segunda-feira, 30 de abril de 2018

NÓS POR CÁ: DESTA VEZ NÃO VOU OUVI-LOS

A foto acima reporta-se ao 1º de Maio de 1974, o primeiro depois da Revolução do 25 de Abril, um inolvidável momento histórico que vivi e que expressou a vontade popular pela democracia, através de uma unidade pouco vista que ergueu gargantas e arrebatou corações. Passados 44 anos, os comícios serão menos concorridos, as ruas terão menos gente e a militância política dará lugar a provas desportivas e ao aconchego do lar. A maioria das pessoas levantar-se-á mais tarde e a comezaina não faltará (somos um povo que vive para comer).
Desta vez não vou ouvir o que os sindicatos têm para dizer, estou farto deles e das suas reivindicações, será que só cá estão para pedir aumentos salariais? Tudo leva a crer que sim, porque diante da tremenda dívida externa e da exorbitância dos seus juros, não se cansam de convocar greves e de reivindicar melhores salários! O Estado já fez as reformas necessárias? Será que enriquecemos de ontem para hoje? Não quererão pôr o País ainda mais a pique? Tudo leva a crer que sim, porque apenas pretendem dividir a miséria! Melhor seria que desmascarassem e combatessem a corrupção que a todos empobrece e que dessem um dia ou dois de trabalho gatuito para o País que bem precisa.

BANHOS DE MAR? SÓ A PARTIR DE OUTUBRO!

Segundo noticia hoje o semanário inglês WESTON, WORLE & SOMERSET MERCURY, o Conselho Distrital de Sedgemoor, no Somerset, como sempre acontece, voltou a proibir a entrada de cães em todas as praias de Burnham-on-Sea, proibição que começa amanhã, dia 1 de Maio e que se estende até 30 de Setembro, com restrições nas praias entre Maddockks Slade e o Yacht Clube. Na praia de Burnham, entre o pontão e o pavilhão, os cães são proibidos durante todo o ano.
Os donos apanhados em transgressão ver-se-ão obrigados a pagar uma multa de 75 Libras (85,4380€/ R$ 361.1813). Um Porta-voz do Conselho disse que levar um cão à praia no período proibido aos cães é uma ofensa (durante a época balnear) e que os guardas de cães do Conselho Distrital irão realizar patrulhas nas praias, emitindo avisos de multa aos donos que são apanhados com os seus cães nas praias proibidas. Diante desta proibição e da verdadeira paranóia que os ingleses têm por cães, decididamente as praias de Somerset continuam muito concorridas.
Estas notícia não nos apanhou desprevenidos, porque mal aqui comece a época balnear, os cães serão objecto da mesma proibição. Diante do descontentamento de muitos, só resta uma opção: há que descobrir mais e melhores praias para cães, onde possam correr livremente na companhia dos seus donos.
Sobre a proibição de cães nas praias portuguesas diz a Lei: “Os cães não podem, sob circunstância alguma frequentar as praias concessionadas durante a época balnear, sejam elas marítimas, fluviais ou lacustres, com excepção dos abrangidos pelo Decreto-Lei nº 74/2007 do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, (DR nº 61, 1ª série) que consagra o direito de acesso das pessoas com deficiência acompanhadas de Cães de Assistência a locais, transportes e estabelecimentos de acesso público”. Levar o seu cão para uma praia concessionada durante a época balnear, que por norma começa aqui no dia 1º de Junho e estende-se até ao dia 30 de Setembro, pode resultar num convite da Polícia Marítima para abandonar a praia e até numa multa, que pode variar entre os 50 e os 2.500€, consoante os diferentes valores atribuídos pelos municípios.
Não sei porquê, mas em matéria de multas tendemos a ser mais brutos que os demais! Será por sermos um destino turístico ou por estarmos acostumados a ser penitentes? 

TRELA PARA QUÊ? ELE NÃO MORDE E NÃO FAZ MAL A NINGUÉM!

