domingo, 11 de fevereiro de 2018

THANK YOU ELIZABETH

Os criadores, os proprietários e os apaixonados do Welsh Corgi Pembroke têm todas as razões para estar agradecidos à Rainha Isabel II, porque desde sempre foi proprietária de cães dessa raça e nunca escondeu a sua preferência por ela, levando ao longo de décadas muitos dos seus súbditos a seguirem-lhe o exemplo, apesar da raça ser considerada própria para os idosos e para cidadãos da classe média alta. Até há bem pouco tempo o Corgis estava na lista de risco do Kennel Club Britânico (Vulnerable Native Breeds), em vias de desaparecer, junto de outras raças nativas com menos de 300 exemplares registados anualmente, como o Bullmastiff, o Old Sheepdog inglês, o Glen of Imaal Terrier, o Lakeland Terrier, o Curly Coated Retriever, o Irish Water Spaniel e o Terrier Toy Inglês.
Mas graças à série televisiva “The Crown” da Netflix, que é uma história biográfica sobre o reinado da Rainha Elizabeth II do Reino Unido, o Welsh Corgi Pembroke viu aumentar a sua procura cerca de 22% após a transmissão da segunda série do “The Crown” que aconteceu em Dezembro do ano transacto. Como a série assenta sobre a biografia da Rainha e a soberana aparece retratada em várias idades, o Corgi começou também a ser procurado por gente doutros escalões etários. Por outro lado, o Príncipe Harry também deu um pequeno empurrão ao dizer, depois de anunciar o seu compromisso com a actriz norte-americana Meghan Markle, que o Corgi da Rainha aprovou a sua escolha.
E nós por cá, também defendemos o que é nosso e divulgamos as nossas raças caninas? A quantos portugueses proeminentes foram oferecidos ou vendidos cães nacionais? Se Barack Hussein Obama II houvesse nascido junto à praia de Quarteira diríamos que um, mas  não foi o caso! José Mourinho, de quem dizem ser o melhor treinador do mundo, adquiriu um Pastor Alemão e Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa, o nosso omnipresente Presidente da República, enquanto Comandante Supremo das nossas Forças Armadas, recebeu outro Pastor Alemão, oferta da Força Aérea, um cachorro lobeiro com 3 meses de idade chamado “Asa”, animal que bem depressa despachou pela porta dos fundos, a pretexto de ter mais que fazer. Grande número de presidentes da república europeus tem um cão e o nosso, em oposição, pôs o dele a andar!
Até nisto os portugueses são pobrezinhos, muito fracos a defender o que o seu, o que não impede que sejam soberbos nos actos e nas ofertas oficiais, produto de uma “germanite aguda” que afecta certos portuguesitos, que se dizem descendentes dos esquecidos visigodos (godos do oeste) e que juram a pés juntos que tudo o que é alemão é bom! Posição que ao longo da história resultou nuns quantos quiproquós, como foi o caso dos três dias de luto oficial pela morte de Hitler. Quem sabe se o próximo Presidente da República terá um cão nacional? Tudo leva a crer que o actual virá a ser reeleito, mas depois dele tudo é possível (a esperança é a última coisa a morrer).

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