Amanhã celebra-se o 44º
aniversário da Revolução do 25 de Abril de 1974, não comprarei nenhum cravo
vermelho para pôr na lapela e não participarei em nenhum acto cívico evocativo
da “Revolução da Liberdade”, também não verei nenhum canal televisivo português
e arredar-me-ei das festas e comícios que por aí houver. Como já não sou jovem
e nenhuma revolução altera a natureza das pessoas, vou deixar-me de euforias e celebrar
a minha mocidade para combater a velhice.
Ao olhar para o que foi
esta Revolução e para o disparate dos seus primeiros anos, compreendo agora que
poderia ter sido substituída por um período de transição, como aconteceu em
Espanha, o que seria melhor para o País e não o empobreceria. Mas os
portugueses andam há séculos nisto, no “deita baixo e começa de novo”,
começando sempre do zero para não alcançar coisa alguma. E se para termos
democracia poderíamos dispensar uma revolução, o que dizer do Regicídio de
1908, seria preciso matar o Rei para alcançarmos a República? Um referendo não bastaria?
Não estará o Presidente da República da nossa democracia a ocupar o lugar do
rei? Pelas incumbências não há dúvidas e pelos afectos tampouco. O actual não é recebido
como tal quando visita e consola o Povo?
Um bom “Dia da Liberdade”
para todos, mesmo para aqueles que, abusando dela, continuam a roubar-nos
impune e desalmadamente, como sempre fizeram.
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