Se existem Decretos-Lei menos respeitados e a quem as polícias fazem a vista grossa, um deles é certamente o DL n.º 314/2003, de 17 de Dezembro, no seu 7º artigo (Obrigatoriedade do uso de coleira ou peitoral e açaimo ou trela), alíneas 1, 2 e 3, onde se faz saber: “1 - É obrigatório o uso por todos os cães e gatos que circulem na via ou lugar públicos de coleira ou peitoral, no qual deve estar colocada, por qualquer forma, o nome e morada ou telefone do detentor. 2 - É proibida a presença na via ou lugar públicos de cães sem estarem acompanhados pelo detentor, e sem açaimo funcional, excepto quando conduzidos à trela, em provas e treinos ou, tratando-se de animais utilizados na caça, durante os actos venatórios. 3 - No caso de cães perigosos ou potencialmente perigosos, para além do açaime previsto no número anterior, os animais devem ainda circular com os meios de contenção que forem determinados por legislação especial.
Vamos lá deixar-nos de hipocrisias e de discursos politicamente correctos. São muito poucos os cães que encontramos na rua com o nome, morada ou telefone dos seus detentores (donos) nas suas coleiras e/ou peitorais. Ao invés, temos visto muitos nos locais públicos a passear sem nenhum destes acessórios de prisão, soltos, sem açaimo e bem longe dos seus proprietários, sem serem animais em provas, de treinos ou entregues ao ofício cinegético, maioritariamente cães pequenos, que os seus donos entendem estar dispensados das obrigações da Lei, por serem inofensivos, bem-tratados, simpáticos, castrados e de pequeno tamanho. Assim, se alguém disser a esta gente que deve prender o seu cão, a resposta sai na ponta da língua - “Isso é só para os cães grandes!” - apesar de não ser isso que a Lei diz, uma vez que não cria excepções a partir do tamanho dos cães.
Deixarão estes adoráveis cãezinhos nas suas intermináveis carreiras e piruetas de incomodar quem não conta com eles, quando surgem sem pré-aviso e vindos do nada? Vejamos algumas “proezas” mais comuns destes diabinhos à solta, todas elas da responsabilidades dos seus detentores, que as consentem em contravenção com a Lei para agravamento das penas alheias (há quem diga que se estão borrifando para o assunto e não são poucos os que dão mostras inequívocas disso).
Quem não gosta de cães, quando na via pública, será obrigado a fazê-lo e a suportar pacientemente o incómodo? É por demais evidente que não, porque como qualquer outro cidadão tem os seus direitos e merece ser respeitado. Onde acontecem os maiores conflitos com os cães soltos é nos locais públicos comuns a homens e cães por todos frequentados, onde os animais em liberdade não hesitam em urinar nas malas, mochilas e sacos alheios; em passar por cima de quem se encontra deitado na relva; em roubar comida a crianças, que acabam por chorar e que poderão acabar traumatizadas gratuitamente; em fazer buracos na relva (nalguns casos verdadeiras crateras) e em largar cocós que ficam por apanhar, o que é um verdadeiro atentado para a saúde pública.
Para além de poderem empoleirar-se nas mesas dos cafés, do barulho e da sujidade que largam e provocam, estes diabinhos à solta são um sério inconveniente para os deficientes, particularmente para aqueles que se deslocam em cadeiras de rodas, quer atravessando-se à sua frente quer saltando-lhes para cima. Os cidadãos mais idosos e com maiores dificuldades de equilíbrio ou locomoção podem também acabar estatelados no chão, depois de abalroados por um foguete de quatro patas. À noite estes perigos aumentam ainda mais, porque só se dá por eles tarde demais.
O facto dos cãezinhos andarem soltos é motivo mais que suficiente para desafiarem os cães grandes que se encontram atrelados, cujos donos não vêem com bons olhos tal despropósito, particularmente quando rodeiam, ladram e rosnam para os seus cães, algazarra que normalmente induz a acesas discussões e que pode acabar da pior maneira. Também os invisuais se vêem à brocha com os cães à solta, porque tendem a cercar, perseguir e desconcentrar os cães-guia, deixando os deficientes perplexos e confusos, isto se não lhes atacarem os cães-guia, o que não é tão raro acontecer aqui e lá fora. E como os cães são seres sociais, mesmo soltos, tendem a agrupar-se, embrulhando-se e correndo uns atrás dos outros por onde lhes der na real gana, liberdade que causa acidentes e vítimas junto de quem indevidamente jogam ao chão.
Para além do incómodo, do abuso contra o bem-estar das crianças, deficientes e idosos, do atentado que são para a saúde pública e das vidas humanas que podem colocar em risco, porque normalmente não foram e não são objecto de qualquer tipo de treino de obediência, estes diabinhos à solta acabam também por colocar a sua própria vida em risco, quando atrás de um gato ou dominados por outra curiosidade, acabam fatalmente por atravessar uma estrada. Será que um simples pedido de desculpas serve para calar tanto abuso e disparate? Eu julgo que não, não o aceito e se puder chamo a polícia, demore ela o tempo que demorar a chegar. Pode ser que chegue tarde, mas o detentor de um cão assim sempre apanhará um susto e pensará duas vezes antes de voltar a soltar o seu cão. Se todos procedêssemos desta maneira, todos seríamos mais respeitados e viveríamos mais felizes!
Apesar de tudo o que dissemos, compreendemos perfeitamente as necessidades de evasão canina, que deverão ser inteiramente satisfeitas em locais próprios para esse efeito, sem colidirem com os direitos individuais de cada um. Estamos a falar de parques de considerável dimensão para os cães citadinos, onde possam correr à vontade e por tempo indeterminado, melhoramentos da responsabilidade das autarquias que tardam em realizá-los diante do crescente número de cães urbanos. E como por um voto se ganha ou perde uma eleição e os proprietários caninos são cada vez mais, penso que a construção desses parques não tardará a acontecer!

