Os
funcionários dos correios do Reino Unido vivem atormentados com medo dos cães
perigosos e pressionam os ministros do actual governo para punirem os seus
proprietários, apelidando o plano de Sunak para banir o XL Bully como “Silly”
(tonto, absurdo), por não solucionar os problemas que enfrentam. O SINDICATO DOS TRABALHADORES DA
COMUNICAÇÃO (CWU) diz que a medida adiantada pelo 1º
Ministro de banir o XL Bully depois de uma séria de ataques violentos não tem a
abrangência necessária, exigindo sentenças mais duras para os proprietários
responsáveis por cães fora de controlo. No último incidente de quinta-feira,
uma mãe e uma filha em Stoke-on-Trent foram parar ao hospital depois de serem
atacadas por um cão “que se acredita ser um XL Bully”, confirmou a polícia de
Staffordshire no fim-de-semana. Mas o CWU disse que a proibição planeada não
vai longe o suficiente para tratar do assunto relativo aos cães perigosos.
Kimberley Link, que sofreu ferimentos que mudaram a sua vida depois que um cão
que ela acredita ser um XL Bully a atacou, acha que o governo deveria pelo
menos considerar uma sentença mais dura a somar à proibição proposta. A dona
responsável pelo cão agressor foi poupada à pena de prisão. “Não creio que as
sentenças sejam adequadas”, disse Link, acrescentando que estava zangada com a
mulher responsável pelo cão que a atacou.
Dave
Joyce, oficial nacional de saúde, segurança e meio ambiente da CWU, disse que
os membros “vivem com medo” de ataques e que a proibição de uma determinada
raça de cão não resolverá o problema dos ataques de todos os tipos de cães fora
de controlo. “É preciso haver uma visão totalmente radical, tanto na
legislação como na sua aplicação.” De acordo com a Lei dos Cães Perigosos,
qualquer cão que esteja perigosamente fora de controlo pode ser sacrificado, os
seus donos presos até 14 anos e proibidos de possuir outro cão. Mas Joyce, dono
de cães e antigo criador que faz campanha sobre o problema há quase 20 anos,
disse que a lei actual não está a ser aplicada de forma eficaz. Ele
acrescentou: “Preocupa-me profundamente que um dia destes possa receber uma
chamada a dizer que um de nossos funcionários foi atacado e morto.” A
funcionária dos correios Gemma Dunn foi mordida duas vezes por cães enquanto
entregava correspondência e teve que receber uma vacina antitetânica e
antibióticos para tratar seus ferimentos. Ela disse: “Tudo aconteceu tão
rápido. A princípio não percebi que era uma dentada, depois a dor desceu pela
minha perna e quando olhei para baixo, vi um buraco na parte de trás das minhas
calças. Nenhum dos cães que atacaram a Sra. Dunn eram XL Bullies, pelo que ela
acrescentou: “Acho uma ideia absurda proibir uma raça canina… porque o problema
não é a raça do cão, mas no seu dono”.
Dados
obtidos através de solicitações de liberdade de informação pelo jornal The
Mirror revelaram que em quase 400 condenações pela Lei de Cães Perigosos nos
últimos cinco anos, as penas de prisão foram proferidas em apenas 48 casos.
Quase metade – 174 infractores – recebeu pena comunitária ou pena suspensa,
enquanto apenas 90 receberam uma multa ou uma cobrança condicional. A DEFRA (THE DEPARTMENT FOR ENVIRONMENT,
FOOD AND RURAL AFFAIRS) recusou-se a responder se o Governo
está também a considerar a condenação como parte do seu plano conter os ataques
caninos. Um porta-voz daquele organismo governamental disse: “Estamos a tomar
medidas rápidas e decisivas para proteger o público de trágicos ataques de cães
e o Secretário do Meio Ambiente reuniu o primeiro grupo de especialistas para
definir o tipo de raça American XL Bully (…) Este grupo reúne peritos
policiais, veterinários, e partes interessadas no bem-estar animal para definir
adequadamente o tipo de raça, o que é um primeiro passo fundamental para
cumprir o compromisso do Primeiro-Ministro de proibir a raça. Os funcionários
do Defra continuarão a dedicar-se a este trabalho em ritmo acelerado e
definiremos os próximos passos em breve, incluindo detalhes sobre qualquer
período de transição."
O CWU identificou claramente o problema e apontou a solução correcta, pelo que há que dar-lhe razão e até os parabéns! Contudo, num Reino historicamente amigo de cães, medidas antipopulares não são do agrado dos políticos, sejam eles governo ou oposição, porque contam mais os votos de milhões que o dolo e a morte de algumas dezenas (os acidentes rodoviários causam mais mortos e feridos). Se o CWU quiser ver implementada a sua justíssima pretensão e solução, terá que se fazer ouvir junto da opinião pública, formar um movimento capaz para convencer os políticos, o que mais cedo ou mais tarde acontecerá, uma vez que este problema resulta da irresponsabilidade dos donos e não da raça dos cães.
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