sexta-feira, 31 de agosto de 2018

PIADA PARA O FIM-DE-SEMANA: COM RECEITA É OUTRA COISA!

Uma senhora ofegante dirige-se a uma farmácia pouco movimentada e pede ao farmacêutico que lhe venda arsénico. O homem, estupefacto, diz que não pode vender-lhe o veneno. Curioso, pergunta-lhe para que efeito o quer. A mulher abre a mala e mostra uma fotografia muito comprometedora do marido com a mulher do farmacêutico. O homem muda de semblante e diz-lhe: “ Porque é que não me disse logo que tinha receita?”

FEZADAS AMERICANAS COM CÃES À MISTURA

Logo pela manhã, tenho por hábito ler todas as notícias relativas a cães editadas pelos media alemães, americanos, franceses, ingleses e italianos. Do seu grosso, ¾ são autênticos disparates, desabafos e verdades subjectivas de quem à força se tornou colunista de animais, aproveitando relatos isentos de bom senso e cheios de pormenores sórdidos ou rocambolescos. Os piores são os jornais ingleses “que trazem muita parra e pouca uva” e os mais objectivos são os alemães e os franceses. Dito isto, vamos a uma curiosa e sintomática notícia americana.
SAMANTHA ORR viajava do Kansas para o Colorado, tendo como companheiros de viagem a sua mãe, JENNIFER LYNN ORR, e o seu cão BENTLEY, um GOLDEN DOODLE (cruzado de Golden com Poodle). Quando Jennifer, de 43 anos, intentou virar o jipe numa estrada montanhosa, o carro acabou por descer uma encosta com 180 metros de comprimento. A condutora não sobreviveu ao desastre, Samantha foi hospitalizada e o cão foi expelido do carro, permanecendo desaparecido durante 19 dias.
Nos dias em que Samantha esteve hospitalizada, familiares e amigos tudo fizeram para encontrar o Golden Doodle, mas a sorte não lhes sorriu. Recuperada, a sua jovem dona encetou a sua viagem para o Kansas sem o seu adorado cão. Ao chegar a casa, abre uma página no facebook onde relata o desastre e pede ajuda. Mais de 5.000 pessoas oferecem-se para a ajudar a encontrar o Bentley. Duas semanas decorridas e ela recebe uma mensagem a dizer que o cão foi avistado. Ela parte imediatamente no encalce do animal e duas horas depois de caminhar pelas montanhas, avista o Bentley que a princípio se mostra tímido. Passados alguns instantes, o animal reconhece a dona e acerca-se dela.
Com o cão de volta, Samantha agradeceu num recente post no Facebook o empenho dos seus numerosos ajudantes, não se esquecendo de mencionar os seus companheiros de 4 patas. Feliz e com o cão a seu lado disse: “Eu sabia que a minha maravilhosa mãe e Deus sempre ficaram de olho nele nos últimos 19 dias. DEUS É TÃO BOM! Lá que Deus é bom não tenho dúvidas, porque me deu a fé para acreditar n’Ele, ignoro é como a desaparecida mãe da jovem olhou pelo cão, já que em vida nem por ela soube olhar, também não compreendo para que precisaria Deus da sua ajuda, estaria porventura cansado ou demasiado ocupado?
Este hábito entranhado de invocar os mortos e deles esperar ajuda não é cristão e só causa confusão, é uma fezada tão certa como aquela que leva milhões a jogar na lotaria, esperançados que um dia a vão ganhar. Compreendo perfeitamente que é preciso amparar a jovem pela morte da mãe, mas jamais aceitaria confortá-la com mentiras por mais piedosas que fossem. Eu nasci praticamente órfão, toda a vida clamei pela ajuda do meu pai, por um sinal da sua presença, e sempre que me portei indevidamente, acabei por pagar o preço das minhas transgressões. Nunca senti a sua mão entre a minha e a palmatória, o amparo dos seus braços quando me estatelava no chão, os seus conselhos quando tanto precisava deles. À medida que os anos foram passando, compreendi que estava mais perto de mim do que julgava, vivia em mim e que eu era tão falho quanto ele. Certo disso, só posso confiar em Deus!

