terça-feira, 12 de junho de 2018

UM RETRIEVER OU UM TERRIER PELA SUA SAÚDE

Não é preciso ler com muita atenção o que hoje se escreve sobre animais, nomeadamente acerca dos cães, para que fiquemos de imediato com a sensação de que são a panaceia dos tempos que correm, porque fazem bem a tudo e não têm contra-indicações. Quanto a mim, que sempre confundo panaceia com o “Elixir da Banha-da-Cobra”, também ele milagroso, tais considerações ao não serem científicas, são enganosas e normalmente tendem a tomar o todo pela parte, ainda que lhes queiram dar um cunho erudito e pretensamente científico.
É verdade que os donos dos cães tendem a viver mais e a ter menos ataques cardíacos que os demais, mas isso não prova que a posse de cães seja a sua causa principal. É também possível que as pessoas mais activas e saudáveis recebam com maior frequência cães do que as sedentárias, como é possível também que os factores económicos tenham algo a dizer, já que posse dos cães pode ser cara e aqueles que se dão ao luxo de ter um cão, podem ter melhores cuidados de saúde, ter um seguro de saúde ou ter estilos de vida mais saudáveis. Faltam, portanto, aos “estudos” que vão saindo, as necessárias avaliações dos factores “extra cães”.
Nada do que dissemos anteriormente invalida os quatro benefícios directos nas pessoas (já comprovados) transmitidos pelos seus cães, a saber: função imunológica melhorada, alteração do microbioma; melhor impacto social e melhoria de humor. Quer se goste ou não, falando da função imunológica, ter um cão é trazer sujidade para casa, sujidade essa que pode melhorar o funcionamento do sistema imunológico e reduzir inflamações prejudiciais ao nosso corpo.
Quanto à alteração do microbioma, importa dizer que grande número das bactérias encontradas no nosso trato digestivo não muda apenas com a alteração de dietas, mas também com a posse de animais de estimação. É possível que a posse de um cão altere os tipos de bactérias que abrigamos, o que poderá reduzir a inflamação corporal resultante do risco cardiovascular. Quanto ao impacto social que os cães promovem, não é preciso alongar-nos muito, pois há até quem lhes chame “santos casamenteiros”.
No que diz respeito à melhoria de humor dos proprietários caninos não parecem restar dúvidas, uma vez que a cumplicidade e afecto incondicional presente dos cães a isso induz, o que terá ainda como consequência uma melhoria da saúde (lembrei-me agora de alguém que me deu instrução militar, que sempre dizia ser a dor psicológica. Se calhar o homem até tinha razão). Estas conclusões foram ratificadas num estudo recentemente levado a cabo na Suécia.
Este mesmo estudo concluiu que quem foi mais beneficiado pelos cães foram os proprietários de Retrievers e de Terriers, mas não adiantando porquê, limitando-se a constatar o facto. Será porque os primeiros não causam grandes embaraços quando à trela e os últimos não se cansam de convidar os seus donos para a brincadeira? É possível, ao certo não sabemos, mas parecem fazer bem à saúde.

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