Os
últimos dias têm sido dedicados ao crescimento da CPA Gaia (atlético, muscular
e cognitivo) para que alcance uma morfologia própria para maiores desafios e neles
se sinta mais confiante, o e que equivale a dizer que somos obrigados a contrabalançar
a endurance com a obediência, para que não se invalidem uma à outra, o que seria
desastroso e contraproducente face ao propósito procurado. Para que isso não
aconteça, importa dar a primazia à obediência dinâmica, mas de forma gradual e quase
imperceptível, fornecida pelo acompanhamento do dono nos exercícios e
robustecida pela cumplicidade mútua. Só assim se poderão evitar as maçadoras
repetições “alto, senta e deita”, inibidoras do interesse e da velocidade dos
cães - da sua capacidade de explosão. Como os comandos de imobilização ou de
travamento atrás citados depressa são apreendidos mecanicamente pelos cães,
quando importa avançar, há substituí-los pelos mais variados comandos
direccionais que não são inibidores da velocidade, mantêm os cães focados e
devolvem-lhes a alegria. Exceptuando o que faz no período de aquecimento,
ocasião em que é solta para correr e saltar o que lhe aprouver, a Gaia está
agora a ser convidada para saltos verticais com uma altura ligeiramente
superior a 100 cm, para obstáculos de uso duplo e para exercícios
multidireccionais, sempre aproveitando a sua alegria e evitando o seu estoiro.
Na foto acima vemo-la saltar uma sebe natural com 95 cm de altura e 50 de largo
(a presença da menina só serviu para dar uma ideia mais próxima da altura do
obstáculo).
Aquela
mesma sebe natural, até ali só com préstimo decorativo, também se prestou como “rastejador”
ou “túnel” e o “abaixo” acabou também por ser solicitado à nossa lupina negra.
Depois de das ou três passagens assim, aumentámos a profundidade do túnel e
transformámos o exercício num obstáculo de precisão, ao colocarmos a pequena Nicole
na frente da sebe e como sua continuação (foto acima).
O
robustecimento de um cão (física e psicologicamente), seja ele para guarda ou
não, deverá ser sempre acompanhado pela sociabilização que estabelece os seus
limites de actuação, Quando se começa a treinar cães a sério, a presença de
crianças ao seu redor é imprescindível, porque elas têm tudo para se constituírem
em presas, mas jamais serão intrusos a capturar ou alvos a abater. A presença
da Nicole e do Simão servem este propósito, estão a trabalhar para o bem-estar
de todas as crianças e a “dizer” para a Gaia que as crianças vivem à sua volta
e são inofensivas. Curiosamente, ontem durante o treino, ao ver os nosso miúdos
com as suas trotinetas no jardim, uma minúscula brasileira, com os seus 3, 4
anos de idade, decidiu juntar-se a eles bem perto do local em que a Gaia
treinava em liberdade. A Pastora Alemã não estranhou a presença da pequerrucha,
duvido até que tenha dado por ela, motivo suficiente para me sentir feliz
naquela ocasião (vale a pena trabalhar!). Ontem coube-me treinar o Tommy, o
pequeno Schnauzer da minha eleição, que tenho a impressão de estar a ficar
Snob, porque no passado mandava-se a todos os cães que passavam e agora olha-os
com o mais puro desdém, como se não fossem cães com ele e apenas meros sacos de
pulgas.
Participaram nos trabalhos de ontem os seguintes binómios: João/Tommy, Jorge/Gaia e Paulo/Bohr. A reportagem fotográfica foi garantida pelos mesmos. Como o Paulo tem chegado muito atrasado, tem aproveitado bem o tempo para esburacar a cara e fumar mais 2 ou 3 cigarrinhos (não sei como alguém é capaz de pôr um cigarro à boca!). Cumpriu-se com o Plano de Aula e miúdos e graúdos regressaram felizes a casa.
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