domingo, 31 de julho de 2022

TODOS POR UMA MACAENSE RECÉM-CHEGADA

 

Apesar de nenhum de nós falar mandarim, cantonês ou patuá, todos deitámos mão ao inglês para valer à Stephanie, para quem a língua portuguesa é por enquanto um tormento. E quando digo todos estou literalmente a referir-me a adultos e crianças, aos alunos da escola e até aos seus filhos. Na foto acima vemos a Stephanie integrada numa classe de obediência em “frente por 2”, tendo por companheiros os binómios Inês/Tommy; Paulo/Bohr e Carlos/Oliver. Na foto seguinte, a provar que o melhor do mundo são as crianças, vemos a pequena Nicole (filha do Jorge Guerreiro) com o cão da macaense sentado a seu lado, comando que executou prontamente e sem defeito.

Os coitados dos cães da Stephanie, por causa dos limites físicos impostos pela dona a si própria, têm primeiro que ser devolvidos à sua natureza, aprender a saltar, correr, nadar e escavar, acções que até hoje lhes têm sido proibidas, levando já 15 meses de idade! Este despreparo dos animais, que pode induzir à desconfiança e ao medo, assim como à revolta, acaba por ser responsável pelo comportamento esquivo e abusivo dos cães. Na foto abaixo vemos a Stephanie a saltar com o Harley para cima de uma mesa de alvenaria com 50 cm de altura.

Numa manobra de inversão da classe, conforme testemunha a foto seguinte, vemos o mesmo binómio a capitanear o grupo escolar, tudo para que o cão recém-chegado deixe de temer os cães que se deslocam na sua retaguarda, já que um cão medroso se sente mais cómodo atrás dos outros do que na sua frente. A manobra visa alcançar a familiarização percursora da sociabilização e do trabalho em grupo.

Como é sabido, os cães medrosos tendem a atrasar-se em relação aos seus condutores no início do treino, enquanto os valentes tendem a rebocar os donos. Ao olharmos para a foto que segue, percebemos perfeitamente a que grupo pertence o cão da nossa aluna macaense, que apesar dos esforços da condutora, continua com o cão atrasado n círculo de 36m.

Depois de demasiadas tentativas frustradas para sentar o seu cão (a figura ainda hoje não foi completamente assimilada pela condutora), finalmente a Stephanie consegui sentar o seu cão sobre um pequeno círculo pavimentar, mais pelo contributo da memória mecânica canina do que pela técnica da condutora (sempre que um treinador insiste em bombardear os seus binómios com figuras de imobilização, ainda que inconscientemente, está a chamar de “burros os condutores e à espera que os cães aprendam por si).

Como o trabalho quando bem orientado nunca regressa de mãos vazias e sempre dá frutos, vale a pena observar a harmonia e a serenidade presentes na foto abaixo, onde dona e cão parecem fazer parte de um todo que se completa ao invés de se desunir.

Trabalharam durante a semana para si mesmos e em prol da macaense, os seguintes binómios: Carlos/Oliver; Inês Tommy; João/Harley; João/Reva; João/Tommy; Jorge/Gaia; Nicole/Harley; Paulo Bohr; Stephanie/Harley e Stephanie/Reva. Há que agradecer a colaboração da família Guerreiro, aos seniores e aos juniores, pela sua disponibilidade e ajuda.

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