MORRE E ACABA PARCIALMENTE NA BARRIGA DO CÃO

De acordo com o que foi noticiado pela RTL 5 (segundo canal do Grupo RTL), no dia 14 deste mês, um homem chamado FABIEN, com 47 anos de idade e TREINADOR DE CÃES, morador em CLICHY-SOUS-BOIS, comuna tradicionalmente conturbada na região de Paris, foi encontrado morto seis dias depois da sua morte, completamente irreconhecível. O cadáver foi resgatado pelos bombeiros que foram alertados por um vizinho, que antes havia batido à porta daquele apartamento e que ali foi surpreendido pelo cheiro nauseabundo. Apesar de ninguém lhe abrir a porta, ouviu o cão a coçar-se lá dentro.
Os bombeiros encontraram o homem deitado de costas no meio da sala, irreconhecível. O seu corpo apresentava-se muito mutilado e foi levado para o Instituto Forense (IML). De acordo com os médicos legistas não havia sinais de luta no seu corpo e os elementos da autópsia não permitiram na altura saber qual o motivo da sua morte. Depois da morte do adestrador, o seu MALINOIS, provavelmente esfomeado e sem comida à disposição, COMEÇOU A COMER-LHE O CORPO AOS POUCOS PARA SOBREVIVER. O animal foi confiado a uma estrutura especializada e poderá vir a ser abatido.
Nestas circunstâncias, os cães deste grupo somático (lupino), particularmente os machos adestrados rijamente para atacar, tendem primeiro a decepar as cabeças dos cadáveres e as extremidades dos seus membros, ritual macabro e nada agradável para se assistir. Dois machos ou um casal deste tipo de cães, aproveitados ou não para atacar, poderão proceder de igual modo, comportamento ligado à sobrevivência e ao carácter social canino, que é competitivo e tende a ocupar o lugar mais alto da hierarquia.
Sinceramente não compreendemos porque deverá o cão ser abatido, a menos que resista a toda e qualquer liderança e a sua reeducação seja impossível. Comer o dono foi uma necessidade imperiosa e não significa que doravante seja esse o seu modus operandi. Em idênticas circunstâncias já tivemos notícia de homens que fizeram o mesmo e os cães, apesar de diferentes e enquanto animais, merecem igual respeito – eles como nós, só têm uma vida!
PS: Conheci um tonto, por sinal um adestrador de cães, que desejava acabar assim e que chamava a isto “uma morte gloriosa”.

NÓS POR CÁ: A TELEVISÃO QUE SE LIGA PARA DORMIR

Os canais de televisão portugueses, exceptuando os públicos RTP2 e RTP Memória (por vezes já não se consegue olhar para a cara do Júlio Isidro) são, para além de falidos e nisso não há excepções, sensacionalistas, repletos de programas de “faca e alguidar”, comezinhos, mixordeiros e maltratam de sobremaneira a nossa língua, onde não faltam locutores broncos e malformados, que falam para não estar calados e que se julgam muito engraçados, confundindo simpatia com abuso e profissionalismo com repentismo. Ainda bem que não escrevem, porque seriam ainda mais ridicularizados.
Eu bem sei que os seus programas são por vezes cópias fiéis dos que se fazem nas Américas, onde a realidade sociocultural é outra, a cultura anda de rastos e é só para alguns. Estes programas “pé-de-chinelo” pertencem normalmente aos seguintes tipos (de A a Z): anúncios em bardo; arraiais populares; caça à desgraça alheia; concursos banais; crónicas sobre o Presidente da República; debates políticos mal moderados; jogos de futebol; noticiários imprecisos e mal estruturados; picardias futebolísticas; programas musicais sofríveis; promoção de avantesmas; relatos criminais; reportagens inconclusivas; tardes da má-língua e telenovelas.
Lamento dizê-lo, mas os senhores directores de programação, cansados que andam das lutas pelas audiências, apesar de darem ao povo aquilo que ele gosta, estão a prestar um mau serviço ao País, à nossa cultura e língua, para além de serem imprestáveis para a comunidade científica nacional, que não se revê em nenhum destes programas. Deste modo, os chumbos na disciplina de português vão continuar a aumentar e os futuros locutores irão pontapear ainda mais a língua de Camões e adulterar a sua já esquecida gramática.
Longe de mim ser saudosista, mas no tempo em que os “bota-de-elástico” por cá andavam, ainda se via teatro sério e não revisteiro, programas culturais vários e de inovação científica, a televisão não só divertia como ensinava. O que poderemos aprender com os canais de hoje? Provavelmente aquilo que não deveremos fazer! Assim como se é obrigado a sair do País para se ter uma vida melhor, também os telespectadores portugueses são obrigados a imigrar para os canais estrangeiros. E se as imprestáveis televisões não promoveram o nosso atraso científico, foi porque os benditos computadores e a Internet entretanto chegaram. A televisão que se faz por cá só se liga para dormir, para abafar o barulho dos comboios, para disfarçar o silvo dos barcos à entrada da barra ou para combater eficazmente as insónias!

RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS

O Ranking semanal dos textos mais lidos ficou assim ordenado:
1º _ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado em 24/02/2015  
2º _ HÍBRIDO DE CHOW-CHOW/PASTOR ALEMÃO: MÁQUINA OU DESASTRE?, editado em 12/05/2016
3º _ A CURVA DE CRESCIMENTO DAS DIVERSAS LINHAS DO PASTOR ALEMÃO, editado em 29/08/2013
4º _ HOJE É DIA MUNDIAL DO CÃO, editado em 26/08/2018
5º _ PASTORES ALEMÃES LOBEIROS: O QUE OS TORNA ESPECIAIS, editado em 02/11/2015
6º _ PASTOR ALEMÃO X MALINOIS: VANTAGENS E DESVANTAGENS, editado em 25/06/2011
7º _ O CÃO LOBEIRO: UM SILVESTRE ENTRE NÓS, editado em 26/10/2009
8º _ O MUNDO À NOSSA VOLTA: TEREMOS OUTRO PAPA EM AVINHÃO?, editado em 28/08/2018
9º _ PARA EVITAR QUE MAIS VÃO PARAR AO HOSPITAL OU MORRAM, editado em 25/08/2018
10º _  DOBERMANN: O CÃO QUE É MENOS DO QUE SE SUPÕE E MAIS DO QUE SE IMAGINA, editado em 06/03/2016

TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS

O TOP 10 semanal de leitores por país obedeceu à seguinte ordem:
1º Brasil, 2º Portugal, 3º Estados Unidos, 4º Reino Unido, 5º Angola, 6º Alemanha, 7º Indonésia, 8º França, 9º Moçambique e 10º Polónia.

