No
final da tarde do passado sábado, dia 02 de junho, na localidade francesa de
Cauterets, no Departamento dos Altos Pirinéus, uma Dachshund com 5 anos de
idade, no meio de um passeio familiar, escapou à atenção dos seus donos e só
foi encontrada na montanha, algumas horas depois, num buraco de Marmota donde
não conseguia sair. Os seus donos só decidiram entrar em contacto com os
bombeiros no domingo à noite, permanecendo sempre junto ao animal, que parecia
debilitado. Os serviços de emergência acompanhados por veterinário deslocaram-se
ao local e decidiram adiar o resgate do animal para o dia seguinte,
segunda-feira dia 4 de junho, perante a ameaça de uma tempestade. Depois de
duas horas a cavar com picaretas na manhã de segunda-feira, os bombeiros conseguiram
finalmente alcançar aquela pequena cadela, que se encontrava desidratada, mas
saudável ao ser entregue aos seus donos, animal que permaneceu 36 horas entalado
numa toca (no meio do azar ainda teve alguma sorte).
As
pessoas continuam a escolher cães como escolhem roupa, segundo o seu gosto
pessoal, sem se inteirarem minimamente das características do animal escolhido
e sem saber se elas são apropriadas para o seu estilo de vida, o que pode ter
como consequência incidentes e disparates de vária ordem, como o relatado na notícia
atrás. Os donos da Dachshund ter-se-iam informado acerca da existência de marmotas
naquele local, uma vez que estamos no Verão e elas saem das suas tocas em
bandos? Melhor, teriam conhecimento que o Dachshund foi criado para caçar
texugos? Calculo que não, porque doutro modo jamais poriam em risco a vida da
sua pequena cadela.
A prepotência e a ignorância visíveis em muitos dos actuais proprietários caninos têm sido responsáveis pela destruição de campos de cultivo, pela perseguição e abate de espécies protegidas, por abater espécies cinegéticas dentro dos seus santuários, pela invasão e destruição de espaços de nidificação, pelo recorrente ataque e destruição de ovelhas, principalmente no Reino Unido, e por um sem número de mortes humanas em todo o mundo. Perante tamanho despropósito, que parece dar a atender que somos governados pelos donos dos cães, urge sensibilizá-los e educá-los para que não voltem a incorrer nos mesmos crimes, sujeitando-os a uma formação capaz de evitar males maiores. Só depois de testados e aprovados nessa formação é que seriam autorizados a possuir um ou mais cães. À imitação da “Carta de Caçador” também os proprietários caninos deveriam ter uma, porque assim não acontecer, seremos ainda mais pobres e com muito mais para lamentar.
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