sexta-feira, 8 de julho de 2022

A PAIXÃO DO BELO PELA FUNCIONAL

 

Estamos a falar do Tommy e Gaia, porque o pequeno Schnauzer é lindo de morrer e a CPA Gaia só pensa em trabalhar. Ontem, o pequeno sal e pimenta embeiçou-se pela lupina preta e fez questão de ficar a seu lado, o que não pôde ser por muito tempo, porque o trabalho esperava-os e era urgente que começassem a sua adaptação para o calor que já chegou e para aquele há-de vir. Porém, importava fazê-lo gradualmente e debaixo de sérias cautelas. Na foto acima vemos o casalinho de enamorados e na seguinte vemos o Tommy à frente de um estabelecimento comercial já encerrado.

O trabalho do Tommy obedeceu ontem a duas metas: tirar-lhe o vício de andar a “regar” todas árvores e postes que encontra (muitas vezes já sem chichi para isso) e ensiná-lo a ficar quieto à porta das lojas onde a sua dona entrar. As duas metas foram alcançadas, mas convém que a primeira seja objecto de recapitulação, já que o Tommy dá mostras de querer ser o macho dominante em todos os lugares por onde passa. Quanto à parte de ficar quieto, é merecedor de nota máxima, sendo capaz de ficar quedo e mudo, por tempo indeterminado, nos locais mais impensáveis.

Como é nossa tradição, sempre que passamos perto de uma cadeira gigante de bronze, tornada estátua num largo escondido, costumamos sentar os nosso cães nela, normalmente para ensiná-los a saltar obstáculos de projecção negativa e também para treinarmos o “quieto”. Como não cabiam todos em cima da cadeira e o Tommy era o único que cabia debaixo dela, o amoroso Schnauzer acabou por ter ficado com um grande peso em cima (parece que não gostou de ter sido relegado para debaixo daquela enorme cadeira).

Muito tenho insistido com o Tommy para não interferir nas minhas actividades sem autorização para isso, para que a sua presença não seja incómoda ou abusiva, a fazê-lo compreender que há momentos para tudo, que assim como há momentos para brincar, correr e saltar, há outros também em que a sua interacção se resume ao aguardar de ordens em silêncio. A foto abaixo, onde me encontro a ler, reporta-se a esta preocupação, Como o cão é pequeno e estando a ler não vejo, também temendo pisá-lo, optei por sentá-lo sobre a tampa de um depósito de resíduos.

Sem hipóteses de pedir aos animais grandes esforços, optámos por saltos cirúrgicos ou de precisão, como o executado pela Gaia e que está patenteado no GIF seguinte. O grau de dificuldade do salto é enorme, porque a cadela é obrigada a saltar e a agachar-se, a acelerar e depois a reduzir a velocidade diante da exiguidade da entrada. Passar ali parece milagre, mas qualquer cão bem preparado pode fazê-lo.

Contando com a colaboração de uma transmontana simpática e muito afectuosa (primeiro tivemos que aturar uma idosa maldisposta), pusemos os cães a guardá-la junto a uma caixa de multibanco enquanto procedia a um levantamento. A Bragantina adorou a experiência, ficou extasiada com o comportamento dos cães, beijou o Adestrador e foi feliz à sua vida.

No final da aula ainda houve tempo para o Jorge praticar o Slalom com a Gaia, porque ambos precisam de fazê-lo correctamente, a cadela a procurar os pinos e o dono a saber colocar-se. O condicionamento requerido não demora se a Gaia for repetidamente recompensada. Pouco tempo depois de aprender a fazer o Slalom como é exigido, esta CPA negra fá-lo-á em alta velocidade.

Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: João/Tommy; Jorge/Gaia e Paulo/Bohr. A reportagem fotográfica coube aos mesmos. Apesar do calor atroz e impiedoso que se fez sentir ao final da tarde (quantos graus celsius estariam na Amareleja?), os cães não sofreram aumento dos seus ritmos vitais e responderam afirmativamente ao trabalho que lhes foi solicitado, porque foram convenientemente hidratados e conduzidos por ruas e túneis virados a norte, livrando-nos assim do flagelo provocado pela aragem quente vinda de leste e de sudeste. Apesar do seu reduzido tamanho, o Tommy parece ter nascido para o Verão e o cão jubilado não acusou o calor. Trabalhar nestas circunstâncias cães negros de pêlo duplo exige saber e experiência, porque doutro estaremos a atentar contra o seu bem-estar, saúde e longevidade, assim como a pôr a sua vida em risco . O dia de trabalho foi bem aproveitado e esperam-se outros assim.

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