Um
sem-abrigo de 22 anos foi ontem, segunda-feira, dia 11 do corrente mês,
condenado a 6 meses de prisão pelo tribunal de Nice por ter espancado um cão
até à morte naquela cidade, situada no Departamento de Alpes Maritimes, na
Riviera Francesa. Cinco associações de defesa da causa animal entraram com uma
acção civil neste caso. Os factos reportam-se ao dia 11 de julho deste ano,
quando o homem atacou brutalmente o cão que pertencia ao companheiro da mulher
que o hospedava naquele momento. A autópsia ao animal revelou vários ossos
partidos, a ruptura do fígado e a existência de ossos fracturados dentro do seu
estômago. Chamado a pronunciar-se sobre as suas acções, o réu foi mudando a sua
versão dos acontecimentos, desde dizer que o cão lhe tinha mordido a que foi
sido acometido de um ataque de loucura. Após perícia psiquiátrica, os transtornos
psíquicos e o consumo de estupefacientes
foram revelados. Porém, o médico não considerou o réu inimputável, porque o
homem não apresentava nenhum sinal de abolição do discernimento. O tribunal
concordou com o parecer do clínico e aplicou ao assassino do pobre cão 6 meses
de prisão, à proibição de manter qualquer animal ou de exercer qualquer
actividade ou profissão relacionada com animais.
É mais do que certo que o réu não vai recorrer da sentença, porque não tem fortuna para isso e durante 6 meses vai ter finalmente casa e comida a horas. Ao contrário de certas associações francesas de bem-estar animal, que cantam vitória, eu acho que a pena aplicada foi demasiado leve, tendo em conta o valor da vida de um animal. Como acusar e condenar um miserável por qualquer crime não causa grandes amargos de boca a nenhum juíz ou tribunal, vale a pena perguntar, caso o homem fosse endinheirado, se seria igualmente condenado. Indo para além desta dúvida, penso que a vida dos animais merece ser mais respeitada e valorizada, que os atentados contra o seu bem-estar e direito à vida deveriam ser mais penalizados. Estou convencido que, com penas mais duras, a incidência destes crimes seria bem menor.
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