PROGRESSÃO DA DISTROFIA MUSCULAR CANINA TRAVADA PELO CRISPR

Há sensivelmente 10 anos atrás, os veterinários britânicos descobriram uma infeliz família de KING CHARLES SPANIELS, cujos cachorros machos caíam por vezes com um misterioso conjunto de doenças antes do seu primeiro aniversário, tornando-os fracos e desajeitados, engasgando-se frequentemente com as suas próprias línguas. A culpa provinha duma mutação dos seus cromossomas X, num gene que codifica uma proteína muscular de absorção de choque – a distrofina (1). Quando os pesquisadores do Royal Veterinary College (RVC) perceberam que os alunos tinham uma versão canina da doença genética fatal mais comum em crianças - a distrofia muscular de Duchenne (DMD)(2), começaram a criar spaniels doentes para criar uma colónia canina na esperança de dia encontrarem a cura.
Hoje, os cientistas relatam que pararam a progressão da doença em alguns desses descendentes caninos usando a ferramenta de edição de genes conhecida como Crispr (3). Num estudo publicado na revista Science , uma equipe liderada por Eric Olson (na foto abaixo), do Centro Médico Southwestern da Universidade do Texas, usou Crispr para modificar com sucesso o DNA de quatro cães jovens, revertendo o defeito molecular responsável pela sua doença muscular. DMD não é um candidato óbvio para a função de localizar e substituir da Crispr; o gene da distrofina é o maior do genoma humano, e existem milhares de mutações diferentes que podem resultar na doença. Mas Olson encontrou uma maneira de atingir um ponto quente sujeito a erros no exon 51, que ele imaginou que poderia, com uma única fatia, beneficiar aproximadamente 13% dos pacientes com DMD.
Com base no trabalho anterior que ele fez para corrigir mutações em ratos e células do coração humano, Olson uniu-se a veterinários na RVC para testar a abordagem na sua colónia de beagles. Os pesquisadores primeiro colocaram as instruções para os componentes de edição de genes Crispr em um vírus com afinidade pelas células musculares. Em seguida, injectaram milhões de cópias desse vírus em quatro cães de um mês de idade - dois tiveram o tiro directamente na parte inferior da perna e dois receberam uma infusão intravenosa. Após oito semanas, Crispr havia restaurado os níveis de distrofina no segundo grupo para mais de 50% do normal nas pernas e mais de 90% no coração. Pesquisadores estimam que restaurar 15% dos níveis normais de distrofina em um paciente proporcionaria um benefício significativo e até curativo. “Certamente estamos nessa situação com estes cães”, diz Olson, que não sabia o que esperar porque ninguém havia aplicado antes Crispr no corpo todo de um grande mamífero. A sua equipa preparou-se para o pior - anafilaxia, toxicidade hepática, uma resposta imune inflamatória, mas no final não foram visíveis efeitos adversos.
Em vez disso, viram cachorros que podiam voltar a jogar. "Eles mostraram sinais óbvios de melhora comportamental:  corrida, salto, foi bastante dramático", diz Olson, que não incluiu essas observações qualitativas no artigo por causa do pequeno tamanho da amostra. O esforço inovador foi apoiado, em parte, por uma startup chamada Exonics, que foi co-fundada em 2017 por Olson e pelo grupo de defesa do paciente CureDuchenne. Com sede em Cambridge, a Exonics licenciou a tecnologia de edição de genes desenvolvida pelo laboratório de Olson e está a caminhar para testes em humanos, na esperança de um dia comercializar tratamentos. A jovem empresa de biotecnologia conseguiu o apoio de US $ 2 milhões de capital de risco da CureDuchenne e desde então arrecadou mais de US $ 40 milhões do The Column Group. Essa abordagem - chamada de “filantropia de risco” - faz parte de um movimento crescente entre as fundações de doenças raras cujos pacientes há muito negligenciados se frustram com o ritmo glacial da ciência académica e estão à procura de novos modelos para chegar mais depressa à pesquisa que acelere as curas.
"Nos últimos anos, a comunidade de doenças raras adoptou esta estratégia de filantropia de risco para obter fundos necessários pràs pesquisa que normalmente são evitadas pelas grandes empresas farmacêuticas", diz Alex Graddy-Reed (na foto seguinte), pesquisador de políticas de saúde da Universidade do Sul da Califórnia. Ela diz que há evidências de que organizações sem fins lucrativos estão emergindo como um actor cada vez mais importante no financiamento de pesquisas e desenvolvimento biomédico, especialmente para injectar o capital inicial que os financiadores tradicionais não investiram. Dos US $ 100 bilhões investidos anualmente em investigação e desenvolvimento de pesquisas médicas e de saúde, as organizações sem fins lucrativos compõem uma parcela ainda modesta, mas crescente. Em 2016, as fundações de caridade investiram cerca de US $ 2,7 bilhões, um aumento de 3,4% nos gastos dos EUA desde 2013, de acordo com um relatório da Research!
"Acho que eventualmente será este o padrão", disse Debra Miller (na foto abaixo), presidente e CEO da CureDuchenne, de filantropia de risco. “É a única maneira de se ser um bom administrador dos dólares doados colectados”. A organização lançou formalmente o seu braço de risco em 2014, depois que uma pequena empresa holandesa na qual CureDuchenne investiu foi adquirida pela BioMarin Pharmaceuticals por US $ 680 milhões. Entre acordos de royalties e retiradas de acções, CureDuchenne alavancou mais de US $ 1,3 bilhão em financiamentos subsequentes para financiar novos projetos para ajudar pacientes com DMD, incluindo o mais recente, Exonics. Miller está esperançado de que a empresa dedicada possa testar uma cura baseada em Crispr mais rapidamente do que algumas das maiores empresas terapêuticas de edição de genes. Tanto a Editas quanto a Crispr Therapeutics estão investigando como as suas tecnologias podem funcionar para a DMD, mas actualmente estão apenas na fase da descoberta.
“Conversamos com essas empresas e elas mostraram-se interessadas, mas ficou claro que não seria uma prioridade nas suas listas”, adiantou Miller. O facto de se poder fazer cópias suficientes para injectar em todos os músculos do corpo humano é um esforço assustador e caro. É um que a Exonics terá que descobrir eventualmente, mas não tão cedo. Mesmo com o sucesso da equipa de Olson no primeiro teste em cães, ainda há muito trabalho a ser feito. O primeiro é um conjunto de estudos caninos de longo prazo para testar a segurança, que Olson antecipa que serão concluídos em algum momento de 2019. Só então se poderá pensar em transitar para testes em humanos. "Nós apenas temos que ser muito, muito, muito cuidadosos com isso", diz ele. “Não queremos sofrer nenhum deslize por sermos apressados”. Em síntese, as tecnologias de edição de genes e os modelos de filantropia de risco podem estar a impulsionar possíveis curas de doenças raras mais rápido do que nunca.
(1)A distrofina é uma proteína do complexo distrofina-glicoproteínas que liga o citoesqueleto da fibra muscular à matriz extracelular, através da membrana celular. (2) A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é um distúrbio genético caracterizado por degeneração muscular progressiva e fraqueza. É um dos nove tipos de  distrofia muscular. A DMD é causada pela ausência da  distrofina , uma proteína que ajuda a manter as células musculares intactas. O início dos sintomas ocorre na primeira infância, geralmente entre as idades de 3 e 5 anos. A doença afeta principalmente meninos, mas em casos raros pode afectar meninas. (3) O sistema CRISPR, ou seja, Repetições Palindrómicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas, consiste em pequenas porções do ADN bacteriano compostas por repetições de nucleotídeos; um segmento de ADN contendo repetições curtas de sequências de bases, envolvidas nos mecanismos de defesa de organismos procarióticos para vírus; uma ferramenta de engenharia genética que usa uma sequência CRISPR de DNA e sua proteína associada para editar os pares de bases de um gene. Graças ao uso desta ferramenta de edição de genoma, investigadores foram capazes de silenciar selectivamente 2 genes no papilomavírus humano.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