domingo, 29 de abril de 2018

OS NEOZELANDESES NÃO SÃO DE MODAS!

No último anos, por três vezes, os neozelandeses puseram no ar helicópteros com câmeras térmicas e drones, recorrendo ainda a milhares de voluntários, para procurarem 3 cães desaparecidos – Benny, Meg e Roger, tendo a segunda sobrevivido ferida no mato durante 5 semanas. O resgate destes cães implicou em despesas de milhares de dólares e em muitas horas gastas na sua procura. Este cuidado dos neozelandeses com os cães está relacionado com o amor que nutrem pelos animais, já que mais de 60% dos lares da Nova Zelândia têm pelo menos um animal de estimação, havendo ali mais animais de estimação do que os humanos (este país insular do Pacífico tem 4,7 milhões de habitantes).
É ali perfeitamente natural que as recompensas oferecidas pelos cães desaparecidos nunca venham a ser reclamadas e entregues, porque quem os resgata entende que o faz voluntariamente e que isso faz parte dos seus deveres relativos aos animais. Quando os cães resgatados são encontrados em mau estado de saúde e necessitam de tratamento, seja ele qual for, também os hospitais veterinários oferecem os seus serviços gratuitamente (será que também dedicam a mesma solidariedade aos humanos mais carenciados?). E, quando os tratamentos a haver são demasiado dispendiosos, logo chovem donativos para que nada falte aos animais em questão.
Há momentos (extemporâneos, de curta duração e pouco frequentes), em que determinadas notícias fazem-nos desejar ser tudo menos portugueses, como esta de disponibilizar helicópteros com câmeras térmicas para procurar cães, nós que nem número suficiente temos deles para combater os incêndios, que tanto falta nos fazem e que se tivessem chegado ontem, já chegavam atrasados!
Finalmente o Governo diz que vai adquirir por ajuste directo 3 helicópteros Kamov para o combate aos incêndios, aparelhos que tendem a colar-se aos hangares por excesso de avarias, conforme ficou provado até aqui. Comparando as duas situações, parece que mais vale ser cão na Nova Zelândia do que português em Portugal!  

