No
dia 13 de Maio, dia de peregrinações e milagres em Fátima, nos arredores de
Magherafelt, cidade e freguesia no Condado de Londonderry, na Irlanda do Norte
(prefiro Ulster), ao chegar a casa depois de vir do trabalho, Heather Vance
decidiu dar um passeio com o seu cão Trigger perto da fazenda da sua família.
“De repente, ele (o cão) saltou para um campo onde 18 cabeças de gado pastavam
e que imediatamente começaram a rodeá-lo”, relembra Heather. Pouco depois de
entrar naquele campo, o invasor cão de família levou uma marrada de uma das
vacas numa vala. Instintivamente, Heather transpôs a cerca para acudir ao seu
animal de estimação. “Eu tinha acabado de me abaixar e de colocar a minha mão na
coleira dele e logo a seguir os animais começaram a pisar-me, o que demorou
algum tempo e eu fiquei ali simplesmente deitada com fortes dores no meu corpo”.
Mrs. Vance acabou por sofrer uma fractura na clavícula, um cotovelo fracturado,
três facturas na pélvis e extensos danos nos tecidos moles da coxa.
Apesar
de ter ficado tombada no campo e sem telemóvel (celular), a sinistrada
conseguiu chegar a uma estrada próxima, onde foi avistada por um vizinho.
Depois de uma avaliação médica inicial, uma ambulância aérea foi chamada para
levar a senhora ao Royal Victoria Hospital, em Belfast, onde ficou internada
durante mais de 6 meses. Infelizmente, o cão dela, Trigger, teve que ser
sacrificado como resultado dos ferimentos. “Isso foi tão devastador para mim e
facilmente poderia ter sido eu”, disse Heather, acrescentando: “Para qualquer
um que esteja a ouvir a minha história, eu diria apenas que sim, os animais
podem parecer lindos no campo, mas são muito perigosos. Tenho sorte de estar
viva aqui hoje para contar esta história e não acho que teria sobrevivido sem a
ambulância aérea.”
O que a senhora Vance não disse e não reconheceu, é que foi ela que condenou o pobre cão à morte quando o trouxe solto junto àquelas cercas de gado. Ter-se-ia esquecido que as vacas marram e pisam as pessoas? Infelizmente não é a única a incorrer nesta tolice, pois não falta por aí quem proceda de igual modo, com sérios prejuízos para o gado e para os seus produtores, como sucede amiúde nas Ilhas Britânicas, na Europa continental e em vários países da Commonwealth. Exige-nos o bem-estar animal e o respeito que é devido à propriedade alheia, que junto a estábulos, cercas, prados e locais de transumância, circulemos com os nossos cães atrelados. Lamentavelmente, tanto na Irlanda como na Grã-Bretanha poucos procedem assim, mau-hábito que já levou a infindáveis quezílias, a encarniçadas agressões e ao abate de alguns cães. Creio que Mrs Vance terá aprendido a lição, mas não tenho a certeza. Apesar dos hábitos não serem regulamento, há alguns muito difíceis de eliminar, como explicava um velho saloio relembrando um cura já desaparecido: “Estão-lhes na massa do sangue!”
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