terça-feira, 5 de julho de 2022

VAMOS LÁ FALAR SOBRE BANHOS E CHAMPÔS

 

Como por norma não costumo treinar cães malcheirosos e carentes de banho, a pensar na saúde da sua pele, não aconselho o banho a nenhum deles, a não ser nas situações emergentes ou naquelas estritamente necessárias, recomendando somente a limpeza diária com os seus seis acessórios (quando tal é possível), a saber: a cardadeira, os 3 pentes, a luva e o pano húmido de camurça. Todavia, contrariamente aos gatos, que se limpam sozinhos, existem raças caninas que podem não dispensar um banho semanal e outras em que é conveniente dar-lhes 2 ou 3 banhos anuais, o que nos remete imediatamente para a escolha dos champôs adequados para a higiene dos nossos cães.

Há quem suponha por ignorância, que a pele dos cães seja igual à nossa, quando na verdade ela é mais sensível, fina e frágil do que a humana. A espessura da pele canina é bastante inferior à encontrada nos homens, cerca de 20 a 40 micrómetros contra  50 ou 60 micrómetros. A somar a isto, a pele do cão tem um pH quase neutro, entre 6 e 7, enquanto a humana tem um pH mais ácido, pois está entre 5,5 a 6, tudo isto para explicar que é nocivo e por isso proibido usar os nossos produtos de higiene nos cães. E, se não devemos usar os nossos champôs nos cães, muito menos devemos usar os que se encontram â venda em drogarias ou os destinados a bebés. Para lavar os cães só devemos utilizar um champôs específicos para eles, porque consideram a natureza da pele canina e os seus agentes de limpeza e possíveis perfumes respeitam as necessidades e tolerância da sua epiderme.

Os champôs para cães são compostos de dois tipos de tensioactivos: tensioactivos aniónicos e catiónicos, que uma vez juntos formam a espuma de lavagem. O seu equilíbrio é essencial porque, se dosados ​​incorrectamente, podem ser irritantes. Por vezes é melhor apostar num champô para cão mais suave, mesmo que ele faça menos espuma. Tal como acontece com os champôs para humanos, os champôs caninos podem conter: conservantes (parabenos, fenoxietanol e trietanolamina), cores artificiais, emolientes (vaselina e parafina), perfumes que podem incluir ftalatos, repelentes e antibacterianos obedecendo a fórmulas especiais. A bem da epiderme dos cães é altamente recomendável procurar as fórmulas que sejam o mais naturais possíveis, como o caso das baseadas em manteiga de cacau, óleo de coco, minerais ou óleos essenciais.

Ao escolher o champô para o seu cão, você vai er que ter em conta a pele e a pelagem do animal, sendo o comprimento do pêlo um factor determinante. Nesta opção o melhor que tem a fazer é consultar o parecer do veterinário, porque ele melhor do que ninguém saberá dizer-lhe que tipo de pele tem o seu cão, que pode ser oleosa ou seca, havendo para cada uma delas um champô específico. A pele oleosa é a que mais produz sebo e que apresenta uma película gordurosa protectora da pele do animal. Para esses cães, a escolha de um fórmula clássica é suficiente porque lavará a sua pele sem alterar o seu equilíbrio. Ao invés, um cão com pele seca segrega menos sebo, sendo próprio destinar-lhe uma fórmula enriquecida com óleo vegetal. Existem também champôs específicos, ditos de tratamento, para atender a necessidades específicas: anticomichão, antipulgas, contra a queda do pêlo, repelentes de carraças, hipoalergénicos, etc.  Como raramente as suas fórmulas são saudáveis, devem ser usados ​​pontualmente durante todo o tratamento.

Onde devemos comprar o champô para o nosso cão? É possível comprar champô para cães nos supermercados ou nas pet shops. Esses produtos são muito acessíveis e, na maioria dos casos, as fórmulas oferecidas têm controle veterinário, o que não irá dispensar um olhar atento à sua composição, pois importa privilegiar os mais naturais, como já o dissemos atrás. Estes champôs, o que muitos desconhecem, encontram-se também nas farmácias e nos veterinários, sendo as suas fórmulas mais saudáveis e adequadas às necessidades dos nossos cães. Como se antevê, o ideal é consultar o veterinário que presta assistência ao seu cão.

Quando se tornar urgente dar banho ao seu cão, escove-o demorada e criteriosamente para tirar a sujidade entranhada e os pêlos mortos, escolhendo de seguida o local onde pretende banhá-lo, se na banheira, chuveiro ou ao ar livre. Banhe-o com água morna para evitar choques térmicos e a aversão aos banhos. Quando estiver a ensaboá-lo, não lhe lave a cabeça, porque o champô pode entrar em contacto com os olhos e ouvidos do animal e causar irritação. Depois de ensaboá-lo, passe-o bem por água e seque-o numa toalha. Se o seu cão é daqueles que não poderá dispensar os banhos regulares, então acostume-o desde cedo a essa higiene, tendo sempre o cuidado de o recompensar, porque há cães que não apreciam banhos e outros até que têm aversão à água. Volto a enfatizar que o banho é apenas recomendável quando o animal está de tal maneira sujo que não nos resta outra opção.

Nos tempos em que a “Couraça” era a melhor pasta de dentes e a tropa mandava desenrascar, lavávamos os cães com o multiusos “sabão azul e branco”, também conhecido por “sabão macaco”, com sabão de alcatrão ou com um sabonete de glicerina. Hoje, porque tudo evoluiu e os cães estão a ser objecto de maior cuidado, existem champôs específicos para os mais variados tipos de pelagem (lisa, crespa, encarolada, curta e comprida), menos nocivos e champôs de tratamento mais eficazes. Importa guardar que os champôs para humanos são nocivos para os cães, não devendo por isso ser neles utilizados. Por outro lado, compreendemos agora porque há por aí muitos cães indevida e precocemente carecas.

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