São cada vez mais os
portugueses que nesta altura do ano vão de férias para África, uns como
turistas e outros como voluntários para organizações humanitárias. Os primeiros
são por norma mais velhos e conhecedores do continente negro, os últimos são na
sua maioria jovens, menos precavidos e por isso mesmo sujeitos a toda a sorte
de doenças (também não faltam velhas e velhos tontos, gente que acordou mais tarde e que corre agora atrás de um sonho).
Para além de outras
cautelas, todos terão que ter muito cuidado com a água que consomem, caso se
desloquem à África Central, a países como o BURQUINA
FASO,
CHADE, COSTA DO MARFIM, ETIÓPIA, GANA, GUINÉ EQUATORIAL, MALI, NÍGER, NIGÉRIA e
SUDÃO,
para não serem infectados pela DRACUNCULOSE,
doença vulgarmente conhecida como DOENÇA
DO VERME DA GUINÉ (GWD), também como FILARIOSE DE MÉDINE, um
berbicacho do pior que há (na foto abaixo).
No CHADE está
a acontecer algo inédito, ao invés de procurar pulgas-de-água e humanos como hospedeiros,
este parasita começou a infectar cães em grande número, o que não deixa de ser
um retrocesso na eliminação deste horripilante verme que tanta dor e aflição
causa, agente infeccioso que é capaz de incapacitar, amputar e até matar, como
já tem acontecido.
Como a DOENÇA DO VERME DA GUINÉ
só pode ser transmitida através da ingestão de água contaminada e pode ser
completamente evitada através de duas medidas relativamente simples, adiantamo-las
já: Evite beber e que outros bebam água contaminada contendo as COPÉPODE CYCLOPS
(pulga
d'água), que podem ser vistas em águas claras como manchas brancas nadadoras e
impeça que pessoas contaminadas com o verme emergente entrem nas fontes de água
para beber, já que o verme perto de água descarrega muitas das suas larvas.
Para não ser vítima de
água contaminada aconselhamos os seguintes procedimentos: beba apenas água de
fontes não contaminadas; filtre toda a água potável, usando como filtro um pano
de malha fina como nylon para remover os crustáceos infectados pelo verme da
Guiné (um tecido de algodão regular dobrado algumas vezes é também um filtro
eficaz, assim como um canudo de plástico portátil contendo um filtro de nylon;
filtrar a água através de filtros de cerâmica ou de areia; ferver a água; desenvolver
novas fontes de água potável isentas de parasitas e tratar das que se encontram
disfuncionais; tratar as fontes de água com larvicidas para eliminar as
pulgas-de-água. Tudo isto será inútil senão se impedir a contaminação das águas.
O
aviso está dado, resta-nos desejar boas férias a quem parte e esperar que volte
bronzeado, feliz e radiante, livre de infecções e pronto para retornar a
África.
PS: Se porventura é a
primeira vez que se desloca a África, é melhor não se fazer embarcar com o seu
cão ou cães, considerando a sua inexperiência e o bem-estar e salvaguarda do
animal ou animais.
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