sábado, 28 de abril de 2018

PENA SUL-AFRICANA PARA QUEM TEM CÃES ACORRENTADOS

Na cidade sul-africana de Ladysmith, que recebeu esse nome por causa da esposa espanhola do Tenente-General Harry Smith, no distrito de Uthukela de KwaZulu-Natal, que fica a 230 km a noroeste de Durban e a 365 km a sul de Joanesburgo, é proibido ter cães acorrentados. Ao dono que for surpreendido em infracção ser-lhe-á retirado o cão até que o seu quintal se encontre vedado e tenha condições para o animal lá poder andar à solta. A fiscalização conta com o apoio da AACL (Animal Anti-Cruelty League Ladysmith KZN), que promete não abrir excepções e denunciar todos os casos às autoridades.
Quanto ao General Sir Harry Smith e à sua esposa espanhola por detrás do nome da cidade, tratou-se de um militar britânico de grande craveira, que combateu nas Guerras Peninsulares às ordens de Wellington, tendo combatido depois disso nos Estados Unidos, na África do Sul e na Índia, vindo a morrer em solo pátrio a 12 de Outubro de 1860.
Em 1812, quando cercava Badajoz com as forças luso-britânicas, conheceu a nobre Juana María de los Dolores de León, com quem acabaria por casar e que daí em diante passou a acompanhá-lo em todas as suas campanhas, senhora a quem o Duque de Wellington tratava carinhosamente por “Juanita” e que sempre foi idolatrada pelos soldados.
Voltando ao assunto dos cães acorrentados, o confisco dos animais parece-nos correcto, porque os cães presos à corrente e excessivamente confinados desenvolvem anomalias físicas que atentam contra a sua biomecânica, saúde e bem-estar, havendo casos em que chegam a abraçar a automutilação. Para além disso, a corrente torna-os mais agressivos e senhores do seu espaço, podendo torná-los profundamente anti-sociais e altamente perigosos.  

A SEMANA DOS EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

Decididamente esta foi a semana dos Emirados Árabes Unidos neste blogue, porque tivemos duas dúzias de leitores desta Confederação de Monarquias do Golfo Pérsico. Não é muito comum termos na mesma semana um número tão grande de visitas de um país muçulmano, cujo número dificilmente ultrapassa os três. Daqui endereçamos o nosso cordial bem-vindo a estes leitores, esperando que continuem a visitar-nos, já que tudo faremos para manter o seu interesse.
Sobre os Emiratos e as suas cidades, sobejamente admiradas por todos pela sua sumptuosidade, pouco há a acrescentar. Lá é possível entender como os árabes gostam de receber bem os seus visitantes, de mostrar-lhes os seus sonhos de bem-estar e grandeza, sem abdicarem do deserto que os rodeia, inspira e cativa, enquanto parte integrante das suas vidas a cultura. Há imagens que nunca se esquecem e uma delas é ver um cavaleiro árabe a caçar no deserto com um falcão e um galgo. Penso que, de vez em quando, todos deveríamos passar um tempo no deserto, não só por fazer bem à saúde, mas sobretudo à alma!

