terça-feira, 31 de outubro de 2023

MERECIDA ACÇÃO SOLIDÁRIA

 

Duas cantoras soprano e gémeas idênticas, Naomi e Hannah Moxon, conhecidas como CLASSICAL REFLECTION, fizeram uma serenata para alguns convidados especiais de quatro patas na sua apresentação na Catedral de Peterborough, no passado fim-de-semana. A dupla, que cantava de bandas sonoras de filmes e musicais na noite de sábado, juntou-se a voluntários locais de duas e quatro patas da instituição de caridade GUIDE DOGS, para perda de visão. As duas cantoras já apoiaram os cães-guia apresentando-se regularmente no seu concerto anual CHRISTMAS WISHES, que este ano terá lugar na Catedral de Manchester, no 5 de dezembro.

No concerto de Peterborough, cachorros-guia e um cão-guia cumprimentavam o público e receberam doações para ajudar a financiar os serviços de mudança de vida da instituição de caridade. Naomi e Hannah disseram: “Somos grandes apoiantes dos cães-guia e sempre gostamos de cantar no seu Concerto de Desejos de Natal todos os anos, por isso adoramos ter cães locais e voluntários a participar de nosso próprio concerto em Peterborough este fim-de-semana. Os cães eram membros fantásticos do público – eles aguentavam tudo com calma e não se sentiam tentados a juntar-se às notas altas!”

Mandy Loveder, gerente de arrecadação de fundos comunitários para os cães-guia em Peterborough, disse: “Gostaríamos de agradecer muito à Naomi e à Hannah por nos apoiarem aqui na Guide Dogs. “ Apoiar um cão-guia desde o seu nascimento até à sua aposentadoria custa mais de £ 54.000 (62.019,62 euros) e como na Guide Dogs, dependemos quase inteiramente de doações públicas para manter os nossos serviços de mudança de vida a funcionar.”

As gémeas foram acompanhados ao piano de cauda pelo compositor de cinema Anthony White. A Dra Larisa Corda, Obstetra e Ginecologista do programa “This Morning”, também compareceu no concerto. O Classical Reflection já se apresentou no Royal Albert Hall, no The O2 Arena e no Wembley Stadium, sendo indicado para o Classical Brit Award. Anthony White é um compositor premiado que trabalhou nos famosos estúdios de Abbey Road e ao lado de uma Orquestra Filarmónica de renome mundial.

PS: Instituições como a Guide Dogs são dignas de todas as acções solidárias de que forem alvo, porque vivem para servir e para valer aos outros.

PIP & ROSCOE: CÃES DE COMPANHIA COM EMPREGO

 

Na minha modesta compreensão, quem tem um cão, tem o dever cívico de usá-lo para o bem geral e não somente para usufruir da sua companhia. Hoje mais do que nunca, os adestradores civis são convocados e assumem com os seus cães um sem número de tarefas úteis de cariz social e ambiental, que vão desde o apoio a deficientes até à protecção de espécies em vias de extinção. Na região neozelandesa de Taranaki, na costa oeste da Ilha Norte, dois cães acabam de ser aprovados como cães de conservação (Conservation Dogs), após terem passado num exame que lhes garante uma certificação provisória, o que encheu de alegria os seus donos, Joe Carson e Raul Johnson, do Departamento de Conservação de Nova Plymouth (na foto estão na ordem inversa).

Com esta certificação poderão levar os seus cães para o mato em Taranaki Maunga e continuar o seu treino a trabalhar. Tanto Carson quanto Johnson disseram que estavam ansiosos antes do teste de obediência e do treino de perfume realizado por dois avaliadores. “Eles (os cães) têm que ser educados, têm que ser realmente profissionais em todos os aspectos, é uma grande reputação a ser defendida”, disse Carson. Três dias depois, Pip, uma cadela sem raça definida, encontrou cinco Whio (patos azuis) no seu primeiro dia na montanha, incluindo dois ninhos. “Ela está a ir muito bem”, disse ela. “Se estou animada, ela está animada.” Pip está a aprender a navegar por rios caudalosos onde vivem os patos, cruzando pontes giratórias e descendo escadas, com o apoio de Carson, e também a andar de helicóptero e de barco. Quando ela fareja um whio, ela faz uma pausa e olha para ele para alertar Carson. Ela é uma grande ajuda na localização de aves raras, que se misturam nas rochas, tornando a tarefa de monitorar as aves muito mais rápida, disse Carson. “Nesta época do ano eles estão a procriar e com a Pip não preciso de chegar muito perto, o que é melhor para os pássaros.”

