domingo, 29 de abril de 2018

OS NEOZELANDESES NÃO SÃO DE MODAS!

No último anos, por três vezes, os neozelandeses puseram no ar helicópteros com câmeras térmicas e drones, recorrendo ainda a milhares de voluntários, para procurarem 3 cães desaparecidos – Benny, Meg e Roger, tendo a segunda sobrevivido ferida no mato durante 5 semanas. O resgate destes cães implicou em despesas de milhares de dólares e em muitas horas gastas na sua procura. Este cuidado dos neozelandeses com os cães está relacionado com o amor que nutrem pelos animais, já que mais de 60% dos lares da Nova Zelândia têm pelo menos um animal de estimação, havendo ali mais animais de estimação do que os humanos (este país insular do Pacífico tem 4,7 milhões de habitantes).
É ali perfeitamente natural que as recompensas oferecidas pelos cães desaparecidos nunca venham a ser reclamadas e entregues, porque quem os resgata entende que o faz voluntariamente e que isso faz parte dos seus deveres relativos aos animais. Quando os cães resgatados são encontrados em mau estado de saúde e necessitam de tratamento, seja ele qual for, também os hospitais veterinários oferecem os seus serviços gratuitamente (será que também dedicam a mesma solidariedade aos humanos mais carenciados?). E, quando os tratamentos a haver são demasiado dispendiosos, logo chovem donativos para que nada falte aos animais em questão.
Há momentos (extemporâneos, de curta duração e pouco frequentes), em que determinadas notícias fazem-nos desejar ser tudo menos portugueses, como esta de disponibilizar helicópteros com câmeras térmicas para procurar cães, nós que nem número suficiente temos deles para combater os incêndios, que tanto falta nos fazem e que se tivessem chegado ontem, já chegavam atrasados!
Finalmente o Governo diz que vai adquirir por ajuste directo 3 helicópteros Kamov para o combate aos incêndios, aparelhos que tendem a colar-se aos hangares por excesso de avarias, conforme ficou provado até aqui. Comparando as duas situações, parece que mais vale ser cão na Nova Zelândia do que português em Portugal!  

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