No último anos, por três
vezes, os neozelandeses puseram no ar helicópteros com câmeras térmicas e
drones, recorrendo ainda a milhares de voluntários, para procurarem 3 cães
desaparecidos – Benny, Meg e Roger, tendo a segunda sobrevivido ferida no mato
durante 5 semanas. O resgate destes cães implicou em despesas de milhares de
dólares e em muitas horas gastas na sua procura. Este cuidado dos neozelandeses
com os cães está relacionado com o amor que nutrem pelos animais, já que mais
de 60% dos lares da Nova Zelândia têm pelo menos um animal de estimação, havendo
ali mais animais de estimação do que os humanos (este país insular do Pacífico
tem 4,7 milhões de habitantes).
É ali perfeitamente
natural que as recompensas oferecidas pelos cães desaparecidos nunca venham a
ser reclamadas e entregues, porque quem os resgata entende que o faz
voluntariamente e que isso faz parte dos seus deveres relativos aos animais.
Quando os cães resgatados são encontrados em mau estado de saúde e necessitam
de tratamento, seja ele qual for, também os hospitais veterinários oferecem os
seus serviços gratuitamente (será que também dedicam a mesma solidariedade aos
humanos mais carenciados?). E, quando os tratamentos a haver são demasiado
dispendiosos, logo chovem donativos para que nada falte aos animais em questão.
Há momentos (extemporâneos,
de curta duração e pouco frequentes), em que determinadas notícias fazem-nos desejar
ser tudo menos portugueses, como esta de disponibilizar helicópteros com
câmeras térmicas para procurar cães, nós que nem número suficiente temos deles
para combater os incêndios, que tanto falta nos fazem e que se tivessem chegado
ontem, já chegavam atrasados!
Finalmente o Governo diz
que vai adquirir por ajuste directo 3 helicópteros Kamov para o combate aos
incêndios, aparelhos que tendem a colar-se aos hangares por excesso de avarias,
conforme ficou provado até aqui. Comparando as duas situações, parece que mais
vale ser cão na Nova Zelândia do que português em Portugal!
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