Roscoe, um cruzado de Jack Russell com Fox Terrier, ainda está a aprender a detectar as suas espécies de presas especiais - os furões – aprendendo em simultâneo a ignorar outros animais, incluindo arminhos, que têm cheiro semelhante, disse Johnson. Neste momento ele está a praticar as suas habilidades ao encontrar furões mortos que Johnson lhe vai escondendo. Os furões não são tão comuns como os arminhos, mas são maiores e são caçadores incansáveis, matando kiwis adultos, junto com outras aves nativas. “Não capturamos muitos furões, não sabemos se por haver poucos ou por serem difíceis de capturar”, disse ele. Roscoe indicará trilhos e tocas, assim como furões vivos, para que as armadilhas ou câmeras possam ser instaladas nos lugares certos. Os dois cães estão agora a trabalhar para obter a certificação final, o que acontecerá aproximadamente dentro de seis meses. Eles juntaram-se a uma equipa de cerca de 120 cães conservacionistas na Nova Zelândia e, eventualmente, trabalharão noutros lugares do país, para além de Taranaki. “As suas vidas foram desbloqueadas, ficámos muito emocionados”, disse Johnson.

Os furões, tal como os arminhos, são uma espécie invasora na Nova Zelândia e foram levados para lá 20 anos depois da introdução do coelho que aconteceu em 1860. Como rapidamente os coelhos dominaram a vida selvagem dali, por não terem nenhum predador natural, a solução encontrada foi lançar milhares de furões e doninhas para caçá-los. O clima da Nova Zelândia é o ideal para os furões, sendo um dos únicos lugares do mundo onde existe uma colónia selvagem. Mas como os furões também não tinham um inimigo natural, a não ser os humanos, para além de caçarem coelhos, começaram também a caçar aves, cuja maioria não voava, contribuindo decisivamente para a extinção de muitas delas. Compreende-se agora qual a necessidade e utilidade do pequeno Roscoe, que está incumbido de uma importante missão.

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

NÃO DEIXE QUE A SITUAÇÃO LHE TURVE A RAZÃO

 

De acordo com a polícia alemã de Weilheim, na região administrativa de Oberbayern, estado de Bayern, ontem, domingo dia 29 do corrente mês, por volta das 14h00,  a oeste da zona industrial de “Am Achalaich”, um ciclista caiu num caminho de cascalho. Um casal de Weilheim que passava pelo local correu a socorrer o acidentado. Quando a senhora de 57 anos se abaixou sobre ele, foi repentinamente mordida numa das coxas por um cão. Tratava-se do cão do ciclista caído, como explicou logo de seguida o seu dono. Perplexas com o ataque do animal, ambas as partes seguiram caminhos separados, sem contudo terem trocado dados pessoais. Porém, ao chegar a casa, a cinquentenária, descobriu que tinha uma ferida sangrenta devido à dentada do cão, vindo a receber tratamento médico devida a dores persistentes. Diante do ocorrido, a polícia procura agora o ciclista que caiu ou o seu companheiro canino.

Esta não é, infelizmente, uma situação rara, repetindo-se anualmente com alguma frequência, quando os donos caiem, sofrem algum acidente ou ficam inanimados, o que instintivamente leva os seus cães a defendê-los, por sentirem a sua vulnerabilidade ou fraqueza, que os incapacita de se defenderem a si próprios. Nestas situações, havendo um cão junto do acidentado/sinistrado, antes de se avançar para o socorro, há que considerar primeiro o animal, para que não acabe também você por necessitar de socorro! Importa considerar o tamanho do cão, a sua perigosidade, postura, comportamento (amistoso/ameaçador), se reage ao nosso avanço e se opta por nos rosnar, já que esta “voz” canina é sempre uma ameaça.

Sempre será melhor chamarmos o animal para nós do que avançarmos na sua direcção. Se for de natureza dócil responderá ao nosso apelo e levar-nos-á até ao dono; se for de natureza defensiva/agressiva permanecerá sempre junto dele e não consentirá na nossa aproximação. Se o cão for pequeno, o risco para o prestador de socorro poderá ser desconsiderado, mas se for grande é melhor procurar auxílio antes de avançar. Se o acidentado estiver consciente, o controlo do cão poderá estar garantido, mas com ele inconsciente o perigo aumenta substancialmente. Escusado será dizer, caso tenha medo de cães, que não deverá aproximar-se. Resumindo, só deverá avançar para o socorro quando a segurança estiver garantida! Aqueles que conhecem as reacções dos cães, sabem interpretá-las correctamente, não temem os animais e sabem defender-se dos seus ataques poderão avançar, mas nunca sem cautelas! Para o comum cidadão, a melhor opção é ligar para o 112 a pedir ajuda, caso o socorro não seja de carácter urgente.

