Anteontem,
segunda-feira 23 de outubro, por volta das 18h15, cinco cães protectores de
rebanho atacaram uma família que se deslocava entre as localidades de La
Hiniesta e Roales del Pan, na província espanhola de Zamora, que tem fronteira
com Trás-os-Montes. Na sequência do ataque, uma jovem de 27 anos morreu. Os
serviços de urgência foram alertados pelo pai, que foi informado pelo namorado
da filha, sendo também este ferido pelos cães.
Uma
unidade móvel de terapia intensiva e pessoal de saúde foram rapidamente
enviados ao local. Quando chegaram, a jovem de 27 anos já havia sucumbido aos
ferimentos. Os cães, três mastins e dois pastores leoneses (Carea Leonés),
estavam numa quinta de criação, mas encontravam-se soltos, segundo disseram as
autoridades. Uma vez localizados, foram todos capturados pelo serviço de proteção
da natureza da Guarda Civil Espanhola. O seu proprietário foi identificado e
terá que prestar declarações.
Uma
brigada judicial abriu uma investigação para apurar as circunstâncias da
tragédia. Também foi criada uma unidade psicológica para os pais da vítima pela
Câmara Municipal de Castela e Leão, cidade onde residiam com a filha. David
García, prefeito da cidade, expressou o seu apoio à família e apresentou as suas
condolências. Em julho passado, na França, um cão pastor também causou a morte
de um bebé de 18 meses em Charny-Orée-de-Puisaye (Yonne). Mordido no rosto, a
vítima não sobreviveu aos ferimentos.
Os
cães guardiões de gado não são cães de pastoreio, mas ferozes guardiões de
rebanhos, capazes de enfrentar um ou mais lobos, dar-lhes luta e pô-los em fuga.
Devido à natureza e isolamento do seu serviço, na esmagadora maioria dos casos
não se encontram sociabilizados, nem com pessoas nem com outros cães. Donos e
senhores dos terrenos que pisam com o gado, onde raramente avistam vivalma a
não ser o pastor ou pastores das manadas ou rebanhos, não vêem com bons olhos
qualquer intrusão ou intruso, podendo atacar quem lhes invadir os terrenos
proposital ou acidentalmente.
Uma vez conscientes deste perigo,
convém ter o máximo de informações possíveis sobre os terrenos circundantes ao
trajecto que pretendemos efectuar, para reduzir ao mínimo a possibilidade
destes encontros indesejáveis e perigosos. Considerando a precaução necessária,
sempre será melhor fazer esses trilhos campestres em grupo do que isoladamente,
levando cada um uma vara leve e inquebrável, caso seja necessário
defenderem-se. Como é próprio dos molossos e mastins, que atacam os lobos
vindos de trás e não dente a dente, evitando assim o ataque frontal que os
vulnerabilizaria, uma pessoa só estará mais segura quando encostada a um muro
ou a algo capaz de lhe proteger as costas. A defesa de um grupo passa pela
formação de um círculo onde todos os indivíduos estão virados de costas uns
para os outros, defendendo-as assim desse modo. Gritar e fugir só agravará a
situação, melhor é deitar-se em decúbito ventral protegendo a cara e as
orelhas, se houver tempo para isso! Lamenta-se a morte da jovem espanhola, que
estaria viva se conhecesse e seguisse estes protocolos.
PS: Os grandes mastins têm por hábito atacar o pescoço das vítimas humanas, directamente ou depois de derrubá-las.
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