Um conhecido meu, honrando o prometido aos seus dois filhos mais velhos,
fez as malas e partiram os 3 para o Dubai. A esposa, para quem o adjectivo “mãe-galinha”
ainda é pouco, ficou por cá e rumou com o filho mais novo para o Algarve, com
medo que o pai não desse “conta do recado” e o petiz regressasse daquelas terras
sarracenas feito num “fusível queimado”. No Dubai, pelo menos essa é a
experiência que tenho, com tanto o que tem para ver, o melhor que há a fazer é
ficar debaixo de telha. Na rua é que nem pensar, porque passados nem 10 minutos
estamos todos cobertos de suor, graças ao calor intenso e a humidade que ali se
faz sentir. E se é para sair (vale a pena), é melhor fazê-lo de carro, onde o
maldito ar condicionado, que tanto mal faz à saúde, é ali muito bem-vindo.
Mais pelas alterações climáticas do que pela ironia da sorte, sem
sairmos da “santa terrinha”, estamos a suportar temperaturas iguais ou
superiores às mensuráveis no Dubai, somente com uma diferença – o percentual de
humidade lá é bastante superior ao nosso. Com as temperaturas a rondar os 40
graus celsius e até a ultrapassá-los (são 17H59, os termómetros marcam na
Amareleja 42 graus), sem grande dificuldade podemos imaginar que estamos no
Golfo Pérsico ou num lugar parecido, onde o calor corta a respiração e o corpo
pede água encarecidamente. Sim, desta fez fomos ao Dubai sem necessidade de pôr
lá os pés!
Oxalá o “Anticiclone dos Açores” mude de direcção e venha quanto antes
em nosso auxílio, porque os árabes é que são habitantes do deserto, nós não,
apesar de termos que acostumar-nos, porque os incêndios do ano passado fizeram
o Deserto do Saara galgar o Mar Mediterrâneo e estender-se até ao Norte do País.
Antigamente chamava-se a um tempo desusado destes “tempo do arco-da-velha”,
agora há quem diga que estamos no “fim-do-mundo”. Se eu pudesse escolher,
preferiria o Portugal de sempre e não o Dubai no Grande Andaluz!
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