Hoje,
com o CPA Bohr à disposição, decidi treinar com ele algumas cenas para a
ficção, recorrendo como sempre a actores ocasionais, o que nem sempre resulta
como se espera, mas que vale a pena face à exorbitância dos cachets. Assim,
mais importa atentar para a prestação do cão do que para o desempenho dos
actores, que nunca o foram e que foram apanhados à meia-volta. Das cenas que
treinámos, apresentamos aqui as 3 mais fáceis, porque o mundo parece ser dos
chico-espertos e há sempre quem se disponha a plagiar, pelo que depois de morto
ainda andarei por cá a agir e a falar. No GIF acima vemos um “salto evasivo”
sem a presença do condutor e no seguinte “o acordar do dorminhoco”, cena em que
custou mais a direcção do actor do que o desempenho do cão, muito embora o
acordar estonteado não tenha ficado mal de todo.
Aproveitando
a presença de um casal jovem e enamorado, cena que catalogámos como “A Surpresa
dos Namorados”, fizemos o CPA Bohr saltar sobre as suas pernas, cena que perdeu
a sua autenticidade por ter sido várias vezes repetida, porque a ingénua e simpática
jovem não conseguia parar de sorrir. O director de fotografia, por sua vez, também não esteve bem ao consentir demasiada entrada de luz (se calhar o operador de câmera era parcialmente cego).
Sempre que temos oportunidade para isso,
vamos treinando os nossos binómios para o mundo da ficção, para podermos
compensar de alguma forma o seu esforço e empenho, graças à experiência que
adquiri ao longo de 6 anos. Hoje o Tommy ficou à varanda, a Kira no quintal e o
Oliver a adorar bonecas, espero vê-los amanhã. Quanto ao Charrôque, deve andar
a fazer companhia ao carapau e à sardinha. Coube ao Paulo a reportagem
fotográfica e a sua montagem, sendo actor pela primeira, revelando vir a ser
uma figura promissora do teatro e cinema portugueses, coisa para acontecer daqui a 50
anos! De qualquer modo, há que agradecer ao Bohr por ter-nos aturado.
PS: treinar na rua não é só bom para a superior adaptação dos cães à vida urbana e para a sua sociabilização, é também importante para a ficção, porque possibilita filmagens mais céleres no exterior e dentro dos estúdios, transmitindo aos cães uma maior confiança nos plateaux, geralmente superlotados de elementos da equipa técnica e demais gente.
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