VEJAM LÁ DO QUE É QUE A LAND ROVER SE LEMBROU

O Land Rover já não é o que era e o mesmo se pode dizer do Jaguar e, quem disser o contrário, é porque deve alguma coisas às marcas ou não quer ou não sabe ver as diferenças. Do que não se pode duvidar do Land Rover actual é da sua adaptação às exigências dos tempos modernos, onde os cães e os cuidados que lhes dispensam não podem ser menosprezados – o cliente é que manda!
Os acessórios mais recentes desta marca automóvel foram pensados para dar toda a comodidade e segurança aos cães que são tratados como família, tornando as viagens mais longas simples e relaxantes, obedecendo o novo Land Rover a um novo conceito, ao de um SUV dog friendly.
Na compra de um Land Rover, o seu proprietário tem três opções à sua disposição para melhor transportar o seu cão ou cães em termos de acessórios: um pacote de protecção do espaço para carga de animais de estimação (na foto seguinte); um pacote de transporte para animais de estimação e um pet care e pacote de acesso.
Do pacote de protecção do espaço para carga de animais de estimação constam: um forro de espaço de carga acolchoado para proteger o piso do carro, tapetes de parede lateral e encostos dos bancos traseiros, forro de tecido macio, um tapete de borracha integral, um bebedouro resistente a derramamentos de 350ml e uma divisória de bagagem de altura completa. O pacote de transporte para animais de estimação (na foto abaixo), compreende os seguintes acessórios: uma box dobrável feita de metal leve e fácil de dobrar, almofada, de tecido acolchoado e janelas de rede, também a bacia e o tapete de borracha já adiantados no pacote anterior.
O pet care e o pacote de acesso (na foto seguinte), última opção de escolha de acessórios para cães, inclui: uma repartição de bagagem a toda a altura, revestimento do espaço de carga acolchoado, rampa de acesso, reservatório de água portátil com uma capacidade de até 6,5 litros que garante um fluxo contínuo durante 5 minutos, dependendo de qual das cinco configurações de pulverização está a ser usada.
Para os cães, o novo SUV da Land Rover parece apelativo, sê-lo-á para os donos? Caso estes acessórios contribuam para o aumento da procura do Land Rover, dentro em breve não haverá nenhum SUV que não os tenha! Terá a JLR Jaguar Land Rover na sua longa lista de acessórios cadeirinhas para bebés e crianças? Se tem, não fala nelas!

HÁ QUE ENSINAR AS CRIANÇAS A NÃO CAIR NA ESPARRELA

De acordo com uma notícia publicada no jornal alemão online DER WESTEN (O OESTE), faz hoje 8 dias e ao início da tarde, em WITTEN, uma cidade da Alemanha localizada no Distrito de Ennepe-Ruhr, na Região Administrativa de Arnsberg, Estado de Renânia do Norte-Vestfália, um homem descrito pela Polícia como falante alemão sem sotaque, entre os 40 e os 45 anos de idade, com 1,80m de altura, atarracado e de cabelos grisalhos, conseguiu atrair para si no RUHSTADT WITTEN dois irmãos, um menino de 10 e uma menina de 9, convencendo-os que precisava de ajuda para encontrar o seu cão.
Os dois irmãozinhos saíram do autocarro da carreira 320 na paragem de Husemannstraße, onde o sujeito atrás descrito as esperava fingindo precisar de ajuda. As crianças acreditam na sua estória e caem no logro. Enquanto mandava o menino ir na frente procurar o pretenso cão, munindo de uma camera digital, tirava fotos à menina por debaixo do seu vestido em diferentes posições. Entretanto chega um caminhante, desconfia das intenções daquele “fotógrafo” e dirige-se a ele. Inicialmente o pedófilo finge ser o pai dos meninos e depois abandona aquele parque da cidade (ainda dizem que não há Deus!).
Considerando a salvaguarda das nossas crianças e sabendo o que vai por esse mundo afora, não consinta que os seus filhos pequenos se acostumem a brincar com os cães alheios e a conversar com proprietários caninos desconhecidos, porque a sua inocência serve perfeitamente aos intentos dos predadores sexuais, que não têm escrúpulos, nunca se dão por satisfeitos e sempre aguardam por novas vítimas, usando inclusive e indevidamente um cão para alcançar os seus intentos. O aviso está dado!
PS: O Fotógrafo maníaco usava na altura um boné de baseball bege, um polo branco com listas azuis nas mangas, calções de jeans coçados, meias curtas e sandálias vermelhas (vinha vestido a condizer!).

