domingo, 17 de julho de 2022

O IDEAL SERIA A 100 METROS (SEM INDUÇÃO OU PROVOCAÇÃO)

 

Dedicámos os trabalhos deste fim-de-semana ao aumento da autonomia condicionada dos cães, que outra coisa não é que do que trabalhá-los à distância e debaixo da orientação e controlo dos donos, aptidão que só os cães mais ousados e seguros conseguirão alcançar satisfatoriamente. O uso da linguagem gestual serve este propósito, porque chega onde a voz não alcança e substitua-a quando tal é necessário por razões de segurança e outras. Os cães mais frágeis conseguirão apenas trabalhar até 12 metros na frente dos donos e somente obedecer aos seguintes comandos de imobilização direccionais: alto; senta; deita; de pé; em frente; para trás; up e abaixo, podendo no entanto efectuar ataques lançados a 30 metros quando provocados. Os cães de rendimento aceitável conseguirão trabalhar entre 50 e 75 metros na frente do donos executando todos os comandos possíveis e avançando para as capturas exclusivamente por indicação dos donos, o que infelizmente não está ao alcance de todos os animais por má selecção, pior escolha e inibição ambiental traumática, sendo a última raríssima. Considerando a segurança de pessoas e bens e a resposta à intrusão, o ideal seria que os cães conseguissem trabalhar 100 metros na frente dos donos e debaixo do seu controlo, o que só os extraordinários conseguirão fazer. O melhor caminho para a autonomia condicionada, que só acontece quando os cães alcançam a condução em liberdade, é tirado a partir da condução dinâmica, com o cão ao lado do dono, que o vai incentivando a maior ousadia, percorrendo primeiro com ele os espaços que irá percorrer, que é o que Clarinda está a fazer com a CPA Luna na foto acima, numa evolução circular.

Para o mesmo efeito, particularmente para os cães que vivem amatilhados com outros dentro da mesma casa, o exemplo de um cão mais velho e já controlado pode ser uma boa solução, prestando-se a rebocar o inexperiente jovem e transmitindo-lhe a confiança para ir adiante. Na foto acima vemos este trabalho efectuado pelo CPA Bohr, que a pedido do seu dono rebocou a CPA Luna. É evidente que um cão para trabalhar na frente do dono tem que primeiro se acostumar a trabalhar distante dele, pelo que o adiantamento do dono em relação ao cão é o que melhor se presta a esse objectivo. No GIF seguinte vemos o binómio Pedro/Luna num destes exercícios propiciatórios, que na ocasião desenvolveu com sucesso.

A CPA Gaia é uma daquelas raríssimas cadelas capaz de trabalhar a 100 m de distância do dono ou para além deles, porque fá-lo naturalmente, debaixo de muita confiança e com alegria. Contudo. tem-lhe faltado trabalho específico e tem vindo a estupidificar-se no seu quintal, onde a opção que lhe resta é ladrar a cães e gatos e a tudo o que passa. Todavia, porque o dono acreditou nela e não perdeu a paciência, a Gaia saiu ontem da aula a fazer a evolução circular requerida. O GIF abaixo atesta o que acabo de dizer e a mímica da sua cabeça e da cauda não desmentem a valentia que nela habita.

Depois de algumas semanas ausentes (ainda faltou a Patrícia), a Clarinda e o Pedro regressaram às aulas com a Keila e a Luna, apresentando-se a senhora com uma energia renovada, o que é muito bom para ela e um tónico para todos. Depois do Pedro ter exercitado a Luna num obstáculo de duplo uso e nele ter efectuado um “trevo”, convoquei os membros presentes do clã dos Rodrigues para uma foto alusiva ao seu regresso às aulas.

Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Clarinda/Keyla; Jorge/Gaia/ Paulo/Bohr e Pedro/Bohr. A reportagem fotográfica, a sua montagem e edição foram garantidas pelos mesmos. Apesar do trabalho desenvolvido, ainda ficou muito por fazer e levar de vencida. O tempo não atrapalhou as actividades e os cães não sofreram com o calor, muito embora tivéssemos procurando as sombras.

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