Dedicámos
os trabalhos deste fim-de-semana ao aumento da autonomia condicionada dos cães,
que outra coisa não é que do que trabalhá-los à distância e debaixo da
orientação e controlo dos donos, aptidão que só os cães mais ousados e seguros conseguirão
alcançar satisfatoriamente. O uso da linguagem gestual serve este propósito,
porque chega onde a voz não alcança e substitua-a quando tal é necessário por
razões de segurança e outras. Os cães mais frágeis conseguirão apenas trabalhar
até 12 metros na frente dos donos e somente obedecer aos seguintes comandos de
imobilização direccionais: alto; senta; deita; de pé; em frente; para trás; up
e abaixo, podendo no entanto efectuar ataques lançados a 30 metros quando
provocados. Os cães de rendimento aceitável conseguirão trabalhar entre 50 e 75
metros na frente do donos executando todos os comandos possíveis e avançando
para as capturas exclusivamente por indicação dos donos, o que infelizmente não
está ao alcance de todos os animais por má selecção, pior escolha e inibição
ambiental traumática, sendo a última raríssima. Considerando a segurança de
pessoas e bens e a resposta à intrusão, o ideal seria que os cães conseguissem
trabalhar 100 metros na frente dos donos e debaixo do seu controlo, o que só os
extraordinários conseguirão fazer. O melhor caminho para a autonomia
condicionada, que só acontece quando os cães alcançam a condução em liberdade,
é tirado a partir da condução dinâmica, com o cão ao lado do dono, que o vai
incentivando a maior ousadia, percorrendo primeiro com ele os espaços que irá
percorrer, que é o que Clarinda está a fazer com a CPA Luna na foto acima, numa
evolução circular.
Para
o mesmo efeito, particularmente para os cães que vivem amatilhados com outros
dentro da mesma casa, o exemplo de um cão mais velho e já controlado pode ser uma
boa solução, prestando-se a rebocar o inexperiente jovem e transmitindo-lhe a
confiança para ir adiante. Na foto acima vemos este trabalho efectuado pelo CPA
Bohr, que a pedido do seu dono rebocou a CPA Luna. É evidente que um cão para
trabalhar na frente do dono tem que primeiro se acostumar a trabalhar distante
dele, pelo que o adiantamento do dono em relação ao cão é o que melhor se
presta a esse objectivo. No GIF seguinte vemos o binómio Pedro/Luna num destes
exercícios propiciatórios, que na ocasião desenvolveu com sucesso.
A
CPA Gaia é uma daquelas raríssimas cadelas capaz de trabalhar a 100 m de distância
do dono ou para além deles, porque fá-lo naturalmente, debaixo de muita
confiança e com alegria. Contudo. tem-lhe faltado trabalho específico e tem
vindo a estupidificar-se no seu quintal, onde a opção que lhe resta é ladrar a
cães e gatos e a tudo o que passa. Todavia, porque o dono acreditou nela e não
perdeu a paciência, a Gaia saiu ontem da aula a fazer a evolução circular
requerida. O GIF abaixo atesta o que acabo de dizer e a mímica da sua cabeça e
da cauda não desmentem a valentia que nela habita.
Depois
de algumas semanas ausentes (ainda faltou a Patrícia), a Clarinda e o Pedro
regressaram às aulas com a Keila e a Luna, apresentando-se a senhora com uma
energia renovada, o que é muito bom para ela e um tónico para todos. Depois do
Pedro ter exercitado a Luna num obstáculo de duplo uso e nele ter efectuado um “trevo”,
convoquei os membros presentes do clã dos Rodrigues para uma foto alusiva ao
seu regresso às aulas.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Clarinda/Keyla; Jorge/Gaia/ Paulo/Bohr e Pedro/Bohr. A reportagem fotográfica, a sua montagem e edição foram garantidas pelos mesmos. Apesar do trabalho desenvolvido, ainda ficou muito por fazer e levar de vencida. O tempo não atrapalhou as actividades e os cães não sofreram com o calor, muito embora tivéssemos procurando as sombras.
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