terça-feira, 24 de abril de 2018

NÓS POR CÁ: O QUE CELEBRAREI AMANHÃ

Amanhã celebra-se o 44º aniversário da Revolução do 25 de Abril de 1974, não comprarei nenhum cravo vermelho para pôr na lapela e não participarei em nenhum acto cívico evocativo da “Revolução da Liberdade”, também não verei nenhum canal televisivo português e arredar-me-ei das festas e comícios que por aí houver. Como já não sou jovem e nenhuma revolução altera a natureza das pessoas, vou deixar-me de euforias e celebrar a minha mocidade para combater a velhice.
Ao olhar para o que foi esta Revolução e para o disparate dos seus primeiros anos, compreendo agora que poderia ter sido substituída por um período de transição, como aconteceu em Espanha, o que seria melhor para o País e não o empobreceria. Mas os portugueses andam há séculos nisto, no “deita baixo e começa de novo”, começando sempre do zero para não alcançar coisa alguma. E se para termos democracia poderíamos dispensar uma revolução, o que dizer do Regicídio de 1908, seria preciso matar o Rei para alcançarmos a República? Um referendo não bastaria? Não estará o Presidente da República da nossa democracia a ocupar o lugar do rei? Pelas incumbências não há dúvidas e pelos afectos tampouco. O actual não é recebido como tal quando visita e consola o Povo?
Um bom “Dia da Liberdade” para todos, mesmo para aqueles que, abusando dela, continuam a roubar-nos impune e desalmadamente, como sempre fizeram. 

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