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

O Ranking semanal dos textos mais lidos ficou assim ordenado:
1º _ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado em 24/02/2015
2º _ O AZEITE PRÀS CARRAÇAS, editado em 24/06/2010
3º _ QUAL SERIA A RAÇA DO “CÃO DOS BASKERVILLE”?, editado em 14/04/2016
4º _ PASTOR ALEMÃO X MALINOIS: VANTAGENS E DESVANTAGENS, editado em 15/06/2011
5º _ A CURVA DE CRESCIMENTO DAS DIVERSAS LINHAS DO PASTOR ALEMÃO, editado em 29/08/2013  
6º _ VAI MORRER A FAZER O MESMO!, editado em 22/04/2018
7º _ O CÃO LOBEIRO: UM SILVESTRE ENTRE NÓS, editado em 26/10/2009
8º _ O GUARDA DAS GALINHAS, editado em 05/04/2014
9º _ NÓS POR CÁ: O QUE CELEBRAREI AMANHÃ, editado em 24/04/2018
10º _ PASTOR DE SHILOH: SUPER-CÃO OU DECEPÇÃO?, editado em 23/01/2014

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

O TOP 10 semanal de leitores por país obedeceu à seguinte ordem:
1º Brasil, 2º Portugal, 3º Estados Unidos, 4º Reino Unido, 5º Espanha, 6º Ucrânia, 7º Emirados Árabes Unidos, 8º Moçambique, 9º Rússia e 10º Alemanha.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

UM LIVRO QUE VALE A PENA LER

Para quem gosta de ler histórias acerca de cães, recomendamos a leitura do Livro “FROM BAGHDAD, WITH LOVE, da autoria de Jay Kopelman, que foi um verdadeiro best-seller internacional e que se encontra à venda na NET. Trata-se de uma história verídica de amor em tempo de guerra, entre um Tenente-Coronel dos Marines (que é o autor da obra) e uma cachorra mestiça de Pastor Alemão (Lava), que acidentalmente se encontram em Fallujah, no Iraque.
Terminada a sua comissão, o fuzileiro, que não queria deixar o animal para trás, a muito custo e graças a alguns amigos, ainda que clandestinamente, consegue que a cadela seja posteriormente embarcada e entregue na sua casa. FROM BAGHDAD, WITH LOVE destaca as peripécias havidas, os momentos de tensão e os sentimentos envolvidos. Boa leitura!

quinta-feira, 26 de abril de 2018

VAMOS LÁ FALAR A SÉRIO!

