sexta-feira, 13 de abril de 2018

O MUNDO À NOSSA VOLTA: THE WORLD PRESS PHOTO 2018

A fotografia que ganhou este ano o prémio “THE WORLD PRESS PHOTO 2018” foi a relativa à crise política e humanitária que hoje se vive na Venezuela. Nela podemos ver um manifestante anti-Maduro que é atingido pela explosão de um depósito de combustível, constituindo-se numa verdadeira tocha humana. Trata-se de um jovem chamado Victor Salazar Balza, com 28 anos de idade, que saiu milagrosamente daquela batalha campal com queimaduras do 1º e 2º grau. A foto é da autoria de Ronaldo Schemidt (o “e” ganhou-o por ter nascido na América Latina), um fotojornalista venezuelano de 47 anos, residente na Cidade do México e ao serviço da agência noticiosa France-Presse, que na altura de receber o prémio disse que os seus pensamentos estavam com Victor Salazar Balza.
A teimosia política parda, que em extinção e sem modelo, afecta alguns dirigentes sul-americanos como Nicolás Maduro e que põe os seus países “a ferro e fogo”, deverá ser objecto da atenção, fiscalização e reprovação do mundo democrático, para que a América Latina não se transforme num imenso campo de batalha, suportado por guerras civis, que por sua vez poderão levar a vários genocídios. Regimes despóticos como os de Bashar al-Assad e Nicolás Maduro, que matam o seu próprio povo, deverão ser respeitados? Não violarão eles todos os artigos constantes na Declaração Universal dos Direitos Humanos? Não teremos todos o direito de sufocar estes regimes e de convocar eleições livres nos seus territórios? Será que o “baixinho” abrigado à sombra da águia bicéfala e que gosta de se pavonear pelos corredores do Kremlin a todos subjuga?
Entretanto e inevitavelmente, os retornados portugueses da Venezuela chegam aos milhares à Ilha da Madeira, muitos deles já nascidos na Venezuela, portanto venezuelanos, que isolados ou em conjunto com as suas famílias, chegam à “Pérola do Atlântico” exaustos, ainda assustados e com uma mão atrás e outra à frente, mas pobres ainda que os seus ascendentes quando embarcaram  para o Novo Mundo, gente com vida e carreiras despedaçadas, que aterra no Aeroporto do Funchal na esperança que a Ilha não lhe seja madrasta. Mais hoje, mais amanhã, mercê da tradicional fraternidade lusa no meio das desgraças, todos encontrarão o seu lugar ao sol, muitos deles ainda esperançados (por isso trazem os olhos postos no mar) em regressar um dia à Venezuela, pátria de alguns e terra amada por todos.
Pensando no mundo que é de todos e no bem da Humanidade, já que nasci e tenho vivido em paz, gostaria de morrer debaixo da mesma condição, o que por vezes parece-me impossível pelos ecos de guerra que por aí vão, guerra que a acontecer, trará o fim a todos nós e deixará a Terra “vazia e sem forma”. Oxalá tudo não passe duma tremenda confusão e os homens consigam finalmente entender-se.

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