PERDEU A VIDA NO CUMPRIMENTO DO DEVER

 

Na passada sexta-feira, dia 27 de outubro, um cão do Departamento do Xerife do Condado de Pima, no estado norte-americano do Arizona, foi morto à facada quando procurava dois suspeitos de um assalto à mão armada. Quando os agentes da autoridade procuravam os dois suspeitos do sexo masculino, viram entrar um homem num pátio comercial cercado por volta das 20h00, altura em que soltaram o K9 Kenzo e o enviaram para rondar a área, segundo disse o departamento do xerife num comunicado à imprensa no passado sábado (no dia seguinte ao ocorrido).

Estranhando a ausência do animal, que não voltou, os elementos policiais foram no seu encalce. Quando finalmente o encontraram, o Kenzo (na fotos seguintes) estava deitado ao lado de um dos suspeitos e apresentava “ferimentos com risco de vida”, segundo disseram as autoridades. Os agentes no local levaram o bravo Malinois ao veterinário, mas o animal não sobreviveu. Os veterinários irão realizar uma autópsia, muito embora o cão tivesse ferimentos consistentes com um esfaqueamento.

“Estamos tristes com a perca do K9 Kenzo e lembrados dos perigos que os nossos agentes enfrentam com os seus parceiros K9 ao seu lado”, disse o departamento policial num comunicado. Dois homens – Cody D. Bartlett, 36; e Juan Tacho, 32 anos – foram presos sob a acusação de assalto à mão armada e roubo qualificado. Bartlett foi também acusado de matar ou ferir um animal de trabalho/serviço, disse o departamento do xerife. Gente de todo o país enalteceu o serviço do protector canino caído.

Todos os anos morrem cães policiais e militares para que os seus parceiros humanos não pereçam, polícias e militares de 4 patas que enfrentam o perigo em primeira mão, verdadeiros anjos da guarda para quem os trata, acompanha e manobra – o Kenzo foi um deles! Todavia, caso pudesse escolher, estou em crer que o Kenzo preferiria viver a ser tratado como herói! A hipocrisia continua, ensinamos os cães com base no reforço positivo, a pensar no seu bem-estar e enviamo-los depois para a morte - para que morram no nosso lugar. Não será esta substituição uma das manifestações mais reles de especismo? Não terão estes cães direito à vida? Que avancem os cães de lata!

domingo, 29 de outubro de 2023

JOSÉ MARIA E COMPANHIA

 

O Dr. José Maria quase tem uma companhia de Pastores Alemães negros e cinzentos, não tantos como os pombos que tem, mas anda lá perto. Certo é que os lupinos nunca tiveram tão bom aspecto, o que obviamente se saúda. Ontem, na companhia da Viv, que conduzia a CPA Negra Dream, procedeu à sociabilização do Schwartz através de exercícios de duo. O Schwartz é um CPA negro concentrado e equilibrado, que está a ensinar o dono a ser paciente e a respeitá-lo, para que a cumplicidade aconteça e o treino seja agradável para ambos. A postura e os métodos do Dr. José Maria já demonstram algum polimento técnico e outras preocupações (ninguém nasce ensinado!). Trabalhar Pastores Alemães negros é um privilégio porque parece que já nasceram ensinados, pois aos 7 meses de idade já assumem tarefas que outros só conseguirão aceitar 5 ou 11 meses depois. Assim sendo, a Dream e o Schwartz abraçaram os conteúdos de ensino sem maiores delongas.

Ao vir para a Escola com a Viv, o José Maria está a estabelecer um salutar diálogo intergeracional pela actividade lúdica que o adestramento também é, aproximando ambos pela comunhão de objectivos que tende a unir as famílias. Na última parte do treino, o Schwartz foi convidado para a execução do duo com o FSM Doc, não tendo o último apreciado muito a ideia. Quanto ao Schwartz, nada há nada a dizer e quanto ao dono, resta dar-lhe os parabéns.

Com a Andreia no Alentejo, o Jorge a montar escadas e o Claudio em parte incerta sem dar cavaco, participaram nos trabalhos os seguintes binómios: José António/Doc; José Maria/Kiara; José Maria/Schwartz; Paulo/Bohr e Viviane/Dream.