Como preâmbulo ao assunto importa destacar que vivemos em Democracia e num Estado de Direito. Há quem julgue que basta a um cão morder para ser um bom cão de guarda, como se a captura se sobrepusesse à defesa de pessoas e bens, e todos os intrusos estivessem ao alcance do cão, desarmados e à espera de serem devorados pelo poder das suas mandíbulas. Há também quem erroneamente o confunda com um cão de assalto ou antimotim, classificando-o melhor ou pior de acordo com o tempo em que fica pendurado numa cobaia sem a largar. A potência da sua mordedura garantir-lhe-á, só por si, o bom desempenho e a sua salvaguarda? É óbvio que não! Deverá um cão de guarda arrancar deliberadamente para cima dum oponente humano? Só se o quisermos pôr na “boca do lobo” e contra uma variedade de armas que lhe poderão ser letais!
Porém, mais importante do que dizer o que não é, é dizer aquilo que é um genuíno e autêntico cão de guarda, animal que deve a sua raridade a três razões principais, a saber: a uma selecção imprópria e mais alargada, ao mau trabalho dos seus instrutores e a uma menor procura. Esta última razão, que é de regozijo, deve-se à baixa taxa de criminalidade presente na nossa sociedade. Neste artigo apenas abordarei a segunda razão, a relativa ao mau trabalho dos adestradores, que tropeça numa errónea filosofia de ensino por influência de outros serviços e agentes caninos, gente a quem a lei confere um sem número de acções que não estende ao cidadão comum.
Um cão de guarda é um observador nato que deverá tudo ver e não ser visto, sendo a 1ª linha de defesa de uma propriedade, cujo perímetro mais próximo não deverá abandonar, porque se o fizer enfraquece a defesa da família e aumenta a sua própria vulnerabilidade, pelo que não deverá reagir a provocações e correr à desfilada em direcção a ruídos ou portões, pelo que só deverá efectuar capturas em último caso, ensino deveras importante face à possibilidade de haver mais do que um intruso ou invasor. Uma coisa é ensinar a observar, outra bem diversa é instigar!
Em abono da sua salvaguarda e do que lhe for confiado, não deve ladrar nem mostrar-se para poder contar com as vantagens do efeito surpresa. Eventualmente poderá ficar condicionado a dois procedimentos: a ladrar com os donos em casa e a defendê-la sem alarido na sua ausência. É bom não esquecer que a guarda canina é acessória e por isso mesmo uma tarefa dividida entre donos e cães. Debaixo deste mesmo princípio, o seu canil deverá estar oculto das vistas exteriores para não facilitar o estudo e o consequente plano de assalto à propriedade.
Na vida real e no desempenho das suas funções, o cão de guarda não vence sempre e no dia em que sair derrotado poderá não sobreviver, pelo que importa que conheça as suas limitações para não atacar opositores mais fortes do que ele e aprenda a medi-los e a surpreendê-los, o que significa que não poderá ficar pelo golpe único e só ter um modo de captura. Na procura das vantagens todos os cães de guarda deverão avançar ou recuar de acordo com o ensino experimentado, para que possam resistir tanto à entrada como à saída dos intrusos.
Nesta perspectiva, persistir num ataque lançado sem um contra-ataque digno desse nome, é enganar o animal e condená-lo à morte pelo engano tantas vezes experimentado. Nunca é demais relembrar que se um cão policial ou militar morrer no desempenho das suas funções, apesar do seu tratador nunca estar preparado e a força a que pertence não o desejar, ele é uma baixa mais ou menos calculada, estará você preparado para perder o seu cão?
Como dissemos nenhum cão de guarda estará devidamente apto para a sua missão se não for capaz de enfrentar mais do que um agressor ou intruso, treino que inicialmente deverá ser escolar e depois transportado para a casa e/ou propriedade a guardar. O animal deverá ficar condicionado a atacar o intruso que mais perto se encontrar da habitação a guardar. Contudo, deverá golpeá-lo sem se fixar nele e sem perder os restantes de vista, caso contrário será facilmente eliminado. A defesa da casa exige-lhe uma defesa próxima e não o seu abandono para correr atrás de um pretenso invasor. Certamente não será preciso avivar que na guarda o mais importante é a protecção da casa, dos seus moradores e património, não a captura, porque não estamos a tratar de cães de assalto ou de antimotim, mas sim de cães de dispersão ou varrimento controlados.
Apesar de mais valentes, os machos são dados a um conjunto de veleidades que têm a ver com seu género, preferindo o desafio à cautela, expondo-se inutilmente a perigos que poderiam desprezar, mal que afecta menos as cadelas e que torna algumas em excelentes guardiãs. Para além de tudo isto, o guardião canino carece de ser um companheiro impoluto e incorruptível (é mais fácil encontrar um cão assim do que um político honesto), de estar apto para trabalhar a qualquer hora do dia ou da noite, isolado ou em equipa.
Não é bom referenciar os portões de uma moradia como alvo a guardar, particularmente quando temos vizinhos e há crianças nas redondezas, porque um vizinho pode entrar para pedir um raminho de salsa e voltar para casa com sangue suficiente para o arroz de cabidela. Ter um cão condicionado a guardar um portão é também pôr a vida das crianças em risco, porque o simples apanhar de uma bola pode resultar num tremendo disparate e num susto de morte. E como a vida está cheia de contra-sensos, a ignorância grassa e não faltam tolos, há quem despreze bons cães para guarda e aproveite outros de menor valia só porque mordem. Oportunamente voltaremos a este apaixonante, complexo e delicado assunto.