UM ARTIGO INQUIETANTE NO CORRIERE DELLA SERA

Sem que nada façam para isso, os mais maduros lembram-se com maior facilidade de factos antigos do que dos recentes e até de alguns que pareciam estar varridos da memória. Nesse caso encontro-me eu, que ao abordar este assunto lembrei-me imediatamente de um cavalheiro, que nunca tive o privilégio de conhecer pessoalmente, mas de quem amiudadas vezes ouvi falar, um tal de “João de Caneças”, que fornecia carne de burro para companhias cinotécnicas e também para o Jardim Zoológico de Lisboa (ignoro se o homem ainda está vivo). Certo é que certa vez, enganado com bons modos, acabei por comer uns bifinhos da carne que o sujeito fornecia e que na altura não me pareceram maus de todo.
Ainda sobre tema, e seria muito bom que todos os meus amigos lessem este artigo, apesar de continuar a ser um bom garfo (para mal dos meus pecados), detesto os ristoranti italianos fatto in Portogallo, porque abusam da carne, da massa e do tomate, como se a Itália fosse um país da europa central sem mar e os italianos não comessem outra coisa a não ser massa. E depois, diga-se em abono da verdade, que mais nojento do que ver um pato a engolir carochas, é ver e ouvir uma chusma a chupar spaghetti copiosamente. Por tudo isto, peço encarecidamente aos meus amigos que não me convidem para restaurantes italianos, tão pouco para aqueles que dizem servir comida do médio oriente, a quem a ASAE (1) deveria fiscalizar assiduamente.
Mas vamos ao artigo do CORRIERE DELLA SERA, da autoria de CONSTANZA RIZZACASA d’ORSOGNA, sob o título “IL PULEDRINO GREGOR CHE SI CREDE UN CANE” (O POTRO GREGOR QUE ACREDITA SER UM CÃO), datado do dia 22 deste mês. Neste artigo é contada a história do poldro Gregor, que caiu numa vala quando seguia a mãe que ia a puxar uma carroça, ficando ali para morrer, abandonado, ferido e esfomeado. Por sorte viria a ser resgatado por um alemão chamado Greg que o levou para um canil de abrigo.
A autora do artigo, que é jornalista e ensaísta, a determinada altura relembra OS MAUS-TRATOS QUE CAVALOS, BURROS E CÃES RECEBEM NA ROMÉNIA, dizendo: “Os cães de rua (abandonados) são um flagelo em muitos países da Europa Oriental e do Sul, ligados sobretudo à pobreza, à decadência social e à cultura animal inexistente. Mas Roménia em particular, tem, por maus-tratos e abandono, as situações mais dramáticas na Europa, uma vez que, na década de oitenta, A DECISÃO DE CEAUSESCU(2) DE URBANIZAR A POPULAÇÃO QUE VIVIA NO CAMPO LEVOU AO ABANDONO, EM CURTO ESPAÇO DE TEMPO, DE MILHARES E MILHARES DE CÃES. A situação não mudou muito desde 2001. Os cães são mortos em grande número nos canis das cidades romenas com métodos não verificáveis. Muitas vezes morrem de fome e de doença antes do 14º dia de vida. E o número de cães de rua ainda é muito alto”.
Como é do conhecimento geral, a Roménia em termos étnicos é um país de dupla face, porque convivem no seu território ciganos e não-ciganos e só a população cigana come cavalo, os outros romenos não. É a comunidade cigana que “comercializa carne de cavalo, especialmente para Itália, o primeiro importador europeu de cavalos para consumo alimentar da Roménia. Nos primeiros nove meses de 2017, a SAVE THE DOGS(3) noticiou que a Roménia exportou cavalos e jumentos por mais de 2 milhões de euros: mais de mil toneladas entre carcaças e animais vivos, empilhados e sedentos no longo passeio no volante para chegar também de nós . Porque a carne custa muito pouco: OS COMERCIANTES PAGAM AOS PASTORES ENTRE 40 E 50 EUROS POR BURRO, CUJA CARNE, MISTURADA COM A MAIS CARA, ACABA MUITAS VEZES OCULTA EM MOLHO DE CARNE E HAMBURGERS. O mais importante massacre de cavalos na Romênia rendeu bilhões de milhões de euros anuais e entre 2016 e 2017 foram ali abatidos 10 mil animais” – adiantou d’Orsogna.
Depois de ler este artigo, para mim inquietante em vários sentidos, é possível que não seja capaz de comer carne na Roménia e em Itália, caso por lá volte a passar. Diz-se que “gato escaldado de água fria tem medo” e eu não quero voltar a ser enganado. A carne de burro é fecunda em causar encefalite, salmonelose, gastroenterite e em transmitir ténias. E, no caso romeno, atendendo à ausência de controlo e certificação veterinária, os cavalos não deverão encontrar-se em melhor estado. Se já não gostava de ir aos ristoranti italianos fatto in Portogallo, dispensei de vez todos os italianos, independentemente do lugar onde se encontrem.
(1)Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) é a autoridade administrativa de Portugal especializada para as áreas de segurança alimentar. (2) Nicolae Ceauşescu, secretário-geral do partido comunista romeno e ditador, que acabou por ser fuzilado, junto com a sua mulher, no Natal de 1989, depois de julgado e sentenciado por um tribunal militar. (3) Organização sem fins lucrativos da iniciativa da ex-publicitária Sara Turek, que desde o início do milénio se dedica ao resgate de cães na Roménia.

