quinta-feira, 21 de julho de 2022

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Na sua edição de hoje, a USNEWS, fazendo eco do que foi dito pela credibilizada HEALTH NEWS REVIEW em assuntos de saúde, alimentar o seu cão com carne crua pode espelhar bactérias resistentes aos antibióticos, isto de acordo com as conclusões de cientistas britânicos que agora estudaram as fezes do cães alimentados por estas dietas. A primeira coisa que estes investigadores descobriram foi que os cães alimentados a carne crua são mais propensos a libertar nas suas fezes ESCHERICHIA COLI, bactéria bacilar Gram-negativa que se encontra normalmente no trato gastrointestinal inferior dos organismos de sangue quente e que é resistente aos antibióticos. Em estudos anteriores já se havia concluído que as interacções diárias entre os cães e os seus donos têm o potencial de espalhar bactérias.

“Sabemos que humanos e animais dividem bactérias uns com os outros, então o que encontramos no seu animal de estimação pode também ser encontrado em si”, disse KRISTEN REYHER, professora de epidemiologia veterinária e saúde populacional da Escola de Veterinária da Universidade de Bristol e co-autora da actual pesquisa. “Os donos de animais de estimação devem ser encorajados a praticar uma boa higiene e não alimentar os seus cães com comida crua pode ser parte disso”, disse Reyher num comunicado de imprensa da já citada universidade, que disse ainda: “Todos podemos contribuir com a nossa parte para a diminuição da resistência aos antibióticos e dos seus terríveis efeitos na saúde humana e animal”, aviso/conselho claramente direccionado aos proprietários caninos para não alimentarem os seus cães com carne crua, mas se o fizerem, então que tomem o máximo das precauções higiénicas na hora de manusear a carne e de recolher as fezes dos animais.

Nos dois últimos estudos anteriores a este, foram estudas as consequências da administração de carne crua a cerca de 800 cães. Os proprietários dos animais preencheram também questionários sobre a relação dos seus cães com as dietas e o ambiente onde se encontravam inseridos, fornecendo também amostras fecais dos seus animais de estimação. Ao analisarem as amostras relativas à presença de E.coli, os investigadores puderem verificar e concluir que os cães alimentados com raw food eram mais propensos a excretar bactérias resistentes aos antibióticos, independentemente da sua idade ou do tempo em que foram alimentados com essa dieta.

"As bactérias resistentes aos antibióticos estão por toda parte, mas alguns antibióticos são considerados extremamente importantes para uso em humanos. Mostramos que os cães alimentados com carne crua são mais propensos a carregar bactérias resistentes a esses importantes medicamentos ", disse MATTHEW AVISON, professor de bacteriologia molecular da Escola de Medicina Celular e Molecular da universidade, que liderou os aspectos microbiológicos dos estudos. O mesmo professor adiantou ainda que o E. coli é uma bactéria comum encontrada nos intestinos de todos os seres humanos e animais, observando que  ela é uma causa comum a muitas doenças, incluindo infecções do trato urinário e pode originar doenças graves, incluindo septicemia, caso alastre para outras partes do corpo. "Devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para reduzir a circulação de E. coli e outras bactérias criticamente importantes e resistentes a antibióticos" e “A nossa pesquisa contribui para a crescente evidência de que não alimentar cães com carne crua poderá ajudar-nos nesse objetivo”, disse Avison num comunicado. As conclusões deste segundo estudo foram publicadas no dia 21 de julho no Journal of Antimicrobial Chemotherapy, sendo o anterior relatório publicado no início deste ano na revista ONE HEALTH.

Nego-me a acreditar que há pais que alimentam os seus cães com carne crua e que simultaneamente têm crianças pequenas. Alimentar cães com carne crua, mais do que um problema de higiene doméstica ou familiar, é um verdadeiro atentado à saúde pública, porque os animais vão borrar ordinariamente para os espaços públicos, para parques e jardins, onde muitos adultos se deitam na relva e as crianças brincam. Para ajudar à festa e fixar a maleita, há ainda que contar com os porcalhões que raramente se lembram de apanhar os dejectos dos seus cães. Atendendo a tudo o que foi dito, verei com bons olhos que um estranho acaricie o meu cão, particularmente se for dono de algum ou apaixonado por todos? Até ao momento não há notícia de homens e cães terem criado anticorpos ou resistência contra a E. coli!

PS: Curiosamente, um antiga colaboradora minha, que tratava dos meus cachorros (alimentação e higiene), depois de ter sido operada com sucesso, acabou por morrer de uma septicemia.

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