A fotografia que ganhou
este ano o prémio “THE
WORLD PRESS PHOTO 2018” foi a relativa à crise política e
humanitária que hoje se vive na Venezuela. Nela podemos ver um manifestante
anti-Maduro que é atingido pela explosão de um depósito de combustível, constituindo-se
numa verdadeira tocha humana. Trata-se de um jovem chamado Victor Salazar Balza,
com 28 anos de idade, que saiu milagrosamente daquela batalha campal com queimaduras
do 1º e 2º grau. A foto é da autoria de Ronaldo Schemidt (o “e” ganhou-o por
ter nascido na América Latina), um fotojornalista venezuelano de 47 anos,
residente na Cidade do México e ao serviço da agência noticiosa France-Presse,
que na altura de receber o prémio disse que os seus pensamentos estavam com
Victor Salazar Balza.
A teimosia política parda,
que em extinção e sem modelo, afecta alguns dirigentes sul-americanos como
Nicolás Maduro e que põe os seus países “a ferro e fogo”, deverá ser objecto da
atenção, fiscalização e reprovação do mundo democrático, para que a América
Latina não se transforme num imenso campo de batalha, suportado por guerras
civis, que por sua vez poderão levar a vários genocídios. Regimes despóticos como
os de Bashar al-Assad e Nicolás Maduro, que matam o seu próprio povo, deverão
ser respeitados? Não violarão eles todos os artigos constantes na Declaração Universal
dos Direitos Humanos? Não teremos todos o direito de sufocar estes regimes e de
convocar eleições livres nos seus territórios? Será que o “baixinho” abrigado à
sombra da águia bicéfala e que gosta de se pavonear pelos corredores do Kremlin
a todos subjuga?
Entretanto e
inevitavelmente, os retornados portugueses da Venezuela chegam aos milhares à
Ilha da Madeira, muitos deles já nascidos na Venezuela, portanto venezuelanos,
que isolados ou em conjunto com as suas famílias, chegam à “Pérola do Atlântico”
exaustos, ainda assustados e com uma mão atrás e outra à frente, mas pobres ainda
que os seus ascendentes quando embarcaram para o Novo Mundo, gente com vida e carreiras
despedaçadas, que aterra no Aeroporto do Funchal na esperança que a Ilha não
lhe seja madrasta. Mais hoje, mais amanhã, mercê da tradicional fraternidade
lusa no meio das desgraças, todos encontrarão o seu lugar ao sol, muitos deles
ainda esperançados (por isso trazem os olhos postos no mar) em regressar um dia à Venezuela, pátria de alguns e terra
amada por todos.
Pensando no mundo que é de
todos e no bem da Humanidade, já que nasci e tenho vivido em paz, gostaria de
morrer debaixo da mesma condição, o que por vezes parece-me impossível pelos
ecos de guerra que por aí vão, guerra que a acontecer, trará o fim a todos nós
e deixará a Terra “vazia e sem forma”. Oxalá tudo não passe duma tremenda
confusão e os homens consigam finalmente entender-se.
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