CHAMAVA-SE LARRY E MORREU NO CUMPRIMENTO DO DEVER

Grande, muito grande, o segundo maior de todos os tempos, foi o IMPÉRIO DE GENGHIS KHAN, que uniu a Europa Central à Coreia debaixo da PAX MONGOLICA que abrangeu a Eurásia, mas não tão grande ao ponto do PASTOR ALEMÃO não o conseguir percorrer.
A POLÍCIA SUL-COREANA vai prestar no próximo mês HOMENAGEM PÓSTUMA a um CÃO-POLÍCIA que foi morto no cumprimento do dever, ao ser mordido por uma cobra quando procurava uma pessoa desaparecida numa montanha da Província de CHUNGCHEONG NORTE. O cão agora desaparecido e o primeiro a morrer no desempenho das suas funções na Coreia do Sul, segundo comunicado da DAEGU METROPOLITAN POLICE AGENCY, chamava-se LARRY e era um PASTOR ALEMÃO com 7 ANOS de idade. A sua morte aconteceu no mês passado (Julho), quando uma cobra lhe mordeu uma das pernas.
Este colaborador eficaz da Polícia Sul-Coreana, desde o início da sua carreira, que se iniciou em 2012, colaborou em 39 INVESTIGAÇÕES CRIMINAIS e participou na PROCURA DE MAIS DE 170 PESSOAS DESAPARECIDAS. No ano passado, ENCONTROU O CORPO DE UMA MULHER ENTERRADO SOB 70 CM DE TERRA junto de uma pista de caminhada, o que deu origem a uma investigação por assassinato.
Um porta-voz da Polícia disse à AGENCE FRANCE PRESS (AFP) que realizou o seu serviço fúnebre em Julho e que o seu cadáver foi cremado. Sob a sua fotografia, rodeada de flores, podia ler-se a seguinte legenda: “vagueie livremente no céu”.  
No mês que se avizinha, em data ainda por anunciar, uma placa de bronze já encomendada pela Polícia em homenagem a Larry, será entregue na sede da polícia regional, onde constarão todos os seus feitos, acto contrastante com o destino de muitos cães na Coreia do Sul, que acabam por ir para a panela e são considerados por alguns uma das iguarias da culinária dali. Graças à procura do petisco, estima-se que UM MILHÃO DE CÃES SEJA MORTO ANUALMENTE.
Aos donos dos Larrys do presente queremos endereçar-lhes os nossos sinceros parabéns pela escolha, aos que os perderam recentemente, estender-lhes a nossa solidariedade, certos de que breve e talvez onde menos esperam, encontrarão outro Pastor alemão de igual valência, a quem deverão pôr outro nome porque não existem dois cães iguais. Para a história fica um Pastor Alemão policial chamado Larry, morto na Coreia do Sul no cumprimento do dever.

NO PORTO DE MOMBASA MARFIM NÃO PASSA?