FSM DOG: OMNIA PER OMNIA PORTANS

 

Ao falar sobre o potencial do FSM Doc, um cão que é capaz de transportar na boca tudo por toda a parte, lembro-me imediatamente do lema de um Batalhão de Serviços do Exército Português, que dizia isso mesmo: “Omnia per Omnia Portans”. Apesar de ter uma traseira leve, este Fila de São Miguel compensa com a espádua o que a garupa parece negar-lhe, conseguindo transportar objectos de diferentes pesos, materiais e formatos, o que não deixa de ser extraordinário. Na foto acima, transportando uma corrente plástica colorida com dois ganchos de aço nela inseridos, vemo-lo a saltar uma vertical de 130 cm de altura. No GIF seguinte, transportando a mesma corrente, vemo-lo a vencer um percurso de 3 obstáculos em condução nuclear, terminando o seu trabalho após ter entregado ao dono aquilo que transportava.

Numa alusão a tempos idos e como jogo, onde não faltou a necessária recompensa e qualquer comando inibitório foi proibido, ensinámo-lo a ir buscar e a entregar o chapéu ao dono, exercício que era obrigatório nos binómios militares de outrora, quando os tratadores pediam aos cães que fizessem o mesmo com o seu bivaque (o Zé António já está a pensar em arranjar outro chapéu, porque o que foi usado é uma recordação da África do Sul).

Como Fila que é e agora no máximo da sua pujança, também com os interesses próprios da idade, é de todo importante reavivar-lhe a sociabilização inter pares para que possa trabalhar em conjunto com outros cães sem os hostilizar. Na foto seguinte, executando um duo, vemos o CPA Bohr a passar-lhe por cima sem que ele se intimide ou ataque.

Estamos perante um cão próprio para a prestação de socorro nos mais variados cenários, capaz de nessa missão ultrapassar um sem número de obstáculos difíceis tanto de dia como de noite. Esperamos confiantes a evolução deste excelente companheiro.

FUGAZ ENCONTRO NOCTURNO

 

Como a TROCA DE CONDUTORES, seja ela escolar ou executada no exterior, não é suficiente para a sociabilização de um cão, porque condutores e cães conhecem-se uns aos outros, urge sociabilizar os animais com todo o tipo de pessoas, incidindo principalmente sobre aquelas que os temem e que de alguma forma são capazes de accionar-lhes os mecanismos da agressividade. Cientes desta necessidade, aproveitámos a instrução nocturna de sexta-feira, dia 26 de outubro, para o efeito, sentando primeiro todos os cães sobre um banco circular colectivo, junto a vários restaurantes, para que se acostumassem às diferentes pessoas e respectivas manifestações de alegria. A escolha do local foi estratégica e foi feita no sentido de cativar alguém para voluntariamente nos ajudar – estivemos literalmente a estender a rede! Depressa surgiram duas voluntárias, duas jovens alegres, descontraídas e apaixonadas por cães, que numa primeira fase se sentaram no meio dos animais, acariciando-os a seu bel-prazer, ainda que vigiadas pelo Adestrador.

Aceites pelos cães e já familiarizadas com eles, pedimos às meninas que se constituíssem num túnel humano para os animais passarem, convite que foi do agrado das jovens, por entenderem aquele momento como único, momento que quiseram imortalizar quando pediram aos seus amigos que as fotografassem.

Cada vez mais confiantes, desinibidas e radiantes, convidámo-las para que se construíssem num obstáculo vertical, formado pelo levantamento de uma das pernas de cada uma delas, que era segurada pela outra. O cão convidado para o salto foi o FSM Doc, atleta canino capaz executar saltos verticais sem apoio a rasar os 140 cm de altura.

Já rendidas aos cães e com a moral em alta, também como prémio pela disponibilidade evidenciada, convidámo-las finalmente para a condução dos animais, cabendo a cada uma delas conduzir um dos cães presentes, o que aconteceu sem dificuldade para alegria delas.

Não sei como elas se chamavam, que idade tinham, donde vieram e o que faziam, mas sei que foram prontas a ajudar-nos! Por isso sentimo-nos gratos e ao mesmo tempo felizes por havermos concluído com êxito mais uma tarefa de natureza social. 

MIRACOLO A ROMA

 

Roma, a capital italiana, parece ter sido vaticinada para milagres, porque anteontem, sexta-feira 27 de outubro, uma pedestre grávida de 27 anos foi atingida por um Rottweiler caído de uma janela a 10 metros de altura. A grávida, apesar de ferida, não correu risco de vida, segundo adiantaram as equipas de socorro. Milagrosamente, também o feto não sofreu qualquer lesão. Não se sabe ao certo o que fez cair o Rottweiler, que caiu de uma altura de 10 m numa rua no centro de Roma e que não sobreviveu ao impacto.

