segunda-feira, 20 de agosto de 2018

DAR DE BEBER À DOR E FAZER POUCO DA MISÉRIA

Realizou-se no último Sábado em BERLIM, debaixo de elevada temperatura, o 9º ENCONTRO INTERNACIONAL DO PUG com a presença de 70 cães desta raça, cuja atracção principal do certame foi uma CORRIDA DE 50 METROS PARA PUGS?! A vencedora da corrida foi uma cadela de 4 anos chamada EMMA, que pela 3ª vez consecutiva se sagrou campeã no contra-relógio com o tempo de 5,866 segundos, o que lhe valeu o título de “USAIN BOLT OF PUGS” dado pela emissora alemã DW, numa alusão ao super atleta jamaicano com esse nome. Os organizadores da PUG RUNNER’S WORLD fizeram saber que os cães tiveram à sua disposição muita água para se refrescarem.
Só para dar de beber à dor e fazer pouco da miséria é que se organiza uma corrida destas, uma vez que os pugs devido a serem braquicéfalos apresentam problemas respiratórios, doenças oculares, doenças articulares e uma doença neurológica fatal e devastadora chamada “ENCEFALITE DO PUG”. Devido a estas fragilidades, diante de climas quentes, os pugs deverão permanecer em casa com o ar condicionado ligado e ser supervisionados nas idas à rua para não sofrerem de insolação. Por outro lado, os pugs que nascem com doença cardíacas estão predispostos a um batimento cardíaco irregular e lento que pode causar-lhes um colapso súbito.
E como se isto não bastasse, alguns deles virão a precisar de um pacemaker. Por vezes desenvolvem também um batimento cardíaco irregular com tosse persistente ou náuseas causadas pela sua síndrome braquicéfala. O encurtamento do seus maxilares não tem espaço suficiente para dentes saudáveis, pormenor que os leva a padecer de problemas dentários. Também os problemas oculares são muito comuns nos pugs. Os seus olhos protuberantes são facilmente arranhados, levando a úlceras da córnea. Podem também saltar das suas órbitas mediante brincadeiras mais brutas ou pelo puxar violento das coleiras, o que torna bastante comum a existência de pugs de um só olho.
Estes cães são deformados do ponto de vista ortopédico, o que os expõe a sérios problemas ósseos e articulares, não sendo por isso de estranhar que apresentem ancas, cotovelos e joelhos ruins, assim como os discos da sua coluna vertebral. Para abreviar caminho no extenso role de afectações que apresentam, basta dizer que a epilepsia é outro distúrbio convulsivo que ocorre nos pugs. Diante de um quadro clínico destes, com que interesse ou objectivo se realizará uma corrida destas? Loucura por loucura, não seria melhor correrem os donos com os cães a assistir? O mundo deve estar louco e os berlinenses idem!

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