OS FATBERGS CONTINUAM A DESEMBARCAR NAS PRAIAS INGLESAS

Sabe ao que os ingleses chamam de fatberg? Usualmente a palavra é usada para descrever os pedaços de gordura congelada que bloqueiam os esgotos e os compostos de gordura associados a outros elementos que não quebram quando despejados em vasos sanitários. Os fatbergs que continuam a invadir as praias inglesas são doutra natureza, são pedaços de óleo de palma congelado provenientes do naufrágio do navio maltês Kimya, ocorrido em 1991 e que motivou a morte de 10 dos seus tripulantes.
Os fatbergs que têm vindo parar à costa inglesa, são de diferentes tamanhos e à partida parecem rochas, sendo bolhas de gordura - branco-amareladas – que libertam um odor a diesel,  transportam germes perigosos para a saúde e contêm germes assassinos. Segundo tudo leva a crer, estas impurezas que a maré-vazia deixa a descoberto, são provenientes do Caribe, donde foram empurrados por milhares de quilómetros no Atlântico, logo após as tempestades ocorridas em Barbados, Jamaica e Trinidad.
Praias como as de Wirral, Sussex, Kent, Cornwall, Devon, Dorset, Isle of Wight e Hampshire já receberam e possivelmente continuarão a receber “presentes” destes e nenhuma área costeira britânica estará livre de os receber. As autoridades têm procedido à remoção destes agentes poluentes e alertado as populações para o perigo que constituem para crianças e cães, publicando os seus alertas nos lugares costumeiros, nas áreas públicas de maior acesso e nas praias, não se escusando a usar os media para o mesmo efeito.
A ingestão destas bolas de gordura já causou a morte a vários cães britânicos, na sua maioria cães que foram soltos da trela. Os que ingeriram pequenas quantidades daquele óleo de palma sofreram vómitos e diarreia, vindo depois a entrar em grave desidratação; os que consumariam maiores quantidades desta substância sofreram uma série de efeitos graves, tais como: danos nos rins, insuficiência hepática e bloqueios do intestino, sendo por isso alguns abatidos.
Servindo-nos do que está a acontecer nas praias inglesas como mote, queremos alertar os nossos leitores para os perigos que as praias podem representar para os cães, uma vez que os produtos usados na limpeza dos navios, que nem sempre acontece segundo o que internacionalmente está estipulado, sempre acabam indevidamente por vir dar às praias, constituindo-se em agentes tóxicos com alguma gravidade. Assim, é melhor andar com os cães à trela do que deixá-los comer o que não devem.
PS: Se o Mundo acabar à pedrada os britânicos não terão falta de munição, bastar-lhes-á ir para as praias.

O MUNDO À NOSSA VOLTA: I LIKE HIM A LOT!

Bem que podia começar este artigo aludindo à canção “ENTRE TAPAS E BEIJOS”, do duo brasileiro Leandro e Leonardo, como introdução à visita oficial do Presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, aos Estados Unidos, onde os presidentes dos dois países gozaram de extrema e inesperada intimidade, ao ponto de Trump dizer, referindo-se a Macron, “I like him a lot!” Caso as reportagens televisivas desta visita não tivessem sido dadas em horário nobre e a horas decentes, sem muita dificuldade pensaríamos estar a assistir à introdução de filmes do tipo “só para adultos”, que normalmente vão para o ar pela madrugada em canais mais eróticos e menos frívolos.
No que interessa ao Mundo e ao bem-estar de todos, nada de novo aconteceu ou virá a acontecer, porque ficou claro que os interesses político-económicos dos dois países são divergentes, mantendo-se apenas em total acordo no que concerne às preocupações geoestratégicas (o mesmo se poderá dizer entre os Estados Unidos e a EU). Eventualmente unidos na guerra, em tempo de paz seguirão cada um o seu caminho, o que não é bom para o Planeta nem para o futuro de todos nós. Não é fácil fazer acordos com Trump, que em termos de redes sociais lembra Bruno de Carvalho, o actual Presidente do Sporting1, porque aquilo que hoje é verdade para multimilionário norte-americano, amanhã já não será! Ficam “as tapas e beijos”.
1 Um dos três grandes clubes de futebol portugueses sediado na Capital do País. 

