segunda-feira, 18 de junho de 2018

LOBOS COMO PARTE DA SOLUÇÃO NAS HIGHLANDS

Num recente estudo publicado pela UNIVERSIDADE de SUSSEX (UK), em colaboração com cientistas da UNIVERSIDADES DE KENT, OXFORD (UK) e de AARHUS (DEN), conclui-se que a reintrodução dos lobos, neste caso os cinzentos, poderá reduzir directamente o número de veados vermelhos nas HIGHLANDS escocesas quando remetidos a uma reserva cercada de grandes dimensões, o que permitira em simultâneo a recuperação da fauna daqueles lugares, agora fortemente ameaçada pela exagerada proliferação daqueles cervídeos, que chegam a pôr em causa a pastagem para o gado.
Estes cientistas justificam a área cercada para se evitar a endogamia nos lobos, também para se para se evitar os desnecessários confrontos com os agricultores e trabalhadores das Terras Altas e para se reter 75% dos lobos dispersos dentro da reserva, o que permitiria um rápido crescimento do número de lobos, cujo número ideal seria de 80 por 1000 Km2 para fazer face aos actuais 40 veados por Km2. O impacto destes herbívoros vem impedindo a regeneração das árvores e a restauração de ecossistemas nalgumas partes da Escócia.
Os autores do presente estudo adiantaram ainda que uma grande reserva cercada de lobos, para além de criar empregos, ao atrair turistas e apaixonados pela natureza, poderá reformular as actuais economias rurais. E, mais importante que tudo isso: a reserva cercada é uma maneira inovadora de se pensar acerca da restauração da natureza e dos processos naturais.
Ao tomar conhecimento deste estudo, por brevíssimos momentos, tive pena de não haver nascido escocês, porque se assim fosse, os lobos da minha terra não acabariam entregues à vasectomia e a olhar desconfiados para toscos chalés na mata. Se houver a possibilidade de reintroduzir veados pelas nossas desprezadas serras, os lobos poderão voltar aos seus antigos terrenos de caça e voltar ao que sempre foram – livres predadores!
Oxalá o presente estudo abra os olhos e desperte o engenho daqueles que entre nós têm nas suas mãos o destino do SIGNATUS, especialmente agora que os helicópteros são todos necessários para o combate aos incêndios.  

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