Num recente estudo
publicado pela UNIVERSIDADE
de SUSSEX (UK), em colaboração com cientistas da UNIVERSIDADES DE KENT, OXFORD (UK) e
de AARHUS (DEN),
conclui-se que a reintrodução dos lobos, neste caso os cinzentos, poderá
reduzir directamente o número de veados vermelhos nas HIGHLANDS
escocesas quando remetidos a uma reserva cercada de grandes dimensões, o que
permitira em simultâneo a recuperação da fauna daqueles lugares, agora
fortemente ameaçada pela exagerada proliferação daqueles cervídeos, que chegam
a pôr em causa a pastagem para o gado.
Estes cientistas
justificam a área cercada para se evitar a endogamia nos lobos, também para se para
se evitar os desnecessários confrontos com os agricultores e trabalhadores das
Terras Altas e para se reter 75% dos lobos dispersos dentro da reserva, o que
permitiria um rápido crescimento do número de lobos, cujo número ideal seria de
80 por 1000 Km2 para fazer face aos actuais 40 veados por Km2. O impacto destes
herbívoros vem impedindo a regeneração das árvores e a restauração de
ecossistemas nalgumas partes da Escócia.
Os autores do presente
estudo adiantaram ainda que uma grande reserva cercada de lobos, para além de
criar empregos, ao atrair turistas e apaixonados pela natureza, poderá
reformular as actuais economias rurais. E, mais importante que tudo isso: a
reserva cercada é uma maneira inovadora de se pensar acerca da restauração da
natureza e dos processos naturais.
Ao tomar conhecimento
deste estudo, por brevíssimos momentos, tive pena de não haver nascido escocês,
porque se assim fosse, os lobos da minha terra não acabariam entregues à vasectomia
e a olhar desconfiados para toscos chalés na mata. Se houver a possibilidade de
reintroduzir veados pelas nossas desprezadas serras, os lobos poderão voltar
aos seus antigos terrenos de caça e voltar ao que sempre foram – livres predadores!
Oxalá o presente estudo
abra os olhos e desperte o engenho daqueles que entre nós têm nas suas mãos o
destino do SIGNATUS, especialmente agora que os helicópteros são todos necessários para o combate aos incêndios.
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