Nos últimos anos o número de países que tem proibido a importação e venda de marfim têm vindo a aumentar, proibição deveras importante para deter a caça desenfreada que ameaça o elefante em África. Não obstante, enormes quantidades de marfim, de chifre de rinoceronte, de pangolins (ameaçados de extinção), de plantas e madeiras raras são contrabandeados diariamente do continente africano para todo o mundo, escondidas dentro de contentores de carga.
A BBC informou recentemente que pelo menos num porto, o de MOMBASA no QUÉNIA, tido como o maior centro global de comércio ilegal de marfim, as autoridades locais estão a utilizar uma nova arma no combate contra o comércio ilegal de animais selvagens e seus subprodutos: o IVORY DOG PROJECT, que consiste no uso de cães farejadores para o efeito e que ali estão a ser testados. Segundo a mesma agência noticiosa, quase 40 MIL LIBRAS DE MARFIM foram APREENDIDAS EM MOMBASA ENTRE 2009 e 2014, o que representa a MORTE DE 2.400 ELEFANTES, número parcial de elefantes mortos considerando a quantidade de marfim contrabandeada com sucesso para fora do país.
Para reprimir este comércio cruel, assassino e ilegal, o WORLD WILDLIFE FUND (WWF), a organização de comércio da vida selvagem TRAFFIC e o KENYA WILDLIFE SERVICE uniram para treinar os cães farejadores. Segundo fez saber a WWF num comunicado, o processo chama-se REMOTE AIR SAMPLING FOR CANINE OLFACTION (RASCO). Os cães são primeiro treinados para reconhecer o cheiro do marfim, do chifre do rinoceronte e de outros produtos da vida selvagem comummente traficados. Depois disso, as autoridades usam um equipamento especial para sugar uma amostra de ar de um contentor de carga suspeito, que é então passado por um filtro que o colecta o odor a ser identificado pelos cães. Resta saber, e agora dizemos nós, o que é um contentor suspeito e quais não são!
Antes da aplicação do RASCO, já eram usados cães para investigar contentores neste porto queniano (Mombasa), animais que em 6 meses levaram a 26 apreensões. Contudo, farejar 2.000 contentores diariamente era um processo lento que levava ao aquecimento e fadiga dos cães. De acordo com um vídeo que acompanha a notícia de JANE DALTON no THE INDEPENDENT, esvaziar um contentor e localizar o marfim poderia levar horas, ainda mais quando se encontrava inteligentemente escondido. Agora, com o novo método, os cães podem cheirar os filtros de salas confortáveis e climatizadas e examinar o odor de um recipiente em poucos minutos (quando os cães se sentam depois de cheirar os filtros, estão a indicar a presença da mercadoria ilegal).
ANDREW McVEY, coordenador do crime sobre a vida selvagem da WWF EAST AFRICA explicou desta maneira a importância do RASCO à jornalista atrás citada: “ Esta técnica pode mudar o jogo, ao reduzir o número de partes de animais em extinção nas entradas dos mercados exteriores, como é o do Sudeste Asiático” e “ o melhor amigo do homem é o pesadelo do traficante: o incrível olfacto dos cães significa que podem farejar até a menor quantidade num contentor com 40 pés (12.19200m)… Interromper o tráfico é essencial se quisermos acabar com esse comércio colossal que afecta incontáveis espécies e milhões de pessoas em todo o mundo”.
Mombasa não é o único lugar onde os conservacionistas caninos estão a colaborar na detecção e detenção de caçadores de marfim. Desde 2009, segundo relato da bióloga SUE PALMINTERI em MONGABAY, os patrulheiros da vida selvagem usam labradores no TRIÂNGULO DE MARA, na seção norte da RESERVA MAASAI MARA, no Quénia, para cheirar veículos e detectar marfim oculto, carne de caça e outros produtos da vida selvagem. Os guardas florestais também gerem um bando de sabujos para rastrear caçadores furtivos nos vastos desertos do parque. De acordo com o comunicado, o WWF espera que avanços como o RASCO e outros projetos aumentem a consciencialização sobre o comércio ilegal de animais selvagens, e espera chamar a atenção do mundo para o problema na Conferência sobre o Comércio Ilegal de Animais Selvagens (ILLEGAL WILDLIFE TRADE CONFERENCE), que terá lugar em Londres no próximo Outubro.
Saúdam-se todos os esforços para combater o tráfico de animais selvagens e sabemos das mais-valias caninas nesse combate. Porém, também sabemos que por detrás da caça ilegal estão populações miseráveis, esfaimadas, esfarrapadas e esquecidas para quem este crime, apesar dos riscos, ainda é o melhor dos seus rendimentos, muito embora aquilo que recebem mal dê para “mandar cantar um cego”. Caberá em primeiro instância aos políticos europeus decidir o que querem: se uma África próspera e parceira ou uma EURAFRICA cada vez mais invadida, insegura e conflituosa.
Se a África não se libertar da miséria, a miséria chegará a todos os cantos do globo e a caça ilegal de animais selvagens só terá fim quando atingirem a extinção. Pergunta-se a quem tem poder decisório e a quem gosta de reflectir: se todos os caçadores furtivos tivessem um salário igual ao dos guardas que os perseguem, que para nós é até irrisório, sentir-se-iam obrigados a matar animais e a correr sérios riscos? Infelizmente, se a conjectura socioeconómica africana não sofrer alteração, a extinção de um sem número de espécies já tem hora marcada e alguns de nós morrerão também sem saber porquê! A nosso ver, para além de se inspeccionar as cargas à saída, estas deveriam ser também vistoriadas nos portos e aeroportos de entrada, onde o trabalho de cães RASCO seria muito bem-vindo pela sua urgência.