CÃES DE BIOSSEGURANÇA

Já existem cães de biossegurança um pouco por toda a parte, animais capazes de identificar insectos invasores perigosos em terminais de carga e aeroportos, mas detectores de pragas e de plantas daninhas indesejáveis é que não! Contudo, já existem na Nova Zelândia, nomeadamente na região mais setentrional daquele longínquo país, em Northland, na região Maori. De acordo com o parecer de quem instrói, não é tão difícil quanto parece transformar um simples cão de estimação num detector de pragas, mais difícil é capacitar o seu dono para o treinar adequadamente.
Esta aptidão exige 2 a 3 meses de treino e é de suma importância para Northland, porque tem 9 espécies de plantas, várias espécies de animais e pragas de água doce indesejáveis que os cães treinados podem detectar e ajudar a debelar. Espera-se que esta prestação canina contribua decisivamente para a protecção do meio-ambiente ali, economizando tempo e o dinheiro dos contribuintes. Praticamente temos cães detectores para quase tudo: de pessoas desaparecidas ou indivíduos hostis, de sangue, bombas, animais em vias de extinção, de pragas, de turfa, de ervas daninhas, de marfim, de cerâmica antiga e daí por diante. Curiosamente, por muito menos mérito, já a Igreja Romana elevou alguns homens a santos!  

ESTE É O “RADAS”, O QUE CORRIA COMO O VENTO

A foto acima, gentilmente cedida pela Família Carreiras, a viver ao momento em Sheffield, na Inglaterra, mostra a pequena Alice a aproximar-se radiante de um cão molengão, de um Pastor Alemão pachorrento e incomodado, segundo denunciam as suas orelhas. Este amigo já correu como o vento, saltou tudo o que havia para saltar, aprendeu a proteger os seus, a obedecer-lhes prontamente e a acompanhá-los por toda a parte, de dia ou de noite, dentro e fora de água. O “Radar”, carinhosamente tratado pelo adestrador por “Radas”, apesar de longe está perto, porque pertence a uma galeria de cães extraordinários que sempre velam o sono de quem os ensinou. Entretanto a Sheffield deverá chegar “A Cegonha de Paris”, caminho que já conhece e onde será esperada dentro de meses. Felicidades para a Família Carreiras, muito carinho para o Radar e longa vida para todos (visíveis e invisíveis).

terça-feira, 24 de abril de 2018

NÓS POR CÁ: O QUE CELEBRAREI AMANHÃ

Amanhã celebra-se o 44º aniversário da Revolução do 25 de Abril de 1974, não comprarei nenhum cravo vermelho para pôr na lapela e não participarei em nenhum acto cívico evocativo da “Revolução da Liberdade”, também não verei nenhum canal televisivo português e arredar-me-ei das festas e comícios que por aí houver. Como já não sou jovem e nenhuma revolução altera a natureza das pessoas, vou deixar-me de euforias e celebrar a minha mocidade para combater a velhice.
Ao olhar para o que foi esta Revolução e para o disparate dos seus primeiros anos, compreendo agora que poderia ter sido substituída por um período de transição, como aconteceu em Espanha, o que seria melhor para o País e não o empobreceria. Mas os portugueses andam há séculos nisto, no “deita baixo e começa de novo”, começando sempre do zero para não alcançar coisa alguma. E se para termos democracia poderíamos dispensar uma revolução, o que dizer do Regicídio de 1908, seria preciso matar o Rei para alcançarmos a República? Um referendo não bastaria? Não estará o Presidente da República da nossa democracia a ocupar o lugar do rei? Pelas incumbências não há dúvidas e pelos afectos tampouco. O actual não é recebido como tal quando visita e consola o Povo?
Um bom “Dia da Liberdade” para todos, mesmo para aqueles que, abusando dela, continuam a roubar-nos impune e desalmadamente, como sempre fizeram.