Ainda
antes de atingir a idade adulta, já o CPA Bohr era um atleta de nomeada, quiçá
por ser alto e se encontrar sempre dentro do peso atlético e por tanto abaixo
do peso de estalão, encontrando-se o seu coeficiente de envergadura entre 2.94
e 1.94, o que é mais fácil de encontrar nas cadelas mais pequenas, naturalmente
mais aligeiradas, uma vez que o dimorfismo sexual está presente no Pastor
Alemão, assim como na maioria das raças lupinas e caninas. Como nasceu para correr
e saltar, sempre se prestou como subsídio de ensino para aqueles condutores
mais apáticos, menos disponíveis e pouco engenhosos, parcos de incentivo e de tíbios
comandos, o que eventualmente resultou na queda de alguns, por ausência de
preparo, de “pedalada” e também de robustez física. Ainda hoje é requisitado
para esse fim, mas com menor frequência e perante obstáculos de fácil solução.
Atendendo ao seu estado etário e à sua propensão é agora convidado para
exercícios mistos de obediência e ginástica, espaçados, compassados e há muito
seus conhecidos. Na foto abaixo, como recordação da sua ida à feira, vemo-lo
sentado dentro de um alvo “carrinho de choques” (fez sensação), aguardando
confiante que o tirem de lá.
Ontem
prepusemos-lhe dois exercícios de ginástica a partir de 5 separações de ferro
passíveis de duplo uso e elevadas a pouco mais de 60 cm do solo, convidando-o
que as saltasse em serpentina. Como se pode ver no GIF seguinte, o “Santo Bohr”,
sem fazer milagre algum, ultrapassou as separações com o mesmo à vontade com
que salta para dentro da bagageira de um carro.
Perante
tamanha confiança e afirmação, o Adestrador decidiu complicar a vida ao sapiente
cão, ao pedir-lhe que fizesse alternadamente “up” e “abaixo” naquelas
separações férreas e tubulares. O cão executou o novo exercício com rapidez e desembaraço,
demorando o condutor a acertar o seu lugar na progressão (o Paulo nunca foi de
grandes correrias, o correr complica-lhe com os nervos e já lá vão 57 anos –
haja respeito!).
Assim passámos mais uma tarde com o patrono dos desajeitados que a todos se presta, debaixo de uma brisa refrescante de noroeste que foi muito bem-vinda. A reportagem fotográfica, a sua montagem e edição coube aos mesmos. A Kira ficou a apanhar banhos de sol à sombra; o Tommy a ver o mundo pela varanda; a Luna e a Keila a dormitar no sofá ou a pular junto a um eucaliptal e a “Bela Vista” a ladrar para quem passa. Hoje retomaremos os nossos trabalhos.
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