sexta-feira, 13 de abril de 2018

NÓS POR CÁ: UMA QUESTÃO DE PRIORIDADES

A elevada carga da nossa dívida externa tem impedido, junto com o atraso nas reformas estruturais, todo um conjunto de obras públicas necessárias ao País, o que tem obrigado os nossos governantes a uma política de prioridades debaixo da austeridade que se abateu sobre nós. Como resultado, não é só a Ponte 25 de Abril que está a cair – o País vai a pique - e não há quem nos acuda, porque se tapamos de um lado, logo destapamos de outro nesta política de remendos. De qualquer modo, face ao destino dado a tantos milhões (muitos deles cairão inevitavelmente em saco roto), pergunto se não sobrarão 20 para a ala pediátrica Joãozinho, no Hospital de S. João no Porto, onde as crianças com cancro são tratadas nos corredores desta Unidade Hospitalar. Perto das eleições todos prometem que resolverão a situação e já lá vão 12 anos de promessas sem que nada tenha sido feito, o que para o povo é uma vergonha e para os políticos coisa de somenos importância. Diz o actual Ministério da Saúde, que já aprovou o plano para construção do novo internamento pediátrico do Hospital de S. João, no Porto, um investimento de 20 milhões de euros que irá permitir tirar as crianças do actual serviço de internamento, instalado em contentores desde 2011.
Como já não confio em ministros e ministérios, venham lá donde vierem, só acredito quando vir as obras concluídas, porque ando farto de promessas e da ausência de algumas assinaturas. Ademais, esta história das aprovações sempre me lembra a anedota daquele moço que se foi confessar ao padre e que na enumeração dos seus pecados, confessou que se havia deitado com uma vizinha, contudo sem a penetrar, bordejando-a somente. Ao ouvir tal, o diligente sacerdote disse-lhe que bordejar é o mesmo que introduzir, pregando-lhe uma penitência de 50 padre-nossos e 25 avés-marias. No Domingo seguinte e antes da missa, o moço dirigiu-se à caixa das esmolas e começou a bordejar a sua ranhura com uma nota. O padre apercebendo-se do facto, perguntou-lhe o que estava ali a fazer, obtendo do penitenciado moço a seguinte resposta: “ Estou a dar esmola segundo o que aprendi consigo, já que bordejar é o mesmo que introduzir!” Os políticos que temos são em tudo iguais ao moço da nossa história, porque sempre arranjam maneira de aprovarem investimentos sem os aplicarem.
Vamos lá ver se é desta. Será, não será, há que esperar para ver!

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