Os criadores, os
proprietários e os apaixonados do Welsh Corgi Pembroke têm todas as
razões para estar agradecidos à Rainha Isabel II, porque desde sempre foi
proprietária de cães dessa raça e nunca escondeu a sua preferência por ela,
levando ao longo de décadas muitos dos seus súbditos a seguirem-lhe o exemplo,
apesar da raça ser considerada própria para os idosos e para cidadãos da classe
média alta. Até há bem pouco tempo o Corgis estava na lista de risco do Kennel
Club Britânico (Vulnerable Native Breeds), em vias de desaparecer, junto de outras
raças nativas com menos de 300 exemplares registados anualmente, como o Bullmastiff,
o Old
Sheepdog inglês, o Glen of Imaal Terrier, o Lakeland Terrier, o Curly Coated
Retriever, o Irish Water Spaniel e o Terrier Toy Inglês.
Mas graças à série
televisiva “The Crown” da Netflix, que é uma história biográfica sobre o
reinado da Rainha Elizabeth II do Reino Unido, o Welsh Corgi Pembroke viu
aumentar a sua procura cerca de 22% após a transmissão da segunda série do “The
Crown” que aconteceu em Dezembro do ano transacto. Como a série assenta sobre a
biografia da Rainha e a soberana aparece retratada em várias idades, o Corgi
começou também a ser procurado por gente doutros escalões etários. Por outro
lado, o Príncipe Harry também deu um pequeno empurrão ao dizer, depois de
anunciar o seu compromisso com a actriz norte-americana Meghan Markle, que o
Corgi da Rainha aprovou a sua escolha.
E nós por cá, também
defendemos o que é nosso e divulgamos as nossas raças caninas? A quantos
portugueses proeminentes foram oferecidos ou vendidos cães nacionais? Se Barack
Hussein Obama II houvesse nascido junto à praia de Quarteira diríamos que um,
mas não foi o caso! José Mourinho, de quem dizem ser o melhor treinador do
mundo, adquiriu um Pastor Alemão e Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa, o nosso
omnipresente Presidente da República, enquanto Comandante Supremo das nossas
Forças Armadas, recebeu outro Pastor Alemão, oferta da Força Aérea, um cachorro
lobeiro com 3 meses de idade chamado “Asa”, animal que bem depressa despachou
pela porta dos fundos, a pretexto de ter mais que fazer. Grande número de
presidentes da república europeus tem um cão e o nosso, em oposição, pôs o dele
a andar!
Até nisto os portugueses
são pobrezinhos, muito fracos a defender o que o seu, o que não impede que
sejam soberbos nos actos e nas ofertas oficiais, produto de uma “germanite
aguda” que afecta certos portuguesitos, que se dizem descendentes dos
esquecidos visigodos (godos do oeste) e que juram a pés juntos que tudo o que é
alemão é bom! Posição que ao longo da história resultou nuns quantos quiproquós,
como foi o caso dos três dias de luto oficial pela morte de Hitler. Quem sabe
se o próximo Presidente da República terá um cão nacional? Tudo leva a crer que
o actual virá a ser reeleito, mas depois dele tudo é possível (a esperança é a
última coisa a morrer).
Sem comentários:
Enviar um comentário