Eu
não gosto de passar o meu cão para as mãos de ninguém e os cavalos que já tive
também não, porque entendo isso como uma traição ou violação para os pobres
animais, que assim passam a estar sujeitos à vontade de outrem sem o seu
consentimento. Por outro lado, um passeio de pouco mais de meia hora, é mais do
que suficiente para viciar tanto um cavalo como um cão, animais que se desejam
confiantes, prontos e eficazes para o que lhes for solicitado sem grande
esforço da nossa parte. No caso dos cães a situação pode agravar-se, levar à
despromoção social dos animais e comprometer o seu desempenho - os cães com os
donos tudo podem e sem eles pouco valem. Todavia, ontem cedi o meu cão à
Clarinda para exercícios de ginástica, por reconhecer nela a sensibilidade e a
temperança necessárias para conduzir um cão que me é tão caro. Na foto acima
vemo-los a partir para duas verticais consecutivas artificiais e na seguinte a vencer
um escorregadio plano inclinado.
Como o SRD Reva tinha condições para isso e importava robustecer a sua condutora, ambos foram convidados para subir uma escada alvenaria em caracol, aptidão e desafio que alcançaram rapidamente, muito embora o cão persista e não desista de ser autónomo.
Vindo
da Suíça e com duas nortes mal dormidas, o Luís Rodrigues compareceu aos
trabalhos e conduziu a SRD Keila. Na foto abaixo vemo-los também a executar a
já citada escada, desafio que a Keila venceu descontraída e feliz.
O
SRD Reva, de manto maioritariamente branco e de inegável ascendência em Teckel,
quando contrariado e/ou inseguro, “vira o dente” com facilidade, esperando com
isso, como quase sempre acontece, demover a sua dona de qualquer propósito. Por
duas vezes sem sucesso tentou “afiambrar” o Adestrador. Como interessa que não
ganhe aversão à escola e evitar subjugá-lo à força, foi o Adestrador quem
primeiro o introduziu a todos os obstáculos, servindo-se depois de um cão mais
velho como exemplo para lhe transmitir a segurança necessária. Na foto seguinte
vemos o CPA Paco a dar-lhe “boleia” numa passerelle.
Mais
para acostumar a Stephanie aos alinhamentos e à distância entre binómios,
também para melhor o “quieto” dos outros cães em situações adversas, a classe excursionaria
escolar foi convidada para trabalhar momentaneamente no círculo de 36m com a
Clarinda a fila-guia.
Aproveitando
a presença da CPA Luna e querendo manter-lhe os níveis de operacionalidade,
pedimos ao Pedro que executasse com ela um salto de precisão, na circunstância sobre
um caixote do lixo de jardim, transposição que a lupina venceu com o seu tradicional
à vontade.
È sempre
recomendável, quando se intenta preparar um cão para segurança ou capacitar um
novato para isso, pedir-lhes saltos cara-a-cara contra pessoas, manobra de
robustecimento de carácter que aumenta a potência e a variação dos seus golpes.
Quando se intenta desta forma robustecer o carácter de um cão, é conveniente
que as pessoas permaneçam sentadas, evoluindo para pé quando tal for
conveniente e servir os propósitos já enunciados. A CPA Luna foi convidada para
saltar sobre as pessoas sentadas e para passar por entre as suas pernas a
rastejar, trabalho ainda dificultado pela irreverência do SRD Reva que sempre
intentou pegar a cadela pela barriga.
Para
a posteridade, como se estivessem apavorados na frente de um Leão, ficam as
caras dos condutores que se voluntariaram para se sentar no banco, onde apenas a
Stephanie parece mais segura, quiçá por ser novata e desconhecer que por vezes
os cães tiram a pontaria à cara das pessoas, nomeadamente aqueles que tem
condutores de lastimável qualidade técnica, ”que trocam as mãos pelos pés”. Que
sempre acabam por aleijar ou derrubar alguém.
Participaram nos trabalhos deste sábado os seguintes binómios: Clarinda/步伐;Luis/Keila; Paulo/Bohr; Pedro/Luna e Stephanie/Reva. A reportagem fotográfica coube aos mesmos e o bom andamento dos trabalhos foi garantido.
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