A elevada carga da nossa
dívida externa tem impedido, junto com o atraso nas reformas estruturais, todo
um conjunto de obras públicas necessárias ao País, o que tem obrigado os nossos
governantes a uma política de prioridades debaixo da austeridade que se abateu sobre
nós. Como resultado, não é só a Ponte 25 de Abril que está a cair – o País vai
a pique - e não há quem nos acuda, porque se tapamos de um lado, logo
destapamos de outro nesta política de remendos. De qualquer modo, face ao
destino dado a tantos milhões (muitos deles cairão inevitavelmente em saco
roto), pergunto se não sobrarão 20 para a ala pediátrica Joãozinho, no Hospital
de S. João no Porto, onde as crianças com cancro são tratadas nos corredores
desta Unidade Hospitalar. Perto das eleições todos prometem que resolverão a
situação e já lá vão 12 anos de promessas sem que nada tenha sido feito, o que
para o povo é uma vergonha e para os políticos coisa de somenos importância. Diz
o actual Ministério da Saúde, que já aprovou o plano para construção do novo
internamento pediátrico do Hospital de S. João, no Porto, um investimento de 20
milhões de euros que irá permitir tirar as crianças do actual serviço de
internamento, instalado em contentores desde 2011.
Como já não confio em
ministros e ministérios, venham lá donde vierem, só acredito quando vir as
obras concluídas, porque ando farto de promessas e da ausência de algumas
assinaturas. Ademais, esta história das aprovações sempre me lembra a anedota
daquele moço que se foi confessar ao padre e que na enumeração dos seus pecados,
confessou que se havia deitado com uma vizinha, contudo sem a penetrar, bordejando-a
somente. Ao ouvir tal, o diligente sacerdote disse-lhe que bordejar é o mesmo
que introduzir, pregando-lhe uma penitência de 50 padre-nossos e 25 avés-marias.
No Domingo seguinte e antes da missa, o moço dirigiu-se à caixa das esmolas e
começou a bordejar a sua ranhura com uma nota. O padre apercebendo-se do facto,
perguntou-lhe o que estava ali a fazer, obtendo do penitenciado moço a seguinte
resposta: “ Estou a dar esmola segundo o que aprendi consigo, já que bordejar é
o mesmo que introduzir!” Os políticos que temos são em tudo iguais ao moço da
nossa história, porque sempre arranjam maneira de aprovarem investimentos sem os
aplicarem.
Vamos lá ver se é desta. Será,
não será, há que esperar para ver!
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