A jovem foi levada a um hospital para ser tratada após o incidente, tendo sofrido um ferimento na cabeça, conforme informou o jornal Corriere della Sera. O acidente aconteceu numa rua lateral à rua comercial Via del Corso, no centro histórico romano, bastante concorrida por moradores e turistas, nela se encontrando muitos transeuntes no momento do incidente. Ainda não está claro o que levou o Rottweiler a cair da janela de um 3º andar para o meio da rua. De acordo com uma reconstrução inicial levada a cabo pelo serviços de emergência, também havia alguns gatos naquela casa. O molosso pode ter-se desequilibrado depois de ter saltado para o parapeito da janela. O seu proprietário ficou em estado de choque. Apesar de inesperada, a queda do cão não é milagrosa, milagre foi a grávida não ter sofrido maiores danos e o seu feto ter escapado incólume. 

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

JAPÃO TESTA CÃES PARA DETECTAR FORMIGAS DE FOGO

 

Os cães podem ser o próximo passo nos esforços do Japão para combater as formigas de fogo. Dois beagles do Instituto Nacional de Estudos Ambientais em Tsukuba, província de Ibaraki, foram submetidos a um teste no domingo para ver se conseguiam detectar formigas de fogo mortas. Quando os cães passaram na frente de uma vasilha contendo as formigas mortas, eles sentaram-se para alertar com sucesso as pessoas ao seu redor sobre a presença das formigas.

O evento foi organizado pelo Ministério do Meio Ambiente e foi aberto à imprensa. No início deste mês, o mesmo ministério realizou uma série de testes convidando cães farejadores e pessoal cinotécnico de Taiwan, onde já foram introduzidos cães para farejar formigas de fogo. As formigas de fogo são nativas da América do Sul, têm picadas dolorosa, persistentes, altamente tóxicas e causadoras de alergias, estando já distribuídas por todos os continentes. Foram confirmadas pela primeira vez no Japão em junho de 2017. Desde então, houve 110 casos de avistamentos de formigas de fogo em 18 províncias, incluindo Tóquio. Em muitos desses casos, elas foram encontrados em locais como valas e portos no Japão.

Há temores crescentes de que elas possam estar a estabelecer-se no país. Espera-se que os cães farejadores detectem com eficiência aglomerados de formigas de fogo. “Eles têm um olfacto tal que podem até detectar formigas de fogo no subsolo”, disse Hironori Sakamoto, pesquisador sénior do instituto. Em Abril, o ministério designou as formigas de fogo como uma espécie exótica invasora que requer uma resposta urgente e reforçou ainda mais as medidas de controlo nas fronteiras.

EXISTEM MILHARES DE CÃES PROIBIDOS NOS LARES BRITÂNICOS

 

Dados fornecidos pelo governo britânico dizem que há mais de 3.000 cães proibidos a viver em lares na Inglaterra, Escócia e País de Gales. Na sequência de um pedido de liberdade de informação, a BBC obteve dados do Departamento de Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (Defra) que mostraram que 3.499 cães proibidos estão registados, sendo 3.316 deles em Inglaterra. A maioria dos cães são pit bull terriers, com 149 cães proibidos no País de Gales e 13 na Escócia. Actualmente no Reino Unido, segundo a Defra, existem quatro raças de cães que estão na lista de proibidos da Lei de Cães Perigosos, incluindo o Pit Bull Terrier, o Tosa Japonês, o Dogue Argentino e o Fila Brasileiro.

Estas raças de cães não podem ser adquiridas aos proprietários, a menos que sejam incluídas no índice dos cães isentos, obtido se o tribunal considerar que determinado cão não representa um perigo para o público. No mês passado, após uma série de ataques, o primeiro-ministro Rishi Sunak disse que os cães American XL-Bully seriam adicionados à lista dos Cães Perigosos até o final do ano, tratando a raça como “perigo para nossas comunidades”. No início deste mês, uma mulher ficou ferida depois de ser atacada por seu próprio XL-Bully em Norfolk. No mês passado, Ian Price, um homem de 52 anos de Staffordshire, morreu no hospital após ser atacado por dois cães da mesma raça.

