sexta-feira, 15 de julho de 2022

TEM PINTA DE BONECO E É MESMO!

 

Ontem, depois de ter estado a estagiar em casa por um par de dias, o Tommy voltou ao trabalho, lindo como sempre, mas agora convenientemente tosquiado. O pequeno Schnauzer tem pinta de boneco e é mesmo, conforme atesta a foto acima, onde inserido numa pintura mural parece fazer parte dela e ao mundo das passerelles (andam por lá alguns menos característicos a ganhar prémios). Mas como ele não veio para ganhar nenhum “BEST IN SHOW”, mas para melhorar a sua condução e controlo. Assim, ao invés de ter por companhia amiguinhos perfumados e muito bem penteados, cheios de glamour, contou apenas com a companhia do paciente CPA Bohr, que já perdeu a conta a quantos malandrecos já aturou.

Se importava controlar o Tommy, importava aumentar a autonomia do Bohr, pelo que só trabalharam juntos durante os trajectos empreendidos. Há que insistir com o Pastor Alemão na sua mobilidade e autonomia, para que não se deixe seduzir precocemente pela velhice, opte não se mexer e prefira deitar-se invariavelmente aos pés do dono, presságio que não augura nada de bom a não ser o princípio do fim, comportamento que não desejamos para os nossos cães, porque queremos que tenham vida em abundância (também para isso cá estamos). No GIF seguinte vemos o Bohr a esgueirar-se por entre os varões de uma vulgar cancela separadora, entrando por um e saindo por outro, o que para um cão da sua envergadura não é fácil nem cómodo (não é como enfiar um camelo no buraco de uma agulha, mas anda lá perto). A propósito de varões e porque me perguntam muitas vezes acerca da distância entre eles nos canis, adianto que ela deve oscilar entre 8 e os 10 cm consoante o tamanho e a morfologia dos cães a lá meter. Quanto à inversão de precisão na cancela, que não é só um mero jogo pró físico, para nosso contentamento, o Bohr não se mostrou atrapalhado.

O trabalho na cancela serviu de aquecimento e preparação para outro mais difícil, em substituição dos círculos pavimentares de travamento, normalmente com diâmetros entre os 60 e 90 cm e distantes entre si de 2,5 a 5m, consoante os graus de exigência procurados. Não havendo no local círculos pavimentares para além das tampas de esgoto, optei por convidar o Bohr a fazer o mesmo trabalho dentro de 3 grandes floreiras, para onde teria de saltar, sentar-se e aguardar a chamada do dono. Vários factores dificultavam a execução pronta do exercício, a saber: a proximidade da estrada (a apenas seis metros de distância); a constância de pessoas a passar; o excesso de ruído; a exígua dimensão das floreiras (que obrigavam ao controlo da velocidade do animal, porque doutro modo seria praticamente impossível travá-lo) e a existência de florestas circulares parcialmente intercaladas na linha de salto. Diante destas dificuldades a tarefa não se afigurou fácil, mas o binómio, depois de algumas tentativas forçadas, consegui levá-la de vencida (o cão merece um sincero pedido de desculpas).

No GIF seguinte vemos o mesmo trabalho de um ângulo diferente, onde se pode ver a colocação do condutor. Há um pormenor no final do salto, quando o condutor felicita o cão, para o qual gostava de chamar à atenção dos meus leitores. Com um cão daquele tamanho não deixa de ser ridículo (estávamos no meio da via pública) o condutor agachar-se para felicitar o animal. Das duas, uma: ou mandava sentá-lo ou chamava-o para si. Compreendia a situação se o cão fosse um caniche, mas se um fosse um caniche, não hesitaria em chamá-lo para o meu colo!

Com a Gaia a ladrar a cães e a gatos (provavelmente em cima do telhado dos vizinhos), participaram nos trabalhos os seguintes binómios: João/Tommy e Paulo/Bohr. A reportagem fotográfica e a sua montagem mereceram a mesma autoria. A temperatura baixou e veio em nosso auxílio, facilitando os trabalhos que haviam sido programados. O reencontro do Tommy com a dona merece ser filmado, porque a explosão de afecto do animal é por demais comovente. Hoje retomaremos os trabalhos.

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