Numa noite de feroz
inspiração, o poeta foi passear pelo campo e, topando um alentejano que contemplava
o luar, disse-lhe: “és um amante do belo, acaso já viste também os
róseos-dourados dedos da aurora tecendo uma fímbria de luz pelo nascente, ou as
sulfurosas ilhotas de sanguíneo vermelho pairando sobre um lago de fogo a
esbrasear-se no poente, ou as nuvens como farrapos de brancura obumbrando a
lua, que flutua esquiva, sobre um céu soturno?” Pasmado, o alentejano
respondeu-lhe: “Ultimamente não. Há mais de um ano que não me meto nos copos!”
domingo, 26 de agosto de 2018
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