Em novembro do ano passado, Jack Lis, de 10 anos, foi morto por um XL-Bully enquanto estava na casa de um amigo em Gales do Sul. Os donos do cachorro, Amy Salter e Brandon Haydon, foram presos como resultado do ataque. O Secretário do Meio Ambiente disse esta semana que o governo do Reino Unido está “muito perto” de apresentar a proposta de proibição da raça (de que estará à espera, de mandá-los para a Ucrânia e lançá-los aos russos?). Therese Coffey disse acreditar que uma “boa definição” do tipo de cão foi acordada, com apenas “algumas outras coisas”, como compensação, que precisam ser aprovadas. Coffey disse que o governo do Reino Unido estimou que havia cerca de 10.000 American XL-Bully no Reino Unido, enquanto a instituição de caridade para animais Blue Cross sugeriu que eram ainda mais, cerca de 15.000.

Estamos no Reino Unido perante um imbróglio político que ao invés de se preocupar com a natureza violenta destes cães, vendidos como “anjinhos de 4 patas”, antes quer ir de alguma forma possível ao encontro dos seus proprietários, que atendendo ao seu número, são muitos eleitores. Para mim, que sou português e pouco doto, todos os cães de raças consideradas perigosas deveriam ser examinados. Os verdadeiramente perigosos deveriam ser eliminados e os não-perigosos esterilizados, para que deles não resultasse qualquer remanescente perigoso. Em simultâneo, a importação destas raças deveria ser proibida. Todavia, aguardo com alguma ansiedade o parecer do Governo de Sua Majestade presidido pelo Mr. Sunak.

PS: Em Portugal já existem alguns exemplares desta raça, alguns descritos oficialmente por cães sem raça definida, o que dificulta e dificultará o seu controlo. Estes animais pertencem geralmente a gente jovem e solteira, acabando depois nas mãos dos seus pais, quando mudam de estado civil ou por razões laborais, donos de substituição que geralmente apresentam uma dificuldade enorme em controlar estes matulões caninos, pondo assim em risco a segurança dos demais cidadãos.

ALERTA PUMA EM BRAGG CREEK

 

Na aldeia canadiana de Bragg Creek, situada a 30 km de Calgary e na confluência do rio Elbow e Bragg Creek, os seus moradores estão a manter os seus cães mais perto deles depois que vários animais de estimação foram mortos por um Puma. “Seis nos últimos três meses e esta última semana foram três”, disse Lucy Curtis, da Bragg Creek Wild. “(Eu) tomo precauções extra e mantenho (os cães) o mais próximo possível. Na verdade, tudo o que você pode fazer é ficar atento”, disse o residente Matt Reeder. As autoridades acreditam que é tudo obra de um Puma, que pode estar ferido. “Está ferido e essa pode ser a razão pela qual está a agir de maneira incomum”, disse Curtis. Sinais de alerta e armadilhas foram montados após quatro cães terem sido mortos em Bragg Creek e dois em Tsuu'tina.

Os vizinhos dizem que os cães mortos são de tamanho variado, sendo um deles um Rottweiler. Todos os ataques aconteceram entre o anoitecer e o amanhecer, altura em que os pumas caçam. Moradores antigos dizem que é por isso que sempre mantêm os seus cães à trela quando está escuro. “Sempre houve pumas aqui. Quando deixamos nossos cães sair à noite, colocamos-lhes a trela e saímos com eles”, disse a moradora Susan Norrie. Agora, os moradores de Bragg Creek também usam as trelas durante o dia, pois pode haver um puma viciado na região. “Nunca vi uma circunstância aqui em que um puma tenha levado tantos animais ou se tenha habituado como este”, disse Curtis. As autoridades aconselham, caso os cães tenham que sair no escuro, que saiam atrelados e que os seus donos levem uma lanterna e um spray para ursos (o Puma deve andar esfomeado por não encontrar os animais próprios da sua dieta e agora substitui-os por cães).

FINALMENTE DO DJIBUTI

 

Quando pensávamos que mais nenhum país nos daria visitantes, eis que nos surge um do Djibuti, pequeno país situado na África Oriental, mais precisamente a leste do Golfo de Áden, no chamado “Corno de África” (1), por onde os navegadores portugueses andaram no Séc. XVI e posteriormente abandonaram na busca do Oriente. País maioritariamente muçulmano, mas que tem presente e tolera outros credos, o Djibuti foi uma colónia francesa até 27 de junho de 1977, daí ter duas línguas oficiais: o árabe e o francês.

Quero daqui chamar de bem-vindo este leitor djibutiano, agradecer-lhe o contacto e o interesse por esta plataforma, esperando que mantenha o interesse pelas nossas publicações e que outros seus concidadãos tenham a mesma curiosidade, nos visitem e estabeleçam connosco profícuo intercâmbio cultural.

