A
venda livre de armas de fogo nos Estados Unidos, para além de aumentar exponencialmente
o crime e de subsidiar recorrentes tiroteios, dá também a possibilidade aos
suicidas de poderem escolher quem querem levar consigo. Perante tamanho desrespeito
pela vida humana, vale a pena perguntar aos políticos norte-americanos quanto
vale a vida de um dos seus cidadãos? Provavelmente nada, como a de Jacqueline
Billini (na foto seguinte), morta a tiro na noite da passada sexta-feira quando
passeava o seu cão no bairro de Washington Heights, bairro onde é visível
alguma instabilidade social (estou a ser simpático e pouco preciso). Segundo
disse Joseph Kenny, chefe dos detectives policiais durante uma entrevista
colectiva realizada anteontem, quarta-feira, a senhora Bellini, de 57 anos,
pediu ao seu amigo Levaughn Harvin que a acompanhasse no passeio porque temia
um vizinho. A polícia identificou o vizinho de Billini como sendo Lenue Moore e
disseram que ele abordou as vítimas e o Pitbull na West 165th Street e na
Edgecombe Avenue, disparando vários tiros antes de fugir a pé. A mesma polícia fez
saber que Moore já tinha partido um braço a Billini com um martelo e esfaqueado
um de seus cães, acções que os amigos da falecida condenam e pedem justiça,
querendo há muito ver Moore atrás das grades.
Billini
e Harvin foram baleados na cabeça e levados à pressa para um hospital próximo,
onde morreram. O pitbull foi também baleado e morreu no local. “O que quer que
tenha acontecido com ela é inédito. Estou de coração partido. Sinto-me
insegura”, disse Tiffany Braby, vizinha de Billini. A família de Billini
iniciou um GoFundMe para recolher dinheiro para as despesas funerárias. As suas
filhas dizem que a sua mãe era uma “moradora notável de Washington Heights,
conhecida pelo seu espírito vibrante, riso contagiante e natureza compassiva”.
“Todas as manhãs, todas as tardes, ela tinha um sorriso no rosto. Ela era o ser
humano mais lindo e incrível”, disse Braby. Aqueles que conheceram e amaram
Billini esperam que ela seja lembrada pela pessoa que era e não pelas trágicas
circunstâncias da sua morte. “É assim que me vou lembrar dela - uma pessoa
poderosa - daquelas que tiraria a camisa das costas para dar a qualquer um”,
disse uma amigo da vítima. A polícia ainda está ainda à procura de Lenue Moore
(na foto abaixo) e espera receber informações sobre seu paradeiro através da
linha directa do combate ao crime.
Apesar de nada ter sido dito e confirmado oficialmente, é possível que o rastilho para este assassínio tenha resultado de um conflito anterior, havido entre o cão da senhora e o inflamado afro-americano em fuga. Espero que as autoridades portuguesas, ao contrário das norte-americanas, não cedam, como até aqui, aos lobbies da indústria do armamento, porque já somos uma pequena América ou um Brasil em miniatura, mas com uma diferença – ainda não se vendem armas aqui como Lollipops (chupa-chupas). Lamenta-se a morte de Jacqueline Billini, que teve o azar de nascer numa terra onde os cowboys são eternos!
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