Uma
abusadora “persistente” de animais, de 89 anos, é agora a reclusa mais velha da
Irlanda, depois de ter sido finalmente presa por uma chocante litania de crimes
de crueldade contra cães. Uma série de imagens horríveis mostram as condições
desumanas em que Mary Kelly, de Boley, no Condado de Laois, mantinha os seus
cães na sua quinta degradada. A aposentada foi proibida definitivamente de
criar animais em outubro de 2021, depois que os inspectores da ISPCA (1) encontraram nove cães empilhados dentro de
caixas em sua casa “encharcados de urina e fezes”, dois dos quais tinham o
maxilar e a bacia partidos. Ao invés de cumprir a ordem lhe foi dada, quando os
fiscais visitaram a propriedade em junho de 2022 encontraram mais sete cães
“cobertos de fezes e urina”. Na ocasião, os fiscais encontraram inicialmente
apenas dois cães, um amarrado a uma cadeira e outro numa caixa de transporte
para gatos, sem comida e água. Os fiscais foram alertados para os outros por
latidos. Ao entrarem na propriedade, encontraram mais cinco cães num quarto sem
iluminação, “cheio de fezes” e comida a cheirar a mofo”. Kelly foi descrita
como “desafiadora” e quando a sua proibição pré-existente foi-lhe explicada,
ela disse que isso não lhe interessava nada. Em setembro de 2022, ela foi
condenada a 10 meses de prisão, mas evitou cumprir um único dia após interpor
recurso e ser hospitalizada por problemas de saúde.
Mais
tarde, ela amaldiçoou publicamente o juiz Desmond Zaidan, dizendo: “Estou a
amaldiçoá-lo dia e noite, só isso, mas se as minhas maldições vão alcançá-lo,
não sei”. Na sua última aparição, em 26 de setembro, o promotor senador Barry
Ward disse ao tribunal que dois oficiais da ISPCA testemunharam mais 19
violações da ordem de proibição do juiz Desmond Zaidan e outras crueldades
contra animais. A oficial da ISPCA, Fiona Conlon, disse ao tribunal: “Tivemos
muitas negociações com ela… e tivemos 15 anos de contacto por causa de
preocupações com os animais. Havia maxilares fracturados, pernas partidas e
cães cobertos de urina que tiveram de permanecer no veterinário por vários
dias. Ela tende a manter os cães em gaiolas pequenas e tivemos que levar sete
cavalos em 2020”, disse ela, enquanto entregava um maço de fotos ao tribunal. Também
apreendemos galinhas cadavéricas e cheias de piolhos. A casa de habitação não é
adequada, não há recolha de lixo e não se consegue sequer mexer nela”. “Você já
se deparou com condições piores?”, perguntou o juiz. “Mary não pode parar”,
disse Conlon, que listou as seis datas entre fevereiro de 2021 e agosto deste
ano, quando a ISPCA removeu um total de 18 cães e um número não especificado de
galinhas.
O
Juiz Zaidan disse: “É um crédito para a ISPCA e para os guardas que a acompanham,
que mantiveram um olho nesta reincidente persistente. “Ela não tem respeito
pela lei, pela ISPCA, pelos Gardai (2) e,
mais importante, pelos animais. No que diz respeito a este tribunal, a idade
não é um impedimento para ir para a prisão, especialmente quando esta pessoa
não respeita a lei. Isto é um abuso sério, e quando o polícia estava a
descrever as condições, eu estava a estremecer aqui e tive a desvantagem de ter
visto as fotos também… sério, olhar para estas fotos é o suficiente para causar
stresse pós-traumático”. Há características agravantes contínuas e não me resta
outra opção senão uma pena de prisão, que é a única forma de proteger os
animais dos seus abusos”. O juiz acabou por condenar Mary Kelly a cinco meses
por quatro dos exemplos de violações da Lei de Bem-Estar Animal e ordenou que
fossem cumpridos consecutivamente. Ele fixou a fiança em 500 euros, mas também
ordenou uma fiança independente de 5.000 euros a ser aprovada por um
superintendente, proibindo também um homem a quem Kelly permitia o acesso à sua
casa e terras, ordenando-lhe que ficasse a pelo menos um quilómetro de
distância de distância delas. Desde então, fontes confirmaram ao jornal Sunday
World que Kelly não pagou fiança e que se encontra sob custódia na Prisão
Feminina de Dochas nas últimas duas semanas.
Kelly
não deverá ser libertada até dezembro do próximo ano, altura em que completará
90 anos. Reflectindo sobre o caso, a Inspectora Sénior da ISPCA, Fiona Conlon,
comentou: “Este foi um caso prolongado e frustrante devido à recusa contínua da
ré em cumprir as instruções, incluindo uma ordem judicial, para parar de manter
animais. Mas a ISPCA, a Gardai e Ann Cooke (da Kildare Animal Foundation)
perseveraram porque muitos animais sofreram nas mãos desta mulher e a seu ver
precisava de ser detida, adiantando: “Independentemente da idade, ela tem que
cumprir a lei como qualquer outra pessoa. “O seu advogado de defesa perguntou-me
no tribunal se eu achava que a sua cliente deveria viver naquelas condições. A
minha resposta foi que ela tinha escolha, mas os animais não.” (na foto baixo o
Juiz Desmond Zaidan).
Não sofrerá Mary Kelly de acumulação compulsiva
de animais (coleccionismo), para além de outras patologias? Estará melhor na
prisão à espera da morte ou num lar onde possa ser acompanhada, vigiada e
auxiliada? Caso se optasse pela segunda hipótese, a agora condenada teria
hipótese de voltar a fazer mal a animais? É inegável a crueldade com que tratou
os animais ao seu encargo, mas isso não será um sinal claro de alienação?
Suspeito que o Juiz Zaidan não usou correctamente o seu livre arbítrio ao
condenar uma inimputável! Esperava-se de alguém como o nome de Zaidan, que
significa em árabe “mais crescimento, abundância”, outra sentença. A condenação
a prisão efectiva de Mary Kelly é uma vergonha para a Irlanda, para Europa,
para o Mundo e sobretudo para a humanidade!
PS:
Temos por cá um banqueiro que nos quer tomar a todos por tontos, fazendo-se
tonto, para não ir parar ao chilindró. O diabo seja surdo, cego e mudo, mas é
mais do que certo que não irá parar atrás das grades. Este é o mundo em que
vivemos, onde os sãos querem passar por loucos e os loucos são tidos como sãos!
(1)ISPCA (Irish Society for the Prevention of Cruelty to Animals) é a maior instituição de caridade nacional da Irlanda para o bem-estar animal. (2) Gardai, também conhecida como Garda Síochána na hÉireann, é a força policial nacional civil da República da Irlanda, com atribuições de polícia judiciária e polícia preventiva uniformizada.
Sem comentários:
Enviar um comentário