Os actuais combatentes
pelos direitos dos animais conjuraram-se por toda a parte para acabar com os
animais no circo, com as touradas, com a venda de cães e com todos os
espectáculos caninos onde a crueldade marcasse presença. Entre eles, outra
coisa não seria de esperar, estão as corridas de galgos, que são normalmente
acompanhadas por apostas e por um sem número de apostadores. E quando os ideais
mexem com os interesses de alguns, por mais justos que sejam, estala a guerra e
temos o caldo entornado, como está a acontecer na Florida/USA, onde os ADOPTERS GREYHOUND FOR RACING
são obrigados a enfrentar as campanhas da THE
HUMANE SOCIETY da Florida, normalmente encabeçadas pela
sua directora, a Sr.ª KATE
MACFALL (na foto seguinte), que não desarma e que é conhecida
por não ter “papas na língua”.
A vitória parecia sorrir à
The Humane Society, que em Novembro havia conseguido uma emenda constitucional
que proibia as corridas de galgos na Flórida. Mas quando menos se esperava, ao
final da tarde do dia 1 de Agosto, uma juíza de circuito em Tallahassee, do
circuito de Leon County, KAREN
GIVERS (na foto abaixo), anulou aquela emenda por considerá-la
enganosa, imprecisa e incompleta, o que encheu de alegria os adeptos
californianos das corridas de galgos, mas que não convenceu o Comité para a
Protecção dos Cães, que de imediato emitiu uma declaração a dizer que vão
recorrer da decisão da juíza e que a decisão será certamente a seu favor.
Os argumentos proferidos
pelos adeptos das corridas, que as consideram um desporto, passam por dizer que
elas não são desumanas, que são um benefício para a raça dos galgos (“para isso
nasceram”), que dão emprego a muita gente na Florida e que os cães que deixam
de correr são dados para adopção, num projecto entre a GREYHOUND ALLIANCE e
o canil de adopção EBRO
RACING TRACK, cuja gerente é a Sr.ª SATCIE STRICKLAND,
que diz já ter arranjado lares amorosos para 6.000 galgos.
Kate Macfall começa por
atacar o Governo Estadual ao dizer que este apoia o sector das corridas, porque
só assim se compreende que 12 das 18 pistas existentes nos Estados Unidos
estejam na Florida, corridas que ela não considera desporto. Como as corridas
de galgos são ilegais em 40 Estados, entende a dita senhora que é chegada a
hora de juntar a Florida à lista, já que em média morre um galgo de corrida na
Florida a cada 3 dias e que muitos encontram-se feridos. Diz também que estes
cães são alimentados com carne imprópria e que passam de 20 a 23 horas fechados
em gaiolas muito pequenas, donde não se podem levantar. E que mesmo que não
acabem feridos ou mortos, as suas vidas são de abjecta miséria.
Dito isto, avança para
números e adianta: “Desde 2008 que investigadores estaduais documentaram pelo
menos 8 casos de crueldade e severa negligência em canis de cães da Flórida e
canis associados, incluindo um caso de 2010 em que investigadores estaduais
encontraram 37 galgos mortos num canil e outros 5 ainda gravemente feridos. Só
neste ano, mais 2 casos de “doping” foram adicionados à longa lista de
violações. Também houve o caso de dois treinadores de Jacksonville cujos galgos,
às dezenas, apresentaram resultados positivos de cocaína, em seis momentos
diferentes.” Termina dizendo: “O total de apostas nas corridas ao vivo na
Flórida diminuiu em 56% entre 2006 e 2016. A arrecadação do imposto estadual de
corridas de cães também continua a cair, com uma queda de 81% na receita de
2006 a 2016.”
A coisa não está fácil lá
para os lados de Panamá City. A decisão da juíza Karen Givers ainda vai fazer
correr muita tinta e não é preciso ser bruxo ou consultar uma para se saber
como tudo vai acabar!
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