(1) “Corno de África” é a designação atribuída à península localizada geograficamente no Nordeste do continente africano, que é delimitado a Norte pelo Mar Vermelho e pelo Golfo de Áden, compreendendo quatro países: a Eritreia, o Djibuti, a Etiópia e a Somália.

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

 

O Ranking semanal dos textos mais lidos obedeceu à seguinte preferência:

1º _ AUGUSTO OLIVEIRA: UM AUGUSTO QUE GOSTAVA DE SER AUGUSTO E QUE DE AUGUSTO SÓ TEM O NOME, editado em 22/10/2023

2º _ CIDADES CHINESAS À CATA DE CÃES VADIOS, editado em 25/10/2023

3º _ 10 ANOS E 10 REIS DE GENTE, editado em 22/10/2023

4º _ O REGRESSO DO CLAUDIO E DO BALZAC, editado em 22/10/2023

5º _ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado 24/02/2015

6º _ CÃES DE DETECÇÃO NO COMBATE À PORNOGRAFIA INFANTIL, editado em 23/10/2023

7º _ DOC: O ANTES E O DEPOIS, editado em 22/10/2023

8º _ X30: O SUPER CÃO-ROBOT, editado em 26/10/2023

9º _ MANHÃ DE OBSTÁCULOS TIPO ALVO, editado em 22/10/2023

10º _ APROVEITAR A BONANÇA ENTRE AS TEMPESTADES, editado em 23/10/2023

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

 

O TOP 10 semanal de leitores por país ficou assim ordenado:

1º Estados Unidos, 2º Portugal, 3º Brasil, 4º Alemanha, 5º Suécia, 6º Espanha, 7º França, 8º Reino Unido, 9º Angola e 10º Itália.

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

SOLUÇÃO NORUEGUESA

 

Com a nova lei espanhola de protecção aos animais, entrada em vigor a 29 de setembro deste ano, que proíbe deixar cães amarrados sem supervisão nas entradas de supermercados e lojas, uma prática até aqui bastante comum em Espanha e que agora acarreta uma multa de 500 euros (530,07 dólares), é bem possível que venhamos a ter aqui uma igual. Na Noruega, que conta com uma legislação semelhante há duas décadas, uma empresa desenvolveu uma solução para evitar multas: canis climatizados, seguros e gratuitos para os usuários, localizados próximos das lojas e de abertura e fechamento através de uma aplicação. Estes canis já estão presentes em cinco países europeus (julgo que Portugal não seja um deles). Enquanto isso, nos Estados Unidos, outra empresa oferece serviços semelhantes, muito embora cobre uma taxa.

Via telefone, Frode Rogstad, CEO da Den4Dogs, explicou: “Somos uma pequena empresa norueguesa fundada por amantes de cães. Trabalhamos com especialistas em cães (universidades, treinadores de cães e abrigos de cães) para criarmos uma solução adequada para estes animais.” Esta empresa desenvolveu um canil individual que é colocado na entrada dos estabelecimentos que o solicitam. Para utilizar este serviço, o consumidor precisa de descarregar uma aplicação. Ao chegar ao supermercado, abre a porta do canil com outra aplicação e deixam o cão ali, onde ele fica preso com fechadura electromagnética. “Eles têm ar condicionado, são confortáveis e seguros”, diz Rogstad. Depois de terem terminado as compras, os donos abrem a porta com o mesma aplicação e tiram o animal. Os canis são desinfectados automaticamente após cada utilização e evitam que o cão morda ou que sofra o ataque de outro, impedindo também o seu roubo. “Os canis climatizados encontram-se instalados principalmente junto a supermercados, shopping centers, restaurantes e farmácias que os solicitam”, disse o seu fundador.

A DogSpot, marca que oferece canis confortáveis onde as pessoas podem deixar os seus animais de estimação enquanto fazem compras ou comem num restaurante, já actua nos Estados Unidos há alguns anos. Os canis são feitos de alumínio, climatizados e ligados à Internet, para que os proprietários possam saber a todo momento como estão os seus animais de estimação. O serviço custa aos usuários 30 centavos por minuto. Segundo dados desta empresa, ela está presente em 17 estados norte-americanos . “Com o Dogspot, você não precisa de deixar o seu cão em casa quando vai dar um passeio e não precisa de resignar-se a deixá-lo amarrado e desacompanhado enquanto vai às compras. Os nossos canis são gabinetes aconchegantes e de alta tecnologia nas calçadas perto de lugares que desejam ser amigáveis para o seu animal de estimação”, diz a empresa em seu site.

