Ontem,
aproveitando uma radiosa manhã, dedicámo-nos à aprendizagem do Luca, o Beagle
que é neste momento a mascote da escola, por ser o seu aluno mais recente e o
mais pequeno, o que junto à sua tenacidade lhe confere um estatuto especial. O
Plano de Aula teve como metas ensinar-lhe o tricomando básico (alto, senta e
deita) num plano elevado e o duplo salto nas transposições verticais, objectivando
o seu controlo e a sua sobrevivência em situações excepcionais por via do
robustecimento atlético. No GIF acima, em estreia mundial, vemos a Andreia a
executar o tricomando básico com o Luca, exercício onde é ainda visível algum
desfasamento temporal entre o gesto da condutora e a resposta do animal.
Todavia, o Beagle aprendeu a parar, a sentar.se a deitar-se mediante duas linguagens
(verbal e gestual). Na foto abaixo vemos o Beagle a saltar um peculiar assento
de jardim circular, que na ocasião serviu-lhe de obstáculo Tipo Alvo.
Com
o “Castelo” (1) já
vencido na Pista Táctica, convidámos o Luca a transpor um pequeno muro de
alvenaria com 80 cm de alto, como preparação para a transposição de muros mais
altos que lhe exigirão o duplo salto, o que para este cão, considerando a sua
pouca altura, são todos aqueles dos 80 cm para cima, esperando-se que venha a
saltar comodamente e sem ajuda muros até 120 cm, quando surpreendido no meio de
um incêndio ou para se evadir em caso de necessidade. A foto abaixo, que se
reporta a este trabalho, denuncia uma coisa boa e outra má. A boa é que a
Andreia já está a melhorar a sua postura no treino e a má, quiçá por
distracção, é que a Andreia deveria ter chamado para si o Luca na transposição,
que indevidamente acaba por saltar “pendurado à esquerda”.
De
acordo com as metas atrás adiantadas e para conclusão dos trabalhos, ensinámos
e condicionámos o Luca a saltar muros de 100 cm de altura com a ajuda da trela
e pelo adiantamento da sua condutora, que funcionou assim como subsídio de
ânimo (motivação). O Luca depressa aprendeu a vencer aquela caixa eléctrica.
Dizem que com o decorrer do tempo os cães ficam a parecer-se com os donos ou que
adquirem feições deles, o que eventualmente fará algum sentido se atentarmos para
as expressões da Andreia e do Luca no salto retratado a seguir.
O simpático Beagle teve o privilégio
de ir aprender numa radiosa manhã, rodeado de um ambiente
fresco e relaxante, sem ter ninguém que o incomodasse (2). Quando
o Luca chegou, vinha rotulado de “cão de muitos medos” com um “grande défice de
atenção”, quando na verdade é um refilão de peito aberto extraordinariamente
curioso. Ontem, por momentos lembrei-me de São Paulo capital, das mornas
neblinas matinais que adornam os seus bairros mais baixos e que invariavelmente
acompanham o malcheiroso Tietê, vítima e repositório dos esgotos domésticos, rio
que ao invés de correr para o oceano, rasga a terra para o interior. Tirando o
fedor do rio, os assaltos, o sangue vertido nas ruas, o helicóptero da polícia
que assombra as noites e os diferentes camburões, São Paulo é único e deixa
saudades.
(1)Obstáculo balizado em forma de muro de superfície redonda. (2) A Andreia não se pode esquecer de trazer água para o Luca quando está a trabalhar no exterior.
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