Não existe nos Estados
Unidos nenhuma medalha equivalente à DICKIN
MEDAL do Reino Unido para homenagear os animais que mais se
distinguiram no esforço de guerra. Esta medalha foi instituída por MARIA DICKIN
em 1943, senhora que também fundou a instituição veterinária de caridade
britânica PDSA (People's Dispensary for Sick Animals).
Trata-se de um medalhão de
bronze gravado com as palavras "For Gallantry" e "We Also
Serve" dentro de uma coroa de louros, suspenso numa fita tricolor verde, cor
de vinho e azul. A
DICKIN MEDAL é comummente referida como a “VICTORIA CROSS DOS ANIMAIS”
e compreende-se muito bem porquê.
Acontece que em NEW JERSEY
há um senador democrata latino que precisa de ser reeleito, o advogado nascido
em Nova Iorque e filho de emigrantes cubanos ROBERT
(BOB) MENENDEZ, que decidiu, sabe-se lá porquê, anunciar no
final da sua legislatura a criação de uma medalha que premeie os veteranos cães
de guerra que mais se destacaram, uma DICKIN
MEDAL AMERICANA. Este político, por mera coincidência, há
3 anos atrás foi indiciado por acusações federais de corrupção no Tribunal
Distrital dos Estados Unidos do Distrito de Nova Jersey e a 31 de Janeiro deste
ano, o Departamento de Justiça anunciou que suspendeu-lhe todas as acusações.
A comenda, que será a
primeira do Departamento de Estado norte-americano para cães de trabalho
militares, terá o nome de “MEDALHA
DA LIBERDADE DOS GUARDIÕES DA AMÉRICA” (Guardians of America’s
Freedom Medal). Melhor seria não levar os cães para a guerra, mas medalha por
medalha, os cães também as merecem, além do mais porque regressam a casa
traumatizados, estropiados, cegos e surdos, exactamente como muitos veteranos
humanos. Para que esta medalha passe à distribuição só falta Donald Trump
assinar.
Porém, como poderemos
condenar as lutas de cães e as corridas de galgos, quando consentimos na ida
dos cães para a guerra? Não será esta uma atitude profundamente hipócrita? A
incorporação dos cães não obedecerá àquele abusivo princípio que diz “que os
fins justificam os meios”? Já não basta que nos matemos uns aos outros? Os cães
não esperam medalhas e muito menos aguardam aquilo que a guerra tem para lhes
dar! Os homens sabem ao que vão, os cães não.
Por tudo isto e pelo nosso
descaramento, é mais do que justo homenagear os cães, mesmo quando essa atitude
parte de um político possivelmente oportunista e menos escrupuloso que tudo faz
para ser eleito. É por estas e por outras que ouvimos tantas vezes dizer “que
Deus escreve direito por linhas tortas”, muito embora o Altíssimo nada tenha a
ver com isto. Deseja-se que o número dos cães a medalhar seja insignificante e
que um dia já não haja nenhum, o que não nos parece possível nos tempos mais
próximos, enquanto os cães forem baratos, eficazes e fáceis de transportar. Mas estou certo que esse dia virá!
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