Sempre
ensinámos que as diferentes consoantes, conforme sejam dentais, labais, nasais,
palatais ou sibilantes, suscitam dos cães diferentes respostas, e sempre
alertámos para isso na altura da escolha do nome dos cães, já que as consoantes
nele constantes deverão estar de acordo com o perfil psicológico dos animais ou
tentar consertar aquilo que a genética lhes sonegou. Dissemos inclusive que nomes
sibilantes como MAX
e
REX tanto podem instigar como acobardar,
dependendo a resposta da personalidade dos indivíduos caninos, que transforma
(transtorna) os primeiros em subversivos e os últimos nuns cagarolas, assunto
que já foi tratado no artigo “O
NOME DO CÃO: UM CASO SÉRIO”, editado a 30 de Março de 2009.
Também dissemos na 2ª lição do nosso 1º manual, no texto “RESPIRAÇÃO, IMPACTO VISUAL E ENTOAÇÃO
DE COMANDOS”, que a entoação das ordens deverá ser aplicada
de acordo com o seu carácter ou de acordo com a resposta dos animais.
Segundo
um estudo recente levado a cabo por investigadores da Universidade de York, no
Reino Unido, quando se fala com um cão em tom agudo como se fala com um bebé, o
animal melhora a sua atenção e isso pode ajudar os humanos a relacionarem-se
socialmente com os cães, já que estes animais são atraídos pelos tons
emocionais agudos que neles funcionam como informações acústicas. Diante desta
comprovação científica não tenha medo do ridículo e de parecer um idiota,
valha-se de uma linguagem mais aguda e ao mesmo tempo doce, tal como o faria
com o bebé, quando se tornar premente recompensar, incentivar, confortar ou
alertar. Idiotas são aqueles que fazem por ver fazer, que ao invés de se
servirem das nuances da voz, andam por aí a maltratar línguas estrangeiras na
procura da obediência exclusiva dos seus cães, desconhecendo na maioria das
vezes que os termos utilizados - pela sua natureza fonética - obstam às acções
pretendidas.
Se
entendermos a cinotecnia como um conjunto de técnicas para a criação e treino
de cães, então não deveremos desprezar um dos seus melhores subsídios – a nossa
voz, que deverá usada nos mais diversos timbres para facilitar o cumprimento,
alteração ou cessação das diferentes ordens, vantagens que os códigos e comandos
monocórdios só conseguem depois de muita repetição e algum desespero por parte
dos seus emitentes. Deveremos falar sempre “à bebé” para os cães? É evidente
que não! Mas podemos adocicar aquilo que pretendemos ensinar-lhes ou o que já
conhecem, livremente no recanto do nosso aconchego ou em surdina quando não
estamos sós. Ainda que muita gente não se aperceba, o adestramento é sentimento
e emoção, uma arte baseada nos sentidos que pode chegar a outras formas de
comunicação, mesmo em indivíduos de espécies diferentes. Em síntese, mais vale
parecer idiota do que passar a vida a falar contra a parede! Nada do que aqui
dissemos dispensa o contacto físico entre donos e cães, porque os animais
preferem-no em relação ao verbal (a voz anima, as mãos acariciam).
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