Os condomínios de luxo
estão a avançar cada vez mais para o interior e a invadir áreas rurais, costeiras,
fluviais e florestais de rara beleza, tudo para que os seus moradores tenham
uma vida sã, descontraída e em contacto com a mãe natureza, onde possam
finalmente descansar e relaxar, enquanto observam o atemporal e estendem os
olhos ao infinito. Muitos, encantados com a paisagem circundante onde não falta
um campo de golfe, ao comprarem uma casa ali, dizem radiantes para si mesmos: “Daqui
em diante vou acordar com o cantar dos passarinhos!”
Infelizmente só terão essa
sorte no início da sua estada ali, porque à medida que o vizinhos chegam e o
condomínio enche, os passarinhos deixam de ser ouvidos, os coelhos bravos
desaparecem, o silêncio da noite é quebrado, as crianças ficam em risco e até
os passeios pelos arruamentos tornam-se perigosos. E tudo isto porquê? Porque
os regulamentos dos condomínios permitem aos seus moradores ter cães e gatos, o
que causará um desastre ecológico, um sério incómodo para todos e uma grande
estucha para quem não gosta de animais e vai “ter” que aturá-los!
Os bons dos gatinhos bem
depressa se interessarão pelos coelhos e por uma multivariedade de aves,
fazendo-lhes esperas normalmente bem-sucedidas, que a breve trecho acabarão com
uns e outros naquele lugar. Todos sabemos que os “miaus” são exímios caçadores
e que têm uma paciência infinda, esperando os coelhos à saída das tocas e junto
aos cursos de água, que para além de surpreenderem os passarinhos quando pousam,
sobem às árvores, vão os ninhos e comem todos os passarinhos que lá
encontrarem. E quando assim acontece, até as raposas e os patos bravos terão
que mudar de lugar!
Do que escapar aos gatos
tomarão os cães conta, até porque a maioria dos adoptados é geneticamente
caçadora, provindo na maioria dos casos de cães de caça abandonados de pequeno
ou médio porte. A somar a estes, temos os usuais retrievers (Goldens e
Labradores), Cockers, Dachshunds e Setters que, tendo condições para isso,
desinteressar-se-ão das bolas e partirão para caçar, ameaçando e
exterminando toda a fauna local, quer
ela seja terrestre ou aquática.
Com caça um sem ela, mais
cedo ou mais tarde, porque as moradias do condomínio são amplas e têm quintais
que o permitem, começará a caça ao homem, porque delas saltarão grandes cães
protectores, particularmente lupinos e molossos, que isentos de qualquer tipo
de educação e controlo, considerarão os arruamentos do condomínio como seus,
achando por bem perseguir e escorraçar quem por lá passa, impedindo as crianças
de sair para o exterior, mantendo sob custódia os vizinhos dentro de casa e inviabilizando
os passeios e as corridas diárias de alguns residentes, porque têm medo de cães
ou temem ser mordidos.
Quando a situação se
tornar incontrolável, então serão tomadas medidas, que ao chegarem “tarde e a
más horas”, não invalidarão as consequências dos disparates até ali ocorridos.
O que acabámos de dizer é motivo mais do que suficiente para o abandono de um
condomínio assim e prá procura de um que proíba a posse de cães e gatos aos
seus residentes. Ninguém é obrigado a gostar de animais, gostar deles não faz
ninguém melhor ou pior e todos devemos ser respeitados. Assim, se você não
gosta de conviver com animais de estimação, não se iluda ou deixe enganar,
procure um condomínio que proíba a sua coabitação ali.
É evidente que uma
situação como a que descrevemos não nos incomodaria demais, porque gostamos de
animais e de conviver com eles, éramos até capazes de dar algumas lições
gratuitas a algum cão descontrolado e de valer a algum dono apavorado, mas jamais
pactuaríamos com a agressão dos vizinhos e com os desequilíbrios ecológicos
provocados por cães e gatos. E por falar neles, deixo aqui uma foto reveladora,
já que existem condomínios que só aceitam cães e outros que só aceitam gatos.
Caro amigo e leitor, nunca
se esqueça que ninguém é obrigado a suportar o seu cão e que ele deverá
ser educado para não incomodar outrem, pois só assim será bem aceite na comunidade
onde vivem. Melhor aceitação terão se simultaneamente cumprirem as disposições legais em vigor.
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