSE TEMPERAMENTAL, editado em 01/0972020

6º _ LADRÕES DE CÃES, editado em 16/09/2020

7º _ PENSAMENTO DA SEMANA, editado em 02/09/2020

8º _ DE DESPREZADO A RECRUTADO, editado em 04/09/2020

9º _ BROOKLYN, NÃO OBRIGADO!, editado em 14/09/2020

10º _ A JULIETA APRENDEU A CONDUZIR À DIREITA, editado em 22/09/2020

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

 

O TOP 10 semanal de leitores por país ficou assim ordenado:

1º Estados Unidos, 2º Portugal, 3º Brasil, 4º Rússia, 5º Alemanha, 6º Reino Unido, 7º Irlanda, 8º Emirados Árabes Unidos, 9º Coreia do Sul e 10º Angola.


quinta-feira, 24 de setembro de 2020

OBEDIÊNCIA BÁSICA

 

A aula de hoje foi dedicada à obediência básica, visando o cumprimento imediato das ordens por parte dos cães e o melhor desempenho binomial. Já se começa a dar pela falta do Afonso, agora entregue aos estudos e menos assíduo na pista de treino. Como o Paulo tem o melhor cão da pista, importa torná-lo num líder capaz para o excelente companheiro que tem, tarefa que por vezes sofre algumas delongas, mas que em simultâneo tem registado alguns avanços. Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Jorge/Soneca; Paulo/Bohr e Svetlana VLADimir. Amanhã recapitularemos as tarefas de hoje e avançaremos para outras, movidos do mesmo espírito de sempre – Aprender!

FINLÂNDIA: PRIMEIRA NA EUROPA

 

Anteontem, terça-feira, um grupo de cães farejadores de coronavírus foi implantado num aeroporto da Finlândia, como parte de um programa piloto em colaboração com a operadora Finavia. Este é o primeiro aeroporto da Europa e o segundo no mundo a utilizar cães na luta contra o coronavírus. No dizer do Director do aeroporto finlandês, Ulla Lettijeff, que o fez através de comunicado escrito: “Este pode ser mais um passo no caminho para vencer o covid-19.”

De acordo com a Finavia, estes cães podem sentir o odor do coronavírus em 100 moléculas ou menos – bem menos do que os 19 milhões de moléculas usadas nos testes de PCR. Entretanto, uma pesquisa da Universidade de Helsínquia revelou que os cães podem ter cerca de 100 por cento de precisão na detecção do vírus. Num programa semelhante e anterior a este, levado a cabo no Aeroporto Internacional do Dubai (primeiro no mundo), o acerto dos cães detectores foi de 91 por cento segundo fez saber a Fox.

Contrariamente aos testes laboratoriais, os cães podem detectar o vírus antes que a pessoa infectada exiba os sintomas – esteja assintomática – isto de acordo com a operadora do aeroporto finlandês. Os cães virão a ser usados principalmente para testar os viajantes que chegam de fora do país, segundo adiantou Susanna Paavilainen, CEO da “Wise Nose”, empresa que treina os cães e coordena a operação. 

Os passageiros testados no aeroporto não irão ter contacto directo com os cães. Em vez disso, limpam a própria pele e colocam a amostra num copo, que será depois apresentada a um cão numa cabine separada. De momento, o teste é opcional e anónimo, submetendo-se os passageiros voluntariamente para serem farejados. Futuramente, todos os passageiros que acusarem positivo nos testes do Covid-19 serão encaminhados para um posto de informações sanitárias dentro do aeroporto. A maioria dos cães deste programa, já tinha experiência prévia na detecção de odores. Kossi, um deles, conseguiu aprender a identificar o odor do coronavírus em apenas 7 minutos, segundo revelou a Finavia. Paavilainen, da Wise Nose, disse por escrito que 4 cães trabalharão por turnos e que “eles (os cães) precisam de descansar de vez em quando; Enquanto dois trabalham, os outros dois estão de folga.” Perante isto, só nos resta dar os parabéns à Finlândia por ser pioneira na Europa.