segunda-feira, 13 de agosto de 2018

SALVAR AS ABELHAS PARA VALER À AGRICULTURA

Descobri por mera casualidade que uma senhora de 45 anos, CYBIL PRESTON, principal inspectora do Departamento de Agricultura de Maryland/USA, passa em revista todas as colmeias que vão para além das fronteiras estaduais, para que em nenhuma delas esteja presente a FOULBROOD AMERICANA, uma bactéria inofensiva para as pessoas, mas que se pode espalhar rapidamente de uma colmeia para outra dizimando populações de abelhas.
Esta inspectora conta com a preciosa ajuda dos cães no seu trabalho, especialmente com o seu labrador amarelo MACK, um verdadeiro especialista na detecção da bactéria, que consegue revistar mais do dobro das colmeias inspeccionadas por 4 pessoas a tempo integral. Nas duas últimas estações frias (Outono e Inverno), este labrador conseguiu inspeccionar 1.700 colónias de abelhas. Quando o frio ataca, as abelhas agrupam-se e o pente é mais difícil de inspeccionar, contratempo que o nariz do cão ultrapassou, permitindo que a sua dona continuasse a certificar colmeias rumo a climas mais quentes.
As abelhas são uma potente força de trabalho invisível na indústria alimentar norte-americana, polinizando cerca de 1/3 das plantações dos Estados Unidos e a Sr.ª Preston lidera uma equipa que zela pelo seu bem-estar, prestando especial atenção às colónias comerciais de Maryland, que os apicultores alugam para florescer aquela imensa nação – amêndoas na Califórnia, citrinos na Flórida, mirtilos no Maine e em Nova Jersey.
Para o ano não haverá só menos mel de Monchique (um número enorme de colmeias foi devorado pelo fogo), a agricultura e em especial a fruticultura sofrerão grandes reveses na produção, prejuízos ainda por calcular e por norma desleixados, por quem dentro de gabinetes tem como ofício fazer girar circulares.
Para o ano, ao redor do terrível desastre ecológico que foi o último INCÊNDIO NA SERRA DE MONCHIQUE, os medronheiros, as amendoeiras e as laranjeiras sobreviventes voltarão a florir, timidamente, mas nunca como dantes! Quem será acusado de deixar arder 27.000 hectares de floresta, com tantos meios, viaturas e operacionais no terreno?
Congratulamo-nos com a existência de cães capazes de detectarem bactérias nocivas nos apiários, mas alegrar-nos-íamos ainda mais se já existissem alguns que desnudassem atempadamente incompetentes e burocratas. Não é de estranhar termos um Estado laico e andarmos sempre a pedir contas à Divina Providência? Algumas pessoas que não morreram neste incêndio, irão morrer das suas consequências e todos acabaremos, de um jeito ou de outro, por pagar, penar e sofrer.

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