Esta solução norueguesa, para além de ir ao encontro do bem-estar animal, que é no fundo o que lhe garante a procura, é também um “negócio que tem pernas para andar”, revelando-se extremamente lucrativo, o que prova mais uma vez a grande visão empresarial dos escandinavos, por norma na vanguarda dos negócios em parceria com os holandeses, que negoceiam quase tudo.

X3O: O SUPER CÃO-ROBOT

 

A empresa de robótica DEEP ROBOTICS anunciou sua contribuição para o mundo dos cães robóticos, com o lançamento de seu robot quadrúpede X30. Projetado para uso em vários sectores, incluindo manutenção e inspecção, resgate de emergência e detecção de incêndio, o robot desta empresa difere dos outros modelos por poder suportar condições climáticas e de temperatura extremas com uma temperatura operacional de -71 a -131°C.

“Como modelo principal da indústria, a faixa de temperatura operacional do X30 aumentou bastante”, disse DongXin Zheng, gerente de produto da Deep Robotics. “Ele foi testado com sucesso em cenários do mundo real em temperaturas de 71 a 131 graus negativos. Também foi testado vigorosamente no nível de protecção IP67, indicando um nível muito alto de tolerância à entrada de água e de poeira.” Em testes, a Deep Robotics disse que o X30 obteve “resultados notáveis” quando implantado em áreas como inspecção de energia eléctrica, combate a incêndios e detecção de emergência, educação e pesquisa científica, fundição de metais e mapeamento.

O robot também está a ser anunciado pela empresa como tendo velocidade e destreza “sem precedentes” ao subir escadas íngremes, sendo capaz de subir escadas com uma inclinação de 45 graus e de operar em terrenos complexos, usando a capacidade de percepção de fusão para compreender e se adaptar aos diferentes cenários. “A tecnologia exclusiva de percepção de fusão da Deep Robotics permite que o X30 atravesse obstáculos rapidamente, navegue por escadas industriais abertas, em ambientes desafiadores e mutáveis, e conduza inspecções autónomas de dia ou de noite em qualquer clima”, disse a empresa num comunicado. A somar a isto, o robot vem também equipado com sistema de monitoramento e resposta a emergências em tempo real – estamos na presença de um autêntico super cão-robot!

PS: Já estão a ser testados cães-robot lança-foguetes e outros que detectam energia nuclear.

O PARLAMENTO CANTONAL DE ZUG DECIDIU, ESTÁ DECIDIDO!

No Cantão suíço de Zug, de fala alemã, situado no centro do país, a volta da cidade com o mesmo nome, o Conselho Cantonal debateu a obrigação do uso da trela nos cães dentro da floresta. O governo manifestou-se contra tal disposição no relatório e na proposta ao parlamento para a revisão parcial da lei introdutória à Lei Florestal Federal, sugerindo que os cães nas florestas e nas orlas suas orlas sejam mantidos à vista e sob supervisão para que possam ser chamados a qualquer momento. Na primeira leitura de hoje, quinta-feira, o Parlamento seguiu a proposta da comissão consultiva preliminar, que previa a obrigatoriedade de coleiras na floresta entre abril e julho, com 51 votos a 24. Até agora, os amigos de quatro patas de Zug não precisava de ser atrelados durante o período de defeso para caça jovem, decisão que remonta a 2015, que adianta que os cães tinham apenas de ser mantidos è trela em reservas naturais, cemitérios, campos escolares, desportivos desportivos e nos transportes públicos, ao que veio juntar-se esta exigência temporária.

Curiosamente, ainda que ninguém se dê conta, também existem espécies protegidas em Portugal, inclusive mamíferos em vias de extinção e que importa preservar, mas nunca ouvi na rádio ou vi na televisão qualquer aviso ou chamada de atenção para o problema por parte do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), nem mesmo nas estações de reprodução e parto. Este instituto, sustentado por todos, parece esquecer que a ausência de sensibilização pública é bem pior que a totalidade dos caçadores furtivos, uma vez que todos morremos e a ignorância, se nada for feito em contrário, tende a perpetuar-se. Paralelamente, faltam mais acções de sensibilização nas escolas para que as futuras gerações apostem na protecção dos ecossistemas, na preservação das espécies e na conservação da natureza. Precisará quem de direito de ir até à Suíça para aprender a fazer uma campanha destas ou teremos que contratar um ou dois suíços? Preserve as espécies silvestres – circule com o seu cão à trela nas florestas!