Ontem,
depois de ter estado a estagiar em casa por um par de dias, o Tommy voltou ao
trabalho, lindo como sempre, mas agora convenientemente tosquiado. O pequeno
Schnauzer tem pinta de boneco e é mesmo, conforme atesta a foto acima, onde
inserido numa pintura mural parece fazer parte dela e ao mundo das passerelles
(andam por lá alguns menos característicos a ganhar prémios). Mas como ele não
veio para ganhar nenhum “BEST
IN SHOW”, mas para melhorar a sua condução e controlo. Assim,
ao invés de ter por companhia amiguinhos perfumados e muito bem penteados, cheios
de glamour, contou apenas com a companhia do paciente CPA Bohr, que já perdeu a
conta a quantos malandrecos já aturou.
Se
importava controlar o Tommy, importava aumentar a autonomia do Bohr, pelo que
só trabalharam juntos durante os trajectos empreendidos. Há que insistir com o
Pastor Alemão na sua mobilidade e autonomia, para que não se deixe seduzir
precocemente pela velhice, opte não se mexer e prefira deitar-se
invariavelmente aos pés do dono, presságio que não augura nada de bom a não ser
o princípio do fim, comportamento que não desejamos para os nossos cães, porque
queremos que tenham vida em abundância (também para isso cá estamos). No GIF
seguinte vemos o Bohr a esgueirar-se por entre os varões de uma vulgar cancela
separadora, entrando por um e saindo por outro, o que para um cão da sua envergadura
não é fácil nem cómodo (não é como enfiar um camelo no buraco de uma agulha,
mas anda lá perto). A propósito de varões e porque me perguntam muitas vezes
acerca da distância entre eles nos canis, adianto que ela deve oscilar entre 8
e os 10 cm consoante o tamanho e a morfologia dos cães a lá meter. Quanto à
inversão de precisão na cancela, que não é só um mero jogo pró físico, para
nosso contentamento, o Bohr não se mostrou atrapalhado.
O
trabalho na cancela serviu de aquecimento e preparação para outro mais difícil,
em substituição dos círculos pavimentares de travamento, normalmente com
diâmetros entre os 60 e 90 cm e distantes entre si de 2,5 a 5m, consoante os
graus de exigência procurados. Não havendo no local círculos pavimentares para
além das tampas de esgoto, optei por convidar o Bohr a fazer o mesmo trabalho
dentro de 3 grandes floreiras, para onde teria de saltar, sentar-se e aguardar a
chamada do dono. Vários factores dificultavam a execução pronta do exercício, a
saber: a proximidade da estrada (a apenas seis metros de distância); a
constância de pessoas a passar; o excesso de ruído; a exígua dimensão das
floreiras (que obrigavam ao controlo da velocidade do animal, porque doutro
modo seria praticamente impossível travá-lo) e a existência de florestas
circulares parcialmente intercaladas na linha de salto. Diante destas
dificuldades a tarefa não se afigurou fácil, mas o binómio, depois de algumas
tentativas forçadas, consegui levá-la de vencida (o cão merece um sincero
pedido de desculpas).
No
GIF seguinte vemos o mesmo trabalho de um ângulo diferente, onde se pode ver a
colocação do condutor. Há um pormenor no final do salto, quando o condutor
felicita o cão, para o qual gostava de chamar à atenção dos meus leitores. Com
um cão daquele tamanho não deixa de ser ridículo (estávamos no meio da via
pública) o condutor agachar-se para felicitar o animal. Das duas, uma: ou
mandava sentá-lo ou chamava-o para si. Compreendia a situação se o cão fosse um
caniche, mas se um fosse um caniche, não hesitaria em chamá-lo para o meu colo!
Com a Gaia a ladrar a cães e a gatos (provavelmente em cima do telhado dos vizinhos), participaram nos trabalhos os seguintes binómios: João/Tommy e Paulo/Bohr. A reportagem fotográfica e a sua montagem mereceram a mesma autoria. A temperatura baixou e veio em nosso auxílio, facilitando os trabalhos que haviam sido programados. O reencontro do Tommy com a dona merece ser filmado, porque a explosão de afecto do animal é por demais comovente. Hoje retomaremos os trabalhos.
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