Na
noite do passado domingo, dia 8 deste mês, por motivos ainda desconhecidos, estoirou
uma briga entre dois homens sem-abrigo num estacionamento na Vila de Colomiers,
perto de Toulouse, no Departamento Francês de Haute-Garonne. O mais velho dos
homens, com 53 anos de idade, puxou de uma faca e esfaqueou o outro, de 38 anos,
várias vezes. O cão deste último, do tipo Malinois, reagiu imediatamente em
defesa do seu dono, lançando-se sobre o seu opositor e mordendo-lhe um dos
braços, recebendo o animal em troca uma facada perto de um olho, segundo disse
a polícia à imprensa.
Alertados,
a polícia e os serviços de emergência deslocaram-se ao local, onde verificaram
que o homem de 38 anos tinha sido cortado numa das mãos, no pescoço e num
ombro, sendo dali transportado para o Hospital. Quinquagenário agressor foi
tratado e levado sob custódia policial. O cão, por sua vez, foi primeiro
tratado pelos bombeiros e entregue à Sociedade Protectora dos Animais (SPA) que
o remeteu para os cuidados de um veterinário. Como é protocolar nestes casos,
foi aberta uma investigação para determinar as circunstâncias precisas dos
factos. Segundo um jornal local, o suspeito agressor tinha na sua posse duas
facas e uma espingarda de pressão de ar quando foi preso.
Estou em crer que o valente cão que se lançou na defesa do dono não se encontrava devidamente preparado para aquela situação e por isso mesmo acabou esfaqueado. Caso estivesse, dificilmente tanto ele como o dono seriam esfaqueados, despreparo que não é de estranhar, uma vez que o mesmo acontece com os cães policiais por esse mundo fora, que não raramente são esfaqueados e que por vezes morrem em consequência desses ferimentos. Todos os cães encaminhados para a segurança de pessoas, sejam eles de defesa pessoal ou de guarda, carecem de aprender a desarmar os seus agressores, quer surjam munidos de facas, bastões, catanas ou armas de fogo, para que não acabem também vítimas destas armas. Perante um agressor armado, o cão deverá ficar condicionado a evoluir para ele de modo dissimulado para que o factor surpresa venha em seu auxílio, mordendo-lhe vigorosa e imediatamente o pulso para que abra a mão e deixe cair a arma, lançando-se depois sobre o individuo. Este é um treino específico e necessário que exige uma cobaia ou figurante experimentado e resistente à dor, que para sua protecção deverá calçar primeiro umas luvas e punhos de malha de aço, similares às usadas nas peixarias e nos talhos, e revesti-las depois com umas luvas industriais mais grossas. Escusado será dizer que os cães para este serviço já deverão estar acostumados aos tiros e proceder à captura do seu opositor debaixo deles, para que o som dos disparos não os iniba e comprometa definitivamente o seu desempenho.
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