Depois
de duas semanas de ausência, a Gaia voltou ontem aos treinos. A ausência desta
CPA negra, arisca como poucas e irrequieta como mula afobada pelas moscas,
deve-se em primeira instância ao particular social e aspirações da família que
a tornou sua, um casal jovem, com um casalinho de filhos gracioso, de origem
humilde e que vive do seu trabalho, mas que salutarmente é também empreendedor
e ambicioso, ao ponto de ousar trocar um apartamento por uma moradia, aventura
que lhes está a sair do pêlo e que tem obrigado a esticar ainda mais o seu
parco orçamento, o que invariavelmente obriga-o a procurar trabalho extra e a
abraçar pequenos negócios. E o “esticanço” tem sido tal que a cadela entrou
também na “estica”, vendo empobrecido o seu penso diário e sendo privada de vir
à escola, contratempos que não lhe tiraram a alegria de vida e que ao serem
transitórios, são felizmente reversíveis. Apesar de brincalhona (há dias em que
não pensa noutra coisa), devido à sua valentia e audácia, a Gaia carece de
maior controlo e sociabilização, para que não venha a ser o diabo da sua rua,
isto sem transtornar a sua formação como cadela de guarda. Na foto acima,
debaixo destes propósitos, vemo-la pular e a abraçar um jovem feirante, cuja
candura e doçura ficaram também estampadas na fotografia. Na foto seguinte,
para melhorar os seus índices atléticos, neste momento bem abaixo do expectável
(não há tempo para ela), vemo-la a saltar uma cerca natural com um repuxo ao
fundo.
Como
o salto não era muito alto e extenso, estando por isso ao alcance do jubilado
Bohr sem grande esforço, convidámos este CPA lobeiro de pêlo comprido para a
sua execução, transposição que fez de modo irrepreensível. A foto abaixo, com o
seu quê de artístico e romântico, demonstra o que acabei de dizer.
Com
uma feira de diversões na nossa frente, barulhenta como não podia deixar de
ser, dirigimo-nos para lá no intuito de familiarizarmos os nossos cães com
aquela algazarra e música maluca, pedindo-lhes inclusive que ficassem ali
quietos e afastados dos donos. Na foto seguinte vemos os dois CPA’s deitados,
paralelamente, numa escada de acesso a um atrelado de jogos repleto de bolas.
E
como os “comes e bebes” nunca podem faltar numa feira popular, achei por bem
embrenhar-me nela com os cães, não só para os familiarizar com o ambiente ou
sociabilizá-los com aquela numerosa gente, mas também para que se
desinteressassem de alguma comida descuidada no chão, assim como ensiná-los a
não pedir comida a estranhos e a não saltar para cima das mesas alheias, nem
tampouco surripiar algum petisco que nelas se encontre. À parte disto, é de
todo conveniente acostumar os cães às multidões, não vá algum achar por bem
fugir desalmadamente na sua frente, vulnerabilizando o seu condutor e
expondo-se aos mais variados perigos.
Apesar
do nosso Redentor ter dito “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra
que procede da boca de Deus", o Deus dos portugueses parece ser em tudo
idêntico ao veterotestamentário, aquele que se dizia habitar nas estranhas,
porque quem quiser ver um português feliz, é vê-lo de barriga cheia (por vezes
bem regado). Assim não sou eu, que toda a vida fui um pisco para comer e para
beber. Depois de muita insistência e para não ser desagradável, contrariado, lá
comi uma fartura na companhia do Jorge, que fez questão de ma oferecer (um bom
samaritano).
Como tem vindo a acontecer ultimamente, em que sempre gravamos um subsídio direccional em cruzamento frontal, ontem a escolha recaiu sobre o comando de “atrás”, executando pelos binómios João/Bohr e Jorge/Gaia.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: João/Bohr; Jorge/Gaia e Paulo/Bohr. Sentiu-se a falta da Kira, da Luna, do Oliver e do Tommy; os responsáveis pela reportagem fotográfica foram os mesmos; a Gaia aproveitou e a ida até à feira foi muito agradável, porque aconteceu ao cair da tarde com o “Vento Suão” sobre as nossas cabeças. Os meteorologistas estão a anunciar que iremos ter por estes dias noites tropicais, com temperaturas a rondar os 30 graus celsius. Se assim for, quem não tiver ar condicionado vai passar um mau bocado, porque quando o tempo aquece no continente português, até os turistas e emigrantes brasileiros e africanos se queixam! Com os percentuais de seca severa e de seca extrema altíssimos, este verão tem tudo para ser literalmente escaldante.
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