Em Nova Gales do Sul (NSW), na Austrália, dois cães detectores de odores foram especialmente treinados para farejar uma doença transmitida pelo solo que danifica as plantas nativas e que ameaça a saúde e a resiliência dos parques nacionais, viveiros e jardins públicos. Com o financiamento do SAVING OUR SPECIES PROGRAM do governo de NSW, adestradores especializados têm treinado Alice, uma Springer Spaniel e Echo, um Spaniel da Bretanha, a identificar um patogénico chamado PHYTOPHTHORA CINNAMOMI, que pode causar doenças em milhares de espécies de plantas nativas, danificando permanentemente os ecossistemas e destruindo o habitat da vida selvagem nativa, incluindo o Bandicoot Castanho do Sul e o Rato Esfumaçado.
Depois
de 10 meses de treino, a Alice e o Echo podem agora distinguir com segurança
plantas infectadas de plantas não-infectadas num ambiente de laboratório e
estão a aprender como detectar o patogénico latente no solo, bem como em
veículos, roupas e equipamentos de corte. Estes cães têm praticado em plantas
fornecidas pelo NORTHERN
BEACHES COUNCIL, que está a trabalhar afincadamente para
proteger a grevillea de Caley (Grevillea caleyi), criticamente ameaçada, contra
infecções.
Com
base no sucesso deste teste, o governo de NSW está a conceder uma doação
adicional de 50.000 dólares americanos para aprimorar as habilidades dos cães e
enviá-los para testar o solo no Parque Nacional Barrington Tops e no Parque
Nacional Scheyville, onde a Phytophthora representa uma séria ameaça para
várias espécies de plantas ameaçadas. O projecto de 2 anos envolverá o Serviço
de Parques Nacionais e Vida Selvagem de NSW, a TATE Animal Training
Enterprises, a Universidade de Sydney, o Jardim Botânico da PlantClinic de
Sydney, o Conselho de Praias do Norte e o Departamento de Planeamento e Meio
Ambiente de NSW.
Como em Portugal o PHYTOPHTHORA CINNAMOMI também se encontra presente, afectando principalmente o CASTANHEIRO (Castanea sativa), a AZINHEIRA (Quercus ilex) e várias espécies do coberto arbustivo como as dos géneros Cistus, Lavandula, Phyllirea e Genista. O SOBREIRO (Quercus suber), que é mais resistente à doença, é igualmente afectado na presença de outros factores debilitantes. O patogénico infelizmente já cá está e provavelmente há mais tempo do que julga, quando viremos a ter cães para nos ajudar